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Relações raciais no protestantismo recifenseMaria De Aquino, Rosa January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / Identificar discriminação racial nas relações sociais de três igrejas protestantes
representantes das categorias histórica, pentecostal e neo-pentecostal, na cidade do Recife,
constituiu o objetivo inicial desta pesquisa. Ao longo do trabalho fixei-me especialmente na
igreja de caráter neo-pentecostal, a Igreja Internacional da Graça de Deus. No fenótipo que
se observa entre os fiéis partícipes ou não da hierarquia dessa Igreja caracteriza-se
primeiro por uma hegemônica pardização, depois por uma presença marcante de negros e por
último por uma ínfima quantidade de brancos. Entre os interlocutores com quem mantive
contatos, nega-se ora com vigor ora com indiferença, a existência de qualquer ação
discriminatória. Percebi, apesar disso, a sutil presença de um comportamento que indica a
preocupação com aspectos discriminatórios, fruto de um construto social que não se fixa
necessariamente nos fenótipos. Quero com isso dizer que não me passam despercebidas frases
como a de uma Obreira que disse Sou negra e linda e onde piso, não deixo rastro e nem os
cabelos artificialmente alisados de algumas Obreiras para se adaptarem ao padrão estético
estabelecido pela igreja. Nota-se que isto aparentemente não se configura um problema para o
cotidiano daquelas pessoas. Pelo contrário, sentem-se completamente integradas à sua igreja e
afirmam que hoje se acham mais bonitas por serem filhas do Rei. Não obstante, o que
constato com mais vigor é outro tipo de discriminação. Ele se refere às origens religiosas dos
integrantes dessa igreja que são oriundos direta ou indiretamente das religiões afro-brasileiras:
xangô, umbanda, jurema. Ou do espiritismo. Todos que assim se identificam, abominam
essa fase de sua vida. Associam-na a momento de trevas, de erros, de pecados. Por outro lado,
as prédicas pastorais reforçam essa recusa. Nelas os Pastores freqüentemente recorrem ao
exorcismo, principalmente daquilo que consideram ameaçador e que intitulam de inimigo,
capeta, tranca-ruas, pomba-gira, Exu, omulu etc. Expressam, assim, algumas afinidades
eletivas com entidades presentes no panteão ou no imaginário das religiões afro-brasileiras
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