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GEO-FOTO-GRAFIA DAS PAISAGENS: NARRATIVAS ESPACIAIS NAS IMAGENS DE SEBASTIÃO SALGADO

Pidner, Flora Sousa January 2017 (has links)
Submitted by Puentes Torres Antônio (antoniopuentes@hotmail.com) on 2017-05-24T18:28:35Z No. of bitstreams: 1 Flora_Sousa_Pidner_Tese_Final.pdf: 3616059 bytes, checksum: a3d912b2edf86b65a801688b8ea27747 (MD5) / Approved for entry into archive by Vanessa Reis (vanessa.jamile@ufba.br) on 2017-05-25T12:13:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 Flora_Sousa_Pidner_Tese_Final.pdf: 3616059 bytes, checksum: a3d912b2edf86b65a801688b8ea27747 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-05-25T12:13:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Flora_Sousa_Pidner_Tese_Final.pdf: 3616059 bytes, checksum: a3d912b2edf86b65a801688b8ea27747 (MD5) / As fotografias são um caminho para interpretar a paisagem, já que a sociedade, também por meio das imagens, representa-se e imagina-se. A fotografia é concebida, nesta pesquisa, como representação do espaço, ou seja, como um caminho cartográfico, sendo, simultaneamente, arte e documento. As composições de paisagens fotográficas de Sebastião Salgado foram escolhidas para nortear o diálogo entre Geografia e Arte e, para tanto, convocaram-se a dialética e a fenomenologia como métodos, combinando-as, quando possível, e separando-as, quando necessário. Os sujeitos envolvidos nos eventos geográficos que resultam em fotografias e em suas interpretações — o fotógrafo, os fotografados e os espectadores-leitores — elaboram diferentes perspectivas espaciais que se encontram, configurando intersubjetividades. O acesso às abordagens acerca desses diversos sujeitos realizou-se a partir de três frentes: pesquisa e exploração do vasto material publicado a respeito de Salgado, como entrevistas, artigos e filmes, no qual se revelam suas intencionalidades técnicas e as luminosidades estéticas que ele propõe como fotógrafo; entrevistas com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil (MST), para compreender suas perspectivas enquanto fotografados por Salgado e a construção coletiva do projeto Terra; e debates com espectadores-leitores por meio de grupos focais, em que sujeitos entrevistados exploraram as narrativas geofotográficas selecionadas para esta pesquisa, explicitando sentimentos e percepções geoestéticas e propondo horizontes interpretativos para as imagens. A categoria paisagem foi o fio condutor para reflexões geográficas referentes às imagens produzidas por Salgado como representações do espaço. A expedição geográfica foi um instrumento utilizado por ele para a elaboração de narrativas espaciais por meio de fotografias e, por isso, Salgado pode ser considerado um fotógrafo-viajante que amplia horizontes interpretativos sobre o mundo e propõe representações em escala global. O fotógrafo volta seu olhar para os homens lentos e suas experiências espaciais vivenciadas em diferentes lugares do mundo e em diferentes situações. Três de seus projetos geofotográficos, por sua grande envergadura espacial e temporal, foram escolhidos para compor a pesquisa: em Trabalhadores, há uma cartografia global da superexploração, em que os limites do uso do corpo em situação de trabalho são revelados; Êxodos expressa fluxos espaciais de homens lentos, impulsionados pelos movimentos do capital, pelas repressões e pelas guerras que esse modo de produção provoca; em Gênesis, há cartografias globais de paisagens que, por algum motivo geográfico-histórico, ainda estão pouco transformadas pela modernização hegemônica. As fotografias dos projetos de Salgado são organizadas em narrativas espaciais multiescalares, em que o fotógrafo intercala escalas de detalhe, próximas aos corpos dos sujeitos fotografados, entre escalas mais contextuais, mais amplas, multiplicando pontos de vista sobre paisagens. Nesse emaranhado de debates e de reflexões, pretendeu-se contribuir para o diálogo entre Geografia e Arte, em busca de sobreposições de expressões, de saberes e de conhecimentos, por meio de possibilidades teórico-empíricas impulsionadas pelas imagens de Salgado. / ABSTRACT Photographs are a way to interpret the landscape, since society, by means of images, represents and imagines itself. Photography is conceived, in this research, as a representation of space, that is, as a cartographic way, being simultaneously art and document. Sebastião Salgado’s photographic landscapes were chosen to guide the dialogue between Geography and Art and, for this purpose, dialectics and phenomenology were summoned as methods, being combined whenever possible and separated when necessary. The subjects involved in the geographic events that result in photographs and in their interpretations — the photographer, the ones photographed and the reader-spectators — elaborate different spatial perspectives that meet themselves, configuring intersubjectivities. The access to the approaches on these several subjects was accomplished from three fronts: research and exploration of the vast material published concerning Salgado, such as interviews, articles and movies, in which his technical intentionalities and the aesthetic luminosities that he proposes as a photographer are revealed; interviews with members of the Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (The Landless Rural Workers Movement) (MST) to understand their perspectives when photographed by Salgado and the collective construction of the Terra (Earth) project; and debates with reader-spectators by means of focal groups in which the interviewed subjects explored the geophotographic narratives selected for this research, expliciting feelings and geoaesthetical perceptions and proposing interpretative horizons for the images. The category landscape was the guideline for geographic reflections concerning the images produced by Salgado as representations of space. The geographic expedition was a tool taken by him to elaborate spatial narratives by means of photographs and, because of this, Salgado may be considered as a travelling photographer who expands interpretative horizons over the world and proposes representations in a global scale. The photographer turns his look at slow men and their spatial experiences lived in different places of the world and in different situations. Three of his geophotographic projects, due to their great spatial and temporal amplitude, were chosen to compose the research: in Trabalhadores (Workers), there is a global cartography of superexploration, in which the limits of the use of the body at labour situations are revealed; Êxodos (Exodus) expresses spatial fluxes of slow men, propelled by the movements of capital, by repression and wars that this mode of prodution provokes; in Gênesis (Genesis), there are global cartographies of landscapes which, by some geographichistorical reason, are still little transformed by hegemonic modernity. The photographs of Salgado’s projects are organized in multiscale spatial narratives, in which the photographer inserts scales of details, close to the bodies of the photographed subjects, in more contextual and larger scales, multiplying points of view over landscapes. In this tangle of debates and reflections, the intention was to contribute towards a dialogue between Geography and Art, in search of superpositions of expressions, skills and knowledge, by means of theoreticalempirical possibilities propelled by Salgado’s images.

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