CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / A presente pesquisa tem como ponto de partida a crÃtica filosÃfica que Ludwig Andreas Feuerbach (1804-1872) faz sobre a religiÃo, filosofia especulativa e toda forma de idealismo que fundamenta o homem a partir de abstraÃÃes vazias, negando assim sua essÃncia genÃrica ao transferi-la para um ser imaginÃrio criado por ele mesmo à sua imagem e semelhanÃa. Ao longo do texto serÃo expostos os conceitos da essÃncia verdadeira e falsa da religiÃo, da essÃncia genÃrica do homem, da natureza e da essÃncia subjetiva da religiÃo tal como Feuerbach articula em seus escritos no decorrer de vÃrios momentos de sua vida. As obras usadas como referÃncias principais sÃo A EssÃncia do Cristianismo (1841), PreleÃÃes sobre a EssÃncia da ReligiÃo (1851) e PrincÃpios da Filosofia do Futuro e outros Escritos (1843), onde sÃo expostos os principais argumentos que fundamentam sua filosofia da sensibilidade. No decorrer deste texto sÃo evidenciadas e confrontadas as perspectivas distintas, de acordo com a presente pesquisa, sobre a religiÃo e o homem no que se refere à anÃlise feita por Feuerbach para este tema em A EssÃncia do Cristianismo e nas PreleÃÃes sobre a EssÃncia da ReligiÃo. Na primeira obra à notada uma anÃlise antropolÃgica-objetiva para este tema e na segunda o filÃsofo se debruÃa em um viÃs psicolÃgico-subjetivo que tem como base a relaÃÃo entre a natureza e o homem que se encontra à mercà de seus perigos. Para Feuerbach, a religiÃo cristà à um contraponto imediato à natureza, pois ela a subjuga conforme seus caprichos tornando-a dependente de uma vontade subjetiva, a saber Deus. Mas a filosofia feuerbachiana tem como ponto de partida a experiÃncia sensÃvel e coloca a natureza como incriada, absoluta e independente, sendo ela e os meios materiais os verdadeiros responsÃveis pela origem do homem criador dos deuses. Logo, esta pesquisa se concentrarà no relacionamento do homem com a natureza e do indivÃduo com o seu gÃnero, questionando o que faz surgir, primordialmente, o sentimento religioso. Esse sentimento, de acordo com Feuerbach, à no mÃnimo essencial ou inato ao ser humano, mas à aqui analisado o que proporciona, primordialmente, o seu despertar ou desenvolve nele a capacidade de criaÃÃo de deuses? E quem à o homem criador de deuses? Qual o momento mais marcante que possibilita aos humanos criarem seus deuses? à a partir do momento em que eles reconhecem seu gÃnero, que à portador de determinaÃÃes perfeitas (as essentidades), que passa a existir a religiÃo em suas vidas, como à o caso do cristianismo, ou à a partir de sua relaÃÃo nÃo recÃproca com a natureza? O que à mais fundamental na filosofia feuerbachiana para que exista religiÃo, sÃo as perfeiÃÃes do homem enquanto gÃnero, ou as imperfeiÃÃes do homem enquanto indivÃduo em seu relacionamento insuficiente, nÃo recÃproco, com as contingÃncias do mundo material? Desta forma, na crÃtica de Feuerbach à religiÃo podemos tambÃm notar a ocorrÃncia de uma virada antropolÃgica que possibilita o surgimento de uma nova teoria Ãtica baseada na relaÃÃo Eu-Tu, isto Ã, do homem com o outro sem a mediaÃÃo de nenhum ente divino, abstrato, e essa teoria o coloca em sua integralidade no centro dessa filosofia admitindo-o como ser sensÃvel, corpÃreo que està inserido na natureza e apenas dela depende para existir.