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A refutaÃÃo em introduÃÃes de teses de doutorado da Ãrea de linguÃsticaMarcilene Gaspar Barros 00 April 2018 (has links)
CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / Considerando o teor argumentativo do discurso acadÃmico, a refutaÃÃo configura-se como um procedimento imprescindÃvel, jà que a argumentaÃÃo pressupÃe o desacordo, o debate e, portanto, a refutaÃÃo, que, por sua vez, constitui-se na oposiÃÃo, no desacordo, necessÃrios à argumentaÃÃo. Sob uma abordagem enunciativa, à possÃvel correlacionar concessÃo/refutaÃÃo, jà que duas propriedades da concessÃo podem ser identificadas: a ideia de oposiÃÃo entre duas conclusÃes (r e nÃo-r); e a ideia de uma relaÃÃo hierÃrquica entre os conteÃdos valendo como argumentos para essas conclusÃes. Tendo em vista a estrutura composicional prototÃpica da refutaÃÃo (asserÃÃo prÃvia/recusa/justificativa) e a correlaÃÃo concessÃo/refutaÃÃo, buscamos,
nesta pesquisa, identificar propriedades definidoras da refutaÃÃo no discurso acadÃmico. Para tanto, levantamos a seguinte questÃo: o que a refutaÃÃo manifestada em introduÃÃes de teses de doutorado da Ãrea de linguÃstica tem de peculiar que nos informa que os autores constroem seus textos da forma como constroem? O corpus à composto por oitenta introduÃÃes de teses de doutorado de dezesseis programas de pÃs-graduaÃÃo da Ãrea de linguÃstica. Para a coleta dos dados, procedemos a um recorte, com a seleÃÃo dos trechos constitutivos de atos de linguagem de refutaÃÃo, os quais se materializam por meio da articulaÃÃo dos elementos negativo e argumentativo. Assumimos os postulados teÃricos de Moeschler (1982),
Moeschler e Spengler (1982) e Ducrot (1981, 1987). Para a anÃlise, definimos as seguintes categorias: estrutura composicional prototÃpica, marcas indicativas de recusa e efeitos de sentido. Aplicamos um modelo prototÃpico, organizado a partir dos estudos de Moeschler (1982) e de Moeschler e Spengler (1982), acrescido de elementos encadeadores e ratificadores da refutaÃÃo. TambÃm procedemos à identificaÃÃo das marcas instauradoras de oposiÃÃo e das
vozes que emergem das estratÃgias refutativas para analisar os efeitos de sentido oriundos de tais vozes, por meio da polifonia linguÃstica (DUCROT, 1987). Os resultados ratificam a estrutura asserÃÃo prÃvia/recusa/justificativa, mas apontam tambÃm para uma configuraÃÃo com elementos que se solidarizam em um exercÃcio constante de encadear e ratificar o dito. A
recusa à asserÃÃo prÃvia se manifesta a partir da combinaÃÃo de diferentes formas linguÃsticas, contudo, marcas que resultam em estratÃgias concessivas sÃo de uso mais frequente. A anÃlise polifÃnica dos efeitos de sentido permite a identificaÃÃo dos enunciadores colocados em cena pelo locutor, bem como do posicionamento do locutor diante desses enunciadores. / Considering the argumentative content of academic discourse, the refutation is an
indispensable procedure, since the argumentation presupposes disacord, debate and therefore the refutation, which constitutes opposition, disacord, necessary, therefore, for the argumentation. Under an enunciative approach, it is possible to correlate concession/ refutation, since two concession properties can be identified: the idea of opposition between two conclusions (r and non-r); the idea of a hierarchical relation between the contents as arguments for these conclusions. Given the prototypical compositional structure of the refutation (assertion/refuse/justification) and the concession/refutation correlation, we seek, in this research, to identify defining properties of refutation in academic discourse. To that end, we raise the following question: what the refutation manifested in introductions of doctoral theses of the area of linguistics has of peculiar that tells us that the authors construct their texts the way they construct? The corpus consists of eighty introductions of doctoral theses
from sixteen postgraduate programs of the area of linguistics. For the data collection, we proceed to a cut, with the selection of the passages constitutive of acts of language of refutation, which are materialized through the articulation of the negative and argumentative elements. We assume the theoretical postulates of Moeschler (1982), Moeschler and Spengler (1982) and Ducrot (1981, 1987). For the analysis, we define the following categories:
prototypical compositional structure, marks of refuse and effects of sense. We apply a prototypical model, organized from the studies of Moeschler (1982) and Moeschler and Spengler (1982), with elements linkers and ratifiers of refutation. We also identify oppositional marks and voices that emerge from refutative strategies to analyze the effects of sense of such voices through linguistic polyphony (DUCROT, 1987). The results confirm the assertion/refuse/justification structure, but they also point to a configuration with elements that show solidarity in a constant exercise of chaining and ratifying of the refutation. Denial of prior assertion manifests itself from the combination of different linguistic forms, however,
marks that result in concessive strategies are more frequently used. The polyphonic analysis of the effects of sense allows the identification of the enunciators placed on the scene
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