nÃo hà / O Projeto de IrrigaÃÃo VÃrzeas de Sousa â PIVAS à uma iniciativa do Governo da ParaÃba em conjunto com o poder polÃtico local com a finalidade de dinamizar as atividades agrÃcolas e agroindustriais no sertÃo do Estado. Idealizado na dÃcada de 1950, tornou-se polÃtica de reestruturaÃÃo da base produtiva regional em 1998. Mas somente a partir de 2007, as VÃrzeas de Sousa ganham notoriedade em virtude da implantaÃÃo de um modelo de agricultura cientÃfica, de carÃter empresarial, voltado para a produÃÃo de grÃos e de fruticultura irrigada para a exportaÃÃo. Nesse contexto, a dissertaÃÃo em questÃo analisou a implantaÃÃo do agronegÃcio no PIVAS e o processo de multiterritorializaÃÃo que tem ocorrido na Ãrea, bem como os embates acerca da viabilidade do modelo produtivo e a luta dos camponeses expulsos da terra e que hoje lutam por sua participaÃÃo no projeto. Para alcanÃar os objetivos propostos e fundamentar a discussÃo em pauta, o referencial teÃrico teve como suporte, na anÃlise das polÃticas pÃblicas de combate a seca no Nordeste, a teoria de expoentes como Castro (1992; 2008), e outros, enquanto o (re)arranjo produtivo dos espaÃos encontrou fulcro em Elias e Pequeno (2006) e Santos e Silveira (2008). Os procedimentos metodolÃgicos foram fundamentados em pesquisas bibliogrÃficas e documentais, realizaÃÃo de trabalhos de campo, registros fotogrÃficos e, por fim, entrevistas realizadas com os atores sociais envolvidos (empresÃrios, lideranÃas dos movimentos sociais, colonos irrigantes, agricultores sem terra e representantes do governo), as quais tiveram papel fundamental no entendimento acerca das dinÃmicas socioespacias que se moldam a partir do projeto e das facetas, ideologias e simbolismos revelados atravÃs da luta pela posse da terra. A anÃlise dos condicionantes que atuam na formaÃÃo do PIVAS, nos permitiu constatar que embora o mesmo seja visto pela classe empresarial e polÃtica como a alavanca para o progresso da regiÃo, decorridos mais de uma dÃcada de seu inÃcio e em meio a diversas denÃncias de irregularidades, aliadas ao descaso do Estado na resoluÃÃo dos impasses que impedem seu pleno funcionamento, o projeto pouco tem contribuÃdo para a economia da regiÃo e para a melhoria da qualidade de vida da populaÃÃo. Em contrapartida, enquanto esperam o raiar do sol, os camponeses mobilizados em sua trincheira de luta, impunham sua bandeira e alimentam o sonho pela conquista de seu torrÃo e por condiÃÃes dignas de sobrevivÃncia e de produtividade.