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Narrativa de histórias pessoais: um caminho de compreensão de si mesmo à luz do pensamento de Hannah Arendt

Camasmie, Ana Tereza 18 May 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2016-04-27T17:27:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ana.pdf: 567316 bytes, checksum: 92ee3a85ae2f1f2887af1780af36f0f3 (MD5) Previous issue date: 2007-05-18 / The present study aims to connect the conception offered by the philosopher Hannah Arendt about the narratives of historical events with narrative of personal facts, most specifically the ones that occur during clinical psychology, rendering favourable the comprehension that man may have about himself, as the co-author of his own life. The starting-point for these thoughts concerns the way of life of the modern man, who, rooted out and heir of a world broken up with tradition, may become ill as an alternative to stand living. The growing absence of public spaces for the search of common benefit has been restricting people s suffering to the private ambit, making illness be understood as a biological or affective deficiency, thus individual. This effort in seeking in philosophy bases to the clinical work reflection is justified by the interest in understanding human existence in order to amplify the specific view of psychology about the so-called psychic sufferings. Arendt s philosophy offers resources for this consideration, most specifically about the concepts of narrative and comprehension that can be transferred to the psychotherapy extent. Understanding oneself by telling its own story is based on the idea that allows the actor of a biography to become a self-spectator as well as a narrator to the others. Nevertheless, this activity is not solitary. In order to make the self-comprehension happen it is necessary for the personal stories narrative to be dialogical, thus presenced by a witness and arisen from a truths discoverer meeting. These truths, although never absolute, always reveal the hero of his own story / O presente estudo propõe relacionar o entendimento que a pensadora Hannah Arendt oferece a respeito da narrativa de acontecimentos históricos com a narrativa de histórias pessoais, mais especificamente, as que ocorrem na psicologia clínica, propiciando a compreensão que o homem pode ter de si mesmo, como co-autor da sua vida. O que se tomou como ponto de partida para essas reflexões diz respeito ao modo de viver do homem moderno, que, desenraizado e herdeiro de um mundo rompido com a tradição, pode encontrar no adoecimento uma alternativa para dar conta do existir. A crescente ausência de espaços públicos para a busca do bem comum, tem restringido o sofrimento das pessoas ao âmbito privado, fazendo com que o adoecimento seja entendido apenas como uma deficiência biológica ou afetiva, portanto individual. Esse esforço em buscar na filosofia fundamentos para a reflexão do trabalho clínico se justifica pelo interesse em compreender a existência humana, a fim de ampliar a visão específica da psicologia quanto aos sofrimentos denominados psíquicos . A filosofia de Arendt oferece recursos para essa reflexão, mais especificamente quanto aos seus conceitos de narrativa e compreensão, que podem ser transpostos para o âmbito da psicoterapia. Compreender-se narrando a própria história, tem por base a faculdade do pensamento que permite ao ator de uma biografia tornar-se um espectador de si mesmo e narrar-se aos demais. No entanto, essa atividade não se dá de modo solitário. Para que a compreensão de si mesmo se dê, é necessário que a narrativa de histórias pessoais seja dialógica, que tenha a presença de uma testemunha, e que surja de um encontro ensejador de verdades, jamais absolutas, mas reveladoras do herói de sua história

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