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MASCULINIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL NO RIO GRANDE DO SUL ANÁLISE A PARTIR DOS SISTEMAS AGRÁRIOS / MASCULINIZATION OF THE RURAL POPULATION IN RIO GRANDE DO SULANALYSIS FROM THE AGRARIAN SYSTEM

Rauber, Cassiane da Costa 03 May 2010 (has links)
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This study aimed to examine the masculinity index of the rural population in the different agrarian systems of Rio Grande do Sul (Brazil) verifying possible features and different settings. Systematic and statistical analysis of data from the IBGE Population Count referring to the rural population in Rio Grande do Sul by district in 1950 and by municipalities in 2007 were performed. Masculinity indices of the total rural population and of four age groups were calculated (children, young people, adults and seniors). For the application of Kruskal-Wallis test the rates were grouped by land system (1 Campanha; 2 - Serra do Sudeste; 3 - Depressão Central; 4 Litoral Norte; 5 Litoral Sul; 6 Colonias Velhas; 7 Campos de Cima da Serra; 8 Colônias Novas and 9 - Planalto). Regarding data from 2007, the Test for Difference between Two Proportions was applied. Since 1950 the process of rural masculinization has been intensifying in Rio Grande do Sul, however, it is not a process that takes place homogenously throughout the state, that is, it presents different behaviors depending on the different farming systems. In 1950 and 2007 the agrarian systems 1 and 5 were considered the most masculine. In 2007, the processes 2 and 7 also intensified, and in the cited systems the extensive livestock farming was highly representative. There is a tendency of differentiation in the indices of masculinity of these agrarian systems in relation to the systems 6, 8, 3, and 9. The agrarian systems 9 and 3, where the mechanized production of soybean and rice is representative, underwent a transformation in the behavior in the period, assuming an intermediate position between the high levels of masculinity in the cattle-raising region and low levels in the Colônias, where the family agriculture is a relevant. No significant differences were observed among the agrarian systems in the strata of children and young people, whereas for the adult population there was a clear differentiation of behavior. This differentiation is accentuated among the elderly, where the agrarian systems present three different behaviors: 1) moderate female predominance of family farming in the regions, 2) moderate male predominance in the region of mechanized agriculture, 3) intense male predominance in cattle-raising regions. Thus, the socioeconomic importance of family farming in the agrarian system, the characteristics of the production process, the relations of production, land concentration, and intensity of the main systems of production seem to influence the behavior of rural masculinization especially among the elderly. From the results of the quantitative analysis, a new literature review was performed as a complementary study, checking alternatives to rural masculinization suggested by different authors and policymakers in Brazil. Based on the research data we discussed the relevance and adaptability of these alternatives to the agrarian systems of Rio Grande do Sul. This literature presents important discussions, however it is too generic. In this sense, some alternatives have been suggested highlighting the need for strengthening family agriculture through land reform, especially in some regions in the state. / Esta dissertação teve por objetivo analisar o índice de masculinidade da população rural nos diferentes sistemas agrários do Rio Grande do Sul (Brasil), verificando suas eventuais particularidades e diferentes configurações. Para tanto, utilizou-se da sistematização e análise estatística de dados da Contagem Populacional do IBGE, referentes à população rural gaúcha por distrito em 1950 e por municípios em 2007. Foram calculados os Índices de Masculinidade da população rural total e em quatro faixas etárias (crianças; jovens; adultos e idosos). Para a aplicação do Teste de Kruskal-Wallis estes índices foram agrupados por sistema agrário (1 - Campanha, 2 - Serra do Sudeste, 3 - Depressão Central, 4 - Litoral Norte, 5 - Litoral Sul, 6 - Colônias Velhas, 7 - Campos de Cima da Serra, 8 - Colônias Novas e 9 - Planalto). Sobre os dados de 2007 também foi aplicado o Teste para a Diferença entre Duas Proporções. Verificou-se que, desde 1950, o processo de masculinização rural vem se intensificando no Rio Grande do Sul, todavia não é um processo que se dá de modo homogêneo em todo o Estado, apresentando comportamentos diferenciados conforme os diversos sistemas agrários. Em 1950 e 2007 destacavam-se como sistemas agrários mais masculinizados o 1 e o 5. Em 2007 também se intensifica o processo no 2 e no 7, sendo que em todos estes a pecuária extensiva é bastante representativa. Há uma tendência de diferenciação dos índices de masculinidade destes sistemas agrários com relação aos sistemas agrários 6, 8, 3 e 9. Os sistemas agrários 9 e 3, onde a produção mecanizada de soja e arroz é representativa, passam por uma transformação de comportamento no período, assumindo uma posição intermediária entre os altos índices de masculinidade das regiões pecuaristas e os baixos índices das Colônias, onde a agricultura familiar é característica. Também foi observado que não acontece diferenciação estatística entre os sistemas agrários nos estratos de crianças e jovens, enquanto que para a população adulta mostra-se uma clara diferenciação de comportamento conforme o sistema agrário. Esta diferenciação acentua-se entre a população idosa, sendo que neste caso os sistemas agrários assumem três comportamentos diferenciados: 1) predomínio feminino moderado nas regiões de agricultura familiar; 2) predomínio masculino moderado nas regiões de agricultura mecanizada; 3) predomínio masculino intenso nas regiões pecuaristas. Assim, a importância socioeconômica da agricultura familiar no sistema agrário, ou ainda, as características do processo produtivo, as relações de produção, a concentração fundiária e a intensidade dos principais sistemas de produção, parece condicionar o comportamento da masculinização rural, principalmente entre os idosos. A partir dos resultados da análise quantitativa voltou-se a realizar nova pesquisa bibliográfica, de caráter complementar, focando-se na verificação de quais alternativas à masculinização rural são cogitadas por autores e formuladores de políticas públicas recentemente no Brasil. Discute-se, então, à luz dos dados da pesquisa a pertinência e adaptabilidade destas alternativas cogitadas aos contextos dos sistemas agrários do Rio Grande do Sul. Verificou-se que esta literatura apresenta discussões importantes, porém demasiado genéricas. Neste sentido, apontam-se algumas alternativas, ressaltando a necessidade de fortalecimento da agricultura familiar através da reforma agrária, principalmente em algumas regiões do Estado.

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