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Relações raciais no protestantismo recifense

Maria De Aquino, Rosa January 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T15:05:27Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo4716_1.pdf: 7997336 bytes, checksum: 2f0619e0f890f9da2f0f68c01941b367 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2006 / Identificar discriminação racial nas relações sociais de três igrejas protestantes representantes das categorias histórica, pentecostal e neo-pentecostal, na cidade do Recife, constituiu o objetivo inicial desta pesquisa. Ao longo do trabalho fixei-me especialmente na igreja de caráter neo-pentecostal, a Igreja Internacional da Graça de Deus. No fenótipo que se observa entre os fiéis partícipes ou não da hierarquia dessa Igreja caracteriza-se primeiro por uma hegemônica pardização, depois por uma presença marcante de negros e por último por uma ínfima quantidade de brancos. Entre os interlocutores com quem mantive contatos, nega-se ora com vigor ora com indiferença, a existência de qualquer ação discriminatória. Percebi, apesar disso, a sutil presença de um comportamento que indica a preocupação com aspectos discriminatórios, fruto de um construto social que não se fixa necessariamente nos fenótipos. Quero com isso dizer que não me passam despercebidas frases como a de uma Obreira que disse Sou negra e linda e onde piso, não deixo rastro e nem os cabelos artificialmente alisados de algumas Obreiras para se adaptarem ao padrão estético estabelecido pela igreja. Nota-se que isto aparentemente não se configura um problema para o cotidiano daquelas pessoas. Pelo contrário, sentem-se completamente integradas à sua igreja e afirmam que hoje se acham mais bonitas por serem filhas do Rei. Não obstante, o que constato com mais vigor é outro tipo de discriminação. Ele se refere às origens religiosas dos integrantes dessa igreja que são oriundos direta ou indiretamente das religiões afro-brasileiras: xangô, umbanda, jurema. Ou do espiritismo. Todos que assim se identificam, abominam essa fase de sua vida. Associam-na a momento de trevas, de erros, de pecados. Por outro lado, as prédicas pastorais reforçam essa recusa. Nelas os Pastores freqüentemente recorrem ao exorcismo, principalmente daquilo que consideram ameaçador e que intitulam de inimigo, capeta, tranca-ruas, pomba-gira, Exu, omulu etc. Expressam, assim, algumas afinidades eletivas com entidades presentes no panteão ou no imaginário das religiões afro-brasileiras

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