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Chronostratigraphie et paléoenvironnements des fonds de vallée du bassin français de l'Escaut / Chronostratigraphy and paleoenvironments of the valley bottoms of the French Scheldt river catchmentDeschodt, Laurent 03 October 2014 (has links)
Le Début Glaciaire peut être conservé à la faveur d’une protection par les loess postérieurs et la progradation des versants. Les dépôts de fonds de vallée antérieurs aux Weichselien sont rencontrés sous trois formes : (a) des nappes graveleuses accumulées en piedmont du haut-pays, (b) des dépôts eemiens isolés et à faible profondeur (c) des dépôts fluviatiles du Saalien et de l’Eemien à une vingtaine de mètres de profondeur dans la plaine de la Lys et dans la partie aval de la Deûle et de la Marque. Il s’agit alors du comblement de la «vallée flamande». La chronostratigraphie et les variations des pentes longitudinales du bed rock suggèrent une morphogenèse récente (depuis le Saalien). Une attention particulière a été portée aux enregistrements pléniglaciaires d’activités fluviatiles sur versant et dans les extrémités amont du réseau de talwegs. Les périodes du Pléniglaciaire inférieur et moyen weichseliens sont mal documentées. Des indices indirects suggèrent une forte activité fluviatile pendant le Pléniglaciaire inférieur. Quelques formations limoneuses enfouies dans les plaines sont attribuées au Pléniglaciaire Moyen. La base du Pléniglaciaire supérieur est érosive. La période se divise en : (a) une phase d’activité fluviatile intense, (b) à partir d’environ 22 ka, une forte rétractation du réseau hydrographique actif et un remblaiement fluvio-éolien massif. Un modèle d’évolution de petite vallée en zone loessique à la fin du Pléniglaciaire supérieur weichselien est proposé. Le Tardiglaciaire est principalement connu à travers les enregistrements complémentaires d’Houplin-Ancoisne et de Dourges. / Early Glacial layers can be preserved in favor of protection of the subsequent loess and progradation of slopes. The valley bottoms deposits anterior to the Weichselian can be of three different natures: (a) accumulations of gravel layers at the foot of hight country, (b) shallow isolated Eemian deposits, (c) Saalian and Eemian fluvial layer about twenty meters deep in the Leie river plain or in downstream section of the Deûle and Marque rivers. In this case, they fill the “Flemish valley”. The chronostratigraphy and changes of longitudinal bed rock slopes suggest a recent morphogenesis (since Saalian) propbablu related to the paleogeographic evolution of the North sea basin. Particular attention has been paid to records of fluvial activity on slopes and in the upstream extremities of the talwegs network. The lower and middle pleniglacial weichseliens are poorly documented. Indirect evidences suggest a strong fluvial activity during the Lower Pleniglacial. Some buried silt formations are attributed to the Middle Pleniglacial, without certainty. The lower limit of the Upper Pleniglacial is erosive. The Upper Pleniglacial is divided into: (a) a phase of intense fluvial activity, (b) from about 22 ka, a severe shrink of the active hydrographic network and a massive fluvio-aeolian filling. We propose a modele for the morphosedimentary evolution of a small valley in loess area context during the Weichselian Upper Pleniglacial. Lateglacial is mainly known through the complementary records of Houplin-Ancoisne and of Dourges.
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Sedimentologia, isótopos estáveis e palinologia de depósitos quaternários no leste da Ilha do Marajó, Estado do Pará / Sedimentology, stable isotopes and palinology of quaternary deposits from eastern of Marajó Island, Pará StateMiranda, Maria Carolina da Cruz 05 April 2010 (has links)
Análise de depósitos sedimentares quaternários da Região Amazônica é de grande interesse para a reconstituição da dinâmica de evolução de sua bacia de drenagem, bem como para subsidiar discussões relacionadas com paleoclima, nível do mar e tectônica. Existem, ainda, poucos estudos dedicados a este tipo de abordagem, o que se deve, principalmente, à ausência de exposições naturais devido à baixa topografia da área. Este trabalho integra análise de fácies, datação radiogênica, e análise de 13C, 15N e C/N de um testemunho de 124 m de espessura, obtido próximo ao Lago Arari, nordeste da Ilha do Marajó, Estado do Pará. Os sedimentos estudados foram depositados nos últimos 50 ka, e registram os seguintes ambientes deposicionais: canal fluvial, representado por areia maciça fina a grossa, localmente conglomerática, moderadamente selecionada e, subordinadamente, argilas laminadas plano-paralelas, arranjados em vários ciclos granodecrescente ascendentes com espessuras de até 8 m; bacia estuarina externa a marinho raso, consiste principalmente em argila com laminação paralela a streaky, intercalada com camadas heterolíticas lenticular e wavy/flaser, formando sucessões granocrescente ascendentes; bacia estuarina proximal, litofaciologicamente similar aos depósitos de bacia estuarina externa, tendo espessura menor (até 10 m), com estratos arranjados em ciclos granocrescente e granodecrescente ascendentes; planície de maré, formada por camadas heterolíticas dos tipos lenticular e wavy/flaser, o localmente interacamadadas com pacotes de areia maciça de até 1 m de espessura, formando ciclos granodecrescentes ascendentes de até 4 m de espessura; canal estuarino, formado por sucessão com cerca de 15 m de espessura, constituída de areias finas a grossas e, secundariamente, depósitos heterolíticos, arranjados em ciclos com adelgaçamento e granodecrescência ascendentes; e laguna, representada dominantemente por argila com laminação paralela a streaky, intercalada a pacotes heterolíticos de até 3 m de espessura, formando ciclos granodecrescente e granocrescente ascendentes. A interpretação faciológica foi complementada por análises de 13C, 15N e C/N, obtidas a partir da matéria orgânica dos sedimentos. Os valores confirmam ambiente com contribuição de diferentes fontes de matéria orgânica, como esperado em ambientes costeiros estuarinos e deltaicos sujeitos a fontes de matéria orgânica alóctones (fitoplâncton marinho, mais comumente trazidos por correntes de maré) e autóctones (fitoplâncton de água doce e matéria orgânica terrígena). Análises palinológicas foram realizadas em 108 amostras síltico-argilosas, que foram selecionadas com base em variações faciológicas. Os dados obtidos revelaram baixas concentrações de palinomorfos e frequência descontínua ao longo do testemunho estudado. Dois intervalos estratigráficos foram mais ricos em material palinológico. O primeiro compreende os 18 m superficiais do testemunho, sendo correspondente a depósitos lagunares, os quais registraram idade de até 10.000 AP. Neste intervalo, a taxa de concentração de polens calculada variou de 3.539,6 a 13.124,2 grãos/cm3. O tipo polínico dominante é a Rhizophora (20,8%-45,0%), elemento índice de manguezais. Outros arbóreos identificados incluem Alchornea (1-7,8%), Anacardiaceae (0- 6%), Euphorbiaciae (0-4,9%), Fabaceae (1-8,2%), Mauritia (0-4%), Melastomataceae (0,8-9,8%), Moraceae/Urticaceae (0-5%), Rubiaceae (0-6%). Vegetação herbácea inclui espécies de Amaranthaceae/Chenopodiaceae (0-4%), Cyperaceae (1-20%) e Poaceae (1,3-11%). O segundo intervalo localiza-se entre 77 e 93 m de profundidade e corresponde a sedimentos de ambiente de bacia estuarina proximal, de idade basal calculada em 50.795± 5.090 AP. A concentração varia de 9.095,5 a 22.688,5 grãos/ cm3. Polens herbáceos apresentam maiores concentrações (1.330,0-7.911,6 grãos/ cm3) do que no primeiro intervalo e, dentre este grupo, predominam os elementos de Poaceae (9- 26,5%). Entre os tipos arbóreos, as maiores frequências foram de Alchornea (0-6%), Celtis (0-7,1%), Euphorbiaceae (0-8%), Fabaceae I (tipo psilado) (1-14%), Ilex (0- 4,1%), Mauritia (1-10,7%), Malpigiaceae (0 7,1%), Melastomataceae/Combretaceae (1-10%) e Rubiaceae (0-7%). A análise da arquitetura estratal dos depósitos pleistocênicos tardios e holocênicos da região do Lago Arari revela que a sedimentação aconteceu dominantemente sob condições estuarinas, desenvolvolvidas ao longo de episódios de transgressão e regressão, como indicado pela natureza cíclica dos depósitos. Deposição fluvial ocorreu entre 40.950 (±590) e 50.795 14C AP, seguido de episódio de elevação do nível relativo do mar (NRM) iniciado entre 35.567 (±649) e 39.079 (±1.114) 14C AP. Ampla transgressão ocorreu até 29.340 (±340) 14C AP, indicado pelos depósitos de bacia estuarina externa a marinho raso, seguido de fase de declínio do NRM, que favoreceu rejuvenescimento e incisão do vale. Nova fase de elevação do NRM ocorreu por volta de 10.479 (±34) 14C AP, a qual culminou com o preenchimento do vale por depósitos estuarinos. O influxo fluvial foi interrompido em torno de 10.479 (±34) 14C AP, como resultado da evolução do estuário, provavelmente para uma laguna. O declínio do NRM aconteceu no final do Holoceno, que resultou em progradação costeira em direção a norte, processo este que teria culminado com a evolução da laguna para o sistema lacustre do Lago Arari atual. Apesar da influência de flutuações eustáticas, o contexto geológico permite sugerir que a tectônica regional desempenhou papel importante na criação de espaço acomodacional para a deposição dos sedimentos pleistocênicos-holocênicos da área do entorno do Lago Arari. / Analysis of Quaternary sediments in Amazonia is of great interest for reconstructing the dynamic evolution of its drainage basin, and to support discussions related to paleoclimate, sea level and tectonics. Few studies emphasize this type of approach, which is mainly due to lack of natural exposures due to the low topography of the area. This work integrates facies analysis, radiogenic dating, 13C, 15N and C/N analyses of an 124 m-thick obtained in the area located near Lake Arari, northeastern Marajó Island, State of Pará. The studied sediments were deposited in the last 50 ka, and record the following depositional environments: fluvial channel, represented by massive, moderately sorted, fine- to coarse-grained, locally conglomeratic, sand, and subordinate mud with parallel lamination, which are arranged in several fining upward cycles up to 8 m thick; outer estuarine basin to shallow marine, mainly consisting of mud with parallel to streaky lamination, interbedded with lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, forming a coarsening upward succession; inner estuarine basin, lithologically similar to the outer estuarine basin to shallow marine deposits, with smaller thickness (up to 10 m), and with layers arranged in coarsening and fining upward cycles; tidal flat, formed by lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, which are locally interbedded with massive sand packages up to 1 m thick, forming finning upward cycles up to 4 m thick; estuarine channel, formed by a succession about 15 m thick, consisting of fine to coarse-grained sand and, secondarily, heterolithic deposits, which are arranged in both
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Palinologia e paleoambientes do Grupo Itararé e da Formação Rio Bonito (Poço ST - 01 - RS , Cachoeira do Sul, RS , Brasil ), Permiano Inferior da Bacia do ParanáLeite, Marcelo Guglielmi January 2017 (has links)
Análises palinológicas desenvolvidas com depósitos do Estado do Rio Grande do Sul estiveram, em sua maioria, relacionadas ao estudo das jazidas de carvão da Formação Rio Bonito, que resultaram na identificação de associações palinológicas vinculadas a formação de paleoturfeiras. O consequente reconhecimento das demais associações palinológicas da passagem entre o Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito é menos detalhado, necessitando-se aprimorar os limites da paleovegetação e das palinozonas estabelecidas. Esta dissertação compreende a análise palinológica de níveis do poço ST-01-RS, localizado na região de Cachoeira do Sul, centro do Rio Grande do Sul. Um total de 25 (vinte e cinco) amostras de subsuperfície foi coletado, envolvendo o intervalo entre o Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito. A análise palinológica permitiu a identificação de 28 gêneros de palinomorfos, dentre os quais 08 (oito) são relativos a esporos triletes acavados, 04 (quatro) a esporos triletes cavados cingulizonados, 05 (cinco) relativos a grãos de pólen monossacados, 01 (um) a grão de pólen bissacado liso e 09 (nove) a grãos de pólen estriados e pré-colpados, enquanto 04 (quatro) formas são relacionadas a elementos constituintes do microplâncton (algas clorofíceas), 01 (um) gênero de esporo de fungo 01 (um) acritarco não determinado. As características quantitativas dos conjuntos palinológicos recuperados permitiram a proposição de 02 (duas) fases palinoflorísticas, designadas como Fase I, ocorrente entre as porções inferior e média do testemunho (Grupo Itararé) e Fase II, que abrange o topo do Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito. As distribuições dos táxons nas duas unidades revelaram que a Fase I representa uma paleovegetação herbácea composta predominantemente de Pteridospermopsida (esporos) em um ambiente com condições climáticas úmidas; espécimes de Gimnospermopsida (grãos de pólen) são subordinados. Durante a Fase II, a vegetação caracteriza-se por alterações parciais do contexto da Fase I, ainda com Pteridospermopsida dominantes, porém com maior participação da vegetação arborescente (Gimnospermopsida) em paleoambiente de clima úmido nas áreas mais baixas relacionadas aos corpos d’água provavelmente circundado por áreas mais elevadas cobertas por representante de Gimnospermopsida. Em ambas as fases, algas e esporos de fungos são escassos. O Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito apresentam 7 conjuntos palinológicos semelhantes, com variações nas proporções entre gêneros de uma unidade para a outra, bem como registrado em outros trabalhos realizados em depósitos do Rio Grande do Sul, o que demonstra a existência de discretas e locais variações paleoclimáticas e paleoambientais. / Palynological analysis developed with deposits in the State of Rio Grande do Sul were mostly related to the study of the coal deposits of the Rio Bonito Formation, which resulted in the identification of palynological associations related to paleo peat-forming. The consequent recognition of the other palinological associations of the passage between the Itararé Group and the Rio Bonito Formation is less detailed and it is necessary to improve the limits of the palaeovegetation and palinozones established. This dissertation comprises the palynological study of levels of well ST-01-RS, located in the region of Cachoeira do Sul, central Rio Grande do Sul state. A total of 25 (twenty-five) subsurface samples were collected, involving the interval between the Itararé Group and the Rio Bonito Formation. The palynological analysis allowed the identification of 29 (twenty-nine) genera of palynomorphs, of which 08 (eight) were related to trilete spores, 05 (five) related to monosacted pollen grains, 01 (one) the grain of laevigati pollen grains and 09 (nine) pollen grains are praecolpati, while 04 (four) forms are related to constituent elements of the microplankton (algae), 01 (one) genus of fungi spore and 01 (one) acritarch not determined. The quantitative characteristics of the recovered palynological assemblages allowed the proposition of 02 (two) palinofloristic phases, designated as Phase I, occurring between the lower and middle portions of the well (Itararé Group) and Phase II, which covers the top of the Itararé Group and Rio Bonito Formation. The distributions of the taxa in the two units revealed that Phase I presents an herbaceous paleovegegation composed predominantly of Pteridospermopsida (spores) in an environment with humid climatic conditions; specimens of Gimnospermopsida (pollen grains) are subordinate. During Phase II, vegetation is characterized by partial alterations of the Phase I context, still with dominant Pteridospermopsida, but with an increase of the arborescent vegetation (Gimnospermopsida) in a humid climate paleoenvironment in the lower areas related to probably circled water bodies by higher areas covered by representative of Gymnospermopsida. In both phases, algae and fungi spores are scarce. The Itararé Group and the Rio Bonito Formation have similar palynological assemblages, with variations in the proportions between genera from one unit to the other, as well as recorded in other studies carried out in Rio Grande do Sul deposits, which demonstrates the existence of discrete and localy paleoclimatic and paleoenvironmental changes.
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Relações pedológicas, isotópicas e palinológicas na reconstrução paleoambiental da turfeira da Área de Proteção Especial (APE) Pau-de-Fruta, Serra do Espinhaço Meridional - MG / Pedological, isotopical and palinological relations in the paleoenvironmental reconstruction of the Pau-de Fruta special protection area´s peat bog, Mountain Range of the Southern Espinhaço - MGIngrid Horák 04 February 2010 (has links)
As turfeiras são ambientes especiais para estudos que procuram compreender a evolução das paisagens em função de mudanças climáticas, apresentando registros da dinâmica temporal e espacial da vegetação, constituindo-se de organossolos com grande potencial indicador devido aos elevados teores de carbono e um ambiente anóxico, condições que preservam a matéria orgânica e os organismos que se depositaram em épocas passadas. A Área de Proteção Especial APE Pau-de-Fruta inserida na Serra do Espinhaço Meridional (MG) possui um depósito de turfeira desenvolvido nas depressões das áreas dissecadas que ficam entremeadas as superfícies de aplainamento, onde a gênese de seus organossolos se dá pelo acúmulo de material orgânico, sendo a área atualmente colonizada pelas diferentes fisionomias vegetais do Bioma Cerrado, principalmente o Campo Rupestre e Campo Úmido, além dos redutos de ilhas de Floresta Estacional Semidecidual, denominados Capões de Mata, onde outrora, sob condições de clima mais úmido que o presente foi mais desenvolvido. O trabalho consistiu na aplicação de bioindicadores como os isótopos do carbono ( 13C e datação 14C), isótopos de nitrogênio ( 15N) e assembléias de palinomorfos em um perfil de organossolo, juntamente com dados de descrição e caracterização do solo, com intuito de inferir as condições do ambiente no Quaternário, e assim reconstituir cronologicamente a sequência de eventos que ocorreram durante a formação do depósito. A idade mais antiga desta turfeira foi obtida por Campos (2009) na base de um perfil a 1.360 m altitude, com 20.359 ± 230 anos AP, portanto, as evidências são que a formação deste depósito iniciou-se no topo, durante o Pleistoceno Superior. Posteriormente, no Holoceno Inferior, condições propiciaram a formação da turfeira de montante à jusante, onde no ponto do presente estudo o processo de instalação iniciou em 8.090 ± 30 anos AP, a 1.350 m de altitude e a 2,3 Km do topo. O clima mais úmido e frio que o atual durante o Pleistoceno Superior (antes de ± 20.359 anos AP), passou por períodos mais secos durante Último Máximo Glacial (entre 20.000-14.000 anos AP), e, gradativamente, tornou-se mais quente no Holoceno Inferior/Médio, porém com constantes oscilações de umidade, até a estabilização das condições climáticas, semelhantes às atuais. Baseado nas assembléias polínicas foi possível verificar que nos períodos úmidos e quentes do Holoceno Inferior/Médio ocorreu a expansão do Campo Úmido, da Floresta Estacional de Galeria, do Campo Rupestre e Cerrado. O aparecimento da Floresta de Galeria de Myrtaceae, em ± 5.900 anos AP, e a formação de uma lagoa em ± 5.200 anos AP, foram os períodos mais úmidos registrados. Solos destes intervalos apresentaram elevadas contribuições de matéria orgânica (MO) e maiores valores de densidade da matéria orgânica (MO), além da presença de fragmentos vegetais preservados. Constantes períodos secos, além dos sinais de 13C mais enriquecidos, vegetação rala (baixa concentração de palinomorfos) e com poucos tipos polínicos, como os verificados em ± 6.700, ± 2.500 e ± 200 (?) anos AP, também apresentaram valores elevados de material mineral (MM), resíduo mínimo (RM) e densidade do solo (Ds). Em meio a isso, a matéria orgânica foi estratificada em três tipos de material de diferentes estágios de decomposição (classes de von Post e teores de fibras), predominando a mais avançado (sáprico), portanto, caracterizando a turfeira como um depósito pedogenético altamente avançado. / The peat bogs are special environments for studies that seek to understand the evolution of landscapes due to climate change reporting the temporal and spatial vegetation dynamics. These are constituted of histosols with great indicator potential due to the high carbon content and anoxic environment, conditions preserving the organic matter and organisms deposited in the past times. The Pau-de-Fruta Special Protection Area (SPA) located into the Mountain Range Espinhaço Southern (Brazil) has a peat bog deposit developed in the depressions of the dissected areas interspersed to the planning surfaces, where the histosols genesis takes place by the accumulation of organic material. Nowadays, the area is colonized by different vegetation physiognomy of the Cerrado Biome, mainly rupestre and wet fileds, beyond of redoubts of semidecidual stationary forests, called Capon Forests, where sometime under more humid climate conditions these were more developed. The work was constituted of the application of bioindicators, such as carbon ( 13C dating and 14C) and nitrogen ( 15N) isotopes, and palynomorphs assemblages, in a Histosol profile together with description and characterization data of the soil, aiming to infer the environmental conditions in the Quaternary, and thus to reconstruct the chronological sequence of events occurred during the formation of this deposit. The oldest age of this peat bog was obtained by Campos (2009) based on a profile located to 1.360 m of altitude, with 20.359 ± 230 years BP, wherefore, the evidences are the formation of this deposit began in the top during the Superior Pleistocene. Later, in the Holocene Lower, the conditions provided the formation of peat from upstream to downstream. In the point of this study, the installation process began in 8.090 ± 30 years BP, the 1.350 m high and 2,3 km from the top. The more humid and cooler weather (than the present) during the Pleistocene (before 20.359 years ± AP) went through dryer periods during Last Glacial Maximum (between 20.000- 14.000 years BP), and gradually became warmer in Holocene Lower/Middle East, but with constant moisture fluctuations, to the stabilization of climate, similar to today. Based on pollen assemblages, it was observed that in humid and warm periods of the Holocene Lower / Middle East occured the expansion of humid fields, decidual forest of the Gallery, rupestre fields and Savannah. The occurrence of the Myrtaceae Gallery Forest, in ± 5.900 years BP, and the formation of a pond, in ± 5.200 years BP, were the wettest period recorded. Soils of these periods showed high contributions of organic matter (OM) and highest density of organic matter (OM), beyond the presence of preserved plant debris. Constant dry periods, there are signs of more 13C enriched, sparse vegetation (low concentration of palynomorphs) and few pollen types, such as those found in ± 6.700, ± 2.500 and ± 200 (?) years BP, also showed high levels of mineral material (MM), minimal residual (MR) and bulk density (Ds). Also, the organic matter was stratified into three types of material from different levels of decomposition (von Post classes and fiber content), with predominance of the more advanced (sáprico), so, characterizing the peat bog as a pedogenetic deposit highly advanced.
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Palinologia e paleoambientes do Grupo Itararé e da Formação Rio Bonito (Poço ST - 01 - RS , Cachoeira do Sul, RS , Brasil ), Permiano Inferior da Bacia do ParanáLeite, Marcelo Guglielmi January 2017 (has links)
Análises palinológicas desenvolvidas com depósitos do Estado do Rio Grande do Sul estiveram, em sua maioria, relacionadas ao estudo das jazidas de carvão da Formação Rio Bonito, que resultaram na identificação de associações palinológicas vinculadas a formação de paleoturfeiras. O consequente reconhecimento das demais associações palinológicas da passagem entre o Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito é menos detalhado, necessitando-se aprimorar os limites da paleovegetação e das palinozonas estabelecidas. Esta dissertação compreende a análise palinológica de níveis do poço ST-01-RS, localizado na região de Cachoeira do Sul, centro do Rio Grande do Sul. Um total de 25 (vinte e cinco) amostras de subsuperfície foi coletado, envolvendo o intervalo entre o Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito. A análise palinológica permitiu a identificação de 28 gêneros de palinomorfos, dentre os quais 08 (oito) são relativos a esporos triletes acavados, 04 (quatro) a esporos triletes cavados cingulizonados, 05 (cinco) relativos a grãos de pólen monossacados, 01 (um) a grão de pólen bissacado liso e 09 (nove) a grãos de pólen estriados e pré-colpados, enquanto 04 (quatro) formas são relacionadas a elementos constituintes do microplâncton (algas clorofíceas), 01 (um) gênero de esporo de fungo 01 (um) acritarco não determinado. As características quantitativas dos conjuntos palinológicos recuperados permitiram a proposição de 02 (duas) fases palinoflorísticas, designadas como Fase I, ocorrente entre as porções inferior e média do testemunho (Grupo Itararé) e Fase II, que abrange o topo do Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito. As distribuições dos táxons nas duas unidades revelaram que a Fase I representa uma paleovegetação herbácea composta predominantemente de Pteridospermopsida (esporos) em um ambiente com condições climáticas úmidas; espécimes de Gimnospermopsida (grãos de pólen) são subordinados. Durante a Fase II, a vegetação caracteriza-se por alterações parciais do contexto da Fase I, ainda com Pteridospermopsida dominantes, porém com maior participação da vegetação arborescente (Gimnospermopsida) em paleoambiente de clima úmido nas áreas mais baixas relacionadas aos corpos d’água provavelmente circundado por áreas mais elevadas cobertas por representante de Gimnospermopsida. Em ambas as fases, algas e esporos de fungos são escassos. O Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito apresentam 7 conjuntos palinológicos semelhantes, com variações nas proporções entre gêneros de uma unidade para a outra, bem como registrado em outros trabalhos realizados em depósitos do Rio Grande do Sul, o que demonstra a existência de discretas e locais variações paleoclimáticas e paleoambientais. / Palynological analysis developed with deposits in the State of Rio Grande do Sul were mostly related to the study of the coal deposits of the Rio Bonito Formation, which resulted in the identification of palynological associations related to paleo peat-forming. The consequent recognition of the other palinological associations of the passage between the Itararé Group and the Rio Bonito Formation is less detailed and it is necessary to improve the limits of the palaeovegetation and palinozones established. This dissertation comprises the palynological study of levels of well ST-01-RS, located in the region of Cachoeira do Sul, central Rio Grande do Sul state. A total of 25 (twenty-five) subsurface samples were collected, involving the interval between the Itararé Group and the Rio Bonito Formation. The palynological analysis allowed the identification of 29 (twenty-nine) genera of palynomorphs, of which 08 (eight) were related to trilete spores, 05 (five) related to monosacted pollen grains, 01 (one) the grain of laevigati pollen grains and 09 (nine) pollen grains are praecolpati, while 04 (four) forms are related to constituent elements of the microplankton (algae), 01 (one) genus of fungi spore and 01 (one) acritarch not determined. The quantitative characteristics of the recovered palynological assemblages allowed the proposition of 02 (two) palinofloristic phases, designated as Phase I, occurring between the lower and middle portions of the well (Itararé Group) and Phase II, which covers the top of the Itararé Group and Rio Bonito Formation. The distributions of the taxa in the two units revealed that Phase I presents an herbaceous paleovegegation composed predominantly of Pteridospermopsida (spores) in an environment with humid climatic conditions; specimens of Gimnospermopsida (pollen grains) are subordinate. During Phase II, vegetation is characterized by partial alterations of the Phase I context, still with dominant Pteridospermopsida, but with an increase of the arborescent vegetation (Gimnospermopsida) in a humid climate paleoenvironment in the lower areas related to probably circled water bodies by higher areas covered by representative of Gymnospermopsida. In both phases, algae and fungi spores are scarce. The Itararé Group and the Rio Bonito Formation have similar palynological assemblages, with variations in the proportions between genera from one unit to the other, as well as recorded in other studies carried out in Rio Grande do Sul deposits, which demonstrates the existence of discrete and localy paleoclimatic and paleoenvironmental changes.
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Palinologia e paleoambientes do Grupo Itararé e da Formação Rio Bonito (Poço ST - 01 - RS , Cachoeira do Sul, RS , Brasil ), Permiano Inferior da Bacia do ParanáLeite, Marcelo Guglielmi January 2017 (has links)
Análises palinológicas desenvolvidas com depósitos do Estado do Rio Grande do Sul estiveram, em sua maioria, relacionadas ao estudo das jazidas de carvão da Formação Rio Bonito, que resultaram na identificação de associações palinológicas vinculadas a formação de paleoturfeiras. O consequente reconhecimento das demais associações palinológicas da passagem entre o Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito é menos detalhado, necessitando-se aprimorar os limites da paleovegetação e das palinozonas estabelecidas. Esta dissertação compreende a análise palinológica de níveis do poço ST-01-RS, localizado na região de Cachoeira do Sul, centro do Rio Grande do Sul. Um total de 25 (vinte e cinco) amostras de subsuperfície foi coletado, envolvendo o intervalo entre o Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito. A análise palinológica permitiu a identificação de 28 gêneros de palinomorfos, dentre os quais 08 (oito) são relativos a esporos triletes acavados, 04 (quatro) a esporos triletes cavados cingulizonados, 05 (cinco) relativos a grãos de pólen monossacados, 01 (um) a grão de pólen bissacado liso e 09 (nove) a grãos de pólen estriados e pré-colpados, enquanto 04 (quatro) formas são relacionadas a elementos constituintes do microplâncton (algas clorofíceas), 01 (um) gênero de esporo de fungo 01 (um) acritarco não determinado. As características quantitativas dos conjuntos palinológicos recuperados permitiram a proposição de 02 (duas) fases palinoflorísticas, designadas como Fase I, ocorrente entre as porções inferior e média do testemunho (Grupo Itararé) e Fase II, que abrange o topo do Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito. As distribuições dos táxons nas duas unidades revelaram que a Fase I representa uma paleovegetação herbácea composta predominantemente de Pteridospermopsida (esporos) em um ambiente com condições climáticas úmidas; espécimes de Gimnospermopsida (grãos de pólen) são subordinados. Durante a Fase II, a vegetação caracteriza-se por alterações parciais do contexto da Fase I, ainda com Pteridospermopsida dominantes, porém com maior participação da vegetação arborescente (Gimnospermopsida) em paleoambiente de clima úmido nas áreas mais baixas relacionadas aos corpos d’água provavelmente circundado por áreas mais elevadas cobertas por representante de Gimnospermopsida. Em ambas as fases, algas e esporos de fungos são escassos. O Grupo Itararé e a Formação Rio Bonito apresentam 7 conjuntos palinológicos semelhantes, com variações nas proporções entre gêneros de uma unidade para a outra, bem como registrado em outros trabalhos realizados em depósitos do Rio Grande do Sul, o que demonstra a existência de discretas e locais variações paleoclimáticas e paleoambientais. / Palynological analysis developed with deposits in the State of Rio Grande do Sul were mostly related to the study of the coal deposits of the Rio Bonito Formation, which resulted in the identification of palynological associations related to paleo peat-forming. The consequent recognition of the other palinological associations of the passage between the Itararé Group and the Rio Bonito Formation is less detailed and it is necessary to improve the limits of the palaeovegetation and palinozones established. This dissertation comprises the palynological study of levels of well ST-01-RS, located in the region of Cachoeira do Sul, central Rio Grande do Sul state. A total of 25 (twenty-five) subsurface samples were collected, involving the interval between the Itararé Group and the Rio Bonito Formation. The palynological analysis allowed the identification of 29 (twenty-nine) genera of palynomorphs, of which 08 (eight) were related to trilete spores, 05 (five) related to monosacted pollen grains, 01 (one) the grain of laevigati pollen grains and 09 (nine) pollen grains are praecolpati, while 04 (four) forms are related to constituent elements of the microplankton (algae), 01 (one) genus of fungi spore and 01 (one) acritarch not determined. The quantitative characteristics of the recovered palynological assemblages allowed the proposition of 02 (two) palinofloristic phases, designated as Phase I, occurring between the lower and middle portions of the well (Itararé Group) and Phase II, which covers the top of the Itararé Group and Rio Bonito Formation. The distributions of the taxa in the two units revealed that Phase I presents an herbaceous paleovegegation composed predominantly of Pteridospermopsida (spores) in an environment with humid climatic conditions; specimens of Gimnospermopsida (pollen grains) are subordinate. During Phase II, vegetation is characterized by partial alterations of the Phase I context, still with dominant Pteridospermopsida, but with an increase of the arborescent vegetation (Gimnospermopsida) in a humid climate paleoenvironment in the lower areas related to probably circled water bodies by higher areas covered by representative of Gymnospermopsida. In both phases, algae and fungi spores are scarce. The Itararé Group and the Rio Bonito Formation have similar palynological assemblages, with variations in the proportions between genera from one unit to the other, as well as recorded in other studies carried out in Rio Grande do Sul deposits, which demonstrates the existence of discrete and localy paleoclimatic and paleoenvironmental changes.
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Sedimentologia, isótopos estáveis e palinologia de depósitos quaternários no leste da Ilha do Marajó, Estado do Pará / Sedimentology, stable isotopes and palinology of quaternary deposits from eastern of Marajó Island, Pará StateMaria Carolina da Cruz Miranda 05 April 2010 (has links)
Análise de depósitos sedimentares quaternários da Região Amazônica é de grande interesse para a reconstituição da dinâmica de evolução de sua bacia de drenagem, bem como para subsidiar discussões relacionadas com paleoclima, nível do mar e tectônica. Existem, ainda, poucos estudos dedicados a este tipo de abordagem, o que se deve, principalmente, à ausência de exposições naturais devido à baixa topografia da área. Este trabalho integra análise de fácies, datação radiogênica, e análise de 13C, 15N e C/N de um testemunho de 124 m de espessura, obtido próximo ao Lago Arari, nordeste da Ilha do Marajó, Estado do Pará. Os sedimentos estudados foram depositados nos últimos 50 ka, e registram os seguintes ambientes deposicionais: canal fluvial, representado por areia maciça fina a grossa, localmente conglomerática, moderadamente selecionada e, subordinadamente, argilas laminadas plano-paralelas, arranjados em vários ciclos granodecrescente ascendentes com espessuras de até 8 m; bacia estuarina externa a marinho raso, consiste principalmente em argila com laminação paralela a streaky, intercalada com camadas heterolíticas lenticular e wavy/flaser, formando sucessões granocrescente ascendentes; bacia estuarina proximal, litofaciologicamente similar aos depósitos de bacia estuarina externa, tendo espessura menor (até 10 m), com estratos arranjados em ciclos granocrescente e granodecrescente ascendentes; planície de maré, formada por camadas heterolíticas dos tipos lenticular e wavy/flaser, o localmente interacamadadas com pacotes de areia maciça de até 1 m de espessura, formando ciclos granodecrescentes ascendentes de até 4 m de espessura; canal estuarino, formado por sucessão com cerca de 15 m de espessura, constituída de areias finas a grossas e, secundariamente, depósitos heterolíticos, arranjados em ciclos com adelgaçamento e granodecrescência ascendentes; e laguna, representada dominantemente por argila com laminação paralela a streaky, intercalada a pacotes heterolíticos de até 3 m de espessura, formando ciclos granodecrescente e granocrescente ascendentes. A interpretação faciológica foi complementada por análises de 13C, 15N e C/N, obtidas a partir da matéria orgânica dos sedimentos. Os valores confirmam ambiente com contribuição de diferentes fontes de matéria orgânica, como esperado em ambientes costeiros estuarinos e deltaicos sujeitos a fontes de matéria orgânica alóctones (fitoplâncton marinho, mais comumente trazidos por correntes de maré) e autóctones (fitoplâncton de água doce e matéria orgânica terrígena). Análises palinológicas foram realizadas em 108 amostras síltico-argilosas, que foram selecionadas com base em variações faciológicas. Os dados obtidos revelaram baixas concentrações de palinomorfos e frequência descontínua ao longo do testemunho estudado. Dois intervalos estratigráficos foram mais ricos em material palinológico. O primeiro compreende os 18 m superficiais do testemunho, sendo correspondente a depósitos lagunares, os quais registraram idade de até 10.000 AP. Neste intervalo, a taxa de concentração de polens calculada variou de 3.539,6 a 13.124,2 grãos/cm3. O tipo polínico dominante é a Rhizophora (20,8%-45,0%), elemento índice de manguezais. Outros arbóreos identificados incluem Alchornea (1-7,8%), Anacardiaceae (0- 6%), Euphorbiaciae (0-4,9%), Fabaceae (1-8,2%), Mauritia (0-4%), Melastomataceae (0,8-9,8%), Moraceae/Urticaceae (0-5%), Rubiaceae (0-6%). Vegetação herbácea inclui espécies de Amaranthaceae/Chenopodiaceae (0-4%), Cyperaceae (1-20%) e Poaceae (1,3-11%). O segundo intervalo localiza-se entre 77 e 93 m de profundidade e corresponde a sedimentos de ambiente de bacia estuarina proximal, de idade basal calculada em 50.795± 5.090 AP. A concentração varia de 9.095,5 a 22.688,5 grãos/ cm3. Polens herbáceos apresentam maiores concentrações (1.330,0-7.911,6 grãos/ cm3) do que no primeiro intervalo e, dentre este grupo, predominam os elementos de Poaceae (9- 26,5%). Entre os tipos arbóreos, as maiores frequências foram de Alchornea (0-6%), Celtis (0-7,1%), Euphorbiaceae (0-8%), Fabaceae I (tipo psilado) (1-14%), Ilex (0- 4,1%), Mauritia (1-10,7%), Malpigiaceae (0 7,1%), Melastomataceae/Combretaceae (1-10%) e Rubiaceae (0-7%). A análise da arquitetura estratal dos depósitos pleistocênicos tardios e holocênicos da região do Lago Arari revela que a sedimentação aconteceu dominantemente sob condições estuarinas, desenvolvolvidas ao longo de episódios de transgressão e regressão, como indicado pela natureza cíclica dos depósitos. Deposição fluvial ocorreu entre 40.950 (±590) e 50.795 14C AP, seguido de episódio de elevação do nível relativo do mar (NRM) iniciado entre 35.567 (±649) e 39.079 (±1.114) 14C AP. Ampla transgressão ocorreu até 29.340 (±340) 14C AP, indicado pelos depósitos de bacia estuarina externa a marinho raso, seguido de fase de declínio do NRM, que favoreceu rejuvenescimento e incisão do vale. Nova fase de elevação do NRM ocorreu por volta de 10.479 (±34) 14C AP, a qual culminou com o preenchimento do vale por depósitos estuarinos. O influxo fluvial foi interrompido em torno de 10.479 (±34) 14C AP, como resultado da evolução do estuário, provavelmente para uma laguna. O declínio do NRM aconteceu no final do Holoceno, que resultou em progradação costeira em direção a norte, processo este que teria culminado com a evolução da laguna para o sistema lacustre do Lago Arari atual. Apesar da influência de flutuações eustáticas, o contexto geológico permite sugerir que a tectônica regional desempenhou papel importante na criação de espaço acomodacional para a deposição dos sedimentos pleistocênicos-holocênicos da área do entorno do Lago Arari. / Analysis of Quaternary sediments in Amazonia is of great interest for reconstructing the dynamic evolution of its drainage basin, and to support discussions related to paleoclimate, sea level and tectonics. Few studies emphasize this type of approach, which is mainly due to lack of natural exposures due to the low topography of the area. This work integrates facies analysis, radiogenic dating, 13C, 15N and C/N analyses of an 124 m-thick obtained in the area located near Lake Arari, northeastern Marajó Island, State of Pará. The studied sediments were deposited in the last 50 ka, and record the following depositional environments: fluvial channel, represented by massive, moderately sorted, fine- to coarse-grained, locally conglomeratic, sand, and subordinate mud with parallel lamination, which are arranged in several fining upward cycles up to 8 m thick; outer estuarine basin to shallow marine, mainly consisting of mud with parallel to streaky lamination, interbedded with lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, forming a coarsening upward succession; inner estuarine basin, lithologically similar to the outer estuarine basin to shallow marine deposits, with smaller thickness (up to 10 m), and with layers arranged in coarsening and fining upward cycles; tidal flat, formed by lenticular and wavy/flaser heterolithic layers, which are locally interbedded with massive sand packages up to 1 m thick, forming finning upward cycles up to 4 m thick; estuarine channel, formed by a succession about 15 m thick, consisting of fine to coarse-grained sand and, secondarily, heterolithic deposits, which are arranged in both
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Analyse géographique des changements climatiques des surfaces continentales de l'espace Nord-Atlantique pendant le Tardiglaciaire würmien / Geographical analysis of the Northern Atlantic continental climate changes during the Weichselian Late-GlacialSoto, Didier 03 December 2012 (has links)
Cette thèse propose une analyse multicritères de 686 sites d’étude, à partir de laquelle sont géovisualisées les caractéristiques bioclimatiques des stades et interstades du Tardiglaciaire. La cartographie des données obtenues, principalement grâce au croisement de trois méthodes de quantification, permet d’opposer plusieurs domaines paléoclimatiques distincts au sein de l’aire d’étude. Le synchronisme relatif des géochronologies étudiées met en avant la position centrale de l’Océan Atlantique Nord dans la détermination des changements climatiques abrupts de la période. Toutefois, le réexamen des principaux scénarii de forçage océanique révèle certaines de leurs limites en ce qui concerne le déclenchement, l’auto-entretien et la téléconnexion du signal climatique. En revanche, l’exploration d’autres mécanismes physiques permet de valider l’hypothèse selon laquelle la dynamique des masses d’air est une composante essentielle dans le forçage des changements climatiques du Tardiglaciaire. Cependant, le modèle théorique usuel de circulation atmosphérique ne permet pas de reconstituer avec précision la dynamique paléoclimatique. Une des principales innovations de cette thèse est donc de proposer l’expérimentation d’un modèle de circulation générale, celui de l’Anticyclone Mobile Polaire (AMP), qui permet une explication globale des changements climatiques par la détermination de deux modes distincts de circulation aérologique (rapide et semi-rapide). L’avantage de ce modèle réside dans sa capacité à analyser de manière pertinente la diversité des évolutions paléoenvironnementales sur l’aire d’étude. / This thesis proposes a multi-criterion analysis, from which have been displayed the bioclimatic characteristics of the Late-Glacial stadials and interstadials. Mapping data, mainly obtained through crossing three quantification methods, lead to the opposition of distinct paleoclimatic domains in the study area. The relative synchronism of the studied geochronologies highlights the central position of the Northern Atlantic Ocean in the determination of Late-Glacial abrupt climatic changes. However, a review of the main scenarios of oceanographic forcing identifies some of their limitations in the triggering, self-maintenance as well as the teleconnection of the climatic signal. The exploration of other physical mechanisms allows validating the hypothesis by which the air masses’dynamic is an essential component in the forcing of abrupt climatic events. However, the usual theoretical model of atmospheric circulation can not accurately reconstruct the paleoclimatic dynamic of Late-Glacial events. One of the main innovations of this thesis is therefore to experiment a general circulation model, the Mobile Polar High’s one, which provides a comprehensive explanation of climate changes by determining two distinct modes of aerologic circulation (fast and semi-fast). The advantage of this model lies in its ability to analyze a relevant diversity of paleoenvironmental changes in North America and Eurasia during the study period
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Paléoenvironnements et reconstitutions paléoclimatiques du Pléistocène moyen de Thaïlande et leur impact sur la biodiversité et la distribution des espèces : la contribution de la faune de vertébrés du gisement de Khok Sung (Province du Khorat) / Paleoenvironmental and paleoclimatic reconstructions of the Thai Middle Pleistocene and their impacts on the biodiversity and the species composition and distribution : the contribution of Khok Sung (Khorat province, Thailand) vertebrate communitySuraprasit, Kantapon 16 November 2015 (has links)
La sablière de Khok Sung, dans la province de Nakhon Ratchasima, qui a livré plus d'un millier de fossiles de mammifères et de reptiles (cranes, dents isolées et restes post-craniens), abrite la faune de vertébrés du Pléistocène la plus riche de Thaïlande. La faune mammalienne qui est décrite ici en détail, se compose d'au moins 18 espèces identifiées (12 genres), y compris un primate et des proboscidiens, rhinocéros, suidés, bovidés, cervidés et carnivores. Elle compte principalement des taxons encore représentés de nos jours, ainsi que quelques taxons globalement ou localement éteints. A partir des données paléomagnétiques et des comparaisons fauniques, l'âge de la faune de Khok Sung est estimé au Pléistocène Moyen tardif, vers 188000 ou 213000 ans. Par rapport aux autres faunes diversifiées du Pléistocène d'Asie du Sud Est, l'assemblage de Khok Sung est caractérisé par une association des taxons Stegodon-Ailuropoda, comparable en cela au site de Thum Wiman Nakin, ce qui supporte l'hypothèse selon laquelle le Nord Est de la Thaïlande était un corridor biogéographique appartenant à la route migratoire Sino-Malaise, entre la Chine du Sud et l'île de Java. L'analyse des isotopes stables du carbone à partir de l'émail des ongulés fossiles révèle la présence d'une partition de niches entre les méga-herbivores et au sein des cervidés. Les valeurs du d13C de l'émail suggèrent également que les ruminants ont consommé une grande quantité de plantes en C4, ce qui indique que les prairies à graminées étaient particulièrement répandues en Thaïlande à cette époque où les écosystèmes n'étaient pas encore soumis à l'influence anthropique. La mesure des isotopes stables de l'oxygène, obtenue par échantillonnage sérié de l'émail des dents de grands mammifères, et l'analyse du cénogramme de la localité de Khok Sung reflètent une importante variation saisonnière des précipitations et de la température, associée à des conditions climatiques relativement humides. / The Khok Sung sand pit, Nakhon Ratchasima province, has yielded the richest Pleistocene vertebrate fauna of Thailand, where more than a thousand fossil mammals and reptiles (skulls, isolated teeth, and postcranial remains) were recovered. The mammalian fauna, which is described in details hereby, consists of at least 18 identified species (12 genera), including a primate, proboscideans, rhinoceroses, suids, bovids, cervids, and carnivores, which are characterized by mostly extant elements associated to some completely and locally extinct taxa. The age of the Khok Sung fauna is tentatively attributed to the late Middle Pleistocene as either 188 or 213 ka, based on the paleomagnetic data and on the faunal comparisons. The Khok Sung mammal assemblage yields the Stegodon-Ailuropoda faunal association, most similar in composition to that of Thum Wiman Nakin, supporting the hypothesis that northeastern Thailand was a biogeographic gateway of the Sino-Malayan migration route from South China to Java. An analysis of stable carbon isotopes extracted from the tooth enamel of fossil ungulates reveals evidence of niche partitioning among megaherbivores and within cervids. The enamel carbonate d13C values also suggest a considerable amount of C4 plants in the dietary use of ruminants, indicating that grasslands had significantly expanded in Thailand at that time during which anthropic impacts on the ecosystems were absent. The stable oxygen isotope results, obtained from the serial sampling of large mammal enamel, combined with the cenogram analysis reflect significant seasonal variation in precipitations and temperature for Khok Sung, associated to a relatively humid climate.
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Evolution morphométrique et biogéographie des léporidés dans les environnements méditerranéens au Pléistocène : implications socio-économiques pour les sociétés humaines / Morphometric evolution and biogeography of leporids in Mediterranean environments during the Pleistocene : socio-economic implications for human societiesPelletier, Maxime 07 September 2018 (has links)
En Europe de l’Ouest, de nombreuses espèces de léporidés sont endémiques, ce qui en fait de bons témoins de l’évolution des écosystèmes terrestres dans lesquelles ont évolué les sociétés humaines préhistoriques. Paradoxalement, leur variabilité morphologique est mal connue et la phylogénie établie aujourd’hui, discutable. Ce travail propose de renseigner la diversité morphométrique des lapins et des lièvres sur près de deux millions d’années d’évolution, à travers l’application d’études ostéométriques et en morphométrie géométrique. L’analyse de restes osseux et dentaires – de populations actuelles et de 73 séries fossiles provenant de régions périméditerranéennes couvrant le Pléistocène – permet de caractériser les adaptations des léporidés face aux changements environnementaux et leurs tendances évolutives. Cette étude propose une nouvelle phylogénie pour le lapin et présente les différentes phases de dispersion des taxons à l’échelle de l’Europe occidentale. Ainsi, plusieurs événements de type expansion des populations, recolonisation des territoires depuis des zones refuges et extinctions locales, sont mis en évidence en réponse aux changements climatiques globaux. Ces résultats permettent de discuter la présence de ces petits gibiers dans l’environnement et alimente le débat sur les relations entre ces espèces et les communautés humaines. Leur augmentation significative dans la diète des groupes humains à la fin du Paléolithique supérieur, ne semble pas seulement s’expliquer par des changements cognitifs, culturels ou économiques, mais coïncide davantage avec les variations biogéographiques de ces espèces. / Fossil remains of small mammals of the Leporidae family are abundant in numerous paleontological and archaeological deposits from the Quaternary. Many species are endemic to Western Europe, which makes them reliable markers of change in the ecosystems in which prehistoric human societies evolved. Paradoxically, morphological variability of leporids is still poorly understood and current phylogeny remains a subject of debate. This work focuses on the morphometric diversity of rabbits (Oryctolagus) and hares (Lepus) over nearly two million years of evolution. We applied osteometry and geometric morphometric analyzes to bone and dental remains of current populations and 73 fossil samples from perimediterranean regions (Spain, France, Italy, Portugal) during different moments of the Pleistocene. These data provide insights concerning Leporidae adaptations to environmental change as well as more general evolutionary trends. Here we propose a new phylogeny for the genus Oryctolagus and present different dispersion phases for Western Europe. Several population expansion events coupled with the recolonization of refuge areas and local extinctions are highlighted in response to global climate change. These results allow us to discuss the presence of these small game species in the environment and contribute to the debate concerning relations between leporids and human communities. Humans have regularly consumed leporids since at least the Middle Paleolithic. Their significant increase in the diet at the end of the Upper Paleolithic, however, cannot be explained solely by cognitive, cultural or economic changes but rather coincides with biogeographic variations of these species.
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