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O pacto das elites e sua representação no romance em Angola e Moçambique / The pact of elites and its representation in novels in Angola and Mozambique

Saraiva, Sueli da Silva 16 August 2013 (has links)
As literaturas angolana e moçambicana que ascenderam, em grande medida, como marco da resistência intelectual na luta anticolonialista, têm sido ainda hoje solo fértil para representações das condições reais de existência no contexto africano. No discurso ficcional, os confrontos entre essa existência e os projetos de uma comunidade utopicamente imaginada trazem para os enredos os avanços, recuos ou estagnação de um quadro social marcado pelos velhos e novos pactos do capitalismo globalizado. Esta pesquisa tem por objetivo analisar comparativamente as formas de representação literária dos agentes desse capitalismo: as elites em Angola e Moçambique em sua articulação com a dominação internacional. Nosso objeto de estudo forma-se por obras publicadas tendo já decorridas as primeiras duas décadas de independência política (conquistada em 1975) e seus enredos destacam especialmente a representação dos grupos dirigentes das novas nações: Maio, mês de Maria (1997), de Boaventura Cardoso; Predadores (2005), de Pepetela; O sétimo juramento (2000), de Paulina Chiziane, e O último voo do flamingo (2000), de Mia Couto. Em nossa leitura, as marcas do mito fáustico, um elemento da intertextualidade que esses romances apresentam entre si e com obras de outros sistemas literários emergiram como uma produtiva presença para a compreensão desses países e suas literaturas num contexto mais amplo. A fim de verificar o modo como a elite intelectual, neste caso, representada pelos escritores no papel de atores sociais, tem reagido à formação das elites político-econômicas, desde o estertor do colonialismo até o fim dos conflitos sociais, valemo-nos também de uma seleção de textos críticos de intervenção de autores dos dois países. / The Angolan and Mozambican literatures, which rose largely as a landmark of intellectual resistance in the anticolonial struggle, have been still a fertile ground for representations of the real conditions of existence in the African context. In the fictional discourse the confrontation between this existence and the projects of a community idealistically imagined during the anticolonial struggle brings to the plots the advances, setbacks or stagnation of a social situation marked by the old and new covenants of globalized capitalism. This research aims to analyze comparatively the forms of literary representation of these capitalism\' agents: the elites in Angola and Mozambique in their articulation with international domination. Our object of study is formed by a set of novels published after the first two decades of political independence (conquered in 1975), and their plots highlight especially the representation of the leadership groups of the new nations: Maio, mês de Maria (1997), by Boaventura Cardoso; Predadores (2005), by Pepetela; O sétimo juramento (2000), by Paulina Chiziane, and O último voo do flamingo (2000), by Mia Couto. In our analysis, the marks of the faustian myth, an element of intertextuality in these novels among themselves, and in relation to others literary systems, had emerged as a productive presence for the understanding of these countries, and their literatures in a more comprehensive context. In order to verify how the intellectual elite, in this case represented by writers playing the role of social actors, has responded to the formation of political-economic elites since the decay of colonialism to the end of the post-1975 social conflicts, we have also searched some critical interventional texts, which were expressed by authors of these two countries.
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O pacto das elites e sua representação no romance em Angola e Moçambique / The pact of elites and its representation in novels in Angola and Mozambique

Sueli da Silva Saraiva 16 August 2013 (has links)
As literaturas angolana e moçambicana que ascenderam, em grande medida, como marco da resistência intelectual na luta anticolonialista, têm sido ainda hoje solo fértil para representações das condições reais de existência no contexto africano. No discurso ficcional, os confrontos entre essa existência e os projetos de uma comunidade utopicamente imaginada trazem para os enredos os avanços, recuos ou estagnação de um quadro social marcado pelos velhos e novos pactos do capitalismo globalizado. Esta pesquisa tem por objetivo analisar comparativamente as formas de representação literária dos agentes desse capitalismo: as elites em Angola e Moçambique em sua articulação com a dominação internacional. Nosso objeto de estudo forma-se por obras publicadas tendo já decorridas as primeiras duas décadas de independência política (conquistada em 1975) e seus enredos destacam especialmente a representação dos grupos dirigentes das novas nações: Maio, mês de Maria (1997), de Boaventura Cardoso; Predadores (2005), de Pepetela; O sétimo juramento (2000), de Paulina Chiziane, e O último voo do flamingo (2000), de Mia Couto. Em nossa leitura, as marcas do mito fáustico, um elemento da intertextualidade que esses romances apresentam entre si e com obras de outros sistemas literários emergiram como uma produtiva presença para a compreensão desses países e suas literaturas num contexto mais amplo. A fim de verificar o modo como a elite intelectual, neste caso, representada pelos escritores no papel de atores sociais, tem reagido à formação das elites político-econômicas, desde o estertor do colonialismo até o fim dos conflitos sociais, valemo-nos também de uma seleção de textos críticos de intervenção de autores dos dois países. / The Angolan and Mozambican literatures, which rose largely as a landmark of intellectual resistance in the anticolonial struggle, have been still a fertile ground for representations of the real conditions of existence in the African context. In the fictional discourse the confrontation between this existence and the projects of a community idealistically imagined during the anticolonial struggle brings to the plots the advances, setbacks or stagnation of a social situation marked by the old and new covenants of globalized capitalism. This research aims to analyze comparatively the forms of literary representation of these capitalism\' agents: the elites in Angola and Mozambique in their articulation with international domination. Our object of study is formed by a set of novels published after the first two decades of political independence (conquered in 1975), and their plots highlight especially the representation of the leadership groups of the new nations: Maio, mês de Maria (1997), by Boaventura Cardoso; Predadores (2005), by Pepetela; O sétimo juramento (2000), by Paulina Chiziane, and O último voo do flamingo (2000), by Mia Couto. In our analysis, the marks of the faustian myth, an element of intertextuality in these novels among themselves, and in relation to others literary systems, had emerged as a productive presence for the understanding of these countries, and their literatures in a more comprehensive context. In order to verify how the intellectual elite, in this case represented by writers playing the role of social actors, has responded to the formation of political-economic elites since the decay of colonialism to the end of the post-1975 social conflicts, we have also searched some critical interventional texts, which were expressed by authors of these two countries.

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