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Construção de confiança na América do Sul : a política externa do governo Figueiredo (1979-1985)Urt, João Nackle January 2009 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais, 2009. / Submitted by Larissa Ferreira dos Angelos (ferreirangelos@gmail.com) on 2010-04-20T16:22:15Z
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Previous issue date: 2009 / A presente dissertação situa-se na intersecção entre os temas da política externa brasileira do governo do presidente João Batista Figueiredo (1979-1985) e das relações interamericanas de segurança do mesmo período. Demonstrou-se que até o começo da década de 1980, a América do Sul era vista por especialistas como uma região instável, com risco de alastramento de conflitos armados e até de nuclearização. Além disso, alguns atos da política externa brasileira antes de 1979 davam margem a que o Brasil fosse visto por seus vizinhos como um país intervencionista, imperialista ou subimperialista. Com o advento da crise energética e da crise dos juros, entre o fim da década de 1970 e o começo da década de 1980, o Brasil viu limitadas suas possibilidades de atuação internacional. O governo Figueiredo entendeu que cabia concentrar seus esforços diplomáticos numa só área preferencial de atuação. A área escolhida foi aquela onde havia melhores chances de sucesso, dada a proximidade geográfica e a ausência de grandes potências: a América do Sul. Para executar esse projeto de aproximação com a América do Sul era necessário construir uma identidade regional mais amigável para o Brasil. Assim, durante esse período, o interesse-síntese que orientou o discurso político e as ações diplomáticas do País, notadamente em questões de segurança, foi a construção de confiança com os países da América do Sul. Isso pôde ser observado por ocasião de dois eventos emblemáticos das questões de segurança na região: a Guerra das Malvinas (1982) e os golpes de Estado no Suriname (1980 a 1982). Por meio da neutralidade imperfeita na Guerra das Malvinas e da missão Venturini, enviada ao Suriname com o objetivo de afastar a influência cubana, o Brasil comunicou uma identidade regional de país cooperativo e confiável. Pode-se concluir que a política externa do governo Figueiredo, além de colaborar com a construção de uma zona de influência para o Brasil na América do Sul, também contribuiu com a formação de um complexo sul-americano de segurança relativamente pacífico, tal como ele se apresenta contemporaneamente. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The present dissertation is placed between two bordering subjects: the Brazilian foreign policy during the government of President João Batista Figueiredo (1979-1985) and the interamerican security relations during this period. Until the beginning of the 1980s, South America was seen by experts as an unstable region, with risk of generalization of armed conflicts and nuclearization. Moreover, some gestures of Brazilian foreign policy before 1979 allowed South American countries to see Brazil as an interventionist, imperialist or subimperialist country. With the advent of the Oil Crisis and the Debt Crisis, between the end of the 1970s and the beginning of the 1980s, Brazils international possibilities of acting were severely limited. The government of Figueiredo decided to concentrate its diplomatic efforts in a single preferential area. The chosen area was that where Brazil had the best chances of success, given the geographical proximity and the absence of great powers: South America. In order to obtain closer relations with South America, it was necessary to build a friendlier regional identity for Brazil. Confidence-building towards South America was then the key-interest that oriented Brazilian political speech and diplomatic actions during that period, especially regarding security matters. That was observed on the occasion of two emblematic events of regional security: the Falklands War (1982) and the military coups in Suriname (1980 to 1982). By means of both the imperfect neutrality in the Falklands War and the Venturini mission, sent to Suriname in order to avert Cuban influence, Brazil succeeded in communicating its own regional identity as that of a cooperative and trustworthy country. It was possible to conclude that the Brazilian foreign policy under the government of Figueiredo not only collaborated with the construction of a zone of influence for Brazil in South America, but it also contributed to the formation of a relatively pacific South American Security Complex, such as it exists contemporarily.
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