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Humphry Davy e a questão da classificação do potássio e do sódio / Humphry Davy and the issue about the classification of potassium and sodium

Buci, Júlia Rabello 17 May 2012 (has links)
Este trabalho aborda as questões acerca da definição do que seria um metal, que se seguiram à preparação dos metais alcalinos (sódio e potássio) por Humphry Davy (1778 - 1829). O estudo de caso histórico, enfocando a preparação dessas novas substâncias - as quais apresentavam propriedades bastante diferentes de todos os metais conhecidos na época - pode dar margem a uma série de reflexões úteis para os educadores em química da atualidade, acerca do processo de construção do conhecimento científico. Seguindo as orientações da nova historiografia da ciência, procurou-se caracterizar os debates em torno do trabalho de Davy de acordo com o contexto em que se desenvolveram. Para isso, foram consultadas fontes primárias, tanto de textos que possivelmente serviram de fontes para Davy - como o Tratado Elementar de Química de A. L. Lavoisier (2007; edição original, 1789) - quanto de textos do próprio Davy (em especial, suas Bakerian Conferences) e seus contemporâneos. O trabalho de Davy deve ser entendido no contexto do desenvolvimento da \"nova química\" proposta por Lavoisier e seu grupo no final do século XVIII. Nesse panorama teórico, surgiu um novo instrumento de análise química, proveniente dos estudos sobre a eletricidade: a pilha elétrica, construída pioneiramente por Alessandro Volta. Em seu laboratório na Royal Institution de Londres, Davy realizou uma série de investigações a respeito de efeitos químicos resultantes da ação de pilhas elétricas. Convencido do grande potencial analítico das pilhas, Davy acreditou ser possível decompor substâncias que não eram decomponíveis pelos métodos químicos existentes até então - como era o caso dos chamados \"álcalis fixos\": a potassa e a soda. Em sua Bakerian Conference de novembro de 1807, Davy comunicou à Royal Society que havia conseguido decompor a potassa e a soda, obtendo duas novas substâncias, muito pouco densas e extremamente reativas. Davy apresentou em detalhes as propriedades dessas novas substâncias, concluindo que se tratava de dois novos metais, que se combinavam ao oxigênio para constituir os álcalis fixos. Alguns químicos contemporâneos de Davy, como os franceses J. L. Gay-Lussac e L. J. Thenard, não acreditaram a princípio que as novas substâncias fossem metais, suspeitando que seriam compostos contendo hidrogênio. Os debates que se seguiram ilustram bem a sobrevivência de ideias semelhantes à teoria do flogístico, mesmo no panorama da química pós-Lavoisier. Assim, este estudo de caso pode mostrar aos educadores em química, dos diferentes níveis de ensino, alguns aspectos da complexidade da construção do conhecimento científico. A incorporação dessas ideias à prática docente pode levar a um ensino de ciências mais condizente com seus objetivos na atualidade. / This work addresses the issues concerning the definition of metal, which followed the preparation of the alkali metals (sodium and potassium) by Humphry Davy (1778 - 1829). This historical case study, focusing on the preparation of the two new substances - with properties not presented by any metals known at the time - can give rise to a series of useful reflections for present-day educators in chemistry, concerning the construction of scientific knowledge. Following the guidelines of the new historiography of science, we sought to characterize the debate surrounding the work of Davy according to the context in which it developed. To this purpose, primary sources were consulted, including texts that possibly served as sources for Davy - such as A. L. Lavoisier\'s Elements of Chemistry (Portuguese translation, 2007; original edition, 1789) -, as well as Davy\'s (in particular, his Bakerian Conferences) and his contemporaries\' texts. Davy\'s work must be understood in the context of the development of the \"new chemistry\" proposed by Lavoisier and his group in the late eighteenth century. In this theoretical scenario, a new tool for chemical analysis emerged from the studies about electricity: Alessandro Volta\'s electric pile. In his laboratory at the Royal Institution of London, Davy made a series of investigations on the chemical effects produced by electric batteries. Convinced of the great analytical potential of batteries, Davy believed to be possible to decompose substances that so far resisted decomposition by chemical methods - such as the so-called \"fixed alkalis\": potash and soda. In his Bakerian Conference delivered on November 1807, Davy communicated the Royal Society he had managed to decompose potash and soda, obtaining two new, low-density, extremely reactive substances. Davy described the properties of the new substances in detail, concluding that they were two new metals, which combined with oxygen to form the fixed alkalis. Some contemporary chemists, such as the French J. L. Gay-Lussac and L. J. Thenard, did not believe at first that the new substances were metals, suspecting they were hydrogen compounds. The discussions that followed illustrate the survival of ideas similar to the phlogiston theory, even in post-Lavoisierian chemistry. Thus, this case study can show chemical educators some aspects of the complexity of the construction of scientific knowledge. The incorporation of these ideas to teaching practice can lead to a science education more suited to present-day goals.
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Humphry Davy e a questão da classificação do potássio e do sódio / Humphry Davy and the issue about the classification of potassium and sodium

Júlia Rabello Buci 17 May 2012 (has links)
Este trabalho aborda as questões acerca da definição do que seria um metal, que se seguiram à preparação dos metais alcalinos (sódio e potássio) por Humphry Davy (1778 - 1829). O estudo de caso histórico, enfocando a preparação dessas novas substâncias - as quais apresentavam propriedades bastante diferentes de todos os metais conhecidos na época - pode dar margem a uma série de reflexões úteis para os educadores em química da atualidade, acerca do processo de construção do conhecimento científico. Seguindo as orientações da nova historiografia da ciência, procurou-se caracterizar os debates em torno do trabalho de Davy de acordo com o contexto em que se desenvolveram. Para isso, foram consultadas fontes primárias, tanto de textos que possivelmente serviram de fontes para Davy - como o Tratado Elementar de Química de A. L. Lavoisier (2007; edição original, 1789) - quanto de textos do próprio Davy (em especial, suas Bakerian Conferences) e seus contemporâneos. O trabalho de Davy deve ser entendido no contexto do desenvolvimento da \"nova química\" proposta por Lavoisier e seu grupo no final do século XVIII. Nesse panorama teórico, surgiu um novo instrumento de análise química, proveniente dos estudos sobre a eletricidade: a pilha elétrica, construída pioneiramente por Alessandro Volta. Em seu laboratório na Royal Institution de Londres, Davy realizou uma série de investigações a respeito de efeitos químicos resultantes da ação de pilhas elétricas. Convencido do grande potencial analítico das pilhas, Davy acreditou ser possível decompor substâncias que não eram decomponíveis pelos métodos químicos existentes até então - como era o caso dos chamados \"álcalis fixos\": a potassa e a soda. Em sua Bakerian Conference de novembro de 1807, Davy comunicou à Royal Society que havia conseguido decompor a potassa e a soda, obtendo duas novas substâncias, muito pouco densas e extremamente reativas. Davy apresentou em detalhes as propriedades dessas novas substâncias, concluindo que se tratava de dois novos metais, que se combinavam ao oxigênio para constituir os álcalis fixos. Alguns químicos contemporâneos de Davy, como os franceses J. L. Gay-Lussac e L. J. Thenard, não acreditaram a princípio que as novas substâncias fossem metais, suspeitando que seriam compostos contendo hidrogênio. Os debates que se seguiram ilustram bem a sobrevivência de ideias semelhantes à teoria do flogístico, mesmo no panorama da química pós-Lavoisier. Assim, este estudo de caso pode mostrar aos educadores em química, dos diferentes níveis de ensino, alguns aspectos da complexidade da construção do conhecimento científico. A incorporação dessas ideias à prática docente pode levar a um ensino de ciências mais condizente com seus objetivos na atualidade. / This work addresses the issues concerning the definition of metal, which followed the preparation of the alkali metals (sodium and potassium) by Humphry Davy (1778 - 1829). This historical case study, focusing on the preparation of the two new substances - with properties not presented by any metals known at the time - can give rise to a series of useful reflections for present-day educators in chemistry, concerning the construction of scientific knowledge. Following the guidelines of the new historiography of science, we sought to characterize the debate surrounding the work of Davy according to the context in which it developed. To this purpose, primary sources were consulted, including texts that possibly served as sources for Davy - such as A. L. Lavoisier\'s Elements of Chemistry (Portuguese translation, 2007; original edition, 1789) -, as well as Davy\'s (in particular, his Bakerian Conferences) and his contemporaries\' texts. Davy\'s work must be understood in the context of the development of the \"new chemistry\" proposed by Lavoisier and his group in the late eighteenth century. In this theoretical scenario, a new tool for chemical analysis emerged from the studies about electricity: Alessandro Volta\'s electric pile. In his laboratory at the Royal Institution of London, Davy made a series of investigations on the chemical effects produced by electric batteries. Convinced of the great analytical potential of batteries, Davy believed to be possible to decompose substances that so far resisted decomposition by chemical methods - such as the so-called \"fixed alkalis\": potash and soda. In his Bakerian Conference delivered on November 1807, Davy communicated the Royal Society he had managed to decompose potash and soda, obtaining two new, low-density, extremely reactive substances. Davy described the properties of the new substances in detail, concluding that they were two new metals, which combined with oxygen to form the fixed alkalis. Some contemporary chemists, such as the French J. L. Gay-Lussac and L. J. Thenard, did not believe at first that the new substances were metals, suspecting they were hydrogen compounds. The discussions that followed illustrate the survival of ideas similar to the phlogiston theory, even in post-Lavoisierian chemistry. Thus, this case study can show chemical educators some aspects of the complexity of the construction of scientific knowledge. The incorporation of these ideas to teaching practice can lead to a science education more suited to present-day goals.
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Humphry Davy: Science, Authorship, and the Changing Romantic

Baker, Marianne Lind 29 November 2010 (has links) (PDF)
In the mid to late 1700s, men of letters became more and more interested in the natural world. From studies in astronomy to biology, chemistry, and medicine, these "philosophers" pioneered what would become our current scientific categories. While the significance of their contributions to these fields has been widely appreciated historically, the interconnection between these men and their literary counterparts has not. A study of the "Romantic man of science" reveals how much that figure has in common with the traditional "Romantic" literary figure embodied by poets like William Wordsworth and Samuel Taylor Coleridge. This thesis interrogates connections between Romantic literature and science by examining the figure of the "Romantic" author. In his 1969 essay "What is an Author?" Foucault called into question the way we think about authorship. Foucault states that before the late eighteenth-century, what we call "literary" texts "were accepted, put into circulation and valorized without any question about the identity of the author" (108). Simultaneously, scientific texts "were accepted in the Middle Ages, [. . .] only when marked with the name of their author" (109). Foucault argues that norms of authorship underwent a reversal in the eighteenth century. The result of this shift is that "literary discourses came to be accepted only when endowed with the author function" while in the sciences, the author function faded away (109). A case study of the scientist Humphry Davy disrupts Foucault's suggestion that a total reversal in the workings of the author function was achieved by the Romantic period. I argue that Davy is an exception to Foucault's history of authorship and that Davy's authorial identity in the sciences as "the public man of science" is equal to the author function of literary figures of the same period. Davy pioneered the "public man of science," a figure who corresponds nearly perfectly with the emerging figure of the "author" in the literary sphere. Ultimately we see Davy as a figure who embodies and reconstructs the "Romantic I" and requires us to reconsider the category of scientific authorship and the figure of the scientist as author.
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Humphry Davy e a química agrícola: contribuições do conhecimento químico à prática agrícola na Inglaterra do início do século XIX

Costa, Alexandre Alves de Araujo 20 October 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-28T14:16:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Alexandre Alves de Araujo Costa.pdf: 541744 bytes, checksum: 43f4ea52683ab71fcf18f7280822265d (MD5) Previous issue date: 2010-10-20 / The agriculture, activity of primal importance for the human being, it is indeed a route of access for the application of the chemical knowledge towards its practice. Besides that, a sort of theoric concern that also configurated itself as one of the outlines on which was delineated the agricultural practices at the end of XVIII century and beginning of the XIX century, aiming the thecnincal development. Humphry Davy, who during his his career developed several studies with latent practical concerns, starts in 1802 one cycle of lectures about agricultural chemistry, supported by the Board of Agriculture, which extended until 1812, culminating with the publication of the book Elements of Agriculture in 1813. Davy, is usually known by his works with eletriciy and the posterior identification of several chemical elements. In his researchs, showed great interest towards nature and the composition of the matter, what was not different on agricultural researchs. Under the light of current historiography of science, this work intends to analyze how Humphry Davy used to explain the phenomena linked to vegetation, besides of the relevance of his books to agricultural practices / A agricultura, atividade de fundamental importância para o ser humano, é uma via de acesso à aplicação do conhecimento químico à prática. Além disso, uma certa preocupação teórica também se configurou como um dos contornos em que se delineava a prática agrícola do final do século XVIII e início do século XIX, com vistas ao melhoramento técnico. Humphry Davy, que durante sua carreira desenvolveu vários estudos com latente preocupação prática, inicia em 1802 um ciclo de palestras sobre química agrícola, apoiadas pelo Board of Agriculture, que se estenderam até 1812, culminando com a publicação do livro Elements of Agriculture em 1813. Davy é normalmente conhecido por seus trabalhos envolvendo eletricidade e a posterior identificação de vários elementos químicos. Em suas pesquisas, manifestava grande interesse em relação à natureza e à composição da matéria, o que não se mostrou diferente nas pesquisas agrícolas. À luz da atual historiografia da ciência, este trabalho pretende analisar como Humphry Davy explicava os fenômenos ligados à vegetação, além da relevância do seu livro às práticas agrícolas

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