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Análise de abordagem de ensino de produção de texto em lp numa classe de inclusão com alunos surdos e ouvintesSILVA, José de Sousa January 2009 (has links)
Esta dissertação de mestrado é um estudo de caso que faz uso de instrumentos da microetnografia
com o objetivo de analisar pela primeira vez a abordagem de ensinar Língua
Portuguesa de uma professora, ouvinte, de Produção de Texto que rege uma turma de inclusão
com alunos surdos bilaterais/profundos e ouvintes do 2º ano do Ensino Médio de uma Escola
Pólo, pública, de uma cidade satélite de Brasília. Tal escola contava com uma clientela de
setecentos e vinte e três alunos e desse total quarenta e nove eram surdos. A turma observada
durante o período de dois bimestres era formada por trinta alunos ouvintes mais seis alunos
surdos dos quais apenas um é oralizado. Essa turma de inclusão conta com a interpretação
simultânea de um professor intérprete de Libras/Português/Libras, com certificação Prolibras
2007, que também é um dos participantes desta investigação e ora apresenta o relatório final
desse trabalho. O material empírico foi levantado partindo-se da observação participativa
desenvolvida pelo investigador enquanto realizava suas interpretações simultâneas nessa
turma e organizadas em forma de notas de campo e/ou relatos informais e verbatim quotation.
Algumas aulas, também, foram filmadas e selecionadas para transcrição de falas e sinais.
Foram aplicados dois questionários (auto-aplicados), um questionário para levantamento de
atitudes para com a L-alvo (modalidade escrita do Português), baseado no QUALE de
Horwitz (1985) e foi feita, ainda, uma entrevista focalizada com posterior transcrição das
falas. Os resultados da análise evidenciam (i) a necessidade do ensino da modalidade escrita
da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos, (ii) a necessidade de se
repensar a inclusão escolar para o ensino de alunos surdos e ouvintes e (iii) a necessidade de
se repensar o chamado currículo regular comum da educação básica. Revela ainda que o
Serviço de Apoio em turno contrário, previsto e regulamentado por Lei Distrital, e a adoção
do concurso do intérprete de sinais, previsto e regulamentado por Lei Federal não tem se
mostrado suficientes para a aprendizagem satisfatória da modalidade escrita da Língua
Portuguesa como segunda língua para alunos surdos bilaterais/profundos sem perder de vista
que a Libras é a L1 e que os alunos surdos, na condição descrita aqui, não têm acesso a
insumo oral na Língua Portuguesa e que o único produto lingüístico viável e natural em
Língua Portuguesa só é possível na sua modalidade escrita.
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