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A flora dos quintais agroflorestais de Ibiraquera, Imbituba, SCBeretta, Mariane Elis 25 October 2012 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T10:09:53Z (GMT). No. of bitstreams: 0Bitstream added on 2013-07-16T20:37:27Z : No. of bitstreams: 1
296899.pdf: 1226632 bytes, checksum: 6131df4d4baaa02799ed0f5310aa008a (MD5) / A população local de Ibiraquera mantem uma herança ambiental e cultural manifestada na agrobiodiversidade presente nos seus quintais agroflorestais, ameaçada pelas modificações do modelo econômico nas últimas décadas. Este estudo tem como objetivo diagnosticar a composição florística, estrutura e o conhecimento associado aos recursos vegetais presentes nos quintais agroflorestais de Ibiraquera, informações fundamentais para orientar ações que valorizem os saberes para a conservação de diversidade biológica e cultural. Os 12 quintais estudados na localidade de Ibiraquera, município de Imbituba, pertecem a mantenedores selecionados pela metodologia bola de neve. No estudo etnobotânico foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas, listagem livre e turnê guiada. O levantamento florístico contemplou os indivíduos lenhosos presentes nos quintais com CAS igual ou maior que 5 cm. Nos quintais existem 213 espécies de plantas superiores conhecidas e usadas pelas famílias em Ibiraquera. Para fins alimentícios sçao utilizadas 75 espécies, seguido por 68 utilizadas como medicinais, 38 com funções agroflorestais, 33 ornamentais, 30 como lenha, 28 como madeireiras, 22 para manufaturas e dez para o forrageio animal. Para um total de 69 espécies foram citadas mais de uma categoria de uso. A comunidade vegetal de hábito arbóreo/arbustivo é composta por 134 espécies, formada basicamente por dez táxons mais abundantes: Coffea spp., Musa spp., Citrus sinensis, Butia capitata, Psidium guajava, Eriobotrya japonica, Aleurites moluccana, Persea americana, Eucalyptus cf. robusta e Cupania vernalis. Nos quintais, 73,5% dos indivíduos presentes são utilizados para fins alimentícios, seguido por madeireiro e funções ecológicas, com 52,3 e 37%. A flora nativa tem maior riqueza de espécies, embora a flora introduzida apresente maior densidade de indivíduos, ocupando 54,8% do total da área basal amostrada. Historicamente, é possível verificar que existem elementos florísticos representantes das várias etnias que compõem a identidade cultural comunidade de Ibiraquera, manifestada tanto na estrutura e composição dos quintais quanto nas tecnologias de processamentos dos recursos vegetais. Embora 83% destes quintais já tenham sido maiores no passado, acredita-se que estes sistemas produtivos não estejam em vias de extinção. Estes passam por mudanças de estrutura e composição derivadas das transformações socioeconômicas trazidas pela urbanização da região envolvendo a diversificação de estratégias de sobreviência. Aliados a iniciativas educativas e projetos de desenvolvimento rural poderia de aumentar a visibilidade da importância destes agroecossistemas onde os agricultores devem ser vistos como experimentadores e parceiros para a conservação da biodiversidade e da cultura local. / Local residents of Ibiraquera maintain a cultural and environmental heritage of agricultural biodiversity in their home forest gardens, which is now threatened by changes in the local economy. This study aims to determine the floristic composition and structure, and the local knowledge associated with the plant resources in the backyard gardens, to orient actions which can preserve and enhance the value of local knowledge which maintains cultural and biological diversity. The 12 forest gardens studied in the location of Ibiraquera, in the municipality of Imbituba, belonged to owners selected by the snowball approach. The ethnobotanical survey used semi-structured interviews, free listing, and walk-in-the-woods approach. The floristic survey encompassed all woody species with a base circumference greater than 5 cm. The home forest gardens contained 213 species known and used by the families of the owners. The largest use category was as food source, with 75 species, followed by 68 species used for medicinal purposes, 38 species with agroforestry functions, 33 ornamental species, 30 species for firewood, 28 species for lumber, 22 species for craftwork, and 10 species for animal forage. Sixty-nine species were cited in more than one use category. The forest canopy and understory consists of 134species, the temn most abundant being Coffea spp., Musa spp., Citrus sinensis, Butia capitata, Psidium guajava, Eriobotrya japonica, Aleurites moluccana, Persea americana, Eucalyptus cf. robusta e Cupania vernalis. Three quarters of the individuals fall in the food category, one half are sources of firewood and lumber, and one third have ecological functions within the agroforestry system. Exotic species have a greater density of individuals, but native species have a greater variety of species represented. Historically, the various ethnic groups which contributed to formation of the present society, also contributed distinct floristic elements to the composition of home forest gardens, as well as the technology necessary to process and use the plant resources. Although 83% of these gardens were larger in the past, there is no reason to believe that these gardens will be lost in the near future. They will undergo changes in structure and composition due to economic pressure from recent urbanization, which may force the owners to adapt strategies for income. Rural development and projects and educational initiatives can increase the visibility of these forest gardens and highlight their importance for local farmers, who can be seen as local experimenters and partners in the conservation of biodiversity and local culture.
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