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Dias Gomes Pantagruélico: diálogos e saramandices entre Gargântua e Pantagruel, o Berço do Herói, Saramandaia e Sucupira ame-a ou deixe-a / Pantagruelic Dias Gomes: Dialogues and “Saramandices” between Gargantua and Pantaguel, O Berço do Herói, Saramandaia and Sucupira Ame-a of Deixe-a.Langaro, Cleiser Schenatto 30 March 2017 (has links)
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Previous issue date: 2017-03-30 / This paper is an outcome of the comparison between the works "Gargantua and Pantagruel" (2009), written by François Rabelais in the transition from the Middle Ages to Renaissance, and the works "Sucupira, ame-a ou deixe-a: venturas e desventuras de Zeca Diabo e sua gente na terra de Odorico, o bem amado" (1982), O berço do herói (1990) and Saramandaia (1976-2013), written by twentieth century Brazilian writer and playwright Dias Gomes. The dialog proposed from style and a comic vision of the world guided a comparative analysis of the esthetic projections in the works. A reflection about the esthetics of grotesque realism, the creature-esque, its variations and about the cultural aspect of Rabelais-ish, mocking and witty kind of humor established the dialogue with Dias Gomes' current-day productions, starting from the themes, situations, characters and images that translate the popular comic culture. Dias Gomes approached and re-signified -- in his comic and satirical works -- subjects and style aspects found in Gargantua and Pantagruel. Studies point out to these writers' interest in interfering with the readers' worldview and in generating or boosting reflections that walk the opposite way of the hegemonic powers and the official political and religious regime -- not to mention the rules of aesthetics. Farce and the mocking and witty humor, as well as the creature-centered realism, the low body material, everyday talk topics and language used in the family are phenomena that bring characters, themes and situations narrated by the Brazilian playwright closer to the works of Rabelais. The style of Rabelais echoes in the productions of Dias Gomes. / O presente estudo resultou do cotejamento entre as obras Gargântua e
Pantagruel (2009), de François Rabelais, escrita no período de transição da Idade
Média para o Renascimento e as obras Sucupira, ame-a ou deixe-a: venturas e
desventuras de Zeca Diabo e sua gente na terra de Odorico, o bem amado (1982),
O Berço do Herói (1990) e Saramandaia (1976-2013), de Dias Gomes, escritor e
dramaturgo brasileiro do século XX. O diálogo proposto a partir do estilo e da visão
cômica do mundo norteou a análise comparativa das elaborações estéticas nas
obras. A reflexão sobre a estética do realismo grotesco, criatural, suas variações e
sobre o lastro cultural do riso rabelaisiano, carnavalesco e ambivalente, estabeleceu
o diálogo com as produções contemporâneas de Dias Gomes a partir dos temas,
situações, personagens e imagens que traduzem a cultura cômica popular. Dias
Gomes abordou e ressignificou, em suas obras cômicas e satíricas, temas e
aspectos estilísticos presentes em Gargântua e Pantagruel. Os estudos constataram
o interesse dos escritores em interferir na cosmovisão do leitor, cada qual em sua
temporalidade, e gerar ou impulsionar reflexões na contramão da ordem
hegemônica e do regime político/religioso oficial, bem como das normas estéticas. A
farsa e o riso carnavalesco e ambivalente, o realismo grotesco, o realismo criatural,
o baixo material corporal, os temas da praça pública e a linguagem familiar
constituem-se como fenômenos que aproximam personagens, temas e situações
narradas pelo dramaturgo brasileiro à obra de Rabelais. O estilo de Rabelais ecoa
nas produções de Dias Gomes.
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