nÃo hà / O presente estudo tem como tema central discutir acerca das possÃveis incidÃncias da depressÃo em crianÃas. Mediante as manifestaÃÃes de sofrimento psÃquico na infÃncia, nos questionamos sobre o que realmente està em jogo, quando escutamos que uma crianÃa tem depressÃo, principalmente por considerarmos que essa se encontra no processo de estruturaÃÃo psÃquica, sendo este um momento refletor de mudanÃas heterogÃneas e significativas para o infante. Diante disso, a pesquisa objetivou empreender uma reflexÃo, dentro do viÃs psicanalÃtico, sobre a depressÃo infantil, correlacionando-a aos diferentes tempos da constituiÃÃo psÃquica. A metodologia utilizada para atingir o objetivo proposto centrou-se em uma pesquisa bibliogrÃfica. Em um primeiro momento, realizou-se uma investigaÃÃo das produÃÃes psicanalÃticas sobre a infÃncia, seguindo autores que localizaram a problemÃtica da depressÃo no contexto inicial da constituiÃÃo do sujeito psÃquico, com o intuito de traÃar linhas de tensÃo e concordÃncia entre eles. Foram retomados autores como Melanie Klein, Renà Spitz, John Bowlby, Donald Winnicott, Andrà Green, dentre outros. Em seguida, exploraram-se os diferentes tempos dos processos de constituiÃÃo e as suas possÃveis correlaÃÃes com a depressÃo infantil. Dentre as obras utilizadas neste momento estÃo as produÃÃes de Sigmund Freud e Jacques Lacan, assim como as de psicanalistas contemporÃneos, como Mauro Mendes Dias e Maria Rita Kehl. Por fim, problematizou-se o tema da depressÃo em crianÃas com a teoria freudiana do perÃodo de latÃncia e do conceito de inibiÃÃo. Para isso foi feito um diÃlogo com autores contemporÃneos, que tambÃm contemplaram o assunto. Os resultados da pesquisa apontaram para a heterogeneidade com que as manifestaÃÃes de sofrimento psÃquico na infÃncia, especificamente a depressÃo, podem ser compreendidas: ora enquanto um dado estrutural, que concerne ao desenvolvimento, ora enquanto afecÃÃo embasada nas relaÃÃes primordiais do infante. Esses diferentes entendimentos tÃm muito a contribuir com os profissionais que se atÃm ao cuidado à infÃncia, uma vez que serve como uma alerta acerca da pressa em diagnosticar e tambÃm em medicar. Acreditamos, portanto, que a psicanÃlise, avessa Ãs generalizaÃÃes psicopatolÃgicas, tem muito a contribuir na compreensÃo e discussÃo sobre a infÃncia e na clÃnica voltada para esse tempo.