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O Império Aquemênida em Heródoto: identidade e política nas Histórias / The Achaemenid Empire in Herodotus: identity and politics in the histories

Araujo, Matheus Treuk Medeiros de 21 September 2018 (has links)
Essa tese tem por objetivo analisar as percepções gregas do Império Persa Aquemênida e outros impérios orientais enquanto entidades políticas, com ênfase sobre o olhar remoto de Heródoto. Em primeiro lugar, o autor resume o estado da pesquisa acadêmica sobre as Histórias de Heródoto e sobre as atitudes gregas em relação à Pérsia, num esforço de esclarecer a complexidade das relações greco-persas, que, de acordo com a pesquisa mais recente, não eram apenas hostis, mas repletas de receptividade. A seguir, o autor examina as ideias persa e assíria de império, bem como suas organizações imperiais concretas. Analisa-se demoradamente a iconografia real persa e conceitos políticos tais quais bumi- e xaça-, concluindo-se que estes poderiam veicular uma ideia inovadora de império, embora profundamente enraizada em tradições mesopotâmicas anteriores. Descreve-se a maneira como as fontes clássicas nomearam o império ao longo do tempo, com atenção particular à formulação de autores mais antigos como Heródoto, Ésquilo e Tucídides. O autor se esforça para explicar em cada caso o uso de hgemonía, arch e até mesmo pólis para designar o Império Persa. Por fim, o autor examina a terminologia de Heródoto usada para designar o Império Aquemênida e como ela demonstra uma estratégia de alusões e ressonâncias com implicações críticas quanto à política expansionista de Atenas. Propõe-se que Atenas incorporou as ideias persas de império, enquanto, paradoxalmente, denunciava sua violência e tirania internacional. Essa postura contraditória teve seus impactos sobre historiadores como Heródoto e Tucídides e é uma chave interpretativa instrutiva para as Histórias. / This thesis aims to analyze Greek perceptions of the Achaemenid Persian Empire and other Near Eastern empires taken as political entities, emphasizing the early look of Herodotus. The author first summarizes the state of scholarly research on Herodotus Histories and Greek attitudes towards Persia in an effort to clarify the complexity of Greco-Persian relations, which, according to the most recent research, were not only hostile, but also full of receptivity. The author examines next Assyrian and Persian ideas of empire and their concrete imperial organizations. One analyzes at length Persian royal iconography and political concepts such as bumi- and xaça-, concluding that these could convey an innovative idea of empire, albeit deeply rooted in older Mesopotamian traditions. One describes the way classical sources named the empire over time, with particular attention to the wording of early authors such as Herodotus, Aeschylus, and Thucydides. The author strives to explain in each case the use of hgemonía, arch, and even pólis to designate the Persian Empire. Finally, the author examines Herodotus terminology to name the Achaemenid Empire and how it conveys a strategy of allusions and resonances with critical overtones towards Athenian expansive policy. One proposes that Athens paradoxically incorporated Persian ideas of empire, while publicly denouncing Persian violence and international tyranny. This contradictory stance had its impacts over historians such as Herodotus and Thucydides and it is an instructive interpretative key to the Histories.
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O Império Aquemênida em Heródoto: identidade e política nas Histórias / The Achaemenid Empire in Herodotus: identity and politics in the histories

Matheus Treuk Medeiros de Araujo 21 September 2018 (has links)
Essa tese tem por objetivo analisar as percepções gregas do Império Persa Aquemênida e outros impérios orientais enquanto entidades políticas, com ênfase sobre o olhar remoto de Heródoto. Em primeiro lugar, o autor resume o estado da pesquisa acadêmica sobre as Histórias de Heródoto e sobre as atitudes gregas em relação à Pérsia, num esforço de esclarecer a complexidade das relações greco-persas, que, de acordo com a pesquisa mais recente, não eram apenas hostis, mas repletas de receptividade. A seguir, o autor examina as ideias persa e assíria de império, bem como suas organizações imperiais concretas. Analisa-se demoradamente a iconografia real persa e conceitos políticos tais quais bumi- e xaça-, concluindo-se que estes poderiam veicular uma ideia inovadora de império, embora profundamente enraizada em tradições mesopotâmicas anteriores. Descreve-se a maneira como as fontes clássicas nomearam o império ao longo do tempo, com atenção particular à formulação de autores mais antigos como Heródoto, Ésquilo e Tucídides. O autor se esforça para explicar em cada caso o uso de hgemonía, arch e até mesmo pólis para designar o Império Persa. Por fim, o autor examina a terminologia de Heródoto usada para designar o Império Aquemênida e como ela demonstra uma estratégia de alusões e ressonâncias com implicações críticas quanto à política expansionista de Atenas. Propõe-se que Atenas incorporou as ideias persas de império, enquanto, paradoxalmente, denunciava sua violência e tirania internacional. Essa postura contraditória teve seus impactos sobre historiadores como Heródoto e Tucídides e é uma chave interpretativa instrutiva para as Histórias. / This thesis aims to analyze Greek perceptions of the Achaemenid Persian Empire and other Near Eastern empires taken as political entities, emphasizing the early look of Herodotus. The author first summarizes the state of scholarly research on Herodotus Histories and Greek attitudes towards Persia in an effort to clarify the complexity of Greco-Persian relations, which, according to the most recent research, were not only hostile, but also full of receptivity. The author examines next Assyrian and Persian ideas of empire and their concrete imperial organizations. One analyzes at length Persian royal iconography and political concepts such as bumi- and xaça-, concluding that these could convey an innovative idea of empire, albeit deeply rooted in older Mesopotamian traditions. One describes the way classical sources named the empire over time, with particular attention to the wording of early authors such as Herodotus, Aeschylus, and Thucydides. The author strives to explain in each case the use of hgemonía, arch, and even pólis to designate the Persian Empire. Finally, the author examines Herodotus terminology to name the Achaemenid Empire and how it conveys a strategy of allusions and resonances with critical overtones towards Athenian expansive policy. One proposes that Athens paradoxically incorporated Persian ideas of empire, while publicly denouncing Persian violence and international tyranny. This contradictory stance had its impacts over historians such as Herodotus and Thucydides and it is an instructive interpretative key to the Histories.

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