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Economia solidária e dinâmica familiar de catadores de materiais recicláveis: um estudo no campo ciência, tecnologia e sociedade

Secco, Letícia Dal Picolo Dal 10 February 2014 (has links)
Made available in DSpace on 2016-06-02T19:16:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1 6054.pdf: 4540208 bytes, checksum: 32dbc561cd6bd69bb1d6b60afc4b3d6d (MD5) Previous issue date: 2014-02-10 / Financiadora de Estudos e Projetos / Solidary economy in Brazil appeared in the 1980s, when inflation rates and unemployment were high. It encouraged the organization of workers in cooperatives to recover the companies they worked for and that had failed, and thus keep theirjobs. The recyclable waste pickers emerged in Brazil because of the social exclusion that part of the population was exposed, around the 1950s, and began to organize themselves into cooperatives by the need of continue working after the banning of picking at landfills and dumpsites. This organization came in partnership with government, religious institutions, NGOs and universities, among other supporters. Actually, it s observed that cooperatives of recyclable waste pickers are not only composed of ex-pickers of the landfills and dumpsites, but also of other workers that are facing unemployment in current times. For the organization of economic-solidary cooperatives, it is necessary for the pickers to acquire knowledge about the nature of the project and about the progress of work. They also need the promotion of the socio-technical adaptations (STA) for the development of social technologies (TS) that that allow their development and sustainability. This process, which influences the organizational form of the enterprise, depending on how it occurs, it will need the partnership between the various agents involved in the movement of solidary economy. The consideration of various knowledges in search of a suitable scientific and technological production that benefits the people, is in keeping of the principles of the field science, technology and society (STS). Whereas that the economic and social inclusion and the labor have influence in the life of the individual and that the solidary economy with their values - solidary, individual freedom, income distribution equally, associative or cooperative organization of work and self-management-, proposes a new form of organization the work, as well as providing the economic and social inclusion, the objective of this work it to investigate the influences of labor economic-solidary relations in the family dynamics of the recyclable waste pickers. The method used is the oral history, and semi-structured interviews were conducted to collect stories about the lives of family groups of the pickers, who are members of a joint economic-solidary cooperative (COOPERVIDA) located in the city of São Carlos-SP. The interviews were transcribed and after they were validated by the interviewed people, by the transcriation process. After this validation, the transcribed data were analyzed using the technique of content analysis. Before the interviews, it was done a field work in the cooperative, with the use of the participant observation technique which was conducted in search of understanding how internal working relationships occur and how the solidary economy and cooperative working relationships traverses the environment. Among the results, we can cite the lack of AST that contribute to the organization of work processes in the cooperative; the economic and solidary principles permeate the relationships in the cooperative, but not entirely; that there is a demand for training of new cooperative to acquire knowledge about the work; families presented influences of the relations of economic-solidary work in their family dynamics, organizing their routine in a egalitarian and solidary way; and that even without being able to define what is solidary economy, the collectors and families develop behavior permeated by its principles. It s indicated the need to develop state policy, including family in programs and actions performed. / A economia solidária começou a aparecer no Brasil na década de 1980, quando os índices inflacionários e de desemprego estavam altos. Ela estimulou a organização de trabalhadores em cooperativas para recuperarem as empresas em que trabalhavam e que haviam falido, e assim, manterem seus postos de trabalho. Os catadores de materiais recicláveis surgiram no Brasil pela exclusão social a que parte da população foi submetida, em torno da década de 1950, e começaram a se organizar em cooperativas pela necessidade de continuar trabalhado, após a proibição de catar nos aterros sanitários e lixões. Esta organização ocorreu em parceria com o poder público, instituições religiosas, ONGs e universidades, dentre outros apoiadores. Atualmente, observa-se que as cooperativas de catadores não são compostas somente de ex- catadores de aterros e lixões, mas também de outros trabalhadores vítimas do desemprego em épocas atuais. Para a organização dos empreendimentos econômico-solidários, é necessário que os catadores se apropriem de conhecimentos necessários sobre a natureza do empreendimento e sobre o desenvolvimento do trabalho. É preciso também que sejam realizadas adaptações sociotécnicas (AST) para o desenvolvimento de tecnologias sociais (TS) que possibilitem seu desenvolvimento e sustentabilidade. Esse processo, que influencia na forma de organização do empreendimento dependendo de como ocorrer, necessita da realização de parcerias entre os diversos atores envolvidos no movimento da economia solidária. A consideração de vários saberes em busca de uma produção científica e tecnológica adequada que beneficie a população de fato, vai ao encontro do campo de pesquisa ciência, tecnologia e sociedade (CTS). Considerando que a inclusão econômico- social e o trabalho influenciam na vida do indivíduo e que a economia solidária com seus valores (solidariedade, liberdade individual, distribuição de renda de forma igualitária, organização cooperativa ou associativa do trabalho e autogestão) propõe uma nova forma de organização do trabalho, além de propiciar a inclusão econômico-social, tem-se como objetivo investigar as influências das relações de trabalho econômico-solidárias na dinâmica familiar dos catadores. O método utilizado é o da história oral, e foram realizadas entrevistas semiestruturadas para coletar relatos sobre a vida dos grupos familiares dos catadores, que são membros de uma cooperativa econômico-solidária localizada na cidade de São Carlos-SP, a COOPERVIDA. As entrevistas foram transcritas e após ocorreu a validação dos dados pelos entrevistados, pelo processo de transcriação. Após essa validação, os dados transcritos foram analisados pela técnica da análise de conteúdo. Antes das entrevistas, foi realizado um trabalho de campo no empreendimento com a utilização da técnica da observação participante, visando compreender como ocorrem as relações internas de trabalho e como a economia solidária e as relações de trabalho cooperativistas permeiam o ambiente. Dentre os resultados, podemos citar a carência de AST que contribuam para a organização dos processos de trabalho no empreendimento; que os princípios econômico-solidários permeiam as relações na cooperativa, mas não totalmente; que existe uma demanda de capacitação de novos cooperados para que adquiram conhecimentos sobre o trabalho; que as famílias apresentaram influências das relações de trabalho econômico-solidárias na dinâmica familiar, organizando sua rotina de forma igualitária e solidária; e que mesmo sem conseguir definir o que é economia solidária, os catadores e famílias desenvolveram comportamentos permeados por seus princípios. Indica-se a necessidade de desenvolver políticas estatais de economia solidária, incluindo-se a família nos programas e ações realizados.

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