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Era uma vez uma ilha de Pescadores Artesanais: impactos socioambientais dos grandes complexos industriais, conflitos e resistência (Ilha da Madeira/Itaguaí/RJ) / The was once an Island of Fishermer: enviromenntal impacts of large industril complexes conflicts and resistence (Madeira Island/Sepetiba Bay/Itajaí/RJ)

Vera de Fátima Maciel Lopes 16 August 2013 (has links)
O presente estudo visa analisar os processos de transformações econômicos, políticos e socioambientais decorrentes da instalação dos grandes empreendimentos em territórios tradicionais da pesca, mais especificamente, as experiências da comunidade pesqueira da Ilha da Madeira/baía de Sepetiba/Itaguaí-RJ, desde a instalação da Cia Ingá Mercantil (1964) até os dias atuais, identificando, nos vários ciclos de industrialização: os fatores endógenos e exógenos que contribuem para a vulnerabilidade ou sustentabilidade da pesca artesanal e do meio ambiente. Sinalizando, nesta experiência, alguns aspectos que possam servir de referência para outras comunidades pesqueiras que vivenciam problemas similares. Introduzimos a problemática a partir da contextualização da pesca artesanal no Brasil, as políticas, a regulamentação da atividade, a organização dos pescadores. Ao evidenciar a pesca artesanal no estado do Rio de Janeiro, destacamos os conflitos socioambientais decorrentes da instalação de complexos industriais em territórios tradicionalmente ocupados por pescadores, com destaque para os conflitos relativos à instalação do Porto de Açu, em São João da Barra/RJ e os gasodutos para a refinaria de petróleo na baía de Guanabara. Aprofundamos a temática, a partir de um estudo de caso na Ilha da Madeira, baía de Sepetiba, Itaguaí/RJ. Esse território, tradicionalmente ocupado por pescadores, mergulhou em uma crise socioambiental a partir da década de 60 e, desde então, vem passando por diversas transformações: alteração radical da paisagem, degradação ambiental além do sufocamento da atividade pesqueira. Os fatos são evidenciados por meio de pesquisas bibliográficas, documentais, registros fotográficos, sobretudo, história de oral. Em entrevistas com informantes-chave resgatamos as memórias pessoais e, nesse percurso, fomos recuperando parte da história do território. Caracterizando a paisagem, a vida e trabalho dos pescadores, a cultura local: tradições, costumes, valores, aspectos materiais e simbólicos, em um período anterior a chegada das indústrias, quando a Ilha da Madeira era de fato, uma Ilha. Em suas narrativas os entrevistados foram pontuando as sucessões dos trágicos acontecimentos que ocorreram após a instalação da Ingá até os dias atuais. Esses fatos são demarcados em ciclos que compõem a crise socioambiental no território. Um estudo que retrata a injustiça ambiental, a vulnerabilidade de uma comunidade pesqueira, cuja experiência serve de alerta para outras comunidades tradicionais. Ressaltamos a importância das articulações entre os movimentos locais com instâncias extras locais, sinalizando para a necessidade de democratização dos processos decisórios e da gestão compartilhada dos recursos de uso comum. Também pontuamos a urgência de superação do paradigma que dissocia desenvolvimento, natureza e sociedade, fortalecendo uma lógica de produção que, ao se impor como hegemônica sufoca todas outras formas de organização do trabalho. / The present study aims to analyze the process of economics, politics and socioenvironmental transformations resulting from installation of the large enterprises at traditional fishery territories, more specifically, the experiences of the fishing community from Madeira Island/Sepetiba Bay/Itaguaí-RJ, since installation of the Ingá Mercantil Corp. (1964) to the present day, identifying, in the various cycles of industrialization, the endogenous and exogenous factors that contribute for the vulnerability or sustainability of the artisanal fishing and the environment. Signaling, in this experience, some aspects that may serve as reference for others fishing communities that experience similar problems. We introduce the problem through the contextualization of the artisanal fishing in Brazil , the politics, the activity regulation, the fishermen organization. By showing artisanal fishing in the state of Rio de Janeiro, include the socioenvironmental conflicts arising from the installation of industrial complexes at territories traditionally occupied by fishermen, highlighting conflicts concerning the installation of Açu Port, at São João da Barra/RJ and the gas pipelines to oil refinery in the Guanabara Bay. Deepen the thematic, from a case study at the Madeira Island, Sepetiba Bay, Itaguaí/RJ. Territory that was traditionally occupied by fishermen, but that plunged into a socioenvironmental crisis from the 60 and ever since has undergone several transformations: radical transformation of the landscape, environmental degradation beyond suppressing the fishing activity. The facts are evidencied from bibliographics and documentaries researches, photographic records but mostly through the life story. At interviews with key informants get back the personal memories and this journey, were recovering part of the history of the territory. Featuring the landscape, life and work of the fishermen, the local culture: traditions, habits, values, material and symbolic aspects, in a previous period to arrivals of the industries, when the Madeira Island was indeed, a island. In yours narratives the respondents were appointing the successions of tragic events that happening after installation of the Ingá Corp. to present day. These facts are demarcated in cycles comprising the territorial socioenvironmental crisis. A study that portrays environmental injustice, the vulnerability of a fishing community whose experience serve as a warning to others traditional communities. Emphasize the importance of joints between local movements with instance extra local, signalizing to necessity to democratization of the decision processes and management of shared resources in common use. Also we pointed out the urgency of overcoming the paradigm that separate development, nature and society and strengths a production logic that by imposing as hegemonic suppress all others forms of work organization.
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O papel da ideologia na expansão urbana: a questão econômica e os impactos socioambientais do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro / The role of ideology in urban sprawl: the economic issue and the social and environmental impacts of the Metropolitan Ring Road of Rio de Janeiro (AMRJ)

Ticianne Ribeiro de Souza 12 May 2015 (has links)
Em 2003 inicia-se uma mudança no cenário político brasileiro classificada por alguns autores como período neodesenvolvimentista. Nesse momento são retomadas políticas de estruturação territorial, pensadas em décadas anteriores no contexto do desenvolvimentismo, como por exemplo, o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro (AMRJ). Entretanto, a decisão da construção de rodovias como esta ocorre pela ênfase na necessidade de crescimento econômico, não ficando claro e nem sendo amplamente debatido com a população, quais os impactos socioambientais negativos e quais setores serão favorecidos com tais empreendimentos. Utilizando o conceito de ideologia definido por Marx e Engels (1989), este trabalho avalia a presença do discurso ideológico nas principais fontes governamentais de informação sobre o AMRJ, considerando seus aspectos econômicos, institucionais e socioambientais. Para estes autores, através da ideologia, a classe dominante legitima suas ideias, apresentando-as como justas, válidas e benéficas para toda a população. Segundo a documentação oficial, o Arco tem como intuito viabilizar o escoamento da produção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) pelo porto de Itaguaí, e diminuir o fluxo de veículos em importantes vias metropolitanas especialmente na Avenida Brasil e Ponte Rio - Niterói, ao criar uma nova possibilidade de rota para veículos que utilizam as referidas vias apenas como passagem para outros destinos que não a cidade do Rio de Janeiro. Contudo, assinalamos aqui os fatores que levaram à insignificante melhora de transito nessas vias após a inauguração do AMRJ. Além disso, apontamos que o COMPERJ provavelmente não usará a rodovia como forma principal de escoamento, dado que a Petrobrás está construindo seu próprio porto e estrada em localidade consideravelmente mais próxima que Itaguaí, em São Gonçalo. No material analisado também é constante a divulgação dos benefícios do Arco quanto à criação de empregos e facilitação do acesso às áreas não urbanizadas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). No entanto, 98% da quantidade propagandeada de empregos se baseia apenas na expectativa do crescimento industrial a longo prazo. Já a expansão da fronteira urbana implica em diversos impactos socioambientais negativos, como: agravamento dos problemas de infraestrutura existentes nos municípios cortados pelo arco; aumento de pressões antrópicas nas áreas de preservação ambiental; aumento da ocorrência de inundações; gentrificação de locais ocupados por pescadores artesanais; entre outros. Desta forma, questionando os reais benefícios do Arco, percebemos que suas principais justificativas são apenas peças de um discurso ideológico. O Arco pode acarretar inúmeros problemas e poucas benesses à população de baixa renda fluminense. Ele beneficiará sobretudo o setor logístico e o setor industrial através da redução dos custos com deslocamento e da criação de oportunidades locacionais. Notamos assim, que o discurso do AMRJ deturpa os impactos sociais dessa nova rodovia e omite questões político- econômicas e socioambientais fundamentais para o debate da validade dessa obra. É, portanto, um discurso ideológico elaborado para camuflar o interesse de classes dominantes como interesse coletivo. / In 2003 a change on the Brazilian political scene starts, some authors would describe it as the \"new developmentalism\" period. Therefore, some territorial structuring policies elaborated in previous decades within the \"developmentalism\" context returns, such as the Metropolitan Ring Road of Rio de Janeiro (AMRJ). However, the decision of whether or not to build constructions of that magnitude lays sole on the intense need for economic growth, leaving aside broad debates with the population in order to clarify its negative social and environmental impacts, in addition to which sectors will profit from such projects. Considering the concept of ideology defined by Marx and Engels (1989), the objective of this study is to analyze the presence of the ideological discourse in major governmental sources of information about the AMRJ considering its economic, institutional and social and environmental aspects. According to these authors, the use of ideology by the ruling class legitimizes their ideas presenting them as fair, valid and beneficial for the entire population. As stated in the official documentation, this ring road purpose is to enable the distribution of the Petrochemical Complex of Rio de Janeiro\'s production (COMPERJ) via Itaguai\'s port, as well as reduce the vehicles\'s flow in the major metropolitan routes, especially on Avenida Brazil and Rio-Niterói bridge creating a new possibility route for vehicles that are only passing through the Rio de Janeiro city. However, we evinced here the factors that led to insignificant improvement of traffic in these routes after the inauguration of AMRJ. In addition, we pointed that the COMPERJ probably will not use this highway as a primary route since Petrobras is building its own road and port in a place closer than Itaguaí, in São Gonçalo. The analyzed material also constantly publicizes the benefits of the Ring Road about a boost on job creation and the facilitation of access to non-urbanized areas of the Metropolitan Region of Rio de Janeiro (RMRJ). However, 98% of the increased number of jobs advertised is based only on the expectation of a long-term industrial growth. As to the expansion of the urban frontier, it implies many social and environmental negative impacts, such as worsening of existing infrastructure problems in the municipalities slashed by this road; increased human pressures in the areas of environmental preservation; increased occurrence of floods; gentrification of places occupied by artisanal fishermen; etcetera. Thus, questioning the real benefits of the AMRJ, we realized that its main justifications are just pieces of an ideological discourse. It can cause many problems and few handouts to the low-income population of Rio de Janeiro. The ring clearly benefits the logistics sector and the industrial sector by the reduction of transport costs and the creation of locational opportunities. We note as well that AMRJ\'s speech distorts the social impacts of this new highway and omits political, economic, social and environmental key issues to debate the validation of this project. It is therefore an ideological discourse designed to camouflage the interest of the ruling classes as a collective interest.
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Análise da qualidade ambiental urbana da cidade de Uberlândia (MG) a partir de indicadores socioambientais

Damasceno, Lorenna Lorrayne Bittencourt 25 June 2012 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This study aimed to analyze the environmental quality of the city of Uberlândia through spatialization indicators generated from data by census tract in order to pinpoint environmental inequalities, considering the discussions of environmental justice. This study on the urban environmental quality from the perspective of environmental justice, assumes that urban problems can be mitigated through the development of public policies focused on reducing environmental and socio-spatial inequalities. / Este trabalho teve como objetivo principal analisar a qualidade ambiental da cidade de Uberlândia por meio da espacialização de indicadores gerados a partir de dados por setor censitário, a fim de apontar desigualdades socioambientais, considerando as discussões acerca da justiça ambiental. A realização deste estudo referente à qualidade ambiental urbana sob a ótica da justiça ambiental, parte do pressuposto de que os problemas urbanos podem ser mitigados por meio da elaboração de políticas públicas centradas na redução de desigualdades socioespaciais e ambientais. / Mestre em Geografia
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Era uma vez uma ilha de Pescadores Artesanais: impactos socioambientais dos grandes complexos industriais, conflitos e resistência (Ilha da Madeira/Itaguaí/RJ) / The was once an Island of Fishermer: enviromenntal impacts of large industril complexes conflicts and resistence (Madeira Island/Sepetiba Bay/Itajaí/RJ)

Vera de Fátima Maciel Lopes 16 August 2013 (has links)
O presente estudo visa analisar os processos de transformações econômicos, políticos e socioambientais decorrentes da instalação dos grandes empreendimentos em territórios tradicionais da pesca, mais especificamente, as experiências da comunidade pesqueira da Ilha da Madeira/baía de Sepetiba/Itaguaí-RJ, desde a instalação da Cia Ingá Mercantil (1964) até os dias atuais, identificando, nos vários ciclos de industrialização: os fatores endógenos e exógenos que contribuem para a vulnerabilidade ou sustentabilidade da pesca artesanal e do meio ambiente. Sinalizando, nesta experiência, alguns aspectos que possam servir de referência para outras comunidades pesqueiras que vivenciam problemas similares. Introduzimos a problemática a partir da contextualização da pesca artesanal no Brasil, as políticas, a regulamentação da atividade, a organização dos pescadores. Ao evidenciar a pesca artesanal no estado do Rio de Janeiro, destacamos os conflitos socioambientais decorrentes da instalação de complexos industriais em territórios tradicionalmente ocupados por pescadores, com destaque para os conflitos relativos à instalação do Porto de Açu, em São João da Barra/RJ e os gasodutos para a refinaria de petróleo na baía de Guanabara. Aprofundamos a temática, a partir de um estudo de caso na Ilha da Madeira, baía de Sepetiba, Itaguaí/RJ. Esse território, tradicionalmente ocupado por pescadores, mergulhou em uma crise socioambiental a partir da década de 60 e, desde então, vem passando por diversas transformações: alteração radical da paisagem, degradação ambiental além do sufocamento da atividade pesqueira. Os fatos são evidenciados por meio de pesquisas bibliográficas, documentais, registros fotográficos, sobretudo, história de oral. Em entrevistas com informantes-chave resgatamos as memórias pessoais e, nesse percurso, fomos recuperando parte da história do território. Caracterizando a paisagem, a vida e trabalho dos pescadores, a cultura local: tradições, costumes, valores, aspectos materiais e simbólicos, em um período anterior a chegada das indústrias, quando a Ilha da Madeira era de fato, uma Ilha. Em suas narrativas os entrevistados foram pontuando as sucessões dos trágicos acontecimentos que ocorreram após a instalação da Ingá até os dias atuais. Esses fatos são demarcados em ciclos que compõem a crise socioambiental no território. Um estudo que retrata a injustiça ambiental, a vulnerabilidade de uma comunidade pesqueira, cuja experiência serve de alerta para outras comunidades tradicionais. Ressaltamos a importância das articulações entre os movimentos locais com instâncias extras locais, sinalizando para a necessidade de democratização dos processos decisórios e da gestão compartilhada dos recursos de uso comum. Também pontuamos a urgência de superação do paradigma que dissocia desenvolvimento, natureza e sociedade, fortalecendo uma lógica de produção que, ao se impor como hegemônica sufoca todas outras formas de organização do trabalho. / The present study aims to analyze the process of economics, politics and socioenvironmental transformations resulting from installation of the large enterprises at traditional fishery territories, more specifically, the experiences of the fishing community from Madeira Island/Sepetiba Bay/Itaguaí-RJ, since installation of the Ingá Mercantil Corp. (1964) to the present day, identifying, in the various cycles of industrialization, the endogenous and exogenous factors that contribute for the vulnerability or sustainability of the artisanal fishing and the environment. Signaling, in this experience, some aspects that may serve as reference for others fishing communities that experience similar problems. We introduce the problem through the contextualization of the artisanal fishing in Brazil , the politics, the activity regulation, the fishermen organization. By showing artisanal fishing in the state of Rio de Janeiro, include the socioenvironmental conflicts arising from the installation of industrial complexes at territories traditionally occupied by fishermen, highlighting conflicts concerning the installation of Açu Port, at São João da Barra/RJ and the gas pipelines to oil refinery in the Guanabara Bay. Deepen the thematic, from a case study at the Madeira Island, Sepetiba Bay, Itaguaí/RJ. Territory that was traditionally occupied by fishermen, but that plunged into a socioenvironmental crisis from the 60 and ever since has undergone several transformations: radical transformation of the landscape, environmental degradation beyond suppressing the fishing activity. The facts are evidencied from bibliographics and documentaries researches, photographic records but mostly through the life story. At interviews with key informants get back the personal memories and this journey, were recovering part of the history of the territory. Featuring the landscape, life and work of the fishermen, the local culture: traditions, habits, values, material and symbolic aspects, in a previous period to arrivals of the industries, when the Madeira Island was indeed, a island. In yours narratives the respondents were appointing the successions of tragic events that happening after installation of the Ingá Corp. to present day. These facts are demarcated in cycles comprising the territorial socioenvironmental crisis. A study that portrays environmental injustice, the vulnerability of a fishing community whose experience serve as a warning to others traditional communities. Emphasize the importance of joints between local movements with instance extra local, signalizing to necessity to democratization of the decision processes and management of shared resources in common use. Also we pointed out the urgency of overcoming the paradigm that separate development, nature and society and strengths a production logic that by imposing as hegemonic suppress all others forms of work organization.

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