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CONFLITOS DE DEVERES E DILEMAS MORAIS: UMA PROBLEMATIZAÇÃO A PARTIR DA TEORIA MORAL DE I. KANT / MORAL CONFLICTS AND MORAL DILEMMAS: A PROBLEMATIZATION AS OF THE MORAL THEORY OF I. KANTNunes, Lauren de Lacerda 26 March 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The present work aims to problematize the question of the moral conflicts or conflict of duties in the Kantian ethical theory and in the post contemporary contribution for the referred discussion. In a first moment, the concept of moral conflict per se is characterized, i.e., out of the sphere of the Kantian theory, in order to comprehend the intrinsic relevance of this theme. Through this characterization it s demonstrated that the mere affirmation of the moral conflicts is capable to incite important consequences in normative moral theory and in metaethics, and that the Kantian s denyal of moral conflicts deserves to be studied more deeply. So, in a second moment the Kantian moral theory is properly approached. The Kantian approach of the conflict of duties is demonstrated through the exposition of the passage of the Metaphysics of Morals, in which Kant mentions that a collision of duties is inconceivable . The searching for the clarification of this denyal is done through the
exploration of another Kantian works, like Critique of Pure Reason, Groundwork of the Metaphysic of Morals and Critique of Pratical Reason. Beyond that, the
contemporary voices in the debate are also used in order to establish the Kantian argument. Authors like McConnell, Brink, Donagan and others, were also concerned
with the denyal of moral conflicts, and through their help it s possible to glimpse what could be the whole Kantian argument against the moral conflicts. It s also showed
that this argument is mainly based on two metaethical principles: the Kantian Principle and the Aglomeration Principle. An analysis of these principles is done too.
The theories that vindicate the existence and authenticity of the moral conflicts are approached in a third moment. These theories started working with the affective
remainders or gaps (regret, guilt or remorse). Authors that developed these ideas are Williams and Marcus. Gowans carries out the defense of the conflicts in supporting
the idea of the inescapable moral wrongdoing, in which it s postulated that whatever the choice is made by an agent in some conflicts, he will do something wrong, no
matter what. And that he will regret or fell moral distress after the decision. Gowans also vindicates a theory called Responsibilities to Persons Account made with the objective of accommodating the idea of this inescapable moral wrongdoing in moral conflicts. The theory of Gowans has proved to be effective in dealing with these questions, although it lacks objectivity, because it focuses on just some cases of conflicts. The Kantian answer to this problem (of the inescapable moral wrongdoing)is also explored in the end of this work. That answer will be based mainly on the idea of the superiority of the moral law before the particular person and in the formula of the humanity as an end in itself. However, the answer reveals the difficulties that the Kantian moral theory met in dealing with the moral conflicts that involve agent s responsibilities with intimates. / O presente trabalho busca problematizar a questão dos conflitos morais ou conflitos de deveres na teoria ética kantiana e nas posteriores contribuições contemporâneas
para a referida discussão. Em um primeiro momento, caracteriza-se o conceito de conflito moral em si , fora da esfera da teoria kantiana, para que se compreenda a
relevância intrínseca dessa temática. Por meio da caracterização fica demonstrado que a mera afirmação dos conflitos morais é capaz de suscitar consequências
importantes em teoria moral normativa e em teoria metaética, e que a negação kantiana dos conflitos morais merece por isso, ser aprofundada. Dessa forma, em um segundo momento adentra-se propriamente na teoria kantiana. A abordagem do
conflito de deveres por Kant é explicitada através da exposição da passagem da Metafísica dos Costumes, na qual este menciona que uma colisão de deveres é inconcebível . A busca pelo esclarecimento acerca desta negação é feita por meio da exploração de outras obras kantianas, como a Crítica da Razão Pura, a Fundamentação da Metafísica dos Costumes e a Crítica da Razão Prática. Além disso, as vozes contemporâneas no debate também são utilizadas com o intuito de estabelecer o argumento kantiano. Autores como McConnell, Brink, Donagan entre outros, ocuparam-se também da negação dos conflitos morais e com o auxílio destes é possível vislumbrar o que seria o argumento kantiano inteiro contra os conflitos morais. Mostra-se também, que tal argumento se baseia principalmente em dois princípios metaéticos: o Princípio de Kant e o Princípio de Aglomeração. Uma análise de tais princípios também é realizada. Em um terceiro momento abordam-se as teorias que defendem, ao contrário de Kant e seus seguidores, a existência e
genuinidade dos conflitos morais. Essas teorias inicialmente partiram da ideia do resquício afetivo (arrependimento, culpa ou remorso), como é o caso de Williams e de Marcus, entre outros. Gowans, implementa a defesa dos conflitos ao sustentar a ideia do erro moral inevitável, que postula que seja qual for a alternativa de ação seguida por um agente, diante de alguns conflitos, ele incorrerá em erro moral, e
sentir-se-á moralmente arrependido ou aflito após a decisão. Gowans, defende também uma teoria das Responsabilidades para com Pessoas criada com o intuito de acomodar a ideia de tal erro inevitável nos conflitos morais. A teoria de Gowans
mostra-se eficaz no trato de tais questões, embora perca um pouco em generalidade, pois foca-se apenas em alguns casos específicos de conflitos. A resposta kantiana a mais este problema (do erro moral inevitável) também é explorada ao final deste trabalho. Esta se baseia principalmente na ideia da
superioridade da lei moral perante o individuo particular e na fórmula da humanidade como fim em si. Contudo, revela as dificuldades que a teoria moral kantiana encontra ao lidar com conflitos morais que envolvam responsabilidades do
agente para com pessoas próximas.
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