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O conhecimento abstrativo em Henrique de Gand (a. 1240-1293) / Henry of Ghent (a. 1240-1293) on abstractive knowledge

Paiva, Gustavo Barreto Vilhena de 28 September 2017 (has links)
Henrique de Gand pode ser considerado um dos mais importantes mestres em atividade na Universidade de Paris do último quarto do século XIII. Em sua volumosa obra composta, principalmente, por sua Suma de questões ordinárias e por 15 conjuntos de Questões quodlibetais , Henrique disserta frequentemente acerca do conhecimento humano. Em particular, ele dedica amplo espaço em seus textos [1] à caracterização do homem como ser capaz de obter conhecimento e [2] à discussão sobre o modo como, uma vez afetado pelos objetos de conhecimento, o homem age (por suas potências cognoscitivas) para produzir tal conhecimento. Esse conhecimento simples, obtido por abstração dos sentidos, será a base para o conhecimento proposicional posterior. Entretanto, é patente uma fundamental dificuldade na filosofia de Henrique: tanto [1] a potência humana para o conhecimento como [2] a atividade humana para tal conhecimento são insuficientes para a produção de um conhecimento estritamente verdadeiro. Sendo assim, a doutrina da intelecção de Henrique, muito embora admita a ocorrência de um conhecimento intelectual por abstração a partir dos sentidos, igualmente aponta para a necessidade de uma ação divina, para além da abstração e da própria alma humana, que permita um conhecimento estritamente verdadeiro. O presente trabalho se concentra na descrição da noção de conhecimento abstrativo em Henrique de Gand para, ao final, apontar a problemática necessidade, sublinhada por nosso autor, de um ultrapassamento desse conhecimento proveniente dos sentidos. / Henry of Ghent can be considered as one of the most important masters at the University of Paris in the last quarter of the 13th century. In his voluminous work composed mainly by his Summa of Ordinary Questions and 15 sets of Quodlibetal Questions , Henry often discusses human knowledge. Specially, he gives ample room in his texts [1] to the caracterization of man as a being capable of acquiring knowledge and [2] to the discussion about the way in which man acts (through his cognitive potencies) to produce such knowledge once affected by the objects of knowledge. This simple knowledge, acquired through abstraction from the senses, will be the basis for the posterior propositional knowledge. Nevertheless, a fundamental difficulty is clear in Henrys philosophy: both [1] human potency for knowledge and [2] human activity toward knowledge are insufficient for the production of strictly true knowledge. Thus, although Henrys doctrine of knowledge accepts the occurrence of intellectual knowledge through abstraction from the senses, it also points to the necessity of some divine action beyond abstraction and the human soul itself which allows for strictly true knowledge. The present study concentrates on the description of Henry of Ghents conception of abstractive knowledge pointing at the end to the problematic necessity highlighted by our author of surpassing this knowledge acquired through senses.
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O conhecimento abstrativo em Henrique de Gand (a. 1240-1293) / Henry of Ghent (a. 1240-1293) on abstractive knowledge

Gustavo Barreto Vilhena de Paiva 28 September 2017 (has links)
Henrique de Gand pode ser considerado um dos mais importantes mestres em atividade na Universidade de Paris do último quarto do século XIII. Em sua volumosa obra composta, principalmente, por sua Suma de questões ordinárias e por 15 conjuntos de Questões quodlibetais , Henrique disserta frequentemente acerca do conhecimento humano. Em particular, ele dedica amplo espaço em seus textos [1] à caracterização do homem como ser capaz de obter conhecimento e [2] à discussão sobre o modo como, uma vez afetado pelos objetos de conhecimento, o homem age (por suas potências cognoscitivas) para produzir tal conhecimento. Esse conhecimento simples, obtido por abstração dos sentidos, será a base para o conhecimento proposicional posterior. Entretanto, é patente uma fundamental dificuldade na filosofia de Henrique: tanto [1] a potência humana para o conhecimento como [2] a atividade humana para tal conhecimento são insuficientes para a produção de um conhecimento estritamente verdadeiro. Sendo assim, a doutrina da intelecção de Henrique, muito embora admita a ocorrência de um conhecimento intelectual por abstração a partir dos sentidos, igualmente aponta para a necessidade de uma ação divina, para além da abstração e da própria alma humana, que permita um conhecimento estritamente verdadeiro. O presente trabalho se concentra na descrição da noção de conhecimento abstrativo em Henrique de Gand para, ao final, apontar a problemática necessidade, sublinhada por nosso autor, de um ultrapassamento desse conhecimento proveniente dos sentidos. / Henry of Ghent can be considered as one of the most important masters at the University of Paris in the last quarter of the 13th century. In his voluminous work composed mainly by his Summa of Ordinary Questions and 15 sets of Quodlibetal Questions , Henry often discusses human knowledge. Specially, he gives ample room in his texts [1] to the caracterization of man as a being capable of acquiring knowledge and [2] to the discussion about the way in which man acts (through his cognitive potencies) to produce such knowledge once affected by the objects of knowledge. This simple knowledge, acquired through abstraction from the senses, will be the basis for the posterior propositional knowledge. Nevertheless, a fundamental difficulty is clear in Henrys philosophy: both [1] human potency for knowledge and [2] human activity toward knowledge are insufficient for the production of strictly true knowledge. Thus, although Henrys doctrine of knowledge accepts the occurrence of intellectual knowledge through abstraction from the senses, it also points to the necessity of some divine action beyond abstraction and the human soul itself which allows for strictly true knowledge. The present study concentrates on the description of Henry of Ghents conception of abstractive knowledge pointing at the end to the problematic necessity highlighted by our author of surpassing this knowledge acquired through senses.

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