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Desenho de Escuta: políticas da auralidade na era do áudio ubíquo / -Lima, Henrique Rocha de Souza 11 May 2018 (has links)
Este trabalho tem como objetivo principal posicionar o conceito de desenho de escuta. Para tal, articula-se uma composição teórica situada na convergência entre estudos do som, etnografia de mídias, pesquisa em criação artística, e filosofias críticas da representação. Neste início de século XXI, a escuta é empregada explicitamente como um bem material e imaterial distribuído entre mercantilização de audiências, pesquisa em arte e debate ético. Para situar a noção de desenho de escuta como um operador conceitual que responde a este contexto, o trabalho divide-se em duas grandes partes: a primeira parte posiciona o problema geral da tese mediante a descrição de dispositivos de poder que formam políticas majoritárias da auralidade; a segunda parte desdobra o conceito de desenho de escuta como um operador e um designador de variações do agenciamento aural. Na primeira parte, descreve-se uma variedade de situações materiais de consumo de áudio no contexto do complexo militar-entretenimento, particularmente no ambiente de consumo fonográfico online. Neste contexto, analisa-se um dispositivo paradigmático de racionalização instrumental da escuta, e apresenta-se a necessidade teórica de se pensar uma áudio virologia. Na segunda parte, aprecia-se uma transformação epistêmica em curso no âmbito da pesquisa em música no Brasil; e descreve-se a noção de otografia, núcleo conceitual da produção artística que desenvolvi ao longo desta pesquisa de doutorado. A metodologia analítica permite constatar, na primeira parte, a transição de um regime de regulação moral da escuta musical baseado na disciplina para um regime baseado no controle; Na segunda parte, o assunto principal é uma diversidade de pesquisas artísticas que ativam o particular e o local como dimensões a serem recontextualizadas no âmbito da pesquisa em arte. O pressuposto básico desta tese é o de que a escuta é uma prática a ser pensada primordialmente em termos de agenciamento de desejo. Tal pressuposto conduz o trabalho a eleger a esquizoanálise como o seu principal aliado teórico, o que lhe permite esquivar-se de uma série de binarismos usualmente pressupostos pela discursividade acadêmica, tais como natureza e cultura, local e global, musical e extramusical. O desenho de escuta é necessariamente uma prática e um conceito: uma prática de consolidação de territórios existenciais específicos em função dos meios materiais agenciados; e um operador de linguagem, mediante o qual se pode elaborar um saber enunciado a partir do corpo, de ações particularmente significativas, de devires. / This thesis aims to position the concept of listening design. For this, it articulates a theoretical composition situated in the convergence between sound studies, media ethnography, practice-based research, and philosophies critical to representation. At the beginning of the twenty-first century, listening is explicitly used as a material and immaterial good distributed among audience commoditification, art and ethical debate. In order to situate the notion of listening design as a conceptual operator responding to this context, this work is divided into two main parts: the first part poses the general problem of the thesis by describing a set of power apparatuses that form majoritary policies of aurality; the second part unfolds the concept of listening design as both an operator and designator for practices transforming aural assemblages. In the first part, I describe a variety of material situations of audio consumption in the context of the military-entertainment complex, mainly the environment of online audio consumption. In this context, I analyze a paradigmatic apparatus for instrumental rationalization of the listening activity, and I assess the theoretical need to think in terms of an audio virology. In the second part, I discuss an ongoing epistemic transformation in the field of music research in Brazil; followed by a description of notion of otography, which is the conceptual nucleus of the artistic production that I developed throughout this doctoral research. The analytical methodology carried out here allows us to verify, in the first part, the transition from an economic-political regime of musical listening based on the discipline to a regime of regulation based on control; In the second part, the focus is on instances of artistic research that activates the particular and the local as dimensions to be recontextualized in the scope of academic art research. The core of this thesis is based on the argument that listening is a practice to be thought primarily in terms of assemblage of desire. This presupposition leads the work to take schizoanalysis as its main theoretical ally, which allows it to dodge a series of binarisms usually presupposed by academic discursiveness, such as nature and culture, local and global, musical and extramusical. Listening design is necessarily a practice and a concept: a practice of consolidation of specific existential territories in function of assembled material media; and a language operator through which one can elaborate a particular knowledge enunciated from the body, from particularly meaningful actions, from becomings.
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Desenho de Escuta: políticas da auralidade na era do áudio ubíquo / -Henrique Rocha de Souza Lima 11 May 2018 (has links)
Este trabalho tem como objetivo principal posicionar o conceito de desenho de escuta. Para tal, articula-se uma composição teórica situada na convergência entre estudos do som, etnografia de mídias, pesquisa em criação artística, e filosofias críticas da representação. Neste início de século XXI, a escuta é empregada explicitamente como um bem material e imaterial distribuído entre mercantilização de audiências, pesquisa em arte e debate ético. Para situar a noção de desenho de escuta como um operador conceitual que responde a este contexto, o trabalho divide-se em duas grandes partes: a primeira parte posiciona o problema geral da tese mediante a descrição de dispositivos de poder que formam políticas majoritárias da auralidade; a segunda parte desdobra o conceito de desenho de escuta como um operador e um designador de variações do agenciamento aural. Na primeira parte, descreve-se uma variedade de situações materiais de consumo de áudio no contexto do complexo militar-entretenimento, particularmente no ambiente de consumo fonográfico online. Neste contexto, analisa-se um dispositivo paradigmático de racionalização instrumental da escuta, e apresenta-se a necessidade teórica de se pensar uma áudio virologia. Na segunda parte, aprecia-se uma transformação epistêmica em curso no âmbito da pesquisa em música no Brasil; e descreve-se a noção de otografia, núcleo conceitual da produção artística que desenvolvi ao longo desta pesquisa de doutorado. A metodologia analítica permite constatar, na primeira parte, a transição de um regime de regulação moral da escuta musical baseado na disciplina para um regime baseado no controle; Na segunda parte, o assunto principal é uma diversidade de pesquisas artísticas que ativam o particular e o local como dimensões a serem recontextualizadas no âmbito da pesquisa em arte. O pressuposto básico desta tese é o de que a escuta é uma prática a ser pensada primordialmente em termos de agenciamento de desejo. Tal pressuposto conduz o trabalho a eleger a esquizoanálise como o seu principal aliado teórico, o que lhe permite esquivar-se de uma série de binarismos usualmente pressupostos pela discursividade acadêmica, tais como natureza e cultura, local e global, musical e extramusical. O desenho de escuta é necessariamente uma prática e um conceito: uma prática de consolidação de territórios existenciais específicos em função dos meios materiais agenciados; e um operador de linguagem, mediante o qual se pode elaborar um saber enunciado a partir do corpo, de ações particularmente significativas, de devires. / This thesis aims to position the concept of listening design. For this, it articulates a theoretical composition situated in the convergence between sound studies, media ethnography, practice-based research, and philosophies critical to representation. At the beginning of the twenty-first century, listening is explicitly used as a material and immaterial good distributed among audience commoditification, art and ethical debate. In order to situate the notion of listening design as a conceptual operator responding to this context, this work is divided into two main parts: the first part poses the general problem of the thesis by describing a set of power apparatuses that form majoritary policies of aurality; the second part unfolds the concept of listening design as both an operator and designator for practices transforming aural assemblages. In the first part, I describe a variety of material situations of audio consumption in the context of the military-entertainment complex, mainly the environment of online audio consumption. In this context, I analyze a paradigmatic apparatus for instrumental rationalization of the listening activity, and I assess the theoretical need to think in terms of an audio virology. In the second part, I discuss an ongoing epistemic transformation in the field of music research in Brazil; followed by a description of notion of otography, which is the conceptual nucleus of the artistic production that I developed throughout this doctoral research. The analytical methodology carried out here allows us to verify, in the first part, the transition from an economic-political regime of musical listening based on the discipline to a regime of regulation based on control; In the second part, the focus is on instances of artistic research that activates the particular and the local as dimensions to be recontextualized in the scope of academic art research. The core of this thesis is based on the argument that listening is a practice to be thought primarily in terms of assemblage of desire. This presupposition leads the work to take schizoanalysis as its main theoretical ally, which allows it to dodge a series of binarisms usually presupposed by academic discursiveness, such as nature and culture, local and global, musical and extramusical. Listening design is necessarily a practice and a concept: a practice of consolidation of specific existential territories in function of assembled material media; and a language operator through which one can elaborate a particular knowledge enunciated from the body, from particularly meaningful actions, from becomings.
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