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O bebê com Síndrome de Down e sua mãe: um estudo sobre o desenvolvimento da comunicação

Fernandes de Melo, Symone January 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T22:59:42Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo8939_1.pdf: 871542 bytes, checksum: 5a77461de76a83c51e1a20aed5c61365 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2006 / A presente pesquisa aborda o desenvolvimento do sistema de comunicação mãe-bebê no contexto da Síndrome de Down. Fundamenta-se na perspectiva dos Sistemas Dinâmicos, utilizando o modelo de análise da comunicação denominado EEA Estabelecimento - Extensão - Abreviação, proposto por Lyra e colaboradores (LYRA, 1988, 2000; LYRA; CHAVES, 2000; LYRA; ROSSETTI-FERREIRA, 1995; LYRA; SOUZA, 2003; LYRA; WINEGAR, 1997). Trata-se de um estudo longitudinal com duas díades mãe-bebê cujo filho tem Síndrome de Down, acompanhadas dos três meses a um ano de idade da criança através de registros semanais, em vídeo, das trocas comunicativas face-a-face e mediadas por objeto, em situação de laboratório. O procedimento de análise consistiu na avaliação, segundo a segundo (microanálise), dos registros das trocas comunicativas, buscando identificar os padrões de organização da comunicação e suas transformações ao longo do tempo. No tocante à evolução do sistema, evidenciou-se uma dinâmica distinta daquela observada em pesquisas com bebês que apresentam desenvolvimento típico. Destacou-se um deslocamento no tempo, no tocante à passagem do predomínio entre os momentos de quase estabilidade, sobretudo no que se refere à emergência da abreviação; um prolongado período de extensão nas trocas facea- face e mediadas pelo objeto e uma maior instabilidade na evolução do sistema. O modelo possibilitou a identificação de três características, de natureza relacional, que marcam a evolução do sistema de comunicação nas díades estudadas: adaptação mútua, diretividade materna versus responsividade do bebê e busca de autonomia versus atitude materna. A adaptação mútua prevaleceu na maior parte do período investigado, demonstrando que, a despeito das dificuldades inerentes à Síndrome, os parceiros conseguiram construir um conhecimento compartilhado e, a partir das trocas co-reguladas, adaptaram-se mutuamente ainda nos primeiros meses de vida do bebê. No decurso do desenvolvimento foi verificado que a diretividade materna cumpre a função de potencializar as habilidades comunicativas do bebê, prejudicadas pela Síndrome. Ao final do período analisado, entretanto, os bebês dão indícios de uma maior autonomia, cabendo à mãe dar o suporte necessário ao filho, possibilitando que o sistema evolua rumo a níveis de maior complexidade. A partir da análise microanalítica, foi possível compreender a singularidade dos percursos empreendidos pelas díades no processo de auto-organização do sistema de comunicação. O modelo utilizado mostrou-se promissor na abordagem do desenvolvimento da comunicação em bebês com deficiência, por permitir apreender tanto aspectos generalizáveis do sistema (padrões de desenvolvimento dos momentos de quase estabilidade) como as particularidades da construção conjunta de uma história relacional, fornecendo, assim, subsídios para o desenvolvimento de estratégias de intervenção em tal contexto

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