• Refine Query
  • Source
  • Publication year
  • to
  • Language
  • 4
  • Tagged with
  • 4
  • 4
  • 4
  • 4
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • 2
  • About
  • The Global ETD Search service is a free service for researchers to find electronic theses and dissertations. This service is provided by the Networked Digital Library of Theses and Dissertations.
    Our metadata is collected from universities around the world. If you manage a university/consortium/country archive and want to be added, details can be found on the NDLTD website.
1

Microfósseis contidos no cálculo dentário como evidência do uso de recursos vegetais nos sambaquis de Jabuticabeira II (SC) e Moraes (SP) / Microfossils from the dental calculus as evidence of plant use in Brazilian Shellmounds: Jabuticabeira II (SC) and Moraes (SP)

Boyadjian, Célia Helena Cezar 06 December 2007 (has links)
A análise de microfósseis vegetais é extremamente útil para a recuperação de informações acerca da utilização de plantas por grupo humanos do passado, especialmente em sítios arqueológicos em que os macro-restos botânicos são raros, como é o caso dos sambaquis. Estes micro-restos podem ser obtidos a partir de sedimento, coprólitos, utensílios de pedra ou cerâmica, assim como de cálculo dentário (tártaro). Durante a mastigação e a utilização dos dentes como ferramentas, micro partículas provenientes do alimento ou da matéria prima utilizada, como grãos de amido, fitólitos, fibras, ficam retidas na matriz do cálculo, podendo ali permanecer protegidas por milhares de anos. O tratamento químico do cálculo permite a recuperação destes microfósseis, que, uma vez quantificados e identificados, fornecem dados valiosos para a reconstrução de hábitos e dieta. Entretanto, existem sítios em que, além da má preservação dos macro-restos vegetais, restam apenas escassas marcas de cálculo dentário aderidos aos dentes, impedindo a obtenção de fragmentos de cálculo e conseqüentemente a recuperação dos microfósseis. A utilização de recursos vegetais pelos grupos construtores de sambaquis constitui uma área do conhecimento ainda pouco explorada. Dentre os sambaquieiros há aqueles com depósitos fartos de cálculo dentário, como é o caso em Jabuticabeira II (SC), mas também há aqueles que apresentam somente reduzidos depósitos de cálculo, como é o caso em Moraes (SP). Assim, os objetivos deste trabalho foram: processar e analisar quantitativamente o conteúdo do cálculo dentário de indivíduos de Jabuticabeira II; desenvolver e testar um método alternativo que permitisse a recuperação de microfósseis a partir de marcas de cálculo dentário (.dental wash.); aplicar este método alternativo nos indivíduos de Moraes e comparar os resultados obtidos entre os dois sítios. Através dos resultados obtidos concluiu-se que: - O método .dental wash. é eficiente para a recuperação de micro partículas a partir de marcas exíguas de cálculo dentário, e seus resultados são comparáveis àqueles obtidos através da técnica tradicional. Contudo, o .dental wash. pode tornar os dentes mais friáveis, prejudicando análises morfológicas e de microdesgaste. - Foram observados grãos de amido em praticamente todas as amostras de Jabuticabeira II e Moraes, enquanto fitólitos somente foram encontrados em poucas delas. Isso indica um importante aporte de alimento amiláceo em ambos os sítios, enquanto que apenas 134 alguns indivíduos consumiam uma dieta mais diversificada, constituída em parte de vegetais ricos em fitólitos. - Grãos de amido modificados (em ambos os sítios) e fragmentos escuros de origem vegetal (somente em Jabuticabeira II) indicam o preparo de alimentos através de cocção, maceração, abrasão. - A concentração média dos grãos de amido significativamente maior nas amostras de Moraes em comparação com Jabuticabeira II sugere que o aporte amiláceo tivesse sido maior em Moraes, o que é confirmado indiretamente através da maior freqüência de cáries. -Não parece ter havido distinção no aporte vegetal da dieta entre os sexos, já que não houve diferença das concentrações de amido e fitólitos entre homens e mulheres de Jabuticabeira II e Moraes. / The analysis of vegetal microfossils is paramount for the recovery of informations about plant use in past human groups, especially in archaeological contexts where macro remains are poorly preserved (as in shellmounds or sambaquis). Micro remains can be recovered from sediments, coprolites, stone artefacts, pottery, as well as from dental calculus. During the mastication and the use of the teeth as tools, micro particles like starch grains, phytoliths and fibers, become trapped in the dental calculus matrix. Chemical processing of dental calculus permits the extraction of microfossils. Quantification and identification allows reconstruction of habits and diet of past human groups. However, there are sites in which the calculus deposits do not preserve well enough to be processed using the traditional method. The plant use by Brazilian shellmound groups is still an underexplored matter. Among these there are groups like Jabuticabeira II (SC) with large deposits of dental calculus, where the traditional method can be applied, as well as others with just faint dental calculus marks, like Moraes (SP). Therefore, the aims of this work are to: process and analyse dental calculus contents from Jabuticabeira II individuals; develop and test a new method for the recovery of microfossils form cryptic dental calculus marks (dental wash); apply the dental wash in Moraes teeth; and, finally, to compare the results between both sites. The data obtained permit the following conclusions: -The dental wash technique is efficient for the recovery of microfossils from faint dental calculus marks and the results are comparable to those obtained by the traditional method. However, dental wash can preclude morphological and microwear analyses. - Starch grains were observed in almost all samples from both sites but the phytoliths were obtained only from few of them. This indicates that the vegetal diet in these sites was based mainly in storage organs of plants where only few individuals had a more diverse food intake, consuming also vegetal parts rich in phytoliths. - Modified starch grains found in both sites and dark plant fragments (charcoal) found only in Jabuticabeira II suggest food preparation. - The significant higher concentrations of starch grains in Moraes than in Jabuticabeira II, suggests that the intake of carbohydrate rich food was higher in Moraes. Indeed, this is corroborated by a much higher caries rates in the latter site. 136 -The absence of differences of starch and phytolith concentrations between men and women suggest that there was no distinction in the plant food consumed between the sexes.
2

Microfósseis contidos no cálculo dentário como evidência do uso de recursos vegetais nos sambaquis de Jabuticabeira II (SC) e Moraes (SP) / Microfossils from the dental calculus as evidence of plant use in Brazilian Shellmounds: Jabuticabeira II (SC) and Moraes (SP)

Célia Helena Cezar Boyadjian 06 December 2007 (has links)
A análise de microfósseis vegetais é extremamente útil para a recuperação de informações acerca da utilização de plantas por grupo humanos do passado, especialmente em sítios arqueológicos em que os macro-restos botânicos são raros, como é o caso dos sambaquis. Estes micro-restos podem ser obtidos a partir de sedimento, coprólitos, utensílios de pedra ou cerâmica, assim como de cálculo dentário (tártaro). Durante a mastigação e a utilização dos dentes como ferramentas, micro partículas provenientes do alimento ou da matéria prima utilizada, como grãos de amido, fitólitos, fibras, ficam retidas na matriz do cálculo, podendo ali permanecer protegidas por milhares de anos. O tratamento químico do cálculo permite a recuperação destes microfósseis, que, uma vez quantificados e identificados, fornecem dados valiosos para a reconstrução de hábitos e dieta. Entretanto, existem sítios em que, além da má preservação dos macro-restos vegetais, restam apenas escassas marcas de cálculo dentário aderidos aos dentes, impedindo a obtenção de fragmentos de cálculo e conseqüentemente a recuperação dos microfósseis. A utilização de recursos vegetais pelos grupos construtores de sambaquis constitui uma área do conhecimento ainda pouco explorada. Dentre os sambaquieiros há aqueles com depósitos fartos de cálculo dentário, como é o caso em Jabuticabeira II (SC), mas também há aqueles que apresentam somente reduzidos depósitos de cálculo, como é o caso em Moraes (SP). Assim, os objetivos deste trabalho foram: processar e analisar quantitativamente o conteúdo do cálculo dentário de indivíduos de Jabuticabeira II; desenvolver e testar um método alternativo que permitisse a recuperação de microfósseis a partir de marcas de cálculo dentário (.dental wash.); aplicar este método alternativo nos indivíduos de Moraes e comparar os resultados obtidos entre os dois sítios. Através dos resultados obtidos concluiu-se que: - O método .dental wash. é eficiente para a recuperação de micro partículas a partir de marcas exíguas de cálculo dentário, e seus resultados são comparáveis àqueles obtidos através da técnica tradicional. Contudo, o .dental wash. pode tornar os dentes mais friáveis, prejudicando análises morfológicas e de microdesgaste. - Foram observados grãos de amido em praticamente todas as amostras de Jabuticabeira II e Moraes, enquanto fitólitos somente foram encontrados em poucas delas. Isso indica um importante aporte de alimento amiláceo em ambos os sítios, enquanto que apenas 134 alguns indivíduos consumiam uma dieta mais diversificada, constituída em parte de vegetais ricos em fitólitos. - Grãos de amido modificados (em ambos os sítios) e fragmentos escuros de origem vegetal (somente em Jabuticabeira II) indicam o preparo de alimentos através de cocção, maceração, abrasão. - A concentração média dos grãos de amido significativamente maior nas amostras de Moraes em comparação com Jabuticabeira II sugere que o aporte amiláceo tivesse sido maior em Moraes, o que é confirmado indiretamente através da maior freqüência de cáries. -Não parece ter havido distinção no aporte vegetal da dieta entre os sexos, já que não houve diferença das concentrações de amido e fitólitos entre homens e mulheres de Jabuticabeira II e Moraes. / The analysis of vegetal microfossils is paramount for the recovery of informations about plant use in past human groups, especially in archaeological contexts where macro remains are poorly preserved (as in shellmounds or sambaquis). Micro remains can be recovered from sediments, coprolites, stone artefacts, pottery, as well as from dental calculus. During the mastication and the use of the teeth as tools, micro particles like starch grains, phytoliths and fibers, become trapped in the dental calculus matrix. Chemical processing of dental calculus permits the extraction of microfossils. Quantification and identification allows reconstruction of habits and diet of past human groups. However, there are sites in which the calculus deposits do not preserve well enough to be processed using the traditional method. The plant use by Brazilian shellmound groups is still an underexplored matter. Among these there are groups like Jabuticabeira II (SC) with large deposits of dental calculus, where the traditional method can be applied, as well as others with just faint dental calculus marks, like Moraes (SP). Therefore, the aims of this work are to: process and analyse dental calculus contents from Jabuticabeira II individuals; develop and test a new method for the recovery of microfossils form cryptic dental calculus marks (dental wash); apply the dental wash in Moraes teeth; and, finally, to compare the results between both sites. The data obtained permit the following conclusions: -The dental wash technique is efficient for the recovery of microfossils from faint dental calculus marks and the results are comparable to those obtained by the traditional method. However, dental wash can preclude morphological and microwear analyses. - Starch grains were observed in almost all samples from both sites but the phytoliths were obtained only from few of them. This indicates that the vegetal diet in these sites was based mainly in storage organs of plants where only few individuals had a more diverse food intake, consuming also vegetal parts rich in phytoliths. - Modified starch grains found in both sites and dark plant fragments (charcoal) found only in Jabuticabeira II suggest food preparation. - The significant higher concentrations of starch grains in Moraes than in Jabuticabeira II, suggests that the intake of carbohydrate rich food was higher in Moraes. Indeed, this is corroborated by a much higher caries rates in the latter site. 136 -The absence of differences of starch and phytolith concentrations between men and women suggest that there was no distinction in the plant food consumed between the sexes.
3

Análise e identificação de microvestígios vegetais de cálculo dentário para a reconstrução de dieta sambaquieira: estudo de caso de Jabuticabeira II, SC / Analysis and identification of plant microfossils from dental calculus for the reconstruction of shellmound builder\'s diet: a case study from Jabuticabeira II, SC

Boyadjian, Célia Helena Cezar 26 June 2012 (has links)
Embora os indivíduos construtores dos sambaquis constituam o grupo pré-histórico brasileiro melhor estudado, várias questões continuam em aberto. Algumas delas estão ligadas a estratégias de subsistência. Sabe-se que a economia desses indivíduos era baseada na pesca e que a coleta de moluscos teria papel complementar na alimentação. Mas, atualmente, estudos antracológicos e de cálculo dentário vêm demonstrando a grande importância da utilização de plantas pelos sambaquieiros. Entretanto, pouco se conhece sobre as espécies consumidas e o modo de preparo dos alimentos. O sambaqui Jabuticabeira II, localizado na região sul de Santa Catarina, apresenta indícios da utilização de plantas que incluem: artefatos líticos que se acredita que tenham sido usados para raspar, moer e quebrar vegetais; sementes de famílias de plantas que produzem frutos comestíveis; coquinhos; e restos carbonizados de lenho de uma grande diversidade de espécies. Além disso, notou-se grande número e variedade de grãos de amido no cálculo dentário dos indivíduos sepultados nesse sambaqui, sugerindo que o consumo de vegetais ricos em amido teria sido grande. O presente estudo trata, portanto, da análise de 119 microvestígios vegetais de cálculo dentário de 19 adultos de Jabuticabeira II, objetivando avaliar se ocorria, de fato, um consumo de grande variedade de vegetais amiláceos, bem como identificar quais plantas foram consumidas. Para possibilitar tal identificação, foi iniciada a elaboração de uma coleção de referência de grãos de amido de plantas nativas da região. A partir dos resultados obtidos sugere-se que os sambaquieiros de Jabuticabeira II consumiam uma grande variedade de plantas ricas em amido. Embora o número de microrrestos vegetais variasse bastante entre os indivíduos, aparentemente, não ocorria diferença quanto a dieta vegetal de acordo com sexo, classe etária ou lócus de enterramento. A presença de diatomáceas de ambientes de água salobra indicam que os recursos faunísticos consumidos eram obtidos a partir da paleolaguna. Eram consumidos órgãos de reserva subterrâneos de aráceas (inhames), Dioscorea sp. (carás), Calathea SP. (ariá) e Ipomoea batatas (batata-doce) e, possivelmente, frutos das famílias Myrtaceae (incluindo Eugenia uniflora - pitanga) e Arecaceae (palmeiras). Acredita-se que o milho (Zea mays) também fazia parte da dieta, embora não tenha sido possível discernir se era cultivado nesse sitio, ou se foi obtido através de troca com grupos cultivadores de outras regiões. Ainda que fitólitos de gramíneas possam ter sido acidentalmente incorporados ao cálculo dentário dos indivíduos de Jabuticabeira II, sugere-se que algumas gramíneas poderiam ter sido utilizadas, não somente como alimento, mas também com fins medicinais ou de higiene oral. O alimento de origem vegetal parece ter sido processado através de moagem ou maceração, assado em brasas ou cinzas ou, ainda, preparado em fornos escavados. As evidências obtidas neste trabalho não apontam para o cultivo intensivo das plantas que eram utilizadas na dieta desse grupo, mas não corroboram, nem descartam a hipótese de que o manejo ou horticultura de alguns taxa florísticos importantes tenha ocorrido / The sambaqui (shellmound) builders are the best studied ancient human group from Brazil. However, much has still to be discovered about them. It is very well known that their subsistence was based on fishing and that molluscs\' gathering was a complement to their diet. Recently, anthracology and dental calculus studies have shown the importance of plants, but very little is known about the species eaten and the processes that were used for food preparation. The Jabuticabeira II sambaqui, located in southern Santa Catarina, shows evidences of plant use that include: lithic artifacts related to food processing; seeds from plant families that produce edible fruits; palm nuts; and remains from carbonized wood from a variety of species. Besides that, a high number and variety of starch grains were recovered from the dental calculus of some skeletons, suggesting that the consumption of starchy plants was important. For the present study, plant microfossils (n=119) recovered from the dental calculus from 19 adults exhumed from Jabuticabeira II shellmound were analysed, in order to identify the species consumed and to test if, in fact, their diet consisted of a high variety of starchy plants. To allow identification, the construction of a starch reference collection from plants from the studied region was initiated. The results suggest that the individuals buried at Jabuticabeira II indeed ate a high variety of starchy plants. Despite the inter- individual variation in the number of microfossils, there seems to be no difference in the plant intake according to sex, age class and burial site. The diatoms from brackish water that were also found indicate that the faunal resources consumed were obtained from the paleolagoon nearby. Underground storage organs from the Araceae family (arum family), Dioscorea sp. (yams), Calathea sp. (llerén), Ipomoea batatas (sweet potato), and possibly fruits from the Myrtaceae family, including Eugenia uniflora (pitanga), and Arecaceae family (palm trees) were eaten. Although corn starch (Zea mays) grains were also identified, it is not yet clear if it was cultivated in Jabuticabeira II, or if it was obtained through exchange with cultivators from other sites. The grass leaf phytoliths that were also recovered suggest that plants from the Poaceae family could have been used as medicine or for oral hygiene. Plant food seems to have been processed through grinding, toasting in ashes, and maybe in underground ovens. Finally, there is no evidence that suggests that plants were cultivated in Jabuticabeira II, but the management of some botanical taxa cannot be excluded
4

Análise e identificação de microvestígios vegetais de cálculo dentário para a reconstrução de dieta sambaquieira: estudo de caso de Jabuticabeira II, SC / Analysis and identification of plant microfossils from dental calculus for the reconstruction of shellmound builder\'s diet: a case study from Jabuticabeira II, SC

Célia Helena Cezar Boyadjian 26 June 2012 (has links)
Embora os indivíduos construtores dos sambaquis constituam o grupo pré-histórico brasileiro melhor estudado, várias questões continuam em aberto. Algumas delas estão ligadas a estratégias de subsistência. Sabe-se que a economia desses indivíduos era baseada na pesca e que a coleta de moluscos teria papel complementar na alimentação. Mas, atualmente, estudos antracológicos e de cálculo dentário vêm demonstrando a grande importância da utilização de plantas pelos sambaquieiros. Entretanto, pouco se conhece sobre as espécies consumidas e o modo de preparo dos alimentos. O sambaqui Jabuticabeira II, localizado na região sul de Santa Catarina, apresenta indícios da utilização de plantas que incluem: artefatos líticos que se acredita que tenham sido usados para raspar, moer e quebrar vegetais; sementes de famílias de plantas que produzem frutos comestíveis; coquinhos; e restos carbonizados de lenho de uma grande diversidade de espécies. Além disso, notou-se grande número e variedade de grãos de amido no cálculo dentário dos indivíduos sepultados nesse sambaqui, sugerindo que o consumo de vegetais ricos em amido teria sido grande. O presente estudo trata, portanto, da análise de 119 microvestígios vegetais de cálculo dentário de 19 adultos de Jabuticabeira II, objetivando avaliar se ocorria, de fato, um consumo de grande variedade de vegetais amiláceos, bem como identificar quais plantas foram consumidas. Para possibilitar tal identificação, foi iniciada a elaboração de uma coleção de referência de grãos de amido de plantas nativas da região. A partir dos resultados obtidos sugere-se que os sambaquieiros de Jabuticabeira II consumiam uma grande variedade de plantas ricas em amido. Embora o número de microrrestos vegetais variasse bastante entre os indivíduos, aparentemente, não ocorria diferença quanto a dieta vegetal de acordo com sexo, classe etária ou lócus de enterramento. A presença de diatomáceas de ambientes de água salobra indicam que os recursos faunísticos consumidos eram obtidos a partir da paleolaguna. Eram consumidos órgãos de reserva subterrâneos de aráceas (inhames), Dioscorea sp. (carás), Calathea SP. (ariá) e Ipomoea batatas (batata-doce) e, possivelmente, frutos das famílias Myrtaceae (incluindo Eugenia uniflora - pitanga) e Arecaceae (palmeiras). Acredita-se que o milho (Zea mays) também fazia parte da dieta, embora não tenha sido possível discernir se era cultivado nesse sitio, ou se foi obtido através de troca com grupos cultivadores de outras regiões. Ainda que fitólitos de gramíneas possam ter sido acidentalmente incorporados ao cálculo dentário dos indivíduos de Jabuticabeira II, sugere-se que algumas gramíneas poderiam ter sido utilizadas, não somente como alimento, mas também com fins medicinais ou de higiene oral. O alimento de origem vegetal parece ter sido processado através de moagem ou maceração, assado em brasas ou cinzas ou, ainda, preparado em fornos escavados. As evidências obtidas neste trabalho não apontam para o cultivo intensivo das plantas que eram utilizadas na dieta desse grupo, mas não corroboram, nem descartam a hipótese de que o manejo ou horticultura de alguns taxa florísticos importantes tenha ocorrido / The sambaqui (shellmound) builders are the best studied ancient human group from Brazil. However, much has still to be discovered about them. It is very well known that their subsistence was based on fishing and that molluscs\' gathering was a complement to their diet. Recently, anthracology and dental calculus studies have shown the importance of plants, but very little is known about the species eaten and the processes that were used for food preparation. The Jabuticabeira II sambaqui, located in southern Santa Catarina, shows evidences of plant use that include: lithic artifacts related to food processing; seeds from plant families that produce edible fruits; palm nuts; and remains from carbonized wood from a variety of species. Besides that, a high number and variety of starch grains were recovered from the dental calculus of some skeletons, suggesting that the consumption of starchy plants was important. For the present study, plant microfossils (n=119) recovered from the dental calculus from 19 adults exhumed from Jabuticabeira II shellmound were analysed, in order to identify the species consumed and to test if, in fact, their diet consisted of a high variety of starchy plants. To allow identification, the construction of a starch reference collection from plants from the studied region was initiated. The results suggest that the individuals buried at Jabuticabeira II indeed ate a high variety of starchy plants. Despite the inter- individual variation in the number of microfossils, there seems to be no difference in the plant intake according to sex, age class and burial site. The diatoms from brackish water that were also found indicate that the faunal resources consumed were obtained from the paleolagoon nearby. Underground storage organs from the Araceae family (arum family), Dioscorea sp. (yams), Calathea sp. (llerén), Ipomoea batatas (sweet potato), and possibly fruits from the Myrtaceae family, including Eugenia uniflora (pitanga), and Arecaceae family (palm trees) were eaten. Although corn starch (Zea mays) grains were also identified, it is not yet clear if it was cultivated in Jabuticabeira II, or if it was obtained through exchange with cultivators from other sites. The grass leaf phytoliths that were also recovered suggest that plants from the Poaceae family could have been used as medicine or for oral hygiene. Plant food seems to have been processed through grinding, toasting in ashes, and maybe in underground ovens. Finally, there is no evidence that suggests that plants were cultivated in Jabuticabeira II, but the management of some botanical taxa cannot be excluded

Page generated in 0.0353 seconds