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Evolucionismo e criacionismo : aspectos de uma polemica / Evolutionism and creationism : aspects of a polemicFerreira, Nilson Candido 12 August 2018 (has links)
Orientador: Sirio Possenti / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-12T06:29:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2008 / Resumo: Esta tese analisa a relação existente entre o discurso de divulgação científica neodarwinista e o discurso criacionista conservador. O neodarwinismo, neste estudo, representa o pensamento atual das diversas correntes da Biologia que seguem o modelo estruturado por Charles Darwin, a partir de sua obra A Origem das Espécies. O criacionismo conservador, também conhecido por fundamentalista, interpreta o texto do Gênesis sobre a criação do mundo de forma literal. Este trabalho, que analisa, principalmente, matérias da revista "Veja" que circularam no período de 1993 a 2002, tem como discurso de referência o neodarwinismo e é fundamentado na teoria da Análise do Discurso francesa, especialmente nos conceitos de interdiscurso, semântica de base, interincompreensão, polêmica e simulacros discursivos propostos por Maingueneau. Verifica-se que a base semântica do discurso neodarwinista é fundamentada nas seguintes unidades lexicais: acaso, natureza, acidente, primata, evolução e milhões-de-anos/eras. A semântica de base do criacionismo conservador é construída a partir das seguintes unidades lexicais: projeto, Criador/Deus, propósito, Adão, criação e dias-da-criação. O foco da polêmica entre esses discursos está centralizado no item lexical "acaso" e seu oposto "projeto". Isso porque admitir que há "projeto" acarreta em admitir-se que há projetista e, se há projetista e projeto, há também propósito, pois uma coisa pressupõe a outra. Assim, ancorado no papel atribuído ao "acaso", o evolucionismo constrói o seu discurso e, simultaneamente, nega a legitimidade do discurso antagonista, que é retratado sempre através do simulacro discursivo construído pelo processo da interincompreensão. O discurso neodarwinista procura construir para si um ethos científico e para isso reivindica os sentidos construídos pelos semas: fato, prova, verdade, certeza, racional. Os cientistas de sua formação discursiva são descritos como renomados, conceituados, sérios, sinceros, defensores da ciência e da verdade, etc. Em contrapartida, o discurso de referência constrói o simulacro discursivo do seu Outro através de itens lexicais como: mito, lenda, superstição, palpite, explicação sem sentido, histórias apócrifas, religião ruim, ciência ruim. Quanto aos que pertencem ao posicionamento discursivo antagônico, são: religiosos apaixonados, insinceros, supersticiosos, perseguidores da ciência, promotores de "guerras acirradas" em cujo meio encontram-se cientistas que na verdade são teístas inconfessos. Constata-se que, além do ethos científico, valorizado e assimilado pelos co-enunciadores aliados, o neodarwinismo constrói para si também, mesmo sem intenção, um ethos polêmico, que é o assimilado pelos antagonistas como um ethos arrogante. Assim, constata-se uma instabilidade na construção do ethos neodarwinista, que ora é mais sereno, mais científico, e ora mais combativo, mais polêmico. Esta tese incorpora o conceito de pathos à perspectiva discursiva e analisa os páthe que o discurso neodarwinista suscita nos co-enunciadores aliados e nos antagonistas. Faz-se, também, uma consideração das possíveis conseqüências dos páthe suscitados. Conclui-se que a relação de interincompreensão e polêmica entre os discursos protagonistas, fortemente marcada pela ideologia, faz com que cada um desses discursos veja o seu Outro somente através do simulacro que dele constrói. / Abstract: This thesis analyzes the relation between the Neodarwinist scientific disclosure discourse and the conservative creationist discourse. The Neodarwinism, in this study, shows the contemporary thought of the several Biology tendencies that follow the model structured by Charles Darwin, in his work On the Origin of Species. The conservative creationism, also known as fundamentalist, has a literal interpretation of the Genesis text about the creation of the world. This work, which mainly analyzes publications from ?Veja? magazine that were published in the period from 1993 to 2002, has the neodarwinism as the reference discourse and is based on the French discourse analysis theory, specially on the concepts of inter-discourse, base semantics, inter-uncomprehension, controversy and discourse simulacrum proposed by Maingueneau. It is verified that the semantic foundations of the neodarwinist discourse are based on the following lexical unities: chance, nature, accident, primate, evolution and millions/billions of years/ages. The semantic foundations of the conservative creationism are built on the following lexical unities: project, God/Creator, purpose, Adam, creation and creation-days. The focus of the polemic among those discourses is centralized on the lexical item "chance" and its opposite "project". That is this way because if we admit that there is a "project", we have to admit there is a planner, and, if there is a planner and a project, there should be a purpose, once one thing presupposes the other. Thus, anchored on the role attributed to "chance", the evolutionism builds up its discourse and, simultaneously, denies the legitimacy of the antagonistic discourse, which is always evidenced through the discoursive simulacrum built by the inter-uncomprehension process. The neodarwinist discourse tries to build on itself a scientific ethos and, for that purpose, uses the concepts built by the semantic meanings: fact, proof, truth, certainty, rational. The scientists of this discoursive formation are highly regarded and described as renowned, dignified, serious, honest, science and truth defenders, etc. On the other hand, the reference discourse builds the discoursive simulacrum of its "Other" through lexical items such as: myth, legend, superstition, suggestion, meaningless explanation, apocryphal histories, bad religion and bad science. Those who belong to the antagonistic discourse formation are considered: insincere, superstitious, passionate religious men, science persecutors and promoters of "exasperated wars" where there are scientists who are in fact non-confessed theists. It is verified that, besides the scientific ethos, valued and assimilated by the co-enunciator allies, neodarwinism also builds for itself, even without intention, a polemic ethos, that is the one assimilated by the antagonists as an arrogant ethos. Thus, an instability is verified in the construction of the Neodarwinist ethos, that is either more serene, more scientific, or more combative, more polemical. This thesis incorporates the pathos concept to the discoursive perspective and analyzes the páthe that the neodarwinist speech raises in allied co-enunciators and in the antagonists. It also happens a consideration of the possible consequences of the raised páthe. The relation of inter-incomprehension and controversy among the protagonist discourses, which is highly marked by ideology, causes in each one of these discourses view to face its "Other" through the simulacrum built by itself. / Doutorado / Linguistica / Doutor em Linguística
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