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Doença neurológica em ruminantes associada ao consumo de bagaço de malte contaminado por Aspergillus clavatus

Bezerra Junior, Pedro Soares January 2008 (has links)
São descritos dois surtos de uma doença neurológica que afetou rebanhos bovinos de aptidão leiteira alimentados com bagaço de malte contaminado por Aspergillus clavatus, no município de Viamão, estado do Rio Grande do Sul. A morbidade foi semelhante em ambos os surtos (em torno de 30%). Em uma propriedade de 10 bovinos que consumiam o subproduto três adoeceram e morreram e na outra de 33 bovinos, 10 foram afetados e 5 desses morreram. A evolução clínica da doença variou de 5 a 64 dias. Dos animais que se recuperaram apenas um permaneceu com seqüelas locomotoras leves. Os sinais clínicos eram predominantemente locomotores e incluíam tremores musculares, hiperestesia e membros pélvicos com ataxia, paresia e paralisia progressivas e apoio sobre os boletos. Os distúrbios locomotores eram intensificados pelo exercício que em geral desencadeava quedas. Havia queda na produção leiteira, mas o apetite e dipsia foram mantidos até próximo da morte ou eutanásia. Cinco bovinos foram necropsiados e dois apresentaram lesões macroscópicas nos músculos esqueléticos, principalmente dos membros pélvicos e torácicos, que consistiam de áreas claras bilaterais e relativamente simétricas. Histologicamente, as lesões musculares se caracterizavam por miopatia degenerativo-necrótica segmentar, por vezes associada a mineralização, regeneração e fibrose. No sistema nervoso os principais achados microscópicos consistiam de degeneração e necrose neuronal cromatolítica em núcleos nervosos específicos no tronco encefálico, cornos ventrais da medula espinhal e gânglios espinhais, trigeminal, estrelado e celíaco. No tronco encefálico as lesões foram observadas nos núcleos vermelhos, formação reticular da ponte, motor dorsal do nervo vago e ambíguo. Em dois bovinos havia adicionalmente degeneração walleriana nos funículos dorsais da medula espinhal, nervos isquiádicos e fibulares. Através da lectina-histoquímica foi evidenciado acúmulo de glicoconjugados contendo oligossacarídeos N-ligados ricos em manose no pericário de neurônios cromatolíticos de bovinos. As lectinas Concanavalian ensiformis e Triticum vulgaris apresentaram as melhores marcações. A doença foi reproduzida experimentalmente em sete ovinos. A três destes foram administrados 40g/kg por dia do bagaço de malte utilizado nas propriedades onde ocorreram os surtos espontâneos em bovinos por períodos de 2, 3 ou 19 dias. Os primeiros sinais clínicos foram observados 51 a 147 horas após a primeira administração e a evolução clínica até o óbito ou eutanásia foi de aproximadamente 39 a 288 horas. A quatro ovinos foram administrados 12ml/kg por dia de cultura pura de A. clavatus por 4 ou 6 dias. Os primeiros sinais clínicos nesses ovinos foram observados 72 horas após a primeira administração e a evolução clínica foi de 37 a 96 horas. Os sinais clínicos foram semelhantes aos dos casos naturais, sendo proeminentes a hiperestesia, os tremores musculares e a taquipnéia. Nenhum dos sete ovinos apresentou lesões macroscópicas. A distribuição topográfica das lesões neuronais nos ovinos foi semelhante à dos bovinos. Porém, a tumefação neuronal e as alterações regressivas eram menos proeminentes nos ovinos. Três de sete ovinos apresentaram lesões musculares que foram leves e não associadas a processos regenerativos ou mineralização. / Two outbreaks of a neurological disease affecting herds of dairy cattle that were fed moldy beer residues contaminated with Aspergillus clavatus in the county of Viamão, Rio Grande do Sul, Brazil, are described. The morbidity of both outbreaks was of 30%. Among 10 bovines that had fed the beer by-product at one farm, three were affected and died. On another farm, among 33 bovines, 10 were affected and five died. The clinical evolution varied from 5 to 64 days. Only one of the animals that recovered from the disease remained with mild locomotor sequels. The clinical signs were predominantly locomotor and included muscle tremors, hyperesthesia and progressive posterior ataxia, paresis and paralysis with knuckling of fetlocks of the hind limbs. Gait abnormalities were more pronounced after exercises that in general led to falling down. There was also reduced milk production, but appetite and water intake were maintained until close to death or euthanasia. Five cattle were necropsied and two presented macroscopic lesions consisting of white areas with bilateral symmetric distribution mainly in pelvic and thoracic limbs muscles. Histologically muscular lesions were characterized by segmental degenerative-necrotic myopathy, sometimes associated with mineralization, regeneration and fibrosis. In the nervous system the main histological finding consisted of chromatolytic neuronal degeneration and necrosis in selected nuclei of the brain stem, the ventral horn of the spinal cord and spinal, trigeminal, stellate and celiac ganglions. In the brain stem lesions were observed in the red nuclei, reticular formation of the pons and dorsal motor of the vagus nerve and ambiguous nuclei. In two cattle there was Wallerian degeneration in dorsal funiculi of the spinal cord and ischiadic and fibular nerves. The lectin-histochemistry showed accumulation of glycoconjugates with N-linked high-manose oligosaccharides in the chromatolytic neuron perikaryon of bovines. Concanavalian ensiformis and Triticum vulgaris lectins showed the best staining. The disease was reproduced experimentally in seven sheep. Three sheep received 40g/kg/day of beer by-product originated from two farms where outbreaks of A. clavatus poisoning in cattle had occurred. The administration of by-product was carried on for two, three or 19 days. The first clinical signs in these sheep were observed after 51 to 147 hours of the first administration of by-product, and the clinical course lasted from 39 to 288 hours. Four sheep received 12 ml/kg/day of pure culture of the fungus for four or six days. In these sheep the first clinical signs were observed 72 hours after the first administration and the clinical evolution was of 37 to 96 hours. Clinical signs were similar to the natural cases, but hyperesthesia, muscle tremors and tachypnea were most prominent. There were no macroscopic lesions in sheep. The topographic distribution of the neuronal lesions in sheep and bovines was similar. However, the neuronal swelling and regressive alterations were less intensive. Three sheep presented mild muscle lesions.
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Doença neurológica em ruminantes associada ao consumo de bagaço de malte contaminado por Aspergillus clavatus

Bezerra Junior, Pedro Soares January 2008 (has links)
São descritos dois surtos de uma doença neurológica que afetou rebanhos bovinos de aptidão leiteira alimentados com bagaço de malte contaminado por Aspergillus clavatus, no município de Viamão, estado do Rio Grande do Sul. A morbidade foi semelhante em ambos os surtos (em torno de 30%). Em uma propriedade de 10 bovinos que consumiam o subproduto três adoeceram e morreram e na outra de 33 bovinos, 10 foram afetados e 5 desses morreram. A evolução clínica da doença variou de 5 a 64 dias. Dos animais que se recuperaram apenas um permaneceu com seqüelas locomotoras leves. Os sinais clínicos eram predominantemente locomotores e incluíam tremores musculares, hiperestesia e membros pélvicos com ataxia, paresia e paralisia progressivas e apoio sobre os boletos. Os distúrbios locomotores eram intensificados pelo exercício que em geral desencadeava quedas. Havia queda na produção leiteira, mas o apetite e dipsia foram mantidos até próximo da morte ou eutanásia. Cinco bovinos foram necropsiados e dois apresentaram lesões macroscópicas nos músculos esqueléticos, principalmente dos membros pélvicos e torácicos, que consistiam de áreas claras bilaterais e relativamente simétricas. Histologicamente, as lesões musculares se caracterizavam por miopatia degenerativo-necrótica segmentar, por vezes associada a mineralização, regeneração e fibrose. No sistema nervoso os principais achados microscópicos consistiam de degeneração e necrose neuronal cromatolítica em núcleos nervosos específicos no tronco encefálico, cornos ventrais da medula espinhal e gânglios espinhais, trigeminal, estrelado e celíaco. No tronco encefálico as lesões foram observadas nos núcleos vermelhos, formação reticular da ponte, motor dorsal do nervo vago e ambíguo. Em dois bovinos havia adicionalmente degeneração walleriana nos funículos dorsais da medula espinhal, nervos isquiádicos e fibulares. Através da lectina-histoquímica foi evidenciado acúmulo de glicoconjugados contendo oligossacarídeos N-ligados ricos em manose no pericário de neurônios cromatolíticos de bovinos. As lectinas Concanavalian ensiformis e Triticum vulgaris apresentaram as melhores marcações. A doença foi reproduzida experimentalmente em sete ovinos. A três destes foram administrados 40g/kg por dia do bagaço de malte utilizado nas propriedades onde ocorreram os surtos espontâneos em bovinos por períodos de 2, 3 ou 19 dias. Os primeiros sinais clínicos foram observados 51 a 147 horas após a primeira administração e a evolução clínica até o óbito ou eutanásia foi de aproximadamente 39 a 288 horas. A quatro ovinos foram administrados 12ml/kg por dia de cultura pura de A. clavatus por 4 ou 6 dias. Os primeiros sinais clínicos nesses ovinos foram observados 72 horas após a primeira administração e a evolução clínica foi de 37 a 96 horas. Os sinais clínicos foram semelhantes aos dos casos naturais, sendo proeminentes a hiperestesia, os tremores musculares e a taquipnéia. Nenhum dos sete ovinos apresentou lesões macroscópicas. A distribuição topográfica das lesões neuronais nos ovinos foi semelhante à dos bovinos. Porém, a tumefação neuronal e as alterações regressivas eram menos proeminentes nos ovinos. Três de sete ovinos apresentaram lesões musculares que foram leves e não associadas a processos regenerativos ou mineralização. / Two outbreaks of a neurological disease affecting herds of dairy cattle that were fed moldy beer residues contaminated with Aspergillus clavatus in the county of Viamão, Rio Grande do Sul, Brazil, are described. The morbidity of both outbreaks was of 30%. Among 10 bovines that had fed the beer by-product at one farm, three were affected and died. On another farm, among 33 bovines, 10 were affected and five died. The clinical evolution varied from 5 to 64 days. Only one of the animals that recovered from the disease remained with mild locomotor sequels. The clinical signs were predominantly locomotor and included muscle tremors, hyperesthesia and progressive posterior ataxia, paresis and paralysis with knuckling of fetlocks of the hind limbs. Gait abnormalities were more pronounced after exercises that in general led to falling down. There was also reduced milk production, but appetite and water intake were maintained until close to death or euthanasia. Five cattle were necropsied and two presented macroscopic lesions consisting of white areas with bilateral symmetric distribution mainly in pelvic and thoracic limbs muscles. Histologically muscular lesions were characterized by segmental degenerative-necrotic myopathy, sometimes associated with mineralization, regeneration and fibrosis. In the nervous system the main histological finding consisted of chromatolytic neuronal degeneration and necrosis in selected nuclei of the brain stem, the ventral horn of the spinal cord and spinal, trigeminal, stellate and celiac ganglions. In the brain stem lesions were observed in the red nuclei, reticular formation of the pons and dorsal motor of the vagus nerve and ambiguous nuclei. In two cattle there was Wallerian degeneration in dorsal funiculi of the spinal cord and ischiadic and fibular nerves. The lectin-histochemistry showed accumulation of glycoconjugates with N-linked high-manose oligosaccharides in the chromatolytic neuron perikaryon of bovines. Concanavalian ensiformis and Triticum vulgaris lectins showed the best staining. The disease was reproduced experimentally in seven sheep. Three sheep received 40g/kg/day of beer by-product originated from two farms where outbreaks of A. clavatus poisoning in cattle had occurred. The administration of by-product was carried on for two, three or 19 days. The first clinical signs in these sheep were observed after 51 to 147 hours of the first administration of by-product, and the clinical course lasted from 39 to 288 hours. Four sheep received 12 ml/kg/day of pure culture of the fungus for four or six days. In these sheep the first clinical signs were observed 72 hours after the first administration and the clinical evolution was of 37 to 96 hours. Clinical signs were similar to the natural cases, but hyperesthesia, muscle tremors and tachypnea were most prominent. There were no macroscopic lesions in sheep. The topographic distribution of the neuronal lesions in sheep and bovines was similar. However, the neuronal swelling and regressive alterations were less intensive. Three sheep presented mild muscle lesions.
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Doença neurológica em ruminantes associada ao consumo de bagaço de malte contaminado por Aspergillus clavatus

Bezerra Junior, Pedro Soares January 2008 (has links)
São descritos dois surtos de uma doença neurológica que afetou rebanhos bovinos de aptidão leiteira alimentados com bagaço de malte contaminado por Aspergillus clavatus, no município de Viamão, estado do Rio Grande do Sul. A morbidade foi semelhante em ambos os surtos (em torno de 30%). Em uma propriedade de 10 bovinos que consumiam o subproduto três adoeceram e morreram e na outra de 33 bovinos, 10 foram afetados e 5 desses morreram. A evolução clínica da doença variou de 5 a 64 dias. Dos animais que se recuperaram apenas um permaneceu com seqüelas locomotoras leves. Os sinais clínicos eram predominantemente locomotores e incluíam tremores musculares, hiperestesia e membros pélvicos com ataxia, paresia e paralisia progressivas e apoio sobre os boletos. Os distúrbios locomotores eram intensificados pelo exercício que em geral desencadeava quedas. Havia queda na produção leiteira, mas o apetite e dipsia foram mantidos até próximo da morte ou eutanásia. Cinco bovinos foram necropsiados e dois apresentaram lesões macroscópicas nos músculos esqueléticos, principalmente dos membros pélvicos e torácicos, que consistiam de áreas claras bilaterais e relativamente simétricas. Histologicamente, as lesões musculares se caracterizavam por miopatia degenerativo-necrótica segmentar, por vezes associada a mineralização, regeneração e fibrose. No sistema nervoso os principais achados microscópicos consistiam de degeneração e necrose neuronal cromatolítica em núcleos nervosos específicos no tronco encefálico, cornos ventrais da medula espinhal e gânglios espinhais, trigeminal, estrelado e celíaco. No tronco encefálico as lesões foram observadas nos núcleos vermelhos, formação reticular da ponte, motor dorsal do nervo vago e ambíguo. Em dois bovinos havia adicionalmente degeneração walleriana nos funículos dorsais da medula espinhal, nervos isquiádicos e fibulares. Através da lectina-histoquímica foi evidenciado acúmulo de glicoconjugados contendo oligossacarídeos N-ligados ricos em manose no pericário de neurônios cromatolíticos de bovinos. As lectinas Concanavalian ensiformis e Triticum vulgaris apresentaram as melhores marcações. A doença foi reproduzida experimentalmente em sete ovinos. A três destes foram administrados 40g/kg por dia do bagaço de malte utilizado nas propriedades onde ocorreram os surtos espontâneos em bovinos por períodos de 2, 3 ou 19 dias. Os primeiros sinais clínicos foram observados 51 a 147 horas após a primeira administração e a evolução clínica até o óbito ou eutanásia foi de aproximadamente 39 a 288 horas. A quatro ovinos foram administrados 12ml/kg por dia de cultura pura de A. clavatus por 4 ou 6 dias. Os primeiros sinais clínicos nesses ovinos foram observados 72 horas após a primeira administração e a evolução clínica foi de 37 a 96 horas. Os sinais clínicos foram semelhantes aos dos casos naturais, sendo proeminentes a hiperestesia, os tremores musculares e a taquipnéia. Nenhum dos sete ovinos apresentou lesões macroscópicas. A distribuição topográfica das lesões neuronais nos ovinos foi semelhante à dos bovinos. Porém, a tumefação neuronal e as alterações regressivas eram menos proeminentes nos ovinos. Três de sete ovinos apresentaram lesões musculares que foram leves e não associadas a processos regenerativos ou mineralização. / Two outbreaks of a neurological disease affecting herds of dairy cattle that were fed moldy beer residues contaminated with Aspergillus clavatus in the county of Viamão, Rio Grande do Sul, Brazil, are described. The morbidity of both outbreaks was of 30%. Among 10 bovines that had fed the beer by-product at one farm, three were affected and died. On another farm, among 33 bovines, 10 were affected and five died. The clinical evolution varied from 5 to 64 days. Only one of the animals that recovered from the disease remained with mild locomotor sequels. The clinical signs were predominantly locomotor and included muscle tremors, hyperesthesia and progressive posterior ataxia, paresis and paralysis with knuckling of fetlocks of the hind limbs. Gait abnormalities were more pronounced after exercises that in general led to falling down. There was also reduced milk production, but appetite and water intake were maintained until close to death or euthanasia. Five cattle were necropsied and two presented macroscopic lesions consisting of white areas with bilateral symmetric distribution mainly in pelvic and thoracic limbs muscles. Histologically muscular lesions were characterized by segmental degenerative-necrotic myopathy, sometimes associated with mineralization, regeneration and fibrosis. In the nervous system the main histological finding consisted of chromatolytic neuronal degeneration and necrosis in selected nuclei of the brain stem, the ventral horn of the spinal cord and spinal, trigeminal, stellate and celiac ganglions. In the brain stem lesions were observed in the red nuclei, reticular formation of the pons and dorsal motor of the vagus nerve and ambiguous nuclei. In two cattle there was Wallerian degeneration in dorsal funiculi of the spinal cord and ischiadic and fibular nerves. The lectin-histochemistry showed accumulation of glycoconjugates with N-linked high-manose oligosaccharides in the chromatolytic neuron perikaryon of bovines. Concanavalian ensiformis and Triticum vulgaris lectins showed the best staining. The disease was reproduced experimentally in seven sheep. Three sheep received 40g/kg/day of beer by-product originated from two farms where outbreaks of A. clavatus poisoning in cattle had occurred. The administration of by-product was carried on for two, three or 19 days. The first clinical signs in these sheep were observed after 51 to 147 hours of the first administration of by-product, and the clinical course lasted from 39 to 288 hours. Four sheep received 12 ml/kg/day of pure culture of the fungus for four or six days. In these sheep the first clinical signs were observed 72 hours after the first administration and the clinical evolution was of 37 to 96 hours. Clinical signs were similar to the natural cases, but hyperesthesia, muscle tremors and tachypnea were most prominent. There were no macroscopic lesions in sheep. The topographic distribution of the neuronal lesions in sheep and bovines was similar. However, the neuronal swelling and regressive alterations were less intensive. Three sheep presented mild muscle lesions.
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Biopsia da mucosa retal e terceira pálpebra de ovinos e otimizaçao do protocolo de imuno-histoquímica para diagnóstico de PrPsc em ruminantes.

Leal, Juliano de Souza January 2009 (has links)
As encefalopatias espongiformes transmissíveis (EETs), também conhecidas como doenças do príon, ocorrem tanto nos animais como no homem, são responsáveis por doenças transmissíveis e hereditárias e provocam lesões degenerativas no cérebro. A presença de uma forma anormal da proteína (PrPsc) no tecido encefálico e linforreticular é característica peculiar das EETs. Essa proteína é altamente insolúvel e resistente à degradação por proteases e se deposita eventualmente sob forma de placas amilóides na substância cinzenta. Tais placas provocam a morte maciça de neurônios e células gliais, causando vacuolização intensa no tecido afetado. Este trabalho consistiu na otimização da técnica de imuno-histoquímica para proteína priônica no tecido nervoso e no tecido linforreticular, como método diagnóstico de EETs em bovinos, ovinos e caprinos. Além disso, verificou-se a eficiência da utilização de folículos linfóides coletados por biopsia de terceira pálpebra e mucosa retal para o diagnóstico de scrapie em ovinos e caprinos. Além disso, verificou-se a eficiência da utilização de folículos linfóides coletados por biopsia de terceira pálpebra e mucosa retal para o diagnóstico de scrapie em ovinos e caprinos. Entre janeiro de 2005 e janeiro de 2008 foram realizados exames de imuno-histoquímica e coloração por hematoxilina-eosina em amostras de tecidos de 5571 ruminantes (4829 bovinos, 1 bubalino, 708 ovinos e 33 caprinos) obtidas em necropsias, biopsias e materiais enviados para diagnóstico em formalina 10% ou em blocos de parafina. Os anticorpos monoclonais anti-príon F89/160.1.5 e F99/97.6.1 foram utilizados na técnica de imuno-histoquímica. Todas as amostras de bovinos e a do bubalino analisadas foram negativas para PrPSc. Entre os 741 ovinos e caprinos pesquisados, foram diagnosticados 81 animais positivos, 16 suspeitos e, em 100 animais, o material foi insuficiente para o diagnóstico. Foram realizadas cinco repetições da imuno-histoquímica para cada amostra positiva para PrPSc. O diagnóstico por imuno-histoquímica no tecido linforreticular foi considerado positivo quando o material apresentava um número de no mínimo quatro folículos linfóides, com centros germinativos. Este trabalho inclui o primeiro diagnóstico positivo de scrapie na espécie caprina no Brasil, com marcação imuno-histoquímica nas tonsilas, terceira pálpebra e linfonodo. A marcação pela imuno-histoquímica em quatro ovinos da raça Santa Inês, todos com diagnóstico positivo nas tonsilas e linfonodos e um deles também com depósito de PrPSc na terceira pálpebra, surge como primeiro diagnóstico da doença nessa raça no Brasil. Os resultados considerados suspeitos ou insuficientes observados nas amostras de biopsias ou enviadas por terceiros indicam que há ajustes a serem estudados, especialmente quanto à coleta das amostras. O envio de material de vários órgãos linfóides possibilitaria a confirmação da presença ou não do agente em pelo menos dois deles, diminuindo o número de casos considerados suspeitos e o risco de falsos positivos. O envio de amostras de biopsia de tonsila, terceira pálpebra e mucosa retal, conjuntamente, reduziria o número de casos suspeitos e eliminaria grande parte, senão a totalidade dos casos com material insuficiente para diagnóstico. / Transmissible spongiform encephalopathies (TSEs), also known as prion diseases, occur in animals and humans and are responsible for transmissible and inherited disorders that cause fatal degenerations of the brain. A peculiar characteristic of TSEs is the conversion of a host-encoded glycoprotein termed prion protein (PrP), from a normal cellular form, PrPC, to an abnormally folded isoform, PrPSc, present in the nervous and lymphoreticular tissues. The prion protein PrPSc is highly insoluble and resistant to the proteases degradation, eventually leading its accumulation, forming amyloid protein plates deposition in the brain gray substance. These plates cause massive death of neurons and glial cells, producing intense vacuolation in the affected tissue. In this work, the immunohistochemical procedures were optimizated for prion protein in nervous and lymphoreticular tissues to provide diagnosis of TSEs in bovine, sheep and goat, and also to verify the efficiency of lymphoid follicles from third eyelid and rectal mucosa biopsies for the scrapie diagnosis in sheep and goats. Between January, 2005 and January, 2008 immunohistochemistry examinations and hematoxylin-eosin staining were accomplished in tissue samples from 5571 ruminants (4829 bovines, 1 water buffalo, 708 sheep and 33 goats), obtained from necropsies and biopsies, and samples of 10% formalin-fixed or paraffin embedded tissues submitted by other laboratories. The monoclonal antibodies anti-PrP F89/160.1.5 and F99/97.6.1 were used in the immunohistochemical procedures. All the samples from cattle and the water buffalo analyzed were negative to PrPSc. Among the 741 sheep and goats, there were 81 positive and 16 suspect samples, and 100 of them were insufficient to test. Five immunohistochemical repetitions were performed for each positive PrPSc sample. The immunohistochemistry diagnosis in the lymphoreticular tissues was considered positive when the material presented at least four lymphoid follicles with germinal centers. This work includes the first positive case in goats in Brazil (through immunohistochemical labelling in tonsils, third eyelid and lymph node) and the first four cases in Santa Inês sheep, by the same technique. The results considered as suspect or of insufficient sample indicate that some aspects associated with sample collection need further adjustment. The submission of samples from several lymphoid organs would probably make possible the confirmation or not of the agent presence in at least two of them, reducing the number of suspect and false positive cases. Simultaneous submission of biopsy samples from tonsil, third eyelid and rectal mucosa together could reduce the number of suspicious cases, besides of eliminating great part or even the totally of the insufficient samples.
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Biopsia da mucosa retal e terceira pálpebra de ovinos e otimizaçao do protocolo de imuno-histoquímica para diagnóstico de PrPsc em ruminantes.

Leal, Juliano de Souza January 2009 (has links)
As encefalopatias espongiformes transmissíveis (EETs), também conhecidas como doenças do príon, ocorrem tanto nos animais como no homem, são responsáveis por doenças transmissíveis e hereditárias e provocam lesões degenerativas no cérebro. A presença de uma forma anormal da proteína (PrPsc) no tecido encefálico e linforreticular é característica peculiar das EETs. Essa proteína é altamente insolúvel e resistente à degradação por proteases e se deposita eventualmente sob forma de placas amilóides na substância cinzenta. Tais placas provocam a morte maciça de neurônios e células gliais, causando vacuolização intensa no tecido afetado. Este trabalho consistiu na otimização da técnica de imuno-histoquímica para proteína priônica no tecido nervoso e no tecido linforreticular, como método diagnóstico de EETs em bovinos, ovinos e caprinos. Além disso, verificou-se a eficiência da utilização de folículos linfóides coletados por biopsia de terceira pálpebra e mucosa retal para o diagnóstico de scrapie em ovinos e caprinos. Além disso, verificou-se a eficiência da utilização de folículos linfóides coletados por biopsia de terceira pálpebra e mucosa retal para o diagnóstico de scrapie em ovinos e caprinos. Entre janeiro de 2005 e janeiro de 2008 foram realizados exames de imuno-histoquímica e coloração por hematoxilina-eosina em amostras de tecidos de 5571 ruminantes (4829 bovinos, 1 bubalino, 708 ovinos e 33 caprinos) obtidas em necropsias, biopsias e materiais enviados para diagnóstico em formalina 10% ou em blocos de parafina. Os anticorpos monoclonais anti-príon F89/160.1.5 e F99/97.6.1 foram utilizados na técnica de imuno-histoquímica. Todas as amostras de bovinos e a do bubalino analisadas foram negativas para PrPSc. Entre os 741 ovinos e caprinos pesquisados, foram diagnosticados 81 animais positivos, 16 suspeitos e, em 100 animais, o material foi insuficiente para o diagnóstico. Foram realizadas cinco repetições da imuno-histoquímica para cada amostra positiva para PrPSc. O diagnóstico por imuno-histoquímica no tecido linforreticular foi considerado positivo quando o material apresentava um número de no mínimo quatro folículos linfóides, com centros germinativos. Este trabalho inclui o primeiro diagnóstico positivo de scrapie na espécie caprina no Brasil, com marcação imuno-histoquímica nas tonsilas, terceira pálpebra e linfonodo. A marcação pela imuno-histoquímica em quatro ovinos da raça Santa Inês, todos com diagnóstico positivo nas tonsilas e linfonodos e um deles também com depósito de PrPSc na terceira pálpebra, surge como primeiro diagnóstico da doença nessa raça no Brasil. Os resultados considerados suspeitos ou insuficientes observados nas amostras de biopsias ou enviadas por terceiros indicam que há ajustes a serem estudados, especialmente quanto à coleta das amostras. O envio de material de vários órgãos linfóides possibilitaria a confirmação da presença ou não do agente em pelo menos dois deles, diminuindo o número de casos considerados suspeitos e o risco de falsos positivos. O envio de amostras de biopsia de tonsila, terceira pálpebra e mucosa retal, conjuntamente, reduziria o número de casos suspeitos e eliminaria grande parte, senão a totalidade dos casos com material insuficiente para diagnóstico. / Transmissible spongiform encephalopathies (TSEs), also known as prion diseases, occur in animals and humans and are responsible for transmissible and inherited disorders that cause fatal degenerations of the brain. A peculiar characteristic of TSEs is the conversion of a host-encoded glycoprotein termed prion protein (PrP), from a normal cellular form, PrPC, to an abnormally folded isoform, PrPSc, present in the nervous and lymphoreticular tissues. The prion protein PrPSc is highly insoluble and resistant to the proteases degradation, eventually leading its accumulation, forming amyloid protein plates deposition in the brain gray substance. These plates cause massive death of neurons and glial cells, producing intense vacuolation in the affected tissue. In this work, the immunohistochemical procedures were optimizated for prion protein in nervous and lymphoreticular tissues to provide diagnosis of TSEs in bovine, sheep and goat, and also to verify the efficiency of lymphoid follicles from third eyelid and rectal mucosa biopsies for the scrapie diagnosis in sheep and goats. Between January, 2005 and January, 2008 immunohistochemistry examinations and hematoxylin-eosin staining were accomplished in tissue samples from 5571 ruminants (4829 bovines, 1 water buffalo, 708 sheep and 33 goats), obtained from necropsies and biopsies, and samples of 10% formalin-fixed or paraffin embedded tissues submitted by other laboratories. The monoclonal antibodies anti-PrP F89/160.1.5 and F99/97.6.1 were used in the immunohistochemical procedures. All the samples from cattle and the water buffalo analyzed were negative to PrPSc. Among the 741 sheep and goats, there were 81 positive and 16 suspect samples, and 100 of them were insufficient to test. Five immunohistochemical repetitions were performed for each positive PrPSc sample. The immunohistochemistry diagnosis in the lymphoreticular tissues was considered positive when the material presented at least four lymphoid follicles with germinal centers. This work includes the first positive case in goats in Brazil (through immunohistochemical labelling in tonsils, third eyelid and lymph node) and the first four cases in Santa Inês sheep, by the same technique. The results considered as suspect or of insufficient sample indicate that some aspects associated with sample collection need further adjustment. The submission of samples from several lymphoid organs would probably make possible the confirmation or not of the agent presence in at least two of them, reducing the number of suspect and false positive cases. Simultaneous submission of biopsy samples from tonsil, third eyelid and rectal mucosa together could reduce the number of suspicious cases, besides of eliminating great part or even the totally of the insufficient samples.
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Biopsia da mucosa retal e terceira pálpebra de ovinos e otimizaçao do protocolo de imuno-histoquímica para diagnóstico de PrPsc em ruminantes.

Leal, Juliano de Souza January 2009 (has links)
As encefalopatias espongiformes transmissíveis (EETs), também conhecidas como doenças do príon, ocorrem tanto nos animais como no homem, são responsáveis por doenças transmissíveis e hereditárias e provocam lesões degenerativas no cérebro. A presença de uma forma anormal da proteína (PrPsc) no tecido encefálico e linforreticular é característica peculiar das EETs. Essa proteína é altamente insolúvel e resistente à degradação por proteases e se deposita eventualmente sob forma de placas amilóides na substância cinzenta. Tais placas provocam a morte maciça de neurônios e células gliais, causando vacuolização intensa no tecido afetado. Este trabalho consistiu na otimização da técnica de imuno-histoquímica para proteína priônica no tecido nervoso e no tecido linforreticular, como método diagnóstico de EETs em bovinos, ovinos e caprinos. Além disso, verificou-se a eficiência da utilização de folículos linfóides coletados por biopsia de terceira pálpebra e mucosa retal para o diagnóstico de scrapie em ovinos e caprinos. Além disso, verificou-se a eficiência da utilização de folículos linfóides coletados por biopsia de terceira pálpebra e mucosa retal para o diagnóstico de scrapie em ovinos e caprinos. Entre janeiro de 2005 e janeiro de 2008 foram realizados exames de imuno-histoquímica e coloração por hematoxilina-eosina em amostras de tecidos de 5571 ruminantes (4829 bovinos, 1 bubalino, 708 ovinos e 33 caprinos) obtidas em necropsias, biopsias e materiais enviados para diagnóstico em formalina 10% ou em blocos de parafina. Os anticorpos monoclonais anti-príon F89/160.1.5 e F99/97.6.1 foram utilizados na técnica de imuno-histoquímica. Todas as amostras de bovinos e a do bubalino analisadas foram negativas para PrPSc. Entre os 741 ovinos e caprinos pesquisados, foram diagnosticados 81 animais positivos, 16 suspeitos e, em 100 animais, o material foi insuficiente para o diagnóstico. Foram realizadas cinco repetições da imuno-histoquímica para cada amostra positiva para PrPSc. O diagnóstico por imuno-histoquímica no tecido linforreticular foi considerado positivo quando o material apresentava um número de no mínimo quatro folículos linfóides, com centros germinativos. Este trabalho inclui o primeiro diagnóstico positivo de scrapie na espécie caprina no Brasil, com marcação imuno-histoquímica nas tonsilas, terceira pálpebra e linfonodo. A marcação pela imuno-histoquímica em quatro ovinos da raça Santa Inês, todos com diagnóstico positivo nas tonsilas e linfonodos e um deles também com depósito de PrPSc na terceira pálpebra, surge como primeiro diagnóstico da doença nessa raça no Brasil. Os resultados considerados suspeitos ou insuficientes observados nas amostras de biopsias ou enviadas por terceiros indicam que há ajustes a serem estudados, especialmente quanto à coleta das amostras. O envio de material de vários órgãos linfóides possibilitaria a confirmação da presença ou não do agente em pelo menos dois deles, diminuindo o número de casos considerados suspeitos e o risco de falsos positivos. O envio de amostras de biopsia de tonsila, terceira pálpebra e mucosa retal, conjuntamente, reduziria o número de casos suspeitos e eliminaria grande parte, senão a totalidade dos casos com material insuficiente para diagnóstico. / Transmissible spongiform encephalopathies (TSEs), also known as prion diseases, occur in animals and humans and are responsible for transmissible and inherited disorders that cause fatal degenerations of the brain. A peculiar characteristic of TSEs is the conversion of a host-encoded glycoprotein termed prion protein (PrP), from a normal cellular form, PrPC, to an abnormally folded isoform, PrPSc, present in the nervous and lymphoreticular tissues. The prion protein PrPSc is highly insoluble and resistant to the proteases degradation, eventually leading its accumulation, forming amyloid protein plates deposition in the brain gray substance. These plates cause massive death of neurons and glial cells, producing intense vacuolation in the affected tissue. In this work, the immunohistochemical procedures were optimizated for prion protein in nervous and lymphoreticular tissues to provide diagnosis of TSEs in bovine, sheep and goat, and also to verify the efficiency of lymphoid follicles from third eyelid and rectal mucosa biopsies for the scrapie diagnosis in sheep and goats. Between January, 2005 and January, 2008 immunohistochemistry examinations and hematoxylin-eosin staining were accomplished in tissue samples from 5571 ruminants (4829 bovines, 1 water buffalo, 708 sheep and 33 goats), obtained from necropsies and biopsies, and samples of 10% formalin-fixed or paraffin embedded tissues submitted by other laboratories. The monoclonal antibodies anti-PrP F89/160.1.5 and F99/97.6.1 were used in the immunohistochemical procedures. All the samples from cattle and the water buffalo analyzed were negative to PrPSc. Among the 741 sheep and goats, there were 81 positive and 16 suspect samples, and 100 of them were insufficient to test. Five immunohistochemical repetitions were performed for each positive PrPSc sample. The immunohistochemistry diagnosis in the lymphoreticular tissues was considered positive when the material presented at least four lymphoid follicles with germinal centers. This work includes the first positive case in goats in Brazil (through immunohistochemical labelling in tonsils, third eyelid and lymph node) and the first four cases in Santa Inês sheep, by the same technique. The results considered as suspect or of insufficient sample indicate that some aspects associated with sample collection need further adjustment. The submission of samples from several lymphoid organs would probably make possible the confirmation or not of the agent presence in at least two of them, reducing the number of suspect and false positive cases. Simultaneous submission of biopsy samples from tonsil, third eyelid and rectal mucosa together could reduce the number of suspicious cases, besides of eliminating great part or even the totally of the insufficient samples.

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