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Cartografias de um lugar imaginário : uma travessia pelo romance Calunga, de Jorge de Lima.Almeida, Simone Cavalcante de 29 August 2008 (has links)
The course of this crossing aims to (re)discover aesthetic and stylistic
configurations in Jorge de Lima s novel Calunga, by observing Levitas s
(1990) discussions on the three aspects of utopia (form, function and
content) as its theoretical cartography. Regarding the issue of form, the
analysis proposes that novel signals two ruptures: the dissolution of
barriers between genres, having as its basis Cortázar s ideas (1998) and
focusing on the identification of a poetic stream acting in narrative the text;
and the counterpoint it offers to the form of the traditional utopias, in a
self-critical process constructed by the use of symbolic references to the
island and the mud. As for the content, two utopian expressions found in
the plot, the character Lula s daydream and the saint s mysticism, in
approximation to Bloch s (2005) ideas on daydreams and Mannheim s (1982)
studies on the chiliastic consciousness, offer the means for an exploration of
the utopian phenomenon and its implications. Regarding the utopian
function, Moylan s (2003) concept of the critical utopia is used in relation to
two articulated movements in the narrative: its self-reflexive quality, in
terms of intertextual references to Jorge de Lima s poetry, which compose
internal reference paraphrases and is looked at from the perspective of
Sant Anna´s (1988) definition of literary paraphrasis; and, considering an
outward movent, its relations with canonical narratives of Brazilian premodernist
and modernist prose, aiming to stress the convergences between
the discourses of utopia, nation and national identity. By choosing the paths
in the consolidation of his literary project, Jorge de Lima had his work in
prose practically ignored. Finally, the course followed in the present study
aims to reposition Calunga in contemporary critical studies. / O roteiro desta travessia pretende (re)descobrir as configurações estéticoestilísticas
do romance Calunga, de Jorge de Lima, utilizando como cartografia
teórica a discussão de Levitas (1990) sobre os três aspectos da utopia (forma,
função e conteúdo). No aspecto da forma, o romance sinaliza duas rupturas: a
dissolução de barreiras entre os gêneros, tomando como referência as idéias de
Cortázar (1998), a partir da identificação de uma corrente poética atuando no
texto; e a contraposição à forma das utopias tradicionais, num processo de autocrítica
baseado nos motivos simbólicos da ilha e da lama. Quanto ao conteúdo, as
duas expressões utópicas atuantes na trama, o sonho do personagem Lula e o
misticismo do santo, aproximadas ao pensamento de Bloch (2005) sobre sonho
diurno e de Mannheim (1982) sobre a mentalidade quiliástica, oferecem uma visão
mais exploratória do fenômeno utópico e suas implicações. Já no aspecto da
função, o conceito de utopia crítica, de Moylan (2003), é retomado num diálogo
aberto com dois movimentos articulados na trama: no âmbito auto-referencial,
entrecruzando o romance com os livros de poesia, de Jorge de Lima, defendendo a
presença da paráfrase de referência interna, numa interface com a definição de
paráfrase sustentada por Sant´Anna (1988); e no plano externo, interrelacionando
a obra com narrativas clássicas do Pré-Modernismo e do
Modernismo brasileiro, buscando, nesse percurso, enfocar as convergências entre
os discursos da utopia, da nação e da identidade nacional. Ao escolher as rotas na
consolidação de seu projeto literário, Jorge de Lima muitas vezes pagou o preço de
ter a sua obra em prosa praticamente ignorada. A intenção desta travessia é,
enfim, relocalizar o romance Calunga nos estudos críticos da atualidade.
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