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As faces de John Dube: memória, história e nação na África do SulBarros, Antônio Evaldo Almeida 07 September 2012 (has links)
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tese_EABarros.pdf: 1694257 bytes, checksum: 8a07970b8159c46860c37bf99f210879 (MD5) / Defensor da humanidade dos povos africanos, criador do primeiro jornal e autor do primeiro romance em isizulu, fundador do African National Congress, John Langalibalele Mafukuzela Dube (1871-1946) consiste numa figura central da história e memória sul-africana moderna. Há pelo menos duas tendências significativas entre aqueles que, de final do século XIX ao início do século XXI, têm tomado Dube como objeto ou sujeito de interesse. Assim, de um lado, há aqueles que tendem a identificar Dube como colaborador da implementação do regime segregacionista sul-africano. Nesta perspectiva, que é dominante nos anos 1950-1970, Dube é visto como um zulu influente, mas que teria se tornado fantoche dos brancos, um incentivador da solidariedade racial em detrimento daquela de classes e, como tal, promotor dos fundamentos do Apartheid. De outro lado, a exemplo do que ocorre nos dias atuais no contexto da Nação Arco-Íris, há aqueles que veem em Mafukuzela um personagem central das lutas históricas contra a segregação racial, inscrevendo-o como uma espécie de herói sulafricano. Aqui, Dube é reabilitado como sujeito envolvido nas lutas pela liberdade e cuja vida seria exemplo de que, nas origens da nação sul-africana moderna, haveria formas claras de relações raciais harmônicas entre brancos e negros. Embora distintas, essas formas de inscrever Mafukuzela se relacionariam tanto às opções que ele tomara ao longo de sua vida, quanto aos modos como os intérpretes se posicionam diante dos seus atos, palavras e silêncios, e em relação à história da África do Sul e, especialmente, do Apartheid (1948- 1994). Além disso, e paralelo à evidência de que existe uma relação direta entre as formas de conceber Dube e os modos de interpretar a história das relações raciais na África do Sul, notasse que as intervenções teóricas e práticas de e sobre John Dube se alicerçam e fomentam determinadas concepções de história e desenvolvimento, raça, cultura e nação. Neste contexto, são dominantes concepções progressistas de desenvolvimento social e histórico, apresentadas como universais, embora perspectivas diferentes, que consideram, por exemplo, especificidades culturais, também possam ser observadas. / Defender of the humanity of African peoples, the creator of the first newspaper and author of
the first novel in isiZulu, and founder of the African National Congress, John Langalibalele
Mafukuzela Dube (1871-1946) was a central figure in modern South African history. There
are at least two significant trends among those in which, at the turn of the nineteenth to
twentieth centuries, Dube was the object or subject of interest. Thus, on one hand, there are
those who tend to identify Dube as a collaborator in the implementation of South Africa’s
segregationist regime. From this perspective, which predominated from the 1950s to the
1970s, Dube is seen as an influential Zulu who became a puppet of the whites by encouraging
racial solidarity at the expense of class, and therefore promoting one of the pillars of
Apartheid. On the other hand, as we are seeing today in the context of the Rainbow Nation,
there are those who see Mafukuzela as a central figure in the historical struggle against racial
segregation, presenting him as a South African hero. Here, Dube is rehabilitated as a leading
figure in the struggle for freedom, and his life is seen as a clear example of harmonious
relations between whites and blacks at the very beginning of the South African nation.
Although different, these ways of inscribing Mafukuzela in history are both related to the
choices he made throughout his lifetime and the standpoints of those who interpret his
actions, words and silences, and their views of South African history, particularly Apartheid
(1948-1994). Furthermore, and in parallel to the evidence we have of a direct relationship
between ways of perceiving Dube and interpretations of the history of South African race
relations, we can see that the theoretical and practical work done by and about John Dube
consolidate and promote specific concepts of history and the development of race, culture and
nation. In this context, the predominant concepts of social and historic development are
progressive and presented as universal, although different perspectives, considering, for
example, cultural specificities, can also be observed.
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