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O espaço de vida do agente de segurança penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários / Correctional officers life space inside the correctional facility: among cages, mousetraps and aquariumsLourenço, Arlindo da Silva 29 April 2010 (has links)
O objetivo da pesquisa foi estudar a psicologia dos Agentes de Segurança Penitenciária (ASPs), como integrantes de um grupo profissional no exercício de sua função no interior do cárcere. O referencial teórico foi a Teoria de Campo de Kurt LEWIN, com destaque para os conceitos de espaço de vida, pessoa e ambiente, regiões, barreiras, locomoção e tempo. O objeto de estudo foi 27 ASPs de duas Penitenciárias masculinas do Estado de São Paulo. Esses agentes foram observados em três situações de trabalho, especialmente nas portarias e nas gaiolas das penitenciárias, durante 120 horas, ou dez plantões. As observações, de matiz etnográfico, que incluíram ações, gestos, palavras e ambiente físico, foram registradas em cadernos de campo. A análise das observações foi realizada mediante a leitura dos conceitos lewinianos, subsidiada por outros estudos das prisões e das relações grupais no interior do cárcere. A sistematização das análises permitiu inferir que: i) o ambiente das prisões não é apenas perigoso e insalubre, como também lugar de trabalho precarizado e pauperizado; ii) as pessoas dos ASPs ressentem-se da condição inadequada de trabalho, mas poucos conseguem, no sentido da transformação do ambiente; iii) as más condições de trabalho levam à precarização da própria existência pessoal dos ASPs; iv) o ambiente da prisão leva à vitimização das pessoas, sejam funcionários ou presos. Os resultados foram discutidos à luz dos conceitos enunciados, que permitiram esclarecer, do ponto de vista psicossocial, o exercício da função do ASP como identidade profissional paradoxal: ora agente repressor, ora agente ressocializador. Essa ambiguidade característica resulta de uma situação de equilíbrio precário entre regiões de valências opostas e entre forças de natureza diversa, além de ser resultante da interação com o ambiente, que inclui o grupo dos ASPs e o grupo dos presos / The aim of this research was analyzing the psychology of correctional officers as members of a professional group carrying out their duty inside the prison. The theoretical reference was Kurt Lewins field theory, highlighting the concepts of life space, individual and environment, regions, barriers, locomotion and time. The purpose of the investigation was 27 correctional officers from two male correction facilities in Sao Paulo State. These officers were observed in three working situations, mainly in the gatehouses and in the prison cages, for 120 hours, or ten shifts. The observations, with ethnographic tone, which included actions, gestures, words and physical environment, were recorded in field notebooks. The analysis of the observations was accomplished through the reading of Lewinian concepts, helped by other studies on prisons and group relations inside the correction facilities. The systematization of the analyses helped inferring that: i) the environment of the correctional facilities is not only dangerous and unhealthy, but also fragile and meager; ii) the correctional officers, as human beings, are resentful of the inadequate working conditions, but few succeed, in the sense of environment transformation; iii) the bad working conditions lead to an impoverishment of the correctional officers personal existence itself; iv) the prison environment induces the victim hood of the individuals, officers and prisoners alike. The results were discussed in the light of the declared concepts, which allowed explain, in the psychosocial point of view, the correctional officers duty role as a paradoxical professional identity: sometimes a repressor agent, sometimes a resocializer agent. This distinctive ambiguity results from a precariously balanced situation among areas with opposed validity and among several different forces, and it is also a result of the interaction with the environment, which includes the group of correctional officers and the group of prisoners
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O espaço de vida do agente de segurança penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários / Correctional officers life space inside the correctional facility: among cages, mousetraps and aquariumsArlindo da Silva Lourenço 29 April 2010 (has links)
O objetivo da pesquisa foi estudar a psicologia dos Agentes de Segurança Penitenciária (ASPs), como integrantes de um grupo profissional no exercício de sua função no interior do cárcere. O referencial teórico foi a Teoria de Campo de Kurt LEWIN, com destaque para os conceitos de espaço de vida, pessoa e ambiente, regiões, barreiras, locomoção e tempo. O objeto de estudo foi 27 ASPs de duas Penitenciárias masculinas do Estado de São Paulo. Esses agentes foram observados em três situações de trabalho, especialmente nas portarias e nas gaiolas das penitenciárias, durante 120 horas, ou dez plantões. As observações, de matiz etnográfico, que incluíram ações, gestos, palavras e ambiente físico, foram registradas em cadernos de campo. A análise das observações foi realizada mediante a leitura dos conceitos lewinianos, subsidiada por outros estudos das prisões e das relações grupais no interior do cárcere. A sistematização das análises permitiu inferir que: i) o ambiente das prisões não é apenas perigoso e insalubre, como também lugar de trabalho precarizado e pauperizado; ii) as pessoas dos ASPs ressentem-se da condição inadequada de trabalho, mas poucos conseguem, no sentido da transformação do ambiente; iii) as más condições de trabalho levam à precarização da própria existência pessoal dos ASPs; iv) o ambiente da prisão leva à vitimização das pessoas, sejam funcionários ou presos. Os resultados foram discutidos à luz dos conceitos enunciados, que permitiram esclarecer, do ponto de vista psicossocial, o exercício da função do ASP como identidade profissional paradoxal: ora agente repressor, ora agente ressocializador. Essa ambiguidade característica resulta de uma situação de equilíbrio precário entre regiões de valências opostas e entre forças de natureza diversa, além de ser resultante da interação com o ambiente, que inclui o grupo dos ASPs e o grupo dos presos / The aim of this research was analyzing the psychology of correctional officers as members of a professional group carrying out their duty inside the prison. The theoretical reference was Kurt Lewins field theory, highlighting the concepts of life space, individual and environment, regions, barriers, locomotion and time. The purpose of the investigation was 27 correctional officers from two male correction facilities in Sao Paulo State. These officers were observed in three working situations, mainly in the gatehouses and in the prison cages, for 120 hours, or ten shifts. The observations, with ethnographic tone, which included actions, gestures, words and physical environment, were recorded in field notebooks. The analysis of the observations was accomplished through the reading of Lewinian concepts, helped by other studies on prisons and group relations inside the correction facilities. The systematization of the analyses helped inferring that: i) the environment of the correctional facilities is not only dangerous and unhealthy, but also fragile and meager; ii) the correctional officers, as human beings, are resentful of the inadequate working conditions, but few succeed, in the sense of environment transformation; iii) the bad working conditions lead to an impoverishment of the correctional officers personal existence itself; iv) the prison environment induces the victim hood of the individuals, officers and prisoners alike. The results were discussed in the light of the declared concepts, which allowed explain, in the psychosocial point of view, the correctional officers duty role as a paradoxical professional identity: sometimes a repressor agent, sometimes a resocializer agent. This distinctive ambiguity results from a precariously balanced situation among areas with opposed validity and among several different forces, and it is also a result of the interaction with the environment, which includes the group of correctional officers and the group of prisoners
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