RESUMO Foi conduzido um monitoramento periódico dos teores de carbono, nitrogênio e fósforo da palhada de milho [Zea mays) e de aveia preta (Avena strigosa) , e do solo durante 370 dias (abril/l993-abril/1994), numa gleba experimental situada no Campo Demonstrativo e Experimental Batavo em Carambeí (PR). 0 estudo envolveu a cultura da aveia preta e da soja (Glycine max), sob plantio direto, num Latossolo Vermelho-Escuro, distrófico. A decomposição da palhada foi avaliada através de sua perda de peso e as amostras de solo para a análise dos nutrientes estudados foram coletadas a 4 profundidades: 0-2,5;2,5-5,0;5,0-7,5 e 7,5-10,0cm. Todas as coletas foram feitas em pontos ao acaso nas 3 parcelas-repetição em todas as 15 épocas de amostragem. Foram também observados dados climáticos, assim como a temperatura e a umidade do solo a 2,5 e a 7,5cm de profundidade. A palhada de milho apresentou perda de peso mais lenta do que a de aveia preta, permanecendo mais tempo no solo. Enquanto a palhada de milho sofreu perda de 49% de seu peso inicial em 149 dias, a de aveia preta sofreu perda de 71% em 179 dias. Isto foi atribuído à sua mais alta relação C/N (43:1 e 24:1, respectivamente), à sua distribuição mais heterogênea em campo, à maior quantidade de resíduo adicionado (9,8 e 6,8t/ha, respectivamente), e às diferentes condições de temperatura e de umidade do solo durante o ciclo da aveia preta e da soja (médias a 2,5 cm, respectivamente de 13,8 e 25,0°C e 34 e 27g/g). Os teores de C e de N total da palhada de milho e de aveia preta apresentaram poucas variações mantendo-se, respectivamente, em torno de 42,8 e 1,0% para o milho e de 41,5 e 1,7% para a aveia preta. Os teores de P, por outro lado, apresentaram decréscimo no período indo de 0,12 para 0,09% no milho e de 0,16 para 0,10% na aveia preta. Os teores de C-orgânico do solo apresentaram poucas variações encontrando-se em torno de 3,5% na primeira camada durante o período. Porém os teores de N-total decresceram indo, valores médios obtidos de 0 a 10,0 cm, de 1,73 para 1,56% em 270 dias, o que foi atribuído a mineralização do nitrogênio durante a decomposição dos resíduos. Os teores de N-nítrico e amoniacal apresentaram grandes variações apresentando valores respectivamente entre 6 e 37; 6 e 57 mg/kg na primeira camada de solo amostrada. Isto foi atribuído aos diferentes valores de relação C/N da palhada em decomposição e às diferentes condições de temperatura e de umidade do solo, ocorrendo maiores teores de N-NH4 + no ciclo da aveia preta, e de N-N03" no da soja. Os teores de P-extraível no solo variaram em menor intensidade, no entanto foi observado um aumento significativo aos 65 dias, quando ele foi de 14 para 19 mg/kg na camada mais superficial do solo. Todos os elementos apresentaram diminuição em seus teores com a profundidade, principalmente abaixo da camada de 0-2,5cm. Isto foi mais evidente em relação ao P que apresentou em média uma queda de 42%.