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Pesquisa do vírus da raiva em quirópteros naturalmente infectados no Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil / Searching of rabies virus in naturally infected bats in the State of São Paulo, Southeastern Brazil

Ferreira, Karin Correa Scheffer 28 July 2005 (has links)
Pouco se conhece a respeito da incidência ou prevalência da infecção pelo vírus da raiva em morcegos, ou ainda sobre a distribuição do vírus em tecidos e órgãos não nervosos. Os objetivos deste trabalho foram: i) verificar as espécies de morcegos mais freqüentemente envolvidas com a raiva no Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil; ii) estudar a distribuição do vírus da raiva em tecidos e órgãos não nervosos de morcegos; iii) estudar os períodos de mortalidade das amostras de vírus da raiva encontradas nos cérebros e glândulas salivares de morcegos, após inoculação intracerebral em camundongos, e iv) comparação do isolamento do vírus da raiva no sistema camundongo e cultura de células de neuroblastoma (N2A). Entre abril de 2002 a novembro de 2003, 4.393 morcegos capturados de diferentes municípios do Estado de São Paulo foram enviados à Seção de Diagnóstico da Raiva do Instituto Pasteur de São Paulo. Destes, 82 (1,87%) foram positivos para raiva pela técnica de imunofluorescência aplicada aos materiais do cérebro e 33 morcegos pertenciam ao gênero Artibeus sp; 15 Myotis sp; 10 Epitesicus sp; 5 Lasiurus sp; 4 Nyctinomops sp; 4 Tadarida sp; 3 Histiotus sp; 1 Molossus sp; 1 Eumops sp e 6 vampiros Desmodus rotundus. A distribuição do vírus em diferentes órgãos foi examinada pela inoculação de camundongos e células N2A com suspensões a 20% preparadas a partir de fragmentos do cérebro, glândula salivar submandibular, pulmão, língua, coração, bexiga urinária, rins, gordura interescapular, músculo peitoral, trato genital (testículos ou ovários e útero) e estômago. O vírus foi prontamente recuperado de tecidos e órgãos não nervosos com diferentes graus de sensibilidade, tanto em camundongos como em células N2A, e os órgãos mais apropriados para o isolamento viral foram os cérebros e glândulas salivares. Os períodos máximos de mortalidade observados para os vírus presentes nos cérebros usualmente foram mais curtos que os das glândulas salivares, a média do período máximo &plusmn; desvio padrão calculado para os cérebros de morcegos hematófagos foi de 15,33 &plusmn; 2,08 dias e para as glândulas salivares, 11,33 &plusmn; 2,30 dias; para os morcegos insetívoros, 16,45 &plusmn; 4,48 dias para os cérebros e para as glândulas salivares, 18,91 &plusmn; 6,12 dias; e para os morcegos frugívoros, as suspensões cerebrais apresentaram período máximo médio 12,60 &plusmn; 2,13 dias e para as glândulas salivares, 15,67 &plusmn; 4,82 dias. O teste de ANOVA indicou existir diferenças significantes entre os períodos de mortalidade correspondentes às suspensões preparadas a partir dos cérebros de morcegos insetívoros (período mínimo) e glândulas salivares de morcegos insetívoros (período máximo) e entre glândulas salivares de morcegos insetívoros (período máximo) e cérebros de morcegos frugívoros (período mínimo), com p<0.001. O uso de células N2A para o primo-isolamento do vírus da raiva a partir de tecidos e órgãos não nervosos de morcegos, diferente de cérebros, não mostraram resultados consistentes, especialmente devido à contaminação bacteriana e fator toxicidade / Little is known about the incidence of infection or the prevalence rate of rabies in bats, or the distribution of virus in non-nervous tissues and organs. The aim of this work was to study: i) the most frequent species of bats involved with rabies virus infection in the State of São Paulo, Southeast Brazil; ii) the distribution of rabies virus in tissues and non-nervous organs of bats; iii) the mortality periods of virus found in brains and salivary glands of bats after intracerebral inoculation of mice, and iv) comparison of virus isolation in mice and N2A neuroblastoma cell culture. From April 2002 to November 2003, 4,393 bats captured from different municipalities of the State of São Paulo were sent to Rabies Diagnostic Section of the Instituto Pasteur de São Paulo - SP. Among these, 82 (1.87%) were found positive by the immunofluorescence technique applied to brain specimens and 33 bats were of the genus Artibeus sp; 15 Myotis sp; 10 Epitesicus sp, 5 Lasiurus sp, 4 Nyctinomops sp, 4 Tadarida sp, 3 Histiotus sp; 1 Molossus sp, 1 Eumops sp, and 6 vampires Desmodus rotundus. The distribution of virus in the organs was examined by inoculating mice and N2A cells with the 20% suspensions prepared from brain, submaxillary salivary gland, lungs, tongue, heart, urinary bladder, kidneys, brown fat, pectoral muscle, genital tract (testicles or ovaries and uterus), and stomach. The virus was promptly recovered from tissues and non-nervous organs at different degrees of sensitivity in both mice and N2A cells, and the most appropriate organs for the virus isolation were the brains and salivary glands. The maximum mortality periods found for the brain specimens usually were shorter than the salivary glands, the maximum mean perio &plusmn; standard deviation calculated for the brains taken from the vampire bats was 15.33 &plusmn; 2.08 days and for salivary glands, 11.33 &plusmn; 2.30 days; for the insectivorous bats the maximum for the brain suspensions was 16.45 &plusmn; 4.48 days and for the salivary glands, 18.91 &plusmn; 6.12; and for the frugivorous bats, the brain suspensions showed the maximum of 12.60 &plusmn; 2.13 days and the salivary glands, the mean maximum period of 15.67 &plusmn; 4.82 days. The ANOVA test indicated that the most significant differences in the mortality periods were between the suspensions prepared by the brains of insectivorous bats (minimum period) and salivary glands of insectivorous bats (maximum period); salivary glands of insectivorous bats (minimum period) and brains of frugivorous bats (minimum period) with p<0.001. The use of N2A cells for the prime isolation of rabies virus from tissues and non-nervous organs other than brains of bats did not show consistent results, especially due to bacterial contamination and toxicity factor
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Pesquisa do vírus da raiva em quirópteros naturalmente infectados no Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil / Searching of rabies virus in naturally infected bats in the State of São Paulo, Southeastern Brazil

Karin Correa Scheffer Ferreira 28 July 2005 (has links)
Pouco se conhece a respeito da incidência ou prevalência da infecção pelo vírus da raiva em morcegos, ou ainda sobre a distribuição do vírus em tecidos e órgãos não nervosos. Os objetivos deste trabalho foram: i) verificar as espécies de morcegos mais freqüentemente envolvidas com a raiva no Estado de São Paulo, Sudeste do Brasil; ii) estudar a distribuição do vírus da raiva em tecidos e órgãos não nervosos de morcegos; iii) estudar os períodos de mortalidade das amostras de vírus da raiva encontradas nos cérebros e glândulas salivares de morcegos, após inoculação intracerebral em camundongos, e iv) comparação do isolamento do vírus da raiva no sistema camundongo e cultura de células de neuroblastoma (N2A). Entre abril de 2002 a novembro de 2003, 4.393 morcegos capturados de diferentes municípios do Estado de São Paulo foram enviados à Seção de Diagnóstico da Raiva do Instituto Pasteur de São Paulo. Destes, 82 (1,87%) foram positivos para raiva pela técnica de imunofluorescência aplicada aos materiais do cérebro e 33 morcegos pertenciam ao gênero Artibeus sp; 15 Myotis sp; 10 Epitesicus sp; 5 Lasiurus sp; 4 Nyctinomops sp; 4 Tadarida sp; 3 Histiotus sp; 1 Molossus sp; 1 Eumops sp e 6 vampiros Desmodus rotundus. A distribuição do vírus em diferentes órgãos foi examinada pela inoculação de camundongos e células N2A com suspensões a 20% preparadas a partir de fragmentos do cérebro, glândula salivar submandibular, pulmão, língua, coração, bexiga urinária, rins, gordura interescapular, músculo peitoral, trato genital (testículos ou ovários e útero) e estômago. O vírus foi prontamente recuperado de tecidos e órgãos não nervosos com diferentes graus de sensibilidade, tanto em camundongos como em células N2A, e os órgãos mais apropriados para o isolamento viral foram os cérebros e glândulas salivares. Os períodos máximos de mortalidade observados para os vírus presentes nos cérebros usualmente foram mais curtos que os das glândulas salivares, a média do período máximo &plusmn; desvio padrão calculado para os cérebros de morcegos hematófagos foi de 15,33 &plusmn; 2,08 dias e para as glândulas salivares, 11,33 &plusmn; 2,30 dias; para os morcegos insetívoros, 16,45 &plusmn; 4,48 dias para os cérebros e para as glândulas salivares, 18,91 &plusmn; 6,12 dias; e para os morcegos frugívoros, as suspensões cerebrais apresentaram período máximo médio 12,60 &plusmn; 2,13 dias e para as glândulas salivares, 15,67 &plusmn; 4,82 dias. O teste de ANOVA indicou existir diferenças significantes entre os períodos de mortalidade correspondentes às suspensões preparadas a partir dos cérebros de morcegos insetívoros (período mínimo) e glândulas salivares de morcegos insetívoros (período máximo) e entre glândulas salivares de morcegos insetívoros (período máximo) e cérebros de morcegos frugívoros (período mínimo), com p<0.001. O uso de células N2A para o primo-isolamento do vírus da raiva a partir de tecidos e órgãos não nervosos de morcegos, diferente de cérebros, não mostraram resultados consistentes, especialmente devido à contaminação bacteriana e fator toxicidade / Little is known about the incidence of infection or the prevalence rate of rabies in bats, or the distribution of virus in non-nervous tissues and organs. The aim of this work was to study: i) the most frequent species of bats involved with rabies virus infection in the State of São Paulo, Southeast Brazil; ii) the distribution of rabies virus in tissues and non-nervous organs of bats; iii) the mortality periods of virus found in brains and salivary glands of bats after intracerebral inoculation of mice, and iv) comparison of virus isolation in mice and N2A neuroblastoma cell culture. From April 2002 to November 2003, 4,393 bats captured from different municipalities of the State of São Paulo were sent to Rabies Diagnostic Section of the Instituto Pasteur de São Paulo - SP. Among these, 82 (1.87%) were found positive by the immunofluorescence technique applied to brain specimens and 33 bats were of the genus Artibeus sp; 15 Myotis sp; 10 Epitesicus sp, 5 Lasiurus sp, 4 Nyctinomops sp, 4 Tadarida sp, 3 Histiotus sp; 1 Molossus sp, 1 Eumops sp, and 6 vampires Desmodus rotundus. The distribution of virus in the organs was examined by inoculating mice and N2A cells with the 20% suspensions prepared from brain, submaxillary salivary gland, lungs, tongue, heart, urinary bladder, kidneys, brown fat, pectoral muscle, genital tract (testicles or ovaries and uterus), and stomach. The virus was promptly recovered from tissues and non-nervous organs at different degrees of sensitivity in both mice and N2A cells, and the most appropriate organs for the virus isolation were the brains and salivary glands. The maximum mortality periods found for the brain specimens usually were shorter than the salivary glands, the maximum mean perio &plusmn; standard deviation calculated for the brains taken from the vampire bats was 15.33 &plusmn; 2.08 days and for salivary glands, 11.33 &plusmn; 2.30 days; for the insectivorous bats the maximum for the brain suspensions was 16.45 &plusmn; 4.48 days and for the salivary glands, 18.91 &plusmn; 6.12; and for the frugivorous bats, the brain suspensions showed the maximum of 12.60 &plusmn; 2.13 days and the salivary glands, the mean maximum period of 15.67 &plusmn; 4.82 days. The ANOVA test indicated that the most significant differences in the mortality periods were between the suspensions prepared by the brains of insectivorous bats (minimum period) and salivary glands of insectivorous bats (maximum period); salivary glands of insectivorous bats (minimum period) and brains of frugivorous bats (minimum period) with p<0.001. The use of N2A cells for the prime isolation of rabies virus from tissues and non-nervous organs other than brains of bats did not show consistent results, especially due to bacterial contamination and toxicity factor
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\"Validação de um novo método de isolamento de vírus rábico - prevalência do vírus rábico em morcegos albergados no parque estadual intevales, estado de São Paulo: estudo comparativo entre duas metodologias\" / Prevalence study of the rabies virus in bats lodged in the rain forest: a comparative study of two methodologies

Nogueira, Yeda Lopes 31 October 2001 (has links)
O estudo de prevalência do vírus rábico foi realizado em uma amostra de morcegos capturados na Mata Atlântica da região sudeste do Brasil. Os morcegos são um dos principais reservatórios silvestres do vírus rábico. No Brasil existem aproximadamente 144 espécies de morcegos, e pouco se sabe sobre a circulação do vírus rábicos nessas espécies. Foram realizadas estimativas – com duas metodologias de isolamento - para detectar a presença do vírus rábico na população estudada. Os resultados foram obtidos pelo cruzamento entre a variável infectividade (presença de vírus rábico) e as variáveis epidemiológicas (espécies de morcegos, sexo, idade, local de captura ). Observou-se que o método de isolamento que utiliza as células McCoy isolou com maior facilidade vírus de morcegos insetívoros, além de apresentar maior capacidade de detectar a infecção na fase latente (subclínica). Já as células N2A foram mais eficientes na detecção do vírus rábico em morcegos hematófagos D. rotundus. As duas metodologias utilizadas apresentaram maior proporção de isolamento do vírus rábico em morcegos insetívoros, nectarívoros e fitófagos. Tais resultados sugerem que os morcegos insetívoros desempenham importante papel na manutenção do vírus no reservatório cuja população foi estudada. Também foi possível constatar que a circulação do vírus ocorre inter e intra-espécies, mas estudos especificamente desenhados para avaliar esse aspecto devem ser implementados. / The prevalence study of the rabies virus was carried out in a sample of bats captured in the Brazilian southeastern São Paulo. Bats are one of the main wild reservoirs of the rabies virus. Brazil holds 144 species of bats and little is know about the circulation of such virus in these species. Two metodologies were used for the estimates of the presence of the rabies virus in the captured in the Parque Estadual Intervales. The results were obtained crossing the variable (presence of rabies virus) with epidemiological variables (bat species, sex, age, site of capture). The McCoy cell line method proved isolating more easily the virus of insectivorous bats besides presenting more capability of detection of infection in the latent phase (sub-clinic phase). On the other hand the N2A cell line were more efficient in detecting the rabies virus in D. rotundus hematophagous bats. It was also observed that for both cells the insectivorous, nectarivorous and phytophagous bats presented higher rabies virus isolation proportion. These results suggest that insectivorous bats play in important role in the maintence of the virus in this reservoir. Although could also be observed that the circulation of the virus occurs intra and inter species, but studies specially designed to asses this issue must be re-evaluated.
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\"Validação de um novo método de isolamento de vírus rábico - prevalência do vírus rábico em morcegos albergados no parque estadual intevales, estado de São Paulo: estudo comparativo entre duas metodologias\" / Prevalence study of the rabies virus in bats lodged in the rain forest: a comparative study of two methodologies

Yeda Lopes Nogueira 31 October 2001 (has links)
O estudo de prevalência do vírus rábico foi realizado em uma amostra de morcegos capturados na Mata Atlântica da região sudeste do Brasil. Os morcegos são um dos principais reservatórios silvestres do vírus rábico. No Brasil existem aproximadamente 144 espécies de morcegos, e pouco se sabe sobre a circulação do vírus rábicos nessas espécies. Foram realizadas estimativas – com duas metodologias de isolamento - para detectar a presença do vírus rábico na população estudada. Os resultados foram obtidos pelo cruzamento entre a variável infectividade (presença de vírus rábico) e as variáveis epidemiológicas (espécies de morcegos, sexo, idade, local de captura ). Observou-se que o método de isolamento que utiliza as células McCoy isolou com maior facilidade vírus de morcegos insetívoros, além de apresentar maior capacidade de detectar a infecção na fase latente (subclínica). Já as células N2A foram mais eficientes na detecção do vírus rábico em morcegos hematófagos D. rotundus. As duas metodologias utilizadas apresentaram maior proporção de isolamento do vírus rábico em morcegos insetívoros, nectarívoros e fitófagos. Tais resultados sugerem que os morcegos insetívoros desempenham importante papel na manutenção do vírus no reservatório cuja população foi estudada. Também foi possível constatar que a circulação do vírus ocorre inter e intra-espécies, mas estudos especificamente desenhados para avaliar esse aspecto devem ser implementados. / The prevalence study of the rabies virus was carried out in a sample of bats captured in the Brazilian southeastern São Paulo. Bats are one of the main wild reservoirs of the rabies virus. Brazil holds 144 species of bats and little is know about the circulation of such virus in these species. Two metodologies were used for the estimates of the presence of the rabies virus in the captured in the Parque Estadual Intervales. The results were obtained crossing the variable (presence of rabies virus) with epidemiological variables (bat species, sex, age, site of capture). The McCoy cell line method proved isolating more easily the virus of insectivorous bats besides presenting more capability of detection of infection in the latent phase (sub-clinic phase). On the other hand the N2A cell line were more efficient in detecting the rabies virus in D. rotundus hematophagous bats. It was also observed that for both cells the insectivorous, nectarivorous and phytophagous bats presented higher rabies virus isolation proportion. These results suggest that insectivorous bats play in important role in the maintence of the virus in this reservoir. Although could also be observed that the circulation of the virus occurs intra and inter species, but studies specially designed to asses this issue must be re-evaluated.

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