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A competitividade brasileira no mercado internacional de soja

Menezes Bezerra Sampaio, Luciano January 2004 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T17:17:04Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo5885_1.pdf: 2625914 bytes, checksum: ca48c0aa849ef337c6c40c3139727e4d (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2004 / A entrada do Brasil, nos anos 70, e da Argentina, na década posterior, modificou o mercado mundial de soja, que se caracterizava por um quase monopólio, e passou para um estágio no qual estes países tornaram-se importantes concorrentes dos Estados Unidos. Em 2003, o Brasil passou a ser o maior exportador mundial de soja e derivados. As exportações do complexo soja representam, desde a década de 90, a principal fonte de divisas do país: cerca de 30% das exportações agrícolas, correspondentes a 10% do valor total de suas exportações. Não obstante haver perspectivas de expansão do mercado mundial, com aumento da participação do Leste Asiático, principalmente da China, há várias polêmicas, ligadas ao uso da soja transgênica, às disputas comerciais no âmbito da OMC, em relação à proteção agrícola, e aos efeitos da implementação da ALCA para os três maiores exportadores e participantes da mesma. No período mais recente, destacam-se as últimas duas leis agrícolas dos EUA, que aumentaram os subsídios a seus produtores de soja, e a adoção, pelo Brasil e Argentina, em 1999 e 2002, respectivamente, de regimes de câmbio flutuante, ocasionando desvalorização de suas moedas. O mercado internacional de soja é analisado, determinando-se os principais fatores de competitividade dos países exportadores, as políticas principais e as perspectivas. A demanda por exportações brasileiras de soja é estimada, levando-se em consideração os mercados europeu e chinês. Em seguida, analisam-se os efeitos das mudanças políticas recentes, através de um modelo de equilíbrio geral computável. Por fim, estima-se, com uso de modelo de séries temporais, a inter-relação das exportações de Brasil, Argentina e EUA, para obter o grau de influência de cada um sobre os demais. As conclusões indicam que os fatores elementares da competitividade (custos e câmbio) colocam Brasil e Argentina em vantagem comparativa frente aos EUA, apesar de problemas de infra-estrutura diminuírem um pouco a competitividade brasileira; que a demanda por exportações de grão e farelo de soja do Brasil depende fortemente do consumo de carnes suínas e de aves na Europa e na China; iv que as desvalorizações das moedas do Brasil e da Argentina mais que compensaram o aumento dos subsídios americanos a seus produtores de soja, sendo o Brasil o maior beneficiário dessas mudanças; que as exportações do Brasil e dos EUA são mais afetadas por fatores internos e pela política adotada, em contraste com a Argentina que sofre influências das exportações de seus concorrentes, e em última análise, das políticas adotadas pelo Brasil e pelos Estados Unidos; que a inter-relação das exportações de derivados de Brasil, Argentina e EUA têm pequeno impacto nas suas exportações frente às políticas dos importadores principais; que a ALCA, em princípio, não deve ter maior influência sobre as exportações de soja; que, cada vez mais, vem ocorrendo menos discriminação em relação à soja transgênica. Para o Brasil, de modo particular, a expansão do mercado apresenta-se promissora, uma vez que é o único exportador com possibilidades de expansão da produção em larga escala, apresenta custos competitivos e, se melhorar a infra-estrutura e adotar políticas sintonizadas com a dos outros países, deve-se apresentar mais competitivo que seus competidores diretos, a Argentina e os Estados Unidos

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