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A formação contínua do educador sem terra em um assentamento : alcances, limites e perspectivasSantos, Fátima Maria dos 15 November 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-11-15 / O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST é um movimento reconhecido em âmbito nacional e internacional, cujas práticas têm tido, até o momento, diferentes
ressonâncias na sociedade. Aproximar-se das questões, em nível da formação contínua dos educadores Sem Terra, é confrontar-se com os conflitos que perpassam a dinâmica e o fazer pedagógico desse segmento social. O MST possui um projeto educacional em nível nacional que tem como meta, entre outras, a erradicação do analfabetismo dos que fazem o Movimento, o direito à escola pública e a formação de
educadores. Este trabalho configura-se num processo que buscou conhecer como se materializa a formação contínua dos educadores do MST em um assentamento, e quais os princípios pedagógicos fundamentam essa formação. O estudo foi desenvolvido com os educadores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Roberto Remige, no assentamento João Batista II, em Castanhal/PA. O trabalho caracteriza-se por uma abordagem qualitativa do tipo etnográfico e valeu-se de
observação, análise documental e entrevistas como instrumentos metodológicos, numa perspectiva de análise histórica, baseada em Paulo Freire (1921-1997). A
pesquisa fundamenta-se nas abordagens pedagógicas do ponto de vista do MST e de autores que estudam o tema, tendo como prioridade o pensamento do educador Paulo
Freire (1921-1997). A decisão de tomar os estudos freireanos como referencial teórico deste trabalho deu-se pelo fato de ser um dos teóricos a quem o MST recorre com freqüência, pela sua contribuição na construção pedagógica das escolas, assim como nos estudos de formação inicial e contínua dos educadores nos assentamentos. O estudo resgata a história do MST, abrangendo-a da gênese à consolidação e
territorialização, no Brasil, por considerar que é nessa dinâmica de ocupação da terra que estão inseridas as lutas pela democratização do ensino e pela formação de educadores para atender a demanda educacional nos assentamentos. Na continuidade, se detém sobre os princípios pedagógicos que fundamentam a formação contínua do educador Sem Terra, do ponto de vista do MST, em diálogo com o referencial teórico - a pedagogia freireana - articulados às formulações de outros autores acerca da formação contínua. Em seguida, a partir dos educadores entrevistados, o estudo apresenta a experiência dos educadores, no referido
assentamento, acerca da formação contínua, discutindo a intencionalidade do ato de
formar que subentende uma formação de dimensão política e ideológica, a partir do assentamento, organicamente vinculada à política traçada pelo coletivo nacional de
educação do MST. Por fim, dada a complexidade do estudo, haja vista o contexto de lutas sociais e políticas em que se insere, são identificados os limites, alcances e perspectivas da formação contínua para educadores sem-terra do assentamento João Batista II. Os questionamentos apresentados se configuram como inquietações, que podem desencadear novas pesquisas acerca da educação nos movimentos sociais.
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