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Determinação e gestão das normas linguísticas no português brasileiro e no francês canadenseSt-Roch, Johannie January 2015 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2015 / Made available in DSpace on 2016-04-19T04:16:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / Esta dissertação apresenta uma análise comparativa entre as padronizações e gestões das normas linguísticas no português brasileiro e no francês canadense. O objetivo central constitui-se em examinar os principais agentes normativos no Brasil e no Québec - província oficialmente francófona do Canadá -, suas áreas de atuação e influência (lexicologia, terminologia, gramática, pronúncia), e conferir se existe uma tendência atual para uma gestão mais pluricêntrica e democrática tanto do português, como do francês, apesar da tradição bicêntrica do primeiro e monocêntrica do segundo. O objetivo secundário consiste em discutir o problema da insegurança linguística que as normas-padrão tendem a criar quando estas são estabelecidas segundo um modelo exógeno, provocando situações diglóssicas, como as que podemos observar no francês canadense e no português brasileiro.Esta análise está ancorada no conceito teórico de norma apresentado pela linguística e suas múltiplas faces, tendo como foco o conceito de norma-padrão, também chamada norma standard, e na teoria da pluricentricidade normativa tal como proposta por três de seus principais representantes linguistas, o alemão Heinz Kloss (1967), o australiano Michael Clyne (1992) e o austríaco Rudolf Muhr (2012). O tipo de pesquisa proposto se enquadra no campo da estandardologia comparada ou "Ausbankomparatistik", ramo da política linguística desenvolvido por Heinz Kloss, que consiste em comparar o processo de padronização linguística nas línguas. Para comparar esse processo no português brasileiro e no francês canadense, fazemos um percurso histórico específico, ressaltando eventos determinantes no processo da padronização dessas variantes e, em segundo lugar, analisamos as políticas linguísticas próprias do Brasil e da província do Québec em relação à normatização da língua, isto é, como se faz a gestão da norma e qual seria a posição desses agentes no espaço pluricêntrico. Por fim, discute-se se tais políticas apresentam tendências a uma gestão mais internacional e democrática da norma, o que representaria uma ruptura da tradição normativa monocêntrica da França, e também uma ruptura com a tradição bi-normativa do português, na qual competem Portugal e Brasil como atores principais.Os resultados da pesquisa mostram que há indícios recentes, na lusofonia e na francofonia, indicando um desejo de estabelecer normas linguísticas que sejam internacionais, embora respeitosas em relação às especificidades das diferentes variedades que formam as comunidades lusófonas e francófonas. Tais modos de gestão poderiam reduzir a insegurança linguística dos países que usam normas exógenas, além de ser algo vantajoso para línguas supercentrais como o francês e o português, que precisam fazer esforços conjuntos para manter sua posição como línguas de alcance internacional.<br> / Abstract : Ce mémoire présente une analyse comparative de la standardisation et gestion des normes linguistiques du portugais brésilien et du français canadien. L'objectif principal consiste à examiner les principaux agents normatifs au Brésil et au Québec - province canadienne officiellement francophone -, leurs domaines d'intervention et influence (lexicologie, terminologie, grammaire, prononciation), et confirmer s'il existe actuellement une tendance vers une gestion davantage pluricentrique et démocratique tant du côté du portugais que du côté du français, malgré la tradition bicentrique du premier et monocentrique du deuxième. L'objectif secondaire consiste à discuter du problème de l'insécurité linguistique que les normes standards ont tendance à créer lorsqu'établies selon un modèle exogène, provoquant ainsi des situations de diglossie, comme nous pouvons l'observer dans le français canadien et dans le portugais brésilien.Cette analyse se fonde sur le concept théorique de norme et ses multiples facettes tel que décrit par la linguistique. L'accent est mis sur le concept de norme standard ainsi que sur la théorie de la pluricentricité normative telle que proposée par trois de ses principaux représentants : le linguiste allemand Heinz Kloss (1967), le linguiste australien Michael Clyne (1992) et l'Autrichien Rodolf Murh (2012). Le type de recherche proposé s'inscrit dans le domaine de la standardologie comparée ou "Ausbankomparatistik", branche de la politique linguistique développée par Heinz Kloss, qui consiste à comparer les processus de normatisation linguistique des langues. Pour comparer ce processus chez le portugais brésilien et le français canadien, nous faisons un parcours historique spécifique, mettant en relief des événements déterminants dans le processus de normatisation de ces deux variétés et en deuxième lieu, nous analysons les politiques linguistiques propres au Brésil et à la province du Québec en ce qui concerne la normatisation linguistique, c'est-à-dire, comment les normes sont gérées et quelle serait la position de ces agents dans l?espace pluricentrique. Finalement, nous discutons si ces politiques démontrent une tendance vers une gestion plus internationale et démocratique de la norme, ce qui représenterait une rupture de la tradition normative monocentrique de la France ainsi qu'une rupture de la tradition bi-normative du portugais, dans laquelle le Portugal et le Brésil agissent comme principaux acteurs.Les résultats de la recherche révèlent qu'il y a des indices récents, au sein de la lusophonie et de la francophonie, qui démontrent une volonté d'établir des normes linguistiques internationales tout en respectant la spécificité des différentes variétés qui composent les communautés lusophones et francophones. De tels modes de gestion pourraient réduire l'insécurité linguistique des pays qui utilisent des normes exogènes en plus d'être avantageux pour des langues supercentrales comme le français et le portugais, qui se doivent de faire des efforts concertés pour maintenir leur position en tant que langues de portée internationale.
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