Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Diante de pressões ambientais as plantas podem apresentar variação em seus compostos secundários para conferir uma melhor adaptação e proteção. Portanto é esperado que ao longo de um gradiente ambiental as plantas exibam variação no seu fenótipo químico. Estas variações devem representar diferentes estratégias de alocação de recursos em respostas às diferentes pressões ambientais sofridas pelas plantas. No presente estudo, descreveu-se o perfil químico da casca de uma espécie arbórea dióica, Chaetocarpus schomburgkianus (Kuntze) Pax & Hoffmann (Peraceae), ao longo de um gradiente de textura e fertilidade do solo variando de 16% a 58% de argila.. O estudo foi realizado em seis parcelas permanentes do Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio), localizadas no Parque Nacional do Viruá (Caracaraí, RR). Para construção do perfil químico, foram coletadas amostras de casca de 18 indivíduos, sendo 9 masculinos e 9 femininos. De cada indivíduo selecionado, foi coletada uma amostra da casca no, período vegetativo do indivíduo, sendo o sexo identificado através da observação das estruturas florais durante o período reprodutivo. Para caracterização do ambiente, foram coletadas quatro amostras de solo, na área de projeção da copa dos indivíduos selecionados, nas profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm. As amostras de cada profundidade foram misturadas resultando em uma amostra composta por profundidade. As amostras de solo foram analisadas para caraterização da textura e composição química, sendo os dados sumarizados através de uma Análise de Componentes Principais. O extrato etanólico da casca de C. schomburgkianus indicou a presença em quantidade detectável pelos testes, dos compostos flavonóides, saponinas e taninos, não sendo detectadas as classes esteróides e triterpenóides. A presença dos compostos secundários não apresentou relação com o sexo dos indivíduos nem com as características do solo. Foi observada variação intra-específica somente quanto a presença e intensidade de flavonóides, mas a variação não foi relacionada às características do solo (pH, textura e fertilidade) nem ao sexo do indivíduo. / In the face of environmental pressures, plants can change their secondary compounds to provide a better adaptation and protection. Therefore, it is expected that plants exhibit variation in their chemical phenotype along an environmental gradient. This variation should represent different strategies of resource allocation in response to the different environmental and biotic pressures faced by plants. The present study describes the bark chemical profile of a dioecious tree Chaetocarpus schomburgkianus (Kuntze) Pax & Hoffmann (Peraceae) along a soil texture gradient ranging from 16 to 58% of clay. The study was conducted in six Biodiversity Research Program (PPBio) permanent plots located in Viruá National Park (Caracaraí RR). To construct the chemical profile, we collected bark samples of 18 individuals, 9 males and 9 females. From each individual selected, outside the fertile period, we collected a sample of bark. Sex was defined through the observation of floral structures during the reproductive period. To characterize the environment around each individual, four soil samples at the canopy projection area were collected at 0-10 cm and 10-20 cm of depth. Samples were mixed forming a composite one for each depth. Soil samples were analyzed for texture and fertility, and the data were summarized by a Principal Component Analysis. The extract of the bark of C. schomburgkianus indicated the presence of flavonoids, saponins and tannins, but did not detect steroids and triterpenoids. The presences of secondary compounds were not related to sex, or to soil characteristics. We found intra-specific variation in the intensity of flavonoids, but this variation was also not related to soil characteristics (pH, texture and fertility) or the sex of the individual.