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Morfologia hemipeniana dos lagartos microteídeos e suas implicações nas relações filogenéticas da família Gymnophthalmidae (Teiioidea: Squamata) / Hemipenial morphology of microteiid lizards and their implications on phylogenetic relationships of the family Gymnophtalmidae (Squamata: Teiioidea)

Nunes, Pedro Murilo Sales 12 August 2011 (has links)
A família Gymnophthalmidae é composta por cerca de 220 espécies de lagartos de pequeno a médio porte, alocadas em 48 gêneros e distribuídas desde o sul do México até a Argentina, além do Caribe e outras ilhas das Américas do Sul e Central. Atualmente a família é reconhecida como um grupo monofilético bem sustentado por caracteres morfológicos e moleculares, representando o grupo-irmão da família Teiidae, ambos formando um clado maior designado como superfamília Teiioidea. Apesar dos avanços recentes, ainda existem questões sistemáticas controversas a serem abordadas em relação entre os táxons da família Gymnophthalmidae. A morfologia do hemipênis vem sendo tradicionalmente utilizada como fonte de informação para estudos em sistemática e taxonomia de Squamata há mais de um século, apesar de ser mais extensamente explorada em Serpentes do que em lagartos e anfisbenídeos. Mesmo sendo historicamente um dos grupos de lagartos cuja morfologia hemipeniana foi mais explorada, as descrições deste complexo morfológico para a família Gymnophthalmidae são pontuais e nunca foram utilizadas como em um contexto sistemático abrangente. Neste trabalho foram analisados os hemipênis de 47 dos 48 gêneros atualmente reconhecidos para a família, sendo a única exceção o gênero recém-descrito Marinussaurus. Os hemipênis de 395 espécimes alocados em 145 espécies da família foram descritos detalhadamente e comparados entre si, bem como aos de representantes da família Teiidae, que representa o mais provável grupo-irmão de Gymnophthalmidae. Com base nas descrições e nesta abordagem comparativa, foi possível discutir e avaliar as hipóteses filogenéticas já existentes para a família e sugerir novos arranjos taxonômicos dentro do grupo. / The family Gymnophthalmidae comprises more than 220 species of small and medium-size lizards, allocated in 48 genera that occur from southern Mexico to Argentina, as well as in the West Indies and other islands in Central and South America. The monophyly of gymnophthalmids is presently supported by morphological and molecular characters; moreover, its sister-group relationship to the family Teiidae is also well established, comprising a larger clade taxonomically recognized as the superfamily Teiioidea. Despite recent advances in the systematics of the Gymnophtalmidae, several questions regarding the taxonomic recognition of some genera, tribes and subfamilies within the family demand further investigation. In such a context, hemipenial morphology may help to clarify punctual and controversial aspects of the relationships among the gymnophthalmids. For more than a century, hemipenial morphology has been widely used in squamates systematics, especially with respect to snakes. Among lizards, the Gymnophthalmidae appears as one of the groups in which hemipenes are reasonably explored in the literature, but most data are restricted to punctual descriptions and were never assessed under a comprehensive phylogenetic background. Herein, we examined the hemipenes of 395 specimens of 145 gymnopthalmid species representing 47 of the 48 genera presently recognized in the family (the monotypic and recently described genus Marinussaurus is the only genus missing in our sample). The organs were described in detail and compared among the members of the family, as well as with some representatives of Teiidae, which represents the outgroup of Gymnophthalmidae in studies of explicit phylogenetic inference. Such an approach not only allowed us to discuss the phylogenetic assumptions and taxonomic systems available to date, but also provided new clues regarding the relationships of some gymnophthalmid terminals that may be informative in order to improve resolution of the systematics of the group in the future.
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Morfologia hemipeniana dos lagartos microteídeos e suas implicações nas relações filogenéticas da família Gymnophthalmidae (Teiioidea: Squamata) / Hemipenial morphology of microteiid lizards and their implications on phylogenetic relationships of the family Gymnophtalmidae (Squamata: Teiioidea)

Pedro Murilo Sales Nunes 12 August 2011 (has links)
A família Gymnophthalmidae é composta por cerca de 220 espécies de lagartos de pequeno a médio porte, alocadas em 48 gêneros e distribuídas desde o sul do México até a Argentina, além do Caribe e outras ilhas das Américas do Sul e Central. Atualmente a família é reconhecida como um grupo monofilético bem sustentado por caracteres morfológicos e moleculares, representando o grupo-irmão da família Teiidae, ambos formando um clado maior designado como superfamília Teiioidea. Apesar dos avanços recentes, ainda existem questões sistemáticas controversas a serem abordadas em relação entre os táxons da família Gymnophthalmidae. A morfologia do hemipênis vem sendo tradicionalmente utilizada como fonte de informação para estudos em sistemática e taxonomia de Squamata há mais de um século, apesar de ser mais extensamente explorada em Serpentes do que em lagartos e anfisbenídeos. Mesmo sendo historicamente um dos grupos de lagartos cuja morfologia hemipeniana foi mais explorada, as descrições deste complexo morfológico para a família Gymnophthalmidae são pontuais e nunca foram utilizadas como em um contexto sistemático abrangente. Neste trabalho foram analisados os hemipênis de 47 dos 48 gêneros atualmente reconhecidos para a família, sendo a única exceção o gênero recém-descrito Marinussaurus. Os hemipênis de 395 espécimes alocados em 145 espécies da família foram descritos detalhadamente e comparados entre si, bem como aos de representantes da família Teiidae, que representa o mais provável grupo-irmão de Gymnophthalmidae. Com base nas descrições e nesta abordagem comparativa, foi possível discutir e avaliar as hipóteses filogenéticas já existentes para a família e sugerir novos arranjos taxonômicos dentro do grupo. / The family Gymnophthalmidae comprises more than 220 species of small and medium-size lizards, allocated in 48 genera that occur from southern Mexico to Argentina, as well as in the West Indies and other islands in Central and South America. The monophyly of gymnophthalmids is presently supported by morphological and molecular characters; moreover, its sister-group relationship to the family Teiidae is also well established, comprising a larger clade taxonomically recognized as the superfamily Teiioidea. Despite recent advances in the systematics of the Gymnophtalmidae, several questions regarding the taxonomic recognition of some genera, tribes and subfamilies within the family demand further investigation. In such a context, hemipenial morphology may help to clarify punctual and controversial aspects of the relationships among the gymnophthalmids. For more than a century, hemipenial morphology has been widely used in squamates systematics, especially with respect to snakes. Among lizards, the Gymnophthalmidae appears as one of the groups in which hemipenes are reasonably explored in the literature, but most data are restricted to punctual descriptions and were never assessed under a comprehensive phylogenetic background. Herein, we examined the hemipenes of 395 specimens of 145 gymnopthalmid species representing 47 of the 48 genera presently recognized in the family (the monotypic and recently described genus Marinussaurus is the only genus missing in our sample). The organs were described in detail and compared among the members of the family, as well as with some representatives of Teiidae, which represents the outgroup of Gymnophthalmidae in studies of explicit phylogenetic inference. Such an approach not only allowed us to discuss the phylogenetic assumptions and taxonomic systems available to date, but also provided new clues regarding the relationships of some gymnophthalmid terminals that may be informative in order to improve resolution of the systematics of the group in the future.

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