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Rompendo o ciclo da violência : vozes femininas da literatura contemporânea afrodescendente anglófona

Hamilton, Norma Diana 05 February 2018 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2018. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-06-25T20:28:50Z No. of bitstreams: 1 2018_NormaDianaHamilton.pdf: 2549427 bytes, checksum: bd493d091957c887029a5438eab908f9 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-06-29T16:36:54Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2018_NormaDianaHamilton.pdf: 2549427 bytes, checksum: bd493d091957c887029a5438eab908f9 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-06-29T16:36:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2018_NormaDianaHamilton.pdf: 2549427 bytes, checksum: bd493d091957c887029a5438eab908f9 (MD5) Previous issue date: 2018-06-25 / Partindo das perspectivas dos estudos feministas e de gênero, articulados aos estudos de raça, analisamos nesta tese a representação da violência física e simbólica contra mulheres negras em narrativas produzidas por escritoras afrodescendentes anglófonas, mais especificamente, a afro-estadunidense Toni Morrison, e sobretudo, as afro-caribenhas Merle Hodge, Jamaica Kindcaid e Erna Brodber. A visibilidade das valiosas contribuições dessas escritoras merece ser ampliada, tendo em vista que, além de expor e denunciar os vários tipos de violência que sofrem as mulheres negras inseridas em contextos sociais patriarcais racistas, elas conduzem a uma quebra nas convenções do discurso e cultura dominante, as quais oprimem essas mulheres. Essas narrativas convidam a uma releitura da subjetividade feminina negra, a qual, apesar de sua diversidade e complexidade como a de todo ser humano, tem sido homogeneizada e estereotipada de forma negativa na cultura e literatura tradicional. Essas novas narrativas sobre os povos negros, produzidas por eles mesmos, neste caso específico, sobre as mulheres negras, são caracterizadas por uma dialógica complexa e uma dialética de identidade, em virtude de sua reflexão não apenas sobre as relações sociais com o Outro, mas também sobre o diálogo interno, explorando aspectos da “alteridade” dentro do Eu. Dessa forma, apresentam uma complexa dimensão social e discursiva heterogênea. A partir desse lugar de fala, as escritoras negras, assim como suas personagens negras, gradualmente adquirem novas capacidades de autodefinição, resgatando identidades positivas para si; de resistência e transcendência à opressão, por meio da formação de uma nova consciência que lhes permite refletir de modo crítico sobre a injusta inferiorização imposta pela ideologia dominante. Com isso, elas têm atingido uma nova dimensão psíquica, em que acrescentam às necessárias estratégias de resistência, uma nova capacidade, a de reexistência, na qual se autovalorizam e ganham cada vez mais força para romper o ciclo da opressão. / Violence against women is a theme that has yet to be fully explored in the field of literary studies. Grounded on the perspectives of feminist, gender and racial studies, we analyze the representation of physical and symbolic violence against women in the novels of Anglophone women writers of African descent, more specifically, the African American Toni Morrison, and above all, Black Caribbean authors, Merle Hodge, Jamaica Kincaid and Erna Brodber. By way of speaking in a plurality of voices and a multiplicity of discourses, Black female writers enter into dialogue with the Other. This dialogical discourse has provided a necessary disruption of hegemonic discourses, as well as a revision of a model for reading Black and female literary expression. Such proposed rewriting – which surrounds Black people, with emphasis on Black women – presents a complex social and discursive heterogeneous dimension. From this standpoint, Black female writers have been able to portray the complex experiences and identities of the Black female subject, who gradually acquires the ability of self-definition, in order to form positive self-images and a new consciousness, necessary for resisting the oppressive reality of her patriarchal racist society. By investing in the virtue of self-appreciation, the Black female characters, as depicted in these novels, achieve a new psychological dimension, that is, a re-existence, and are gradually able to break the cycle of oppression.

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