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A iminência da subordinação aos Estados Unidos: a afirmação do Brasil como periferia do capitalismo na exposição universal de Chicago / The imminence of subordination to the United States: the Brazilian affirmation as a periphery of Capitalism during the Universal exhibition of Chicago

Assis, Raimundo Jucier Sousa de 27 January 2017 (has links)
Considerando as exposições universais como espetáculos produtores de vitrines da geopolítica do capitalismo, elaboradas com o intuito de comparar os centros e as periferias do mercado mundial, a presente investigação compõe uma análise sobre as informações gratuitas oferecidas pelo Brasil no contexto da aproximação geopolítica com os Estados Unidos na transição do século XIX para o século XX. Organizamos nossa pesquisa a partir de fontes documentais que se referem a produção de livros, de catálogos e de relatórios escritos, bem como, das amostras dos produtos da natureza e da agricultura que foram selecionadas, inventariadas e dispostas para serem juntamente apresentadas na exposição universal de Chicago. Os textos e amostras sobre o território do Brasil ocultavam um encontro de processos históricos entre centro e periferia: por um lado, os Estados Unidos buscavam operacionalizar o pan-americanismo da Doutrina Monroe, definindo a América Latina como sua área de influência, seu espaço novo no presente e para o futuro de seus domínios, naquela era de neocolonialismo das grandes potências; por outro lado, as frações de classes dominantes e os representantes de oligarquias no Brasil no início da República emitiam, por meio de textos e propagandas em tom científico, as seguranças para a reprodução do capitalismo no Brasil, a partir da demonstração de que se tinha o controle da propriedade, os extensos espaços virgens ainda existentes para serem explorados, produtos primários para exportação e capacidade para importar os excedentes de capital e de trabalho. Além do mais, esses documentos permitiam que partes do território do Brasil pudessem ser estudadas e arquivadas por aqueles que tivessem acesso a essa produção intelectual, documentos que demarcavam com precisão as riquezas naturais e as potências da exploração da natureza para mineração, monocultura ou mesmo para investimentos no desenvolvimento de infraestrutura de transporte, como as ferrovias. Afinal, mesmo que a apresentação de qualquer Estado moderno na exposição universal de Chicago não permitisse ser reduzida a intenções bilaterais, o escoamento de grande parte da produção do café e do açúcar para os Estados Unidos, a criação de uma Constituição brasileira com aportes políticos e jurídicos americanos, a disposição e intervenção dos Estados Unidos na Revolta da Armada e um início de acordo comercial travado entre os dois Estados, salvando a balança comercial brasileira no início da década de 1890, permitem que entendamos o envio da elaboração intelectual sobre os produtos primários como parcela dos estoques de ideias e de fontes atrativas que ocultavam prenúncios da subordinação do território do Brasil aos possuidores de capital e aos representantes políticos do imperialismo americano. / Considering Universal Fairs as geopolitical showcase spectacles of capitalism, created in the aim to compare the centers and periphery of global market, the present investigation dispose an analysis over the Brazilian territory in the transition from XIXth to XXth century, right after the abolition of slavery and the beginning of the First Republic. It was discussed the free information which was offered do the American imperialism, in one hand, shaped by an array of intellectual products about the Brazilian territory, produced by State representatives, from fractions of dominant class or their intellectual partners, such as books, catalogues and reports, and, in another hand, by the reports of combined samples of manufactures from foreign and internal markets, both elected to be exposed in the Brazils exposition in the Universal Fair of Chicago, in 1893. Despite the intense subordination to the free-commerce imperialism of Great Britain and other European centers, the transition from eighteenth to nineteenth century presented a major part of fractions from the dominant classes and the Brazilians State deputies, seeking for closeness to the capital holders and political chiefs from the United States of America, relations that became reciprocal by supporting the very military coup in the foundations of the Brazilians first Republic, in 1889, recognized by the United States. In this way, the United States of America managed to proceed with their pan-americanism by the Monroes Doctrine, which was already prepared. On the other side, Brazilian oligarchies emitted texts and propaganda in scientific language over the reproduction of capitalism in Brazil, the control of property, the extensive virgin spaces that already existed to be explored. Adding to this, these documents allowed that parts of the Brazilian territory could be studied and archived by those who had access to this intellectual products, documents which stated with precision the natural richness and the potentialities of the exploration of nature to mining, monoculture, or even to investments for developing transportation infrastructure, such as railways. After all, the trade of great part of the coffee to the United States of America, the creation of a Brazilian constitution with political and juridical affairs to Americans, the United States interventions in Revolta da Armada, and the beginning of a trade agreement signed by both States, saving the Brazilian trade balance in the beginning of the 1890 decade, enable us to understand how sending the intellectual production over its natural resources and their products to all who demonstrate interest hide, especially, part of the stock of ideas and attractive sources that accumulated as part of the subordination of the Brazilian territory to the capital holders and political representatives of the American imperialism.
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A iminência da subordinação aos Estados Unidos: a afirmação do Brasil como periferia do capitalismo na exposição universal de Chicago / The imminence of subordination to the United States: the Brazilian affirmation as a periphery of Capitalism during the Universal exhibition of Chicago

Raimundo Jucier Sousa de Assis 27 January 2017 (has links)
Considerando as exposições universais como espetáculos produtores de vitrines da geopolítica do capitalismo, elaboradas com o intuito de comparar os centros e as periferias do mercado mundial, a presente investigação compõe uma análise sobre as informações gratuitas oferecidas pelo Brasil no contexto da aproximação geopolítica com os Estados Unidos na transição do século XIX para o século XX. Organizamos nossa pesquisa a partir de fontes documentais que se referem a produção de livros, de catálogos e de relatórios escritos, bem como, das amostras dos produtos da natureza e da agricultura que foram selecionadas, inventariadas e dispostas para serem juntamente apresentadas na exposição universal de Chicago. Os textos e amostras sobre o território do Brasil ocultavam um encontro de processos históricos entre centro e periferia: por um lado, os Estados Unidos buscavam operacionalizar o pan-americanismo da Doutrina Monroe, definindo a América Latina como sua área de influência, seu espaço novo no presente e para o futuro de seus domínios, naquela era de neocolonialismo das grandes potências; por outro lado, as frações de classes dominantes e os representantes de oligarquias no Brasil no início da República emitiam, por meio de textos e propagandas em tom científico, as seguranças para a reprodução do capitalismo no Brasil, a partir da demonstração de que se tinha o controle da propriedade, os extensos espaços virgens ainda existentes para serem explorados, produtos primários para exportação e capacidade para importar os excedentes de capital e de trabalho. Além do mais, esses documentos permitiam que partes do território do Brasil pudessem ser estudadas e arquivadas por aqueles que tivessem acesso a essa produção intelectual, documentos que demarcavam com precisão as riquezas naturais e as potências da exploração da natureza para mineração, monocultura ou mesmo para investimentos no desenvolvimento de infraestrutura de transporte, como as ferrovias. Afinal, mesmo que a apresentação de qualquer Estado moderno na exposição universal de Chicago não permitisse ser reduzida a intenções bilaterais, o escoamento de grande parte da produção do café e do açúcar para os Estados Unidos, a criação de uma Constituição brasileira com aportes políticos e jurídicos americanos, a disposição e intervenção dos Estados Unidos na Revolta da Armada e um início de acordo comercial travado entre os dois Estados, salvando a balança comercial brasileira no início da década de 1890, permitem que entendamos o envio da elaboração intelectual sobre os produtos primários como parcela dos estoques de ideias e de fontes atrativas que ocultavam prenúncios da subordinação do território do Brasil aos possuidores de capital e aos representantes políticos do imperialismo americano. / Considering Universal Fairs as geopolitical showcase spectacles of capitalism, created in the aim to compare the centers and periphery of global market, the present investigation dispose an analysis over the Brazilian territory in the transition from XIXth to XXth century, right after the abolition of slavery and the beginning of the First Republic. It was discussed the free information which was offered do the American imperialism, in one hand, shaped by an array of intellectual products about the Brazilian territory, produced by State representatives, from fractions of dominant class or their intellectual partners, such as books, catalogues and reports, and, in another hand, by the reports of combined samples of manufactures from foreign and internal markets, both elected to be exposed in the Brazils exposition in the Universal Fair of Chicago, in 1893. Despite the intense subordination to the free-commerce imperialism of Great Britain and other European centers, the transition from eighteenth to nineteenth century presented a major part of fractions from the dominant classes and the Brazilians State deputies, seeking for closeness to the capital holders and political chiefs from the United States of America, relations that became reciprocal by supporting the very military coup in the foundations of the Brazilians first Republic, in 1889, recognized by the United States. In this way, the United States of America managed to proceed with their pan-americanism by the Monroes Doctrine, which was already prepared. On the other side, Brazilian oligarchies emitted texts and propaganda in scientific language over the reproduction of capitalism in Brazil, the control of property, the extensive virgin spaces that already existed to be explored. Adding to this, these documents allowed that parts of the Brazilian territory could be studied and archived by those who had access to this intellectual products, documents which stated with precision the natural richness and the potentialities of the exploration of nature to mining, monoculture, or even to investments for developing transportation infrastructure, such as railways. After all, the trade of great part of the coffee to the United States of America, the creation of a Brazilian constitution with political and juridical affairs to Americans, the United States interventions in Revolta da Armada, and the beginning of a trade agreement signed by both States, saving the Brazilian trade balance in the beginning of the 1890 decade, enable us to understand how sending the intellectual production over its natural resources and their products to all who demonstrate interest hide, especially, part of the stock of ideas and attractive sources that accumulated as part of the subordination of the Brazilian territory to the capital holders and political representatives of the American imperialism.
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Cartografias capitais: os projetos do Mapa Internacional do Mundo e da Carta do Brasil ao Milionésimo (1891-1930) / Capital cartographies: the projects of the International map of the World and the map of Brazil to 1:1,000,000

Duarte, Rildo Borges 16 October 2018 (has links)
Esta tese analisa os projetos do Mapa Internacional do Mundo ao Milionésimo e da Carta do Brasil ao Milionésimo em comemoração ao centenário da independência. Elaboradas e desenvolvidas durante as primeiras décadas do século XX, estas produções cartográficas estão ligadas ao processo de padronização de pesos e medidas inseridas no contexto de unificação material do mundo dada pela expansão das relações capitalistas de produção. No caso do projeto mundial, idealizado pelo geógrafo alemão Albrecht Penck, no 5º Congresso Geográfico Internacional, realizado na cidade de Berna em 1891, o principal objetivo era o de confeccionar um novo mapa para aquele mundo novo que se apresentava unido sob a égide do cientificismo e do liberalismo. Porém, a sua realização só ocorreu a partir de contornos geopolíticos e imperialistas bem definidos, com a articulação das instituições cartográficas das principais potências, em um processo de reafirmação dos centros e de redesenho das periferias. No Brasil, o Clube de Engenharia se responsabilizaria, com a liderança de figuras como Paulo de Frontin e Francisco Bhering, pela confecção da Carta do Brasil ao Milionésimo. As formas como o País se inseriu, com esta Carta, no projeto do Mapa Internacional do Mundo se conectavam ao discurso modernizador que associava progresso técnico, avanços científicos e evolução civilizatória. Este era um modelo eurocêntrico de desenvolvimento que se traduzia em diversos discursos e projetos sobre o território brasileiro na transição do século XIX para o XX. Estes planos visavam atender à ânsia modernizadora do Estado republicano e das classes hegemônicas como parte do projeto de dominação e controle do território e de sua população. Neste sentido, o conhecimento geográfico do território, traduzido em linguagem cartográfica, servia aos interesses daqueles que pretendiam fazer avançar a civilização no País. Daí a importância de participar ativamente de projetos como o da Carta do Mundo, como forma de mostrar-se capaz de mapear os mais recônditos pontos do território. Os mapas analisados nesta tese são capitais para entender como uma cartografia para o capitalismo teve que ser criada e universalizada. / This thesis analyzes the projects of the International Map of the World to 1:1,000,000 and of the Map of Brazil to 1:1,000,000 in commemoration of the centenary of independence. Elaborated and developed during the first decades of the twentieth century, these cartographic productions are linked to the process of standardization of weights and measures inserted in the context of material unification of the world given by the expansion of capitalist productions relations. In the case of the world project, conceived by the German geographer Albrecht Penck, at the 5th International Geographical Congress, held in the city of Bern in 1891, the main objective was to create a new map for that new world which was united under the aegis of scientism and liberalism. However, its realization only came from geopolitical and imperialist well defined contours, with the articulation of the cartographic institutions of the main powers, in a process of reasserting the centers and redesigning the peripheries. In Brazil, the Engineering Club would be responsible, with leaders of figures such as Paulo de Frontin and Francisco Bhering, for the preparation of the Map of Brazil to 1:1,000,000. The ways in which the country inserted itself with this Map in the International Map of the World project were connected to the modernizing discourse that associated technical progress, scientific advances and civilization evolution. This was a Eurocentric model of development that translated into several discourses and projects on the Brazilian territory in the transition from the nineteenth to the twentieth century. These plans aimed to meet the modernizing eagerness of the republican state and the hegemonic classes as part of the project of domination and control of the territory and its population. In this sense, geographic knowledge of the territory translated into cartographic language and served the interests of those who wanted to advance \"civilization in the Country\". Hence the importance of actively participating in projects such as the International Map of the World, as a way of showing itself capable of mapping the most recondite points in the territory. The maps analyzed in this thesis are capital to understand how a cartography for capitalism had to be created and universalized.
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Cartografias capitais: os projetos do Mapa Internacional do Mundo e da Carta do Brasil ao Milionésimo (1891-1930) / Capital cartographies: the projects of the International map of the World and the map of Brazil to 1:1,000,000

Rildo Borges Duarte 16 October 2018 (has links)
Esta tese analisa os projetos do Mapa Internacional do Mundo ao Milionésimo e da Carta do Brasil ao Milionésimo em comemoração ao centenário da independência. Elaboradas e desenvolvidas durante as primeiras décadas do século XX, estas produções cartográficas estão ligadas ao processo de padronização de pesos e medidas inseridas no contexto de unificação material do mundo dada pela expansão das relações capitalistas de produção. No caso do projeto mundial, idealizado pelo geógrafo alemão Albrecht Penck, no 5º Congresso Geográfico Internacional, realizado na cidade de Berna em 1891, o principal objetivo era o de confeccionar um novo mapa para aquele mundo novo que se apresentava unido sob a égide do cientificismo e do liberalismo. Porém, a sua realização só ocorreu a partir de contornos geopolíticos e imperialistas bem definidos, com a articulação das instituições cartográficas das principais potências, em um processo de reafirmação dos centros e de redesenho das periferias. No Brasil, o Clube de Engenharia se responsabilizaria, com a liderança de figuras como Paulo de Frontin e Francisco Bhering, pela confecção da Carta do Brasil ao Milionésimo. As formas como o País se inseriu, com esta Carta, no projeto do Mapa Internacional do Mundo se conectavam ao discurso modernizador que associava progresso técnico, avanços científicos e evolução civilizatória. Este era um modelo eurocêntrico de desenvolvimento que se traduzia em diversos discursos e projetos sobre o território brasileiro na transição do século XIX para o XX. Estes planos visavam atender à ânsia modernizadora do Estado republicano e das classes hegemônicas como parte do projeto de dominação e controle do território e de sua população. Neste sentido, o conhecimento geográfico do território, traduzido em linguagem cartográfica, servia aos interesses daqueles que pretendiam fazer avançar a civilização no País. Daí a importância de participar ativamente de projetos como o da Carta do Mundo, como forma de mostrar-se capaz de mapear os mais recônditos pontos do território. Os mapas analisados nesta tese são capitais para entender como uma cartografia para o capitalismo teve que ser criada e universalizada. / This thesis analyzes the projects of the International Map of the World to 1:1,000,000 and of the Map of Brazil to 1:1,000,000 in commemoration of the centenary of independence. Elaborated and developed during the first decades of the twentieth century, these cartographic productions are linked to the process of standardization of weights and measures inserted in the context of material unification of the world given by the expansion of capitalist productions relations. In the case of the world project, conceived by the German geographer Albrecht Penck, at the 5th International Geographical Congress, held in the city of Bern in 1891, the main objective was to create a new map for that new world which was united under the aegis of scientism and liberalism. However, its realization only came from geopolitical and imperialist well defined contours, with the articulation of the cartographic institutions of the main powers, in a process of reasserting the centers and redesigning the peripheries. In Brazil, the Engineering Club would be responsible, with leaders of figures such as Paulo de Frontin and Francisco Bhering, for the preparation of the Map of Brazil to 1:1,000,000. The ways in which the country inserted itself with this Map in the International Map of the World project were connected to the modernizing discourse that associated technical progress, scientific advances and civilization evolution. This was a Eurocentric model of development that translated into several discourses and projects on the Brazilian territory in the transition from the nineteenth to the twentieth century. These plans aimed to meet the modernizing eagerness of the republican state and the hegemonic classes as part of the project of domination and control of the territory and its population. In this sense, geographic knowledge of the territory translated into cartographic language and served the interests of those who wanted to advance \"civilization in the Country\". Hence the importance of actively participating in projects such as the International Map of the World, as a way of showing itself capable of mapping the most recondite points in the territory. The maps analyzed in this thesis are capital to understand how a cartography for capitalism had to be created and universalized.

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