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As marcas da violência: uma leitura de Estação das chuvas, de José Eduardo Agualusa, e Maio, mês de Maria, de Boaventura Cardoso / The marks of violence: a reading of Estação das Chuvas, by José Eduardo Agualusa and Maio, mês de Maria, by Boaventura Cardoso

Silva, Osvaldo Sebastião da 02 May 2012 (has links)
Esta dissertação analisa a temática da violência em dois romances angolanos contemporâneos, designadamente Estação das chuvas (1996), de José Eduardo Agualusa, e Maio, mês de Maria (1997), de Boaventura Cardoso. No primeiro caso, lançando mão de um procedimento metaficcional e de viés testemunhal, Agualusa retraça o percurso que vai da emergência do moderno movimento nacionalista nos princípios da década de 1950 ao reinício da longa e sangrenta guerra civil em 1992, tendo como clímax as repressões levadas a cabo pela direção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) contra os grupos contestatários de extrema-esquerda e contra as dissidências políticas pouco antes e logo após a independência. Ao passo que, no segundo caso, de maneira alegórica e fantástica, Cardoso recupera a vaga de terror vigilância, capturas, prisões, torturas e execuções sumárias desencadeada pela polícia política do regime monopartidário na sequência da tentativa de golpe de Estado de 27 de maio de 1977. Desse modo, através de uma leitura comparativa desses romances, procuramos interpretar e explicar em que medida, a despeito de suas diferenças, ambos os autores inscrevem a violência como motivo central de figuração, transformando as ruínas da memória social em matéria de criação e reflexão artística. / This dissertation analyzes the thematization of violence in two Angolan contemporary novels: Estação das chuvas (1996), by Jos,, Eduardo Agualusa, and Maio, mês de Maria (1997), by Boaventura Cardoso. In the first case, procedures such as metafiction and testimony were chosen by Agualusa to retrace the route that goes from the emergence of the modern nationalist movement on the principles of the 1950 until the resumption of the long and bloody civil war in 1992, whose climax was when the direction of the Popular Movement for the Liberation of Angola (MPLA) has unleashed a repression against opposition groups of the extreme left and against political dissidents, on the years before and immediately after independence. While in the second case, through the fantastic and the allegorical, Cardoso sought to reconstitute the wave of terror surveillance, capture, detention, torture and summary executions unleashed by the political police of the regime, immediately after the attempted coup in May 27, 1977. Thus, through a comparative reading of these novels, despite their differences, the analysis sought to interpret and demonstrate, especially in terms of narrative technique and fictional procedure, as both authors inscribe violence as central motif of figuration, transforming from the ruins of the Angolan social memory into creation and artistic reflection.
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As marcas da violência: uma leitura de Estação das chuvas, de José Eduardo Agualusa, e Maio, mês de Maria, de Boaventura Cardoso / The marks of violence: a reading of Estação das Chuvas, by José Eduardo Agualusa and Maio, mês de Maria, by Boaventura Cardoso

Osvaldo Sebastião da Silva 02 May 2012 (has links)
Esta dissertação analisa a temática da violência em dois romances angolanos contemporâneos, designadamente Estação das chuvas (1996), de José Eduardo Agualusa, e Maio, mês de Maria (1997), de Boaventura Cardoso. No primeiro caso, lançando mão de um procedimento metaficcional e de viés testemunhal, Agualusa retraça o percurso que vai da emergência do moderno movimento nacionalista nos princípios da década de 1950 ao reinício da longa e sangrenta guerra civil em 1992, tendo como clímax as repressões levadas a cabo pela direção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) contra os grupos contestatários de extrema-esquerda e contra as dissidências políticas pouco antes e logo após a independência. Ao passo que, no segundo caso, de maneira alegórica e fantástica, Cardoso recupera a vaga de terror vigilância, capturas, prisões, torturas e execuções sumárias desencadeada pela polícia política do regime monopartidário na sequência da tentativa de golpe de Estado de 27 de maio de 1977. Desse modo, através de uma leitura comparativa desses romances, procuramos interpretar e explicar em que medida, a despeito de suas diferenças, ambos os autores inscrevem a violência como motivo central de figuração, transformando as ruínas da memória social em matéria de criação e reflexão artística. / This dissertation analyzes the thematization of violence in two Angolan contemporary novels: Estação das chuvas (1996), by Jos,, Eduardo Agualusa, and Maio, mês de Maria (1997), by Boaventura Cardoso. In the first case, procedures such as metafiction and testimony were chosen by Agualusa to retrace the route that goes from the emergence of the modern nationalist movement on the principles of the 1950 until the resumption of the long and bloody civil war in 1992, whose climax was when the direction of the Popular Movement for the Liberation of Angola (MPLA) has unleashed a repression against opposition groups of the extreme left and against political dissidents, on the years before and immediately after independence. While in the second case, through the fantastic and the allegorical, Cardoso sought to reconstitute the wave of terror surveillance, capture, detention, torture and summary executions unleashed by the political police of the regime, immediately after the attempted coup in May 27, 1977. Thus, through a comparative reading of these novels, despite their differences, the analysis sought to interpret and demonstrate, especially in terms of narrative technique and fictional procedure, as both authors inscribe violence as central motif of figuration, transforming from the ruins of the Angolan social memory into creation and artistic reflection.

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