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Aprendizagem de pista simbólicana atenção espacial : padrão comportamental e correlatos neuraisSilvestrin, Mateus January 2016 (has links)
Orientador: Prof. Dr. André Mascioli Cravo / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Neurociência e Cognição, 2016. / Uma série de estudos tem mostrado que saber onde determinado alvo será apresentado facilita seu processamento. Em muitos desses trabalhos, uma pista simbólica (como uma
seta) é utilizada para guiar a orientação da atenção espacial. Entretanto, os mecanismos que regem o aprendizado e a atualização de pistas simbólicas visuoespaciais ainda são
amplamente desconhecidos. Para esclarecermos melhor estes mecanismos, investigamos: (1) os padrões comportamentais da aprendizagem e atualização de pistas simbólicas e (2)
os mecanismos neurais subjacentes a estes processos. Foi utilizada uma versão modificada do paradigma de orientação de atenção espacial de Posner juntamente com registro eletroencefalográfico. Nessa tarefa, os participantes deviam aprender a cada bloco qual das cores em um anel de cores servia de pista simbólica e utilizá-la para orientar a atenção e
fazer a discriminação de um alvo. A tarefa incluía uma condição rara de pista inválida. Os resultados apontaram rápida aprendizagem da pista simbólica, porém a interpretação
dos correlatos eletrofisiológicos ficou prejudicada por aparente contaminação das tentativas válidas pelas inválidas. Um novo experimento foi feito sem pistas inválidas e com a
utilização de um distrator em metade dos blocos. Novamente, efeitos da aprendizagem da pista foram observados após uma única exposição, com ganhos em tempo de reação
e acurácia. A presença do distrator limitou o benefício da pista. Como correlatos eletrofisiológicos foram identificados dois componentes no período entre pista e alvo: um
componente semelhante à negatividade precoce de direcionamento atencional (EDAN) e uma negatividade tardia. Esses potenciais se intensificavam ao longo do bloco. Também
foi observada tendência de dessincronização contralateral na banda alfa em eletrodos parieto-occipitais com intensificação com o avanço do bloco. Esses resultados sugerem
que alguns correlatos eletrofisiológicos típicos da utilização de pistas simbólicas não se estabelecem imediatamente com sua aprendizagem, estando ausentes nas primeiras utilizações
componentes como a negatividade anterior de direcionamento atencional (ADAN) e a positividade tardia de direcionamento atencional (LDAP), enquanto outros (EDAN e
dessincronização contralateral de alfa) já são identificáveis. Adicionalmente, o padrão dos correlatos eletrofisiológicos permite levantar a hipótese de que nessa etapa inicial haja um
papel preponderante da memória operacional para utilização das pistas simbólicas ainda não estabelecidas completamente. / Several studies have shown that knowing where a target will be presented facilitates its processing. Many of these works use symbolic cues (for instance, arrows) to guide spatial attention orienting. However, the mechanisms that rule the learning and updating of symbolic visuospatial cues are still unknown. To clarify these mechanisms, we investigated: (1) behavioral patterns of learning and updating symbolic cues and (2) neural mechanisms underlying these processes. A modified version of Posner¿s paradigm of attention orienting was used, along with eletroencephalografic recording. Participants had to learn which color from a colorwheel was the cue on each experimental block and use it to guide attention to facilitate the discrimination of a target. The task included a rare condition of invalid cues. Results showed fast learning of symbolic cues, however the interpretation of eletrphysiological correlates was impaired by an apparent contamination of the valid condition by the invalid one. A new experiment was done without invalid cues and including a distractor on half of the blocks. Once again, effects of cue learning were present after a single exposition, with gains in reaction time and accuracy. Distractor presence limited cueing benefits. As neural correlates, two components in the period between cue and target were identified: a component similar to the early directing attention negativity (EDAN) and a late negativity. These potentials were enhanced throughout the block. A tendency of contralateral desyncronization on parieto-occipital electrodes, increasing along the block, was also present. These results suggest that some typical eletrophysiological correlates of symbolic cueing in visuospatial attention are not immediately established with learning, since the anterior directing attention negativity (ADAN) and the late directing attention positivity (LDAP) are absent, while others (EDAN and alpha desynchronization) are already identifiable. Additionally, the pattern of eletrophysiological correlates found allows us to hypothesize that, in this initial stage, there is a heavy role for working memory in using symbolic cues that are not completely established.
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Estudo comportamental e eletrofisiológico de crianças e adultos com dislexia do desenvolvimento em uma tarefa de decisão lexical / Behavioral and electrophysiological study of children and adults with Developmental Dyslexia in a lexical decision taskOliveira, Darlene Godoy de 31 July 2014 (has links)
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Previous issue date: 2014-07-31 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Developmental Dyslexia has a main deficit the effective word recognition, which is a complex cognitive processing due perceptual skills, language and later stages of syntactic and semantic integration. Among the wide range neurobiological evidence related this disorder in childhood and across life-span, event-related potential measures indicates differentiated pattern in amplitudes, latencies and hemispheric processing in different stages of sensory/perceptual, orthographic, phonologic and semantic processing. These electrophysiological evidences are related to behavioral deficits and to reading compensatory mechanisms in Dyslexia. The present thesis aimed to verify and compare the behavioral and electrophysiological pattern of adults (Study 1) and children and adolescents (Study 2) with and without Dyslexia during a Lexical Decision task. The sample of Study 1 comprised by 20 dyslexics and 23 normal readers with college degree. In Study 2, twenty dyslexic children and adolescents and twenty normal readers were included. All participants were matched for gender, age and educational level and performed a battery of intelligence, reading, writing and phonological awareness tasks. The lexical decision task was composed by regular high frequency words in Brazilian Portuguese, quasi-words derived from real words and pseudowords not derived from real words. Behavioral results in both studies revealed that dyslexics had worse accuracy and increased reaction times in all lexical categories. ERPs analysis of Study 1 indicated greater amplitudes in right P100 for both groups. The N170, N400 and LPC were reduces on the left hemisphere for dyslexics. N400 and LPC were higher for words and quasi-words, stimuli that are represented on orthographic and phonological lexicon. Correlations data in all sample verified reduced N170 and LPC left amplitudes associated with good performance in behavioral reading, writing and phonological awareness tests. GD with slow behavioral performance exhibited higher N170 and N400 on left hemisphere. Study 2 results indicated greater P100 on right hemisphere for all lexical categories in all sample, and reduced for DG. N170 were higher at left side and for quasi-words. N400 were higher for words and quasi-words, as well reduced in left hemisphere for DG. LPC were higher in left hemisphere for pseudowords and reduced in dyslexics. Correlational results revealed reduced left N170, N400 and LPC in dyslexics with slow behavioral performance. Controls with slow performance exibithed higher P100 amplitudes, as well higher left N400 if they had higher reading skills. Generally, ERP analysis indicated lacks of hemispheric specialization in dyslexics. The absence of ERP group differences on Study 2 can be related to developmental reading fluency processes, although we verified positive correlations between higher linguistic ERP amplitudes and better behavioral performances for both children and adults. We conclude that dyslexic children and adults present differenciated ERP amplitudes and hemispheric distribution during reading in Brazilian Portuguese. / A Dislexia do Desenvolvimento tem como déficit principal o reconhecimento eficaz de palavras, sendo este um processamento cognitivo complexo. Dentre as evidências neurobiológicas do transtorno, disléxicos apresentam alterações nos potenciais relacionados a eventos durante o reconhecimento de palavras, com padrão diferenciado de latência, amplitude e processamento hemisférico nos estágios sensório/perceptual, ortográfico, fonológico e semântico. Estes indicam déficits no processamento eletrofisiológico e uso de mecanismos compensatórios de leitura. Esta tese objetivou mensurar e comparar o padrão comportamental e eletrofisiológico de adultos (Estudo 1) e crianças e adolescentes (Estudo 2) com e sem Dislexia do Desenvolvimento durante uma tarefa de decisão lexical. Participaram do Estudo 1 vinte universitários disléxicos e vinte e três adultos bons leitores. Participaram do Estudo 2 vinte crianças e adolescentes disléxicos e vinte controles bom leitores. Os participantes foram pareados por sexo, idade e nível de escolaridade e realizaram uma bateria de testes de inteligência, leitura, escrita e consciência fonológica. A tarefa de decisão lexical foi composta por palavras regulares de alta frequência no português brasileiro, quase-palavras derivadas de palavras reais e pseudopalavras não derivadas. Os resultados comportamentais da tarefa de decisão lexical nos estudos indicaram pior acurácia, maior omissão e lentidão no julgamento dos itens de todas as classes lexicais pelos disléxicos. Análises dos ERPs no Estudo 1 indicaram maior amplitude do P100 no hemisfério direito em ambos os grupos. Os potenciais N170, N400 e LPC foram reduzidos no hemisfério esquerdo dos disléxicos. O N400 e o LPC foram mais pronunciados nas palavras e quase-palavras, estímulos com representação no léxico fonológico e ortográfico. Correlações com os dados da amostra total; indicaram menores amplitudes N170 e LPC no hemisfério esquerdo associadas à alta acurácia nos testes comportamentais de leitura, escrita e consciência fonológica, enquanto que no GD, o N170 e o N400 foram mais pronunciados no hemisfério esquerdo dos sujeitos mais lentos nas tarefas. Análises do Estudo 2 indicaram P100 maior no hemisfério direito em todas as categorias lexicais nos dois grupos, e reduzido no GD. O N170 tendeu a ser mais pronunciado no hemisfério esquerdo e nas quase-palavras. O N400 foi maior nas palavras e quase-palavras, sendo reduzido no hemisfério esquerdo do GD. O LPC foi maior no hemisfério esquerdo para as pseudopalavras e foi reduzido no GD. Foram encontradas correlações negativas entre amplitudes do N170, N400 e LPC esquerdo nos disléxicos com o tempo de execução nas tarefas comportamentais. No GC, o P100 foi maior nos sujeitos mais lentos e houve associação positiva dasamplitudes do N400 esquerdo e acurácia na leitura. No geral, as análises dos ERPs nos experimentos indicam déficits de especialização hemisférica em disléxicos. Ausências de diferenças entre os grupos do Estudo 2 nos ERPs analisados podem estar relacionadas a fatores desenvolvimentais da leitura, embora tanto em crianças como em adultos disléxicos já haja associação positiva entre bom desempenho comportamental e maiores amplitudes nos ERPs linguísticos. Conclui-se que crianças e adultos disléxicos apresentam padrão diferenciado de amplitudes e distribuição hemisférica em distintos ERPs durante a leitura no Português Brasileiro.
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