Les changements paléoenvironnementaux se produisant pendant le Sarmatien dans la Paratéthys Centrale ont été reconstitués par l'étude des foraminifères (36 espèces) et des ostracodes (28 espèces) de deux forages, combinée à une analyse géochimique de leurs squelettes calcitiques, des coquilles aragonitiques de gastéropodes et des dents phosphatiques de rongeurs.La composition de la microfaune indique que la connexion entre la Paratéthys et la Méditerranée est interrompue ou réduite à la base du Sarmatien mais qu'un bras de mer persiste entre Paratéthys Centrale et Paratéthys Orientale jusqu'à la fin du Sarmatien. Le Sarmatien inférieur est caractérisé par des eaux saumâtres peu profondes (maximum 80 m), bien ventilées, des températures stables (~ 15°C), un riche couvert végétal (algues et/ou phanérogames) et des efflorescences phytoplanctoniques périodiques. Un événement transgressif y est observé (TST de 3ème ordre; TB 2.6 du cycle global). Les changements faunistiques qui se produisent à la limite entre Sarmatien inférieur et moyen sont expliqués par un évènement de type HST accompagné de conditions dysoxiques. A la fin du Sarmatien moyen, une baisse du niveau marin relatif d'environ 50 m se produit et des eaux tempérées chaudes, plus saumâtres (17-23‰) et bien ventilées se mettent en place. Après un court épisode régressif, une connexion est rétablie entre la Paratéthys et la Méditerranée au début du Sarmatien supérieur. Des eaux chaudes (15-21° C), bien ventilées, correspondant à des lagunes marines et des marécages avec de fortes variations de la salinité (15-43 ‰) s'installent alors avant un isolement ultime de la Paratéthys qui se produit à la fin du Sarmatien.

O presente trabalho envolveu o estudo da microfauna de ostracodes de 10 amostras provenientes de um testemunho de sondagem realizado na porção norte do talude médio da Bacia de Campos, RJ (1287 m de lâmina d'água). As amostras foram tratadas segundo a metodologia padrão para microfósseis calcários. A fauna total de ostracodes foi recuperada e os elementos autóctones foram identificados e estudados. Em conjunto aos dados faunísticos, análises geoquímicas de isótopos estáveis de oxigênio foram realizadas em testas de foraminíferos planctônicos, colaborando com o estudo paleoecológico e paleoceanográfico. Foram identificadas 86 espécies, 46 das quais autóctones, distribuídas em 28 gêneros e 13 famílias. Krithe e Cytheropteron foram os gêneros mais diversificados (sete e quatro espécies, respectivamente), assim como as famílias Cytheruridae e Krithidae, concordando com estudos similares em outras regiões do mundo. A ocorrência de espécies cosmopolitas na Bacia de Campos é marcante, o que reforça a idéia de que a distribuição de algumas espécies tende ao pandemismo em águas profundas. A curva de isótopos estáveis de oxigênio obtida segue a tendência geral das curvas padrões para o oceano Atlântico Sul. A fauna de ostracodes respondeu às mudanças oceanográficas ocorridas no Quaternário da Bacia de Campos, reforçando a potencialidade do grupo como bons indicadores de eventos dessa natureza. Respostas divergentes da diversidade específica foram registradas: baixa diversidade no penúltimo glacial e alta durante o Último Máximo Glacial (UMG). Uma diminuição da diversidade foi notada no final do Holoceno. Distintas associações de espécies ocorreram ao longo das amostras, a primeira e mais antiga caracterizada pelas espécies Australoecia atlantica, Poseidonamicus pintoi, Microcythere cronini, Rimacytheropteron sp. e Krithe reversa., e a segunda representada por Macropyxis sp., Bythoceratina sp., Henryhowella cf. H. asperrima e Krithe trinidadensis. O UMG foi o evento que definiu esta mudança faunística. / The present work dealt with the study of ostracods from 10 piston core samples from the northern portion of the Campos Basin slope, Rio de Janeiro (1287 m depth). The samples were treated following the standard methodology for calcareous microfossils. The totality of the ostracode fauna was recovered and its autochtonous elements studied. Along with the faunal data, oxygen stable isotopes analysis were carried out in planctonic foraminifer tests, improving the paleoecological and paleoceanografical studies. Eighty-six species were identified, 46 of them were autochtonous, distributed in 38 genera and 13 families. Krithe and Cytheropteron were the most diversified genera (seven and four species, respectively), as well as the families Cytheruridae and Krithidae, which is in agreement with similar studies carried out in other regions. It is remarkable the occurrence of cosmopolitan species in Campos Basin, reinforcing the idea that deep sea environment species tends to present a pandemic distribution. The oxygen isotope data follow the general pattern of the standard South Atlantic curve. The ostracode fauna has been influenced by oceanographical changes occurred during the Quaternary in the Campos Basin, reinforcing the potentiality of this group as indicators of this kind of event. Divergent responses were registered in the specific diversity: low diversity during penultimate glacial and a higher one in the Last Glacial Maximum (LGM). A diversity reduction was noticed in the Holocene ending. Distinctive species assemblages occurred along the samples, the first and older one characterized by Australoecia atlantica, Poseidonamicus pintoi, Microcythere cronini, Rimacytheropteron sp. and Krithe reversa., and the second one represented by Macropyxis sp., Bythoceratina sp., Henryhowella cf. H. Asperrima and Krithe trinidadensis. LGM was the event which defined this faunal turnover.

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) localiza-se cerca de 1100 km do litoral do Rio Grande do Norte, e está constituído por quatro ilhas maiores dispostas em semicírculo formando uma enseada com profundidades que variam ente 3 a 18 m. Vários estudos sobre a fauna existente no ASPSP foram realizados, entretanto, este é apenas o segundo trabalho com foco na ostracofauna do arquipélago. No material analisado, coletado na enseada, foram reconhecidas 14 espécies, dez gêneros e oito famílias; dentre estes, foi descrito um gênero e espécie novos para a família Hemicytheridae e uma nova espécie para o gênero Keijcyoidea. Dez espécies foram deixadas em nomenclatura aberta, sendo muito provável a existência de outras espécies novas, já que o ASPSP é uma área muito distante tanto de outras ilhas oceânicas quanto de continentes. Aspectos ecológicos e zoogeográficos complementam o estudo da riqueza específica da fauna aqui analisada. Loxocorniculum tricornatum Krutak possui a maior abundância, perfazendo um total de 4214 espécimens (1150 coletados vivos). Keijcyoidea sp. nov. A (539 espécimens, sendo 153 vivos) e Xestoleberis sp. 2 (179 indivíduos, dos quais 69 vivos) ocupam o segundo e o terceiro lugar em abundância, respectivamente. As espécies L. tricornatum e Triebelina sertata Triebel, esta última um ostracode cosmopolita tropical, ocorrem no Brasil não somente no ASPSP, mas também no Atol das Rocas e nas regiões de águas quentes da plataforma continental brasileira; T. sertata é também registrada na Ilha da Trindade. Curiosamente, espécies pandêmicas de mares rasos e quentes, como Kangarina abyssicola (Mueller), Kotoracythere incospicua Brady, Keijia demissa Teeter, Neomonoceratina mediterranea (Ruggieri) e Tenedocythere ex. gr. transoceanica Teeter, não foram registrados no ASPSP. / The Archipelago of São Pedro and São Paulo (ASPSP), located about 1,100 km of the coast of the Rio Grande do Norte State, consists of four major islands arranged in a semicircle forming a cove with depths between three and 18 m. Many studies on the archipelago fauna were performed, however, this is only the second one focusing its ostracode fauna. In the study material, 14 species, ten genera and eight families were identified, including a new genus and species of Hemicytheridae, and a new species of Keijcyoidea. Ten species were left in open nomenclature, and the existence of other new ones is very probable, since the ASPSP is very distant from both other oceanic islands and continents. Ecological and zoogeographical remarks complement this faunal study. Loxocorniculum tricornatum Krutak possesses the greatest abundance, with a total of 4214 specimens (1150 collected alive). Keijcyoidea sp. nov. A (539 specimens, being 153 alive) and Xestoleberis sp. 2 (179 individuals, being 69 alive) occupy the second and third place in abundance, respectively. The species L. tricornatum and Triebelina sertata Triebel, the latter a tropical cosmopolitan ostracode, occur in Brazil not only in the ASPSP, but also in the Rocas Atoll and in the region of warm waters of the Brazilian continental shelf; T. sertata is also recorded around the Trindade Island. Surprisingly, pandemic species of shallow and warm seas, as Kangarina abyssicola (Mueller), Kotoracythere incospicua Brady, Keijia demissa Teeter, Neomonoceratina mediterranea (Ruggieri) and Tenedocythere ex. gr. transoceanica Teeter, were not found in ASPSP.

O presente trabalho envolveu o estudo da microfauna de ostracodes de 10 amostras provenientes de um testemunho de sondagem realizado na porção norte do talude médio da Bacia de Campos, RJ (1287 m de lâmina d'água). As amostras foram tratadas segundo a metodologia padrão para microfósseis calcários. A fauna total de ostracodes foi recuperada e os elementos autóctones foram identificados e estudados. Em conjunto aos dados faunísticos, análises geoquímicas de isótopos estáveis de oxigênio foram realizadas em testas de foraminíferos planctônicos, colaborando com o estudo paleoecológico e paleoceanográfico. Foram identificadas 86 espécies, 46 das quais autóctones, distribuídas em 28 gêneros e 13 famílias. Krithe e Cytheropteron foram os gêneros mais diversificados (sete e quatro espécies, respectivamente), assim como as famílias Cytheruridae e Krithidae, concordando com estudos similares em outras regiões do mundo. A ocorrência de espécies cosmopolitas na Bacia de Campos é marcante, o que reforça a idéia de que a distribuição de algumas espécies tende ao pandemismo em águas profundas. A curva de isótopos estáveis de oxigênio obtida segue a tendência geral das curvas padrões para o oceano Atlântico Sul. A fauna de ostracodes respondeu às mudanças oceanográficas ocorridas no Quaternário da Bacia de Campos, reforçando a potencialidade do grupo como bons indicadores de eventos dessa natureza. Respostas divergentes da diversidade específica foram registradas: baixa diversidade no penúltimo glacial e alta durante o Último Máximo Glacial (UMG). Uma diminuição da diversidade foi notada no final do Holoceno. Distintas associações de espécies ocorreram ao longo das amostras, a primeira e mais antiga caracterizada pelas espécies Australoecia atlantica, Poseidonamicus pintoi, Microcythere cronini, Rimacytheropteron sp. e Krithe reversa., e a segunda representada por Macropyxis sp., Bythoceratina sp., Henryhowella cf. H. asperrima e Krithe trinidadensis. O UMG foi o evento que definiu esta mudança faunística. / The present work dealt with the study of ostracods from 10 piston core samples from the northern portion of the Campos Basin slope, Rio de Janeiro (1287 m depth). The samples were treated following the standard methodology for calcareous microfossils. The totality of the ostracode fauna was recovered and its autochtonous elements studied. Along with the faunal data, oxygen stable isotopes analysis were carried out in planctonic foraminifer tests, improving the paleoecological and paleoceanografical studies. Eighty-six species were identified, 46 of them were autochtonous, distributed in 38 genera and 13 families. Krithe and Cytheropteron were the most diversified genera (seven and four species, respectively), as well as the families Cytheruridae and Krithidae, which is in agreement with similar studies carried out in other regions. It is remarkable the occurrence of cosmopolitan species in Campos Basin, reinforcing the idea that deep sea environment species tends to present a pandemic distribution. The oxygen isotope data follow the general pattern of the standard South Atlantic curve. The ostracode fauna has been influenced by oceanographical changes occurred during the Quaternary in the Campos Basin, reinforcing the potentiality of this group as indicators of this kind of event. Divergent responses were registered in the specific diversity: low diversity during penultimate glacial and a higher one in the Last Glacial Maximum (LGM). A diversity reduction was noticed in the Holocene ending. Distinctive species assemblages occurred along the samples, the first and older one characterized by Australoecia atlantica, Poseidonamicus pintoi, Microcythere cronini, Rimacytheropteron sp. and Krithe reversa., and the second one represented by Macropyxis sp., Bythoceratina sp., Henryhowella cf. H. Asperrima and Krithe trinidadensis. LGM was the event which defined this faunal turnover.

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) localiza-se cerca de 1100 km do litoral do Rio Grande do Norte, e está constituído por quatro ilhas maiores dispostas em semicírculo formando uma enseada com profundidades que variam ente 3 a 18 m. Vários estudos sobre a fauna existente no ASPSP foram realizados, entretanto, este é apenas o segundo trabalho com foco na ostracofauna do arquipélago. No material analisado, coletado na enseada, foram reconhecidas 14 espécies, dez gêneros e oito famílias; dentre estes, foi descrito um gênero e espécie novos para a família Hemicytheridae e uma nova espécie para o gênero Keijcyoidea. Dez espécies foram deixadas em nomenclatura aberta, sendo muito provável a existência de outras espécies novas, já que o ASPSP é uma área muito distante tanto de outras ilhas oceânicas quanto de continentes. Aspectos ecológicos e zoogeográficos complementam o estudo da riqueza específica da fauna aqui analisada. Loxocorniculum tricornatum Krutak possui a maior abundância, perfazendo um total de 4214 espécimens (1150 coletados vivos). Keijcyoidea sp. nov. A (539 espécimens, sendo 153 vivos) e Xestoleberis sp. 2 (179 indivíduos, dos quais 69 vivos) ocupam o segundo e o terceiro lugar em abundância, respectivamente. As espécies L. tricornatum e Triebelina sertata Triebel, esta última um ostracode cosmopolita tropical, ocorrem no Brasil não somente no ASPSP, mas também no Atol das Rocas e nas regiões de águas quentes da plataforma continental brasileira; T. sertata é também registrada na Ilha da Trindade. Curiosamente, espécies pandêmicas de mares rasos e quentes, como Kangarina abyssicola (Mueller), Kotoracythere incospicua Brady, Keijia demissa Teeter, Neomonoceratina mediterranea (Ruggieri) e Tenedocythere ex. gr. transoceanica Teeter, não foram registrados no ASPSP. / The Archipelago of São Pedro and São Paulo (ASPSP), located about 1,100 km of the coast of the Rio Grande do Norte State, consists of four major islands arranged in a semicircle forming a cove with depths between three and 18 m. Many studies on the archipelago fauna were performed, however, this is only the second one focusing its ostracode fauna. In the study material, 14 species, ten genera and eight families were identified, including a new genus and species of Hemicytheridae, and a new species of Keijcyoidea. Ten species were left in open nomenclature, and the existence of other new ones is very probable, since the ASPSP is very distant from both other oceanic islands and continents. Ecological and zoogeographical remarks complement this faunal study. Loxocorniculum tricornatum Krutak possesses the greatest abundance, with a total of 4214 specimens (1150 collected alive). Keijcyoidea sp. nov. A (539 specimens, being 153 alive) and Xestoleberis sp. 2 (179 individuals, being 69 alive) occupy the second and third place in abundance, respectively. The species L. tricornatum and Triebelina sertata Triebel, the latter a tropical cosmopolitan ostracode, occur in Brazil not only in the ASPSP, but also in the Rocas Atoll and in the region of warm waters of the Brazilian continental shelf; T. sertata is also recorded around the Trindade Island. Surprisingly, pandemic species of shallow and warm seas, as Kangarina abyssicola (Mueller), Kotoracythere incospicua Brady, Keijia demissa Teeter, Neomonoceratina mediterranea (Ruggieri) and Tenedocythere ex. gr. transoceanica Teeter, were not found in ASPSP.

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) localiza-se cerca de 1100 km do litoral do Rio Grande do Norte, e está constituído por quatro ilhas maiores dispostas em semicírculo formando uma enseada com profundidades que variam ente 3 a 18 m. Vários estudos sobre a fauna existente no ASPSP foram realizados, entretanto, este é apenas o segundo trabalho com foco na ostracofauna do arquipélago. No material analisado, coletado na enseada, foram reconhecidas 14 espécies, dez gêneros e oito famílias; dentre estes, foi descrito um gênero e espécie novos para a família Hemicytheridae e uma nova espécie para o gênero Keijcyoidea. Dez espécies foram deixadas em nomenclatura aberta, sendo muito provável a existência de outras espécies novas, já que o ASPSP é uma área muito distante tanto de outras ilhas oceânicas quanto de continentes. Aspectos ecológicos e zoogeográficos complementam o estudo da riqueza específica da fauna aqui analisada. Loxocorniculum tricornatum Krutak possui a maior abundância, perfazendo um total de 4214 espécimens (1150 coletados vivos). Keijcyoidea sp. nov. A (539 espécimens, sendo 153 vivos) e Xestoleberis sp. 2 (179 indivíduos, dos quais 69 vivos) ocupam o segundo e o terceiro lugar em abundância, respectivamente. As espécies L. tricornatum e Triebelina sertata Triebel, esta última um ostracode cosmopolita tropical, ocorrem no Brasil não somente no ASPSP, mas também no Atol das Rocas e nas regiões de águas quentes da plataforma continental brasileira; T. sertata é também registrada na Ilha da Trindade. Curiosamente, espécies pandêmicas de mares rasos e quentes, como Kangarina abyssicola (Mueller), Kotoracythere incospicua Brady, Keijia demissa Teeter, Neomonoceratina mediterranea (Ruggieri) e Tenedocythere ex. gr. transoceanica Teeter, não foram registrados no ASPSP. / The Archipelago of São Pedro and São Paulo (ASPSP), located about 1,100 km of the coast of the Rio Grande do Norte State, consists of four major islands arranged in a semicircle forming a cove with depths between three and 18 m. Many studies on the archipelago fauna were performed, however, this is only the second one focusing its ostracode fauna. In the study material, 14 species, ten genera and eight families were identified, including a new genus and species of Hemicytheridae, and a new species of Keijcyoidea. Ten species were left in open nomenclature, and the existence of other new ones is very probable, since the ASPSP is very distant from both other oceanic islands and continents. Ecological and zoogeographical remarks complement this faunal study. Loxocorniculum tricornatum Krutak possesses the greatest abundance, with a total of 4214 specimens (1150 collected alive). Keijcyoidea sp. nov. A (539 specimens, being 153 alive) and Xestoleberis sp. 2 (179 individuals, being 69 alive) occupy the second and third place in abundance, respectively. The species L. tricornatum and Triebelina sertata Triebel, the latter a tropical cosmopolitan ostracode, occur in Brazil not only in the ASPSP, but also in the Rocas Atoll and in the region of warm waters of the Brazilian continental shelf; T. sertata is also recorded around the Trindade Island. Surprisingly, pandemic species of shallow and warm seas, as Kangarina abyssicola (Mueller), Kotoracythere incospicua Brady, Keijia demissa Teeter, Neomonoceratina mediterranea (Ruggieri) and Tenedocythere ex. gr. transoceanica Teeter, were not found in ASPSP.

O presente trabalho envolveu o estudo da microfauna de ostracodes de 10 amostras provenientes de um testemunho de sondagem realizado na porção norte do talude médio da Bacia de Campos, RJ (1287 m de lâmina d'água). As amostras foram tratadas segundo a metodologia padrão para microfósseis calcários. A fauna total de ostracodes foi recuperada e os elementos autóctones foram identificados e estudados. Em conjunto aos dados faunísticos, análises geoquímicas de isótopos estáveis de oxigênio foram realizadas em testas de foraminíferos planctônicos, colaborando com o estudo paleoecológico e paleoceanográfico. Foram identificadas 86 espécies, 46 das quais autóctones, distribuídas em 28 gêneros e 13 famílias. Krithe e Cytheropteron foram os gêneros mais diversificados (sete e quatro espécies, respectivamente), assim como as famílias Cytheruridae e Krithidae, concordando com estudos similares em outras regiões do mundo. A ocorrência de espécies cosmopolitas na Bacia de Campos é marcante, o que reforça a idéia de que a distribuição de algumas espécies tende ao pandemismo em águas profundas. A curva de isótopos estáveis de oxigênio obtida segue a tendência geral das curvas padrões para o oceano Atlântico Sul. A fauna de ostracodes respondeu às mudanças oceanográficas ocorridas no Quaternário da Bacia de Campos, reforçando a potencialidade do grupo como bons indicadores de eventos dessa natureza. Respostas divergentes da diversidade específica foram registradas: baixa diversidade no penúltimo glacial e alta durante o Último Máximo Glacial (UMG). Uma diminuição da diversidade foi notada no final do Holoceno. Distintas associações de espécies ocorreram ao longo das amostras, a primeira e mais antiga caracterizada pelas espécies Australoecia atlantica, Poseidonamicus pintoi, Microcythere cronini, Rimacytheropteron sp. e Krithe reversa., e a segunda representada por Macropyxis sp., Bythoceratina sp., Henryhowella cf. H. asperrima e Krithe trinidadensis. O UMG foi o evento que definiu esta mudança faunística. / The present work dealt with the study of ostracods from 10 piston core samples from the northern portion of the Campos Basin slope, Rio de Janeiro (1287 m depth). The samples were treated following the standard methodology for calcareous microfossils. The totality of the ostracode fauna was recovered and its autochtonous elements studied. Along with the faunal data, oxygen stable isotopes analysis were carried out in planctonic foraminifer tests, improving the paleoecological and paleoceanografical studies. Eighty-six species were identified, 46 of them were autochtonous, distributed in 38 genera and 13 families. Krithe and Cytheropteron were the most diversified genera (seven and four species, respectively), as well as the families Cytheruridae and Krithidae, which is in agreement with similar studies carried out in other regions. It is remarkable the occurrence of cosmopolitan species in Campos Basin, reinforcing the idea that deep sea environment species tends to present a pandemic distribution. The oxygen isotope data follow the general pattern of the standard South Atlantic curve. The ostracode fauna has been influenced by oceanographical changes occurred during the Quaternary in the Campos Basin, reinforcing the potentiality of this group as indicators of this kind of event. Divergent responses were registered in the specific diversity: low diversity during penultimate glacial and a higher one in the Last Glacial Maximum (LGM). A diversity reduction was noticed in the Holocene ending. Distinctive species assemblages occurred along the samples, the first and older one characterized by Australoecia atlantica, Poseidonamicus pintoi, Microcythere cronini, Rimacytheropteron sp. and Krithe reversa., and the second one represented by Macropyxis sp., Bythoceratina sp., Henryhowella cf. H. Asperrima and Krithe trinidadensis. LGM was the event which defined this faunal turnover.

Le paysage littoral de la basse vallée de l’Aude est composé d’une mosaïque de milieux laguno-deltaïques mobiles à l’échelle des derniers millénaires. Du fait de cette mobilité et de l’ancienneté de l’occupation humaine, continue depuis le Néolithique, la compréhension des dynamiques environnementales passées constitue une problématique incontournable de la recherche archéologique narbonnaise. Le travail que nous présentons vise à identifier et expliquer les transformations de ce paysage fluvio-lagunaire à l’Holocène, à partir de l’analyse sédimentologique et micropaléontologique des enregistrements sédimentaires datés au radiocarbone. Dans un premier temps, une étude de la répartition spatiale actuelle des ostracodes des lagunes et embouchures fluviales modernes est proposée en vue d’utiliser cette microfaune comme bioindicateur privilégié des conditions environnementales passées dans la zone d’étude. Elle repose sur le prélèvement d’une soixantaine d’échantillons de sédiments de surface provenant de différents complexes paraliques de Méditerranée nord-occidentale. Les assemblages d’ostracodes actuels permettent de caractériser différents stades d’isolement des bassins, des lagunes complètement fermées jusqu’aux baies largement ouvertes sur la mer, ainsi que la variabilité intra-lagunaire des milieux en relation avec la proximité des embouchures et des graus. La base de données présentée peut être utilisée, à titre comparatif, pour reconstituer les dynamiques géomorphologiques littorales holocènes, telles que la mobilité deltaïque et l’évolution des systèmes barrières-lagunes, dans le golfe du Lion. Dans un second temps, l’étude des enregistrements sédimentaires a permis d’appréhender l’évolution du littoral narbonnais à l’Holocène. Elle repose sur neuf sondages carottés répartis sur les deux branches deltaïques, méridionale et orientale, de l’Aude. Les résultats obtenus permettent de proposer un scénario paléogéographique reconstituant la dynamique des environnements de la basse vallée depuis 9500 ans cal. BP, en même temps qu’ils renseignent le contexte local de la remontée du niveau marin holocène dans l’intervalle 9500-6000 ans cal. BP. Plusieurs problématiques sous-jacentes à l’évolution des paléoenvironnements littoraux narbonnais sont discutées. Elles concernent les modalités de la transgression holocène dans les lagunes du golfe du Lion, l’enregistrement d’un événement marin extrême en fond de ria vers 5200-5000 ans cal. BP, et le rythme de progradation accéléré du delta de l’Aude durant le dernier millénaire. L’identification de deux périodes d’enrichissement en plomb cohérentes avec les principaux pics d’exploitation minière connus en Languedoc à la charnière du changement d’ère et au début du Moyen-âge classique suggère un enregistrement de la fluctuation historique des activités métallurgiques. / The present day Aude valley’s coastal landscape is the result of unstable lagoonal and deltaic environments during the last millennia. The understanding of past environmental dynamics is a key issue of the local ar-chaeological research, because since the Neolithic period human beings have settled in this area. This work aims to identify and explain the fluvio-lagoonal landscape’s evolution in the Narbonne region during the Holocene by using sedimentology, micropalaeontology and radiocarbon sediment datations. First, we analysed the present ostracods spatial distribution in modern lagoons and river mouths in order to use this microfauna as a bioindicator of past environmental conditions in the study area. Various aquatic envi-ronments (60) from the NW Mediterranean coastline were studied. The present ostracod assemblages characterize different stages of isolation, from completely closed lagoons to widely open marine bays, as well as intra-lagoonal environmental variability in relation to the inlets and river mouth proximities. The proposed database can be used to reconstruct coastal geomorphologies and dynamics, such as the holocene evolution of delta and barrier-lagoon systems in the Gulf of Lion. Second, sedimentary recording studies have been used to analyse the Narbonne’s coastal evolution. This study is based on nine cores distributed over the southern and eastern deltaic branches of the Aude river. With theses results, it is possible to propose a palaeogeographic scenario associated with the environmental dynamics of the lower valley since 9500 years cal. BP. This same data informs us about the local context of the Holocene sea level rise during the 9500-6000 years cal. BP. Several issues are discussed such as : the Holocene’s transgressions of the Gulf of Lion’s lagoons, the extreme marine event near the bay head delta around 5200-5000 years cal. BP, and the Aude delta’s rapid progradation during the last millennium. Additionally, we identified two periods of lead enrichment; which are consistent with the major mining peaks known in Languedoc (beginning of the first century AD - beginning of the classical Middle ages) and suggest a record of fluctuating metallurgical activity.

Ce travail de thèse a permis de reconstituer la dynamique à long terme de deux écosystèmes lacustres alpins dans les Alpes du sud grâce à l’étude (1) de la variabilité tardi-holocène des paramètres physico-chimiques de l’eau, des niveaux lacustres et des dynamiques de communautés aquatiques, et (2) des types de réponse de ces environnements à des perturbations externes en lien avec les changements du bassin versant et du climat. Les deux séquences sédimentaires prélevées par carottage au lac d’Allos et au lac Petit (Massif du Mercantour, 2200 m) ont permis de reconstituer en détail l’évolution des écosystèmes lacustres depuis les derniers 13,500 cal. BP grâce à trois grands volets : (1) l’étude de fossiles d’espèces aquatiques indicatrices des conditions de vie dans le milieu lacustre (les diatomées et les ostracodes) ; (2) l’analyse des isotopes de l’oxygène contenus dans ces mêmes fossiles afin de reconstituer un signal paléohydrologique ; (3) une comparaison multi-proxy permettant de mettre en lien les changements de l’écosystème lacustre avec les dynamiques du bassin versant. Les résultats obtenus et leur confrontation à un cadre multidisciplinaire très documenté ont permis d’évaluer l’importance première des processus érosifs et des modifications du couvert végétal sur la dynamique lacustre, au travers de changements majeurs dans les communautés aquatiques et les niveaux trophiques. Enfin, les données isotopiques mesurées sur les fossiles de diatomées et d’ostracodes ont mis en évidence des variations paléohydrologiques inédites pour la région : cette approche, novatrice ouvre la perspective d’une reconstitution paléoclimatique de référence pour les Alpes du sud. / The thesis is devoted to the reconstruction of long-term changes in two lacustrine ecosystems in the Southern Alps. This study aims at assessing (1) the lateglacial-holocene variability of water physico-chemistry, lake levels and aquatic species dynamics; and (2) the environmental responses of the lacustrine ecosystem to external forcing (watershed and climate changes), with the study of Lake Allos and the Lake Petit (Mercantour National Park, 2200 m a.s.l). The two sedimentary cored profiles provided a detailed record of the past lacustrine dynamics since 13.500 cal. BP. An integrative approach was carried out including (1) the study of fossils of aquatic bioindicators species (diatoms and ostracods) informing about changes in lacustrine living conditions ; (2) the analysis of oxygen isotopes recorded by these aquatic fossils tracing a palaeohydrological signal ; (3) a multiproxy comparison linking the aquatic environment with changes in watershed dynamics. These results integrated into a rich multidisciplinary framework evidenced the major role of erosion processes and changes in vegetation cover as factors triggering lake responses to disturbance, with concomitant changes in aquatic communities and trophic levels at several timescales. The different geological settings and lake morphologies have also played a significant role, modulating changes in benthic and planktonic aquatic communities over long time periods. Finally, oxygen isotopes records allow to trace for the first time palaeohydrological changes in the region: this innovative approach represents an original outcome for reconstructing a reference past climate for the Southern Alps.

Ten sediment cores (2.0-8.5 m long) from various locations in Lake of the Woods (LOTWs) and Shoal Lake (SL) were recovered in August 2006, using a Kullenberg piston corer. From the study of the macrofossils (primarily ostracodes and thecamoebians) and the sediments in six processed cores, variations in paleoconditions were observed both spatially and temporally, and the timing of these changes were identified in over 10,000 years of postglacial history. Ostracodes disappeared from the LOTWs record from about 9000 to 7600 calendar years before present (BP) (about 5800 in SL), after LOTWs became isolated from glacial Lake Agassiz. Thecamoebians appeared in many cores around 2000 calendar years BP, with the earliest appearance at 9200. Buried paleosols in three cores indicate portions of the lake dried on several occasions during the Hypsithermal, perhaps indicating the region’s future climate response. One core contained a pink clay bed indicative of the Marquette readvance about 11,300 years (BP), and the subsequent input of water from the Superior basin.