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Modernização do atraso: a hegemonia burguesa do CIC e as alianças eleitorais da "Era Tasso"

NOBRE, Maria Cristina de Queiroz January 2008 (has links)
NOBRE, Maria Cristina de Queiroz. Modernização do atraso: a hegemonia burguesa do CIC e a alianças eleitorais da "Era Tasso" . 2008. 324 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Ciências Sociais, Programa de Pós- Graduação em Sociologia, Fortaleza-CE, 2008. / Submitted by Liliane oliveira (morena.liliane@hotmail.com) on 2012-01-10T12:18:26Z No. of bitstreams: 1 2008_TESE_MCQNOBRE.pdf: 1831086 bytes, checksum: d3fab89d2e11b48d65f6a11b1260e51c (MD5) / Approved for entry into archive by Maria Josineide Góis(josineide@ufc.br) on 2012-01-11T15:41:32Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2008_TESE_MCQNOBRE.pdf: 1831086 bytes, checksum: d3fab89d2e11b48d65f6a11b1260e51c (MD5) / Made available in DSpace on 2012-01-11T15:41:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2008_TESE_MCQNOBRE.pdf: 1831086 bytes, checksum: d3fab89d2e11b48d65f6a11b1260e51c (MD5) Previous issue date: 2008 / The “Tasso Era” shapes up a unique moment within the political history of the State of Ceara, and one’s understanding of this social phenomenon will also help with an analysis of Brazil today. This work aims at grasping a particular political aspect in this federative state, encompassing late decades, and taking into account the “Tasso Era” as a new cycle of bourgeois hegemony: a historical detailed aspect of politics in the state that anticipates the neoliberal hegemony in Brazil. Leaning on Gramsci, the author approaches that bourgeois hegemonic cycle, considering its “methodological criterion”, to uncover the actual situation in the state as seen in late decades: an experimental period of economic and political modernization, supported by politics of a conservative nature, that gives bodily form to a historical epoch, namely, a conflicting convergence within Brazilian democratic process in the 80’s leading to the country’s insertion in the world of capital dominance seen in the following decades. Starting from a redefining of Gramsci’s theory of Hegemony and his categories of “hegemony”, “passive revolution”, “transformism” and “State”, the author develops a reflection about politics highlighting, not in an exclusive way, its instances of political processes, which allows one to configure the “Tasso Era” as a political, cultural and economic hegemonic cycle of major electoral force. Electoral alliances that were established by CIC’s entrepreneurial elite and give support to the “Tasso Era” are, therefore, the leading thread for this work. By means of research of documents and newspapers, the several electoral campaigns of the hegemonic cycle (1986, 1990, 1994 and 1998) are presented by the author, and the inner workings of alliances, the political-party behavior of representatives associated with the entrepreneurial elite and the resisting force of state political family groups were captured. It remains evident that the new elite is trying hard to present itself as a political option not only to backward sectors of the political spectrum but also to left-wing parties and social movements that once opposed it, thus consolidating its strength on growing supporting from oligarchic sectors that derive their power from local political tradition. The author analyses classical works, such as Faoro and Leal, as well as contemporary studies that have approached this general aspect of the political Brazilian reality. Therefore, the “Tasso Era” presents itself as a new hegemonic cycle that shaped itself from a “change from above” and renewed the political process in the state of Ceara and at the same time reestablished several elements of traditional politics: a new hegemonic cycle that promoted a reshape of forces within the dominant classes at a time of huge social mobilization. / A “Era Tasso” caracteriza um momento ímpar da história política do Ceará e sua compreensão como fenômeno social abre também as possibilidades para se pensar o Brasil contemporâneo. Este estudo busca captar a particularidade da política neste Estado federativo nas últimas décadas, considerando a “Era Tasso” como um novo ciclo de hegemonia burguesa: particularidade histórica da política cearense inserida em um processo de caráter nacional, antecipando a hegemonia neoliberal no Brasil. A partir de Gramsci toma-se este ciclo de hegemonia burguesa enquanto “critério metodológico” para desvelar a realidade cearense das últimas décadas: um período experimental de modernização econômica e política de caráter conservador que encarna uma época histórica, a da convergência contraditória do processo democrático brasileiro dos anos 1980 com a inserção do país na mundialização do capital nas décadas seguintes. A partir do resgate da teoria gramsciana da Hegemonia com as categorias de “hegemonia”, “revolução passiva”, “transformismo” e “Estado” desenvolve-se uma reflexão sobre a política, privilegiando, de modo exclusivo, seus momentos de processos eleitorais, o que permite configurar a “Era Tasso” como um ciclo de hegemonia político-cultural e econômica com extraordinária força eleitoral. As alianças eleitorais, estabelecidas pela elite empresarial do CIC que suporta a “Era Tasso”, são, assim, o fio condutor desse estudo. Através de pesquisa documental e de jornais, apresentam-se as várias campanhas eleitorais de todo o ciclo de hegemonia (1986, 1990, 1994 e 1998), captando a dinâmica de constituição das alianças, o perfil e o comportamento político-partidário dos deputados aliados eleitorais da elite empresarial, bem como a força resistente dos clãs familiares na política cearense. Resta evidente o esforço da nova elite em se constituir como alternativa política tanto aos setores mais atrasados da política, como aos partidos e movimentos sociais de esquerda que lhes fizeram oposição, consolidando sua força no apoio, cada vez mais, dos setores oligárquicos com forte poder na tradição política local. Para tanto, estabelece-se ainda um debate com autores clássicos, como Faoro (2001) e Leal (1997), e, ao mesmo tempo, com estudiosos contemporâneos que têm analisado esse aspecto geral da realidade política brasileira. A “Era Tasso”, enfim, aparece como um novo ciclo de hegemonia que se constituiu a partir de uma “transição pelo alto”, renovando a política cearense, ao mesmo tempo em que restabeleceu diversos elementos da política tradicional: um novo ciclo hegemônico que possibilitou uma recomposição de forças das classes dominantes em um momento de grande mobilização social.

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