nÃo hà / Este estudo analisou o impacto das estratÃgias de colaboraÃÃo que as famÃlias de um bairro da periferia de Fortaleza e a escola situada nessa mesma localidade construÃram, em parceria, para desenvolver a competÃncia leitora de crianÃas do 2 ano do Ensino Fundamental. Desenvolvido por meio de pesquisa-aÃÃo com dezoito crianÃas e suas famÃlias, possibilitou a intervenÃÃo com prÃticas compartilhadas no ambiente familiar. Nesta pesquisa, as crianÃas interagiram com impressos de diversos gÃneros e portadores textuais (contos clÃssicos da literatura infantil, outros contos em prosa e verso sobre temas variados, revistas infantis, gibis etc.), cujas leituras foram mediadas por pessoas da famÃlia. Uma vez por semana, durante quatro meses, cada crianÃa selecionava, em mÃdia, cinco exemplares para serem lidos no domicÃlio, tendo sido proposta, tambÃm, uma interaÃÃo verbal sobre as leituras realizadas, orientadas por uma ficha de leitura. Os sujeitos que participaram da investigaÃÃo fazem parte de uma comunidade, na qual o Ãndice de analfabetismo à muito alto, e as prÃticas sociais de leitura identificadas em seus domicÃlios, alÃm de reduzidas e pouco diversificadas, atendem, na maioria das vezes, a propÃsitos pragmÃticos, nÃo incentivando, portanto, a participaÃÃo das crianÃas. Como tÃcnicas de coleta de dados, utilizamos a observaÃÃo participante, a entrevista semiestruturada e a anÃlise documental. Os instrumentos foram: questionÃrio sobre a situaÃÃo socioeconÃmica e cultural das famÃlias, questionÃrio com perguntas abertas e diÃrio de campo. Para a coleta de dados sobre a competÃncia leitora e escritora das crianÃas, realizamos individualmente uma sequÃncia de atividades de leitura e de escrita e utilizamos dois instrumentos oficiais: a Prova do PAIC e a Provinha Brasil. A partir das anÃlises dos dados, constatamos que a leitura mediada contribuiu para: a compreensÃo do princÃpio alfabÃtico; a apropriaÃÃo de aspectos linguÃsticos prÃprios da linguagem literÃria dos contos; a diferenciaÃÃo entre aspectos da linguagem oral e escrita; a ampliaÃÃo e construÃÃo de conhecimentos prÃvios (linguÃsticos, textuais e de mundo); a compreensÃo textual (habilidade para identificar o assunto do texto, para identificar informaÃÃes explÃcitas no texto e para fazer inferÃncias) e a capacidade de ler criticamente. As contribuiÃÃes tambÃm se estenderam à famÃlia, provocando mudanÃas atitudinais e conceituais em relaÃÃo à crianÃa e sua aprendizagem. Na anÃlise comparativa dos conhecimentos construÃdos pelo Grupo Controle e pelo Grupo de Sujeitos, este segundo obteve melhores resultados em todos os quesitos avaliados. Em sÃntese, constatamos a ampliaÃÃo dos conhecimentos das crianÃas referentes à lÃngua escrita bem como desenvolvimento de atitudes favorÃveis em relaÃÃo à leitura e a escrita apÃs a interaÃÃo das crianÃas com impressos escolhidos por elas e lidos com a mediaÃÃo de parceiros da famÃlia.