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Os litores da nossa burguesia: o Mídia sem Máscara em atuação partidária (2002-2011) / The lictors of our bourgeoisie: the Mídia Sem Máscara in partisan action (2002-2011)

Patschiki, Lucas 29 March 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-10T17:56:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Lucas Patschiki_parte1.pdf: 3784874 bytes, checksum: ff646a9f25e7c4f7022c0a280c29048a (MD5) Previous issue date: 2012-03-29 / Fundação Araucária / In this dissertation we investigated the performance of the partisan group organized around the website Maskless Media (Mídia Sem Máscara, www.midiasemmascara.org) between the years 2002 and 2011. The website was founded in the year of 2002 in the context of presidential elections to elect Luiz Inácio Lula da Silva of the Workers Party (Partido dos Trabalhadores), presenting itself as an observatory of the press, under the responsibility of the main organizer Olavo de Carvalho. He proposed through the Mídia Sem Máscara group a series of right-wing intellectuals around an ideological component: the anticommunism. After this election there is a fast rise on anticommunism in Brazilian media as an element of pressure on the Labor Party to fulfill the commitments made with the bourgeoisie and imperialism. Explanation that is not sufficient to characterize the progress of an organized movement of fascist type, which we´ll analyze through the limits of ultra-liberalism as a social-historical project, unable to resolve the crisis of capital-imperialism. In this conjuncture its anticommunism served as common ideological basis for the fascist spectrum of society, organizing a movement aiming the intensification of class struggle. Starting from this bases, the group Mídia sem Máscara began their militating for a fascist project - not yet fully developed, given the circumstances. Fascism is here understood as a phenomenon born with imperialism, which first political and social function is to rearrange the block in the power in a brutal manner during the open crisis, for the maintenance and reproduction of class society which indicates its character of constant struggle against the working class and generally against any democratic advance. This does not mean that any crisis gives way to an alternative fascist, but is by the perspective of institutional breakdown that contemporary fascist movements are organized. It is one of the prerogatives of what we might call the third fascist wave , ideologically distinct from the previous by the acceptance of the ultra-liberal economic presuppositions and organizationally by the emphasis on the formation of networks around the party. We investigate in this dissertation: the approaches to the immediate history in academy; the production of historical knowledge and the question of historical truth; the qualitative developments of capitalism in the last century; the development of the internet as part of the expansion of forms of reproduction of capital; the installation of Internet in Brazil; fascist movements in its transformations; the public career of Olavo de Carvalho; the formation of the Mídia Sem Máscara and its affirmation; its organization; discursive peculiarity; ways of activity for propaganda, cooptation and training of their readers-militants over the internet; the social groups which are aimed; its network around the party; and their ideological assumptions, emphasizing the specificity of their anticommunism (the anticommunism against Gramsci). / Investigamos nesta dissertação a atuação partidária do grupo organizado em torno do website Mídia Sem Máscara (www.midiasemmascara.org) entre os anos de 2002 e 2011. Ele se constitui em 2002, no contexto das eleições presidenciais que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, apresentando-se como um observatório de imprensa, sob a responsabilidade de seu principal organizador Olavo de Carvalho. Este propunha através do Mídia Sem Máscara agrupar uma série de intelectuais de direita em torno de um componente ideológico: o anticomunismo. Após aquela eleição houve rápida ascensão anticomunista na mídia brasileira, elemento de pressão sobre o Partido dos Trabalhadores para que cumprisse os compromissos assumidos com a burguesia e o imperialismo. Explicação que não é suficiente para caracterizar o avanço de um movimento organizado de tipo fascista, que iremos analisar através dos limites do ultraliberalismo como projeto histórico-social, incapaz de solucionar as crises do capital-imperialismo. Nesta conjuntura o anticomunismo serviu como base ideológica comum para o espectro fascista da sociedade, um movimento organizador visando o acirramento da luta de classes. O Mídia Sem Máscara partiu destas bases militando por um projeto fascista ainda não plenamente desenvolvido, já que determinado pela conjuntura. O fascismo é compreendido aqui como um fenômeno nascido com o imperialismo, cuja função política e social primária é o de reorganizar o bloco no poder de maneira brutal durante a crise aberta, para a manutenção e reprodução da sociedade de classes o que denota seu caráter de luta aberta contra a classe trabalhadora e suas organizações, de maneira geral contra qualquer avanço conquistado pelas classes exploradas. Isto não significa que qualquer crise abre caminho para a alternativa fascista, mas é pela perspectiva de ruptura institucional que os movimentos fascistas contemporâneos organizam-se. Esta é uma das prerrogativas do que podemos chamar de terceira onda fascista, ideologicamente distinta das anteriores pela aceitação dos pressupostos econômicos ultraliberais e organizativamente pela ênfase na formação de redes extrapartidárias. Iremos abordar nesta dissertação: a relação da história imediata com a academia; a produção do conhecimento histórico e a questão da verdade histórica; os desenvolvimentos qualitativos do capitalismo no século passado; o desenvolvimento da internet como parte da ampliação das formas de reprodução do capital; a instalação da internet no Brasil; os movimentos fascistas em suas transformações; a trajetória pública de Olavo de Carvalho; a constituição e afirmação do Mídia Sem Máscara; sua organização; peculiaridade discursiva; formas de atuação para propaganda, cooptação e formação de seus leitores-militantes através da internet; os grupos sociais aos quais dirigem-se; sua rede extrapartidária; e suas premissas ideológicas, enfatizando a especificidade de seu anticomunismo (o anticomunismo contra Gramsci).

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