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Pr?ticas institucionais/discursivas acerca dos cuidados com os beb?s prematuros e/ou de baixo peso: o programa canguru

V?ras, Renata Meira 23 February 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2014-12-17T15:40:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 RenataMV_TESE.pdf: 1551134 bytes, checksum: 5241bc9c940147eb3212cc19ebdea324 (MD5) Previous issue date: 2010-02-23 / Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior / The Kangaroo Program was implemented in Brazil in 2000 through the Unified Health System (Sistema ?nico de Sa?de SUS) sustained with a humanized rethoric of health care assistance. This program adopts the skin-to-skin contact contributing to the mother-infant bond, breastfeeding and promoting security in mother s care. The users of SUS are encouraged to live in the maternity ward to follow the baby health improvement. However, it was verified in previous observations that mothers participation in the Kangaroo Program has been done through an imposed practice. Therefore, this study intended to understand the texts that permeate the kangaroo practice. This research was developed through two studies: 1) an historic exploration of motherhood concept and an analysis of how the motherhood is presented in the official document that orients the program; 2) an analysis of institutional dynamic of Kangaroo Program, emphasizing the study about the health workers everyday practice, the mothers view about their life in the maternity wards, and the attendance practice. It is highlighted that the relation between this two studies allowed the comprehension abouthow the official discourses can influence the health workers behaviors and how their viewpoint and position can shape the everyday work in a public health program. This research, supported by Institutional Ethnography, considers that people s practices and experiences are socially organized and shaped by broad social forces. The discourse method was used in the documental analysis and in the analysis of qualitative data from empiric research. The research showed that the kangaroo program has been an excellent way to save resources and to improve some baby s biologic and psychological aspects. However, this program has failed to consider the social, economic and cultural complexity of mothers and the structural limitation of the health care system. The official document uses the economic and medical approach, following the hegemonic biomedical model and the life style of the people that don t use the public health system. Consequently, the program has not been successful because it is planned without people participation. On the other hand, it was verified that although some professionals are committed with their work, the mainly does not consider mothers participation as an active process, using the institutional power as a social control to keep mothers uninformed about the possibility to leave the maternity wards. As a result, the research also showed that mothers perceive the program as mandatory and not as option that can improve pleasure moments. It is, therefore, necessary to consider the complex social determinants of health that can increase mothers participation in the Kangaroo Program. Bringing these issues into debate can be a reflective exercise on citizenship and governance, allowing spaces for the improvement of public health programs / O Programa Canguru foi implantado no Brasil em 2000 atrav?s de uma pol?tica p?blica do Sistema ?nico de Sa?de (SUS), sustentado sob a ret?rica da humaniza??o dos servi?os de sa?de. Este programa adota a pr?tica de colocar o beb? prematuro e/ou de baixo peso em contato pele a pele com sua m?e com o intuito de fortalecer o v?nculo afetivo entre m?e e beb?, incentivar o aleitamento materno e promover maior seguran?a nos cuidados com seu filho. As m?es usu?rias do SUS s?o, dessa forma, solicitadas a residirem na maternidade, participando dos cuidados com o beb?, at? sua alta. No entanto, constatou-se, em observa??es pr?vias, que a participa??o no Programa Canguru tem sido geralmente uma imposi??o para essas usu?rias. Assim sendo, procurou-se interpretar os textos que permeiam o desenvolvimento da pr?tica Canguru. Essa pesquisa foi realizada atrav?s de dois estudos: 1) explora??o hist?rica do conceito de maternidade e an?lise de como a maternidade ? apresentada no m?dulo do documento oficial que orienta o programa; 2) an?lise da din?mica institucional que permeia o Programa Canguru, enfatizando o estudo acerca do processo de trabalho dos profissionais da sa?de e a compreens?o da percep??o das usu?rias sobre sua estadia na maternidade e sobre a din?mica de atendimento. Destaca-se que a rela??o entre esses dois estudos permitiu a compreens?o da forma que os discursos podem influenciar o comportamento dos profissionais de sa?de e que implica??es os discursos destes t?m na pr?tica cotidiana do atendimento em sa?de. A pesquisa, fundamentada na metodologia da Etnografia Institucional, considera as pr?ticas e experi?ncias como socialmente organizadas, procurando entend?-las na sua din?mica e interdepend?ncias. A perspectiva adotada para a an?lise documental, como tamb?m para o estudo dos dados qualitativos constru?dos na pesquisa emp?rica, foi a an?lise do discurso. A pesquisa mostrou que embora o Programa Canguru venha demonstrando resultados positivos, tanto em rela??o ? economia de recursos quanto aos aspectos psicol?gicos e biol?gicos do beb?, por outro lado ele falha em considerar a complexidade social, econ?mica e cultural das m?es e as limita??es estruturais do sistema de sa?de p?blica. O documento oficial deste programa apoia-se na racionalidade m?dica e econ?mica, cuja concep??o centra-se no modelo biom?dico hegem?nico e nas condi??es de vida e estrutura??o de fam?lia de uma popula??o que n?o ? usu?ria do Sistema ?nico de Sa?de. Essa disson?ncia dificulta o sucesso do programa, uma vez que suas a??es s?o planejadas e criadas sem considera??o ?s condi??es de vida e experi?ncias das pessoas que fazem uso desse servi?o. Com rela??o ? din?mica institucional, observou-se que, embora alguns profissionais se diferenciem no tratamento com as usu?rias, a maioria deles desconsidera o papel ativo da m?e nesse m?todo de interven??o. Por outro lado, a pesquisa mostrou que as m?es veem o programa como uma obriga??o e n?o uma op??o que implique em momentos prazerosos no ambiente hospitalar. Ressalta-se, assim, que a implanta??o deste programa requer n?o s? a presen?a e o treinamento para o bom atendimento da equipe de funcion?rios, como tamb?m deve ser levado em considera??o a complexa rede de determinantes sociais da sa?de que podem influenciar na participa??o das m?es no programa. Discutir e problematizar o cotidiano de programas como esse se constitui, dessa forma, um exerc?cio de reflex?o sobre cidadania e governan?a, permitindo espa?os para a melhoria dos programas de sa?de p?blica

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