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O Museu Oscar Niemeyer e seu públicoVaz, Adriana 10 March 2012 (has links)
Resumo: Este trabalho analisa do ponto de vista sociológico o Museu Oscar Niemeyer e seu público, entre 2002 e 2011. Objetiva entender as causas que fizeram desse museu um ícone cultural para Curitiba, capital do Estado do Paraná, e as posições híbridas que se configuram nesse espaço social, uma vez que o objeto de estudo aborda a tensão que a oferta de bens simbólicos articula na atualidade, entre o culto, o massivo e o popular, parâmetros de análise que não seguem modelos rígidos. Tais parâmetros rompem com delimitações usuais de classes sociais e de estratos culturais, em função da distribuição e da comunicação desses bens não estarem unicamente atrelados à família e à escola. Toma como principal orientação teórica as noções de hibridação (Canclini), e de poder público e grande público (Habermas). A discussão permeia as instituições museológicas no Paraná, que envolve a criação e a regulamentação da Secretária de Estado da Cultura do Paraná (SEEC/PR) e da Coordenação Estadual de Museus (COSEM), órgão responsável pela área museológica no Estado. Específico ao MON trata da modalidade jurídica e de gestão do museu, do acervo e das exposições temporárias, da arquitetura, da localização e do público. O desenrolar da pesquisa, aponta para três fatores determinantes, entre outros correlacionados, que justificam a popularidade do MON: o papel relevante do poder executivo e seus pares, a divulgação na mídia por meio de intensivo marketing cultural, e o modelo jurídico do museu por ser uma OSCIP, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. A OSCIP permite que o museu desenvolva seus projetos artísticos e culturais ancorados por empresas estatais e particulares via Lei Rouanet. E conduzem à conclusão de que o MON é um museu pós-moderno e democrático, que oferta arte, cultura e lazer, cujo valor de uso se inscreve na afinidade do público com a cidade. Nos conflitos entre os diferentes segmentos de público, a tensão maior situa-se entre o poder público e uma elite cultural paranaense com conhecimentos eruditos que não se vê representada pelo MON, que até então conservava posições de dirigentes culturais ao transitar entre SEEC e a Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Portanto, o fato do Estado escolher o MON como sua prioridade de governo na área cultural modifica a configuração anterior. Roberto Requião ao promover uma política pública voltada ao grande público, mostrou que suas estratégias de ações diferem dos interesses da classe artística e dos dirigentes culturais, e faz do MON um espaço popular.
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