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Musique et liminalité : l'expérience musicale en contexte rituel et thérapeutique

Santos da Rosa, Sandro 10 November 2018 (has links)
"Thèse en cotutelle. Doctorat en théologie. Université Laval, Québec, Canada, Philosophiæ doctor (Ph. D.) et Escola Superior de Teologia (EST) Sao Leopoldo, Brésil" / En étudiant une petite tribu appelée Ndembu, au nord-est de la Zambie, l’anthropolo gue Victor Turner (1920-1983) a développé sa théorie sur la liminalité. Avec cette théorie, l’auteur nous montre que la société Ndembu se configure comme un mélange de phénomènes « structuraux » et de phénomènes « contrestructuraux ». Dans l’idée de contrestructure on trouve le phénomène de la liminalité. Ce phénomène se caractérise comme une « retraite » des conditions structurelles. C’est un moment de vérification des valeurs essentielles et des axiomes de la culture. Dans les périodes liminales du rituel se trouve fréquemment la simplification, ou, même, l’élimination de la structure sociale. À partir de ses études sur la société Ndembu, Victor Turner commence à réfléchir sur les sociétées industriel les, technologiques et mondialisées. Dans notre sociétés, la liminalité est fragmentée en genres de phénomènes liminoïdes, comme le théâtre, la musique, le cinéma, les sports, etc. Cette constatation reconnaît certaine « deliminalisation » de la liturgie chrétienne d’aujourd'hui. Avec la fragmentation de la liminalité s’est fragmentée également la notion de salus. Dans la totalité liminale, le terme salus est une idée qui englobe les notions de santé et de salut. Actuellement, santé et salut représentent des choses différentes. Le salut est lié au rite. La santé est liée aux domaines médicaux. La conséquence de cette « séparation » c’est que le rite religieux a perdu progressivement son pouvoir thérapeutique. Avec cette problématique on pose deux questions préliminaires : Est-ce qu'il y a des raisons pour une reliminalisat ion de la liturgie ? Si oui, quels sont les moyens en vue de cette reliminalisation ? Comme question générale de recherche se demande : la dimension musicale de certains rites peut-elle aider la liturgie à redécouvrir son potentiel liminal et thérapeutique, en considérant que la musique représente une forme spécialisée de la thérapie (Musicothérapie) ? Comme hypothèse générale on pose : la dimension musicale de la liturgie est un facteur important pour le développement de la liminalité liturgique. Avec la redécouverte de sa capacité thérapeutique, la liturgie peut redécouvrir sa pertinence sociale. Afin de vérifier cette hypothèse, on cherche dans la musicothérapie des éléments théoriques et épistémologiques pour soutenir le pouvoir liminal et thérapeutique de l’expérience musicale en contexte rituel, en considérant le contexte rituel lui-même comme un contexte thérapeutique. / Upon studying a small tribe called Ndembu, in Northeastern Zambia, the anthropologist Victor Turner (1920-1983) developed the concept of liminality. Through that concept, the author shows that the Ndembu society is characterized by structural phenomena and antistructural phenomena. In the idea of anti-structural we can find the phenomenon of liminality. This phenomenon is characterized as a « withdrawal » and « escape » from structural conditions. It is a time of verification of the essential values and axioms of the culture. In the liminal times which are brought about by ritual activity one can often witness the simplification or even the momentary « elimination » of the idea of structure. From the studies among the Ndembu, Victor Turner begins to reflect on the industrial, globalized and technological societies. In our society the liminality is fragmented into genres of liminoid phenomena such as theatre, music, cinema, sports, etc. This finding recognizes a certain deliminalization of the Christian liturgy today. Along with the fragmentation of liminal ity, the notion of salus has also been fragmented. In the liminal totality, the term salus was a concept that encompassed the notions of health and salvation. Currently, health and salvation represent different things. Salvation is linked to rite. Health to the medical areas. The consequence of this « schism » is that the religious rite was gradually divested of its therapeutic power. With this problem there arose two preliminary questions : is there a reason for liturgy to be re-liminalized? If there is, what are the means for this re-liminalization? As a general question for this research, we asked : can the musical dimension of rites help liturgy rediscover its liminal and therapeutic potential, considering that music, one of the elements of the rite, has become a specialized form of therapy (Music Therapy)? As a general hypothesis, it is suggested that the musical dimension of liturgy is an important factor for the development of liturgical liminality. By enhancing the liminal capability of liturgy through its musical dimension, the therapeutic dimension inherent in the Christian liturgy since its origins will also be recovered. With the rediscovery of its therapeutic capability liturgy can rediscover its social relevance amid the other liminoids. To test this hypothesis, we will seek in music therapy theoretical and epistemological elements which give support for the limina l power from the musical experience in a ritual context, considering that music in a ritual context makes it a therapeutic context. / Estudando uma pequena tribo chamada Ndembu, no nordeste da Zâmbia, o antropólogo Victor Tumer (1920-1983) desenvolveu a noção de liminalidade. Através dela, o autor mostra que a sociedade Ndembu caracteriza-se por ser uma mistura de fenômenos estruturais e fenômenos contraestruturais. Na ideia de contraestrutura é que se encontra o fenômeno da liminalidade. Este fenômeno caracteriza-se como « retiro » e « escape » das condições estruturais. É um momento de verificação dos valores e axiomas essenciais da cultura. Nos momentos liminais alcançados pelas atividades rituais frequentemente ocorre a simplificação ou até mesmo a « eliminação » momentânea da ideia de estrutura. A partir dos estudos entre os Ndembu, Victor Turner começa a refletir sobre as sociedades industriais, tecnológicas e globalizadas. Em nossas sociedades a liminalidade está fragmentada em gêneros de fenômenos liminóides, como o teatro, a música, o cinema, os esportes, etc. Esta constatação reconhece certa deliminalizaçâo da liturgia cristã na atualidade. Com a fragmentação da liminalidade fragmentou-se também a noção de salus. Na totalidade liminal, o termo salus designava um só conceito que englobava as noções de saúde e salvação. Atualmente, saúde e salvação representam coisas distintas. A salvação está ligada ao rito. A saúde às áreas médicas. A consequência desta « cisão » é que o rito religioso foi gradativame nte desinstituído do seu poder terapêutico. Com esta problemática chega-se a duas questões preliminares : há razão para que a liturgia seja reliminalizada? Se há, quais são os meios para esta reliminalização? Como questão geral de pesquisa, emprega-se : pode a dimensão musical dos ritos contribuir para que a liturgia redescubra seu potencial liminal e terapêutico, tendo em vista que a música, um dos elementos do rito, tornou-se uma forma especializada de terapia (Musicoterapia)? Como hipótese geral tem-se que a dimensão musical da liturgia é um importante fator para a potencialização da liminalidade litúrgica. Potencializando a capacidade liminal da liturgia através de sua dimensão musical, resgatar-se-á também a dimensão terapêutica inerente à liturgia cristã desde as suas origens. Com a redescoberta da sua capacidade terapêutica a liturgia pode redescobrir sua relevância social em meio aos demais liminóides. Para a verificação desta hipótese, buscar-se-á na Musicoterapia elementos teóricos e epistemológicos que fundamentem o poder liminal da experiência musical em contexto ritual, considerando o próprio contexto ritual um contexto terapêutico.

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