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Reação eosinofílica decorrente dos componentes salivares do mosquito Aedes aegypti: caracterização do infiltrado inflamatório. / Eosinophilic reaction resulting from salivary components of the mosquito Aedes aegypti: characterization of the inflammatory infiltrate.

Henrique, Maressa de Oliveira 08 December 2016 (has links)
Durante o repasto sanguíneo, os mosquitos hematófagos inoculam os componentes de seu coquetel salivar na pele do hospedeiro podendo causar reações inflamatórias. Existem vários trabalhos que descrevem o infiltrado celular após a picada de mosquito utilizando abordagens clássicas de histologia. No entanto, são escassos os trabalhos que avaliem esse infiltrado celular de maneira quantitativa/qualitativa com técnicas mais modernas. Adicionalmente, a literatura científica carece de modelos simples para o estudo das moléculas envolvidas na migração celular induzida pelos componentes salivares de mosquitos. Diante disto, em um primeiro momento estudamos o infiltrado celular na pele da orelha decorrente da picada do mosquito Aedes aegypti em animais sensibilizados ou não com o extrato da glândula salivar (EGS) destes mosquitos utilizando a técnica de citometria de fluxo. Observamos que enquanto o edema em animais não sensibilizados alcança um pico 6 horas após a exposição aos mosquitos, o mesmo só acontece após 24 horas nos animais sensibilizados, persistindo ainda até 72 horas. A fenotipagem das células imunes presentes no tecido por citometria de fluxo mostrou a complexidade de populações celulares presentes na reação inflamatória à picadas de mosquito, destacando-se o infiltrado de linfócitos B, neutrófilos e eosinófilos que ocorreram em ambos os grupos, porém de maneira mais intensa após 24 horas no grupo sensibilizado. Dentre essas populações, os eosinófilos foram as células que proporcionalmente mais aumentaram em relação àquelas encontradas na orelha de animais naïve. Em uma segunda abordagem, desenvolvemos um modelo de inflamação eosinofílica na cavidade peritoneal de camundongos inoculados com o EGS de A. aegypti. Utilizando esse modelo, fomos capazes de mostrar que a migração de eosinófilos se deve a atividade dos componentes salivares do mosquito e não a uma possível contaminação por endotoxina presentes na preparação. Além disso, a desnaturação das proteínas do EGS aboliu sua capacidade de induzir migração de eosinófilos, reforçando a importância da integridade das moléculas salivares nesse processo. Finalmente, mostramos que a migração de eosinófilos nesse modelo é dependente de IL-5 e de produtos da 5-lipoxigenase. Em conjunto, esses dados contribuem para a caracterização da resposta inflamatória do hospedeiro aos componentes salivares do mosquito A. aegypti e para o entendimento das moléculas envolvidas na reação eosinofílica presente em indivíduos sensibilizados. / During their blood feeding, hematophagous mosquitoes inoculate the components of their salivary cocktail in the host skin causing inflammatory reactions. Several works describe the cellular infiltrate following the mosquito bites using classical histological approaches. However, only few studies evaluate the cellular infiltrate in a quantitative/qualitative manner employing recent techniques. Additionally, the scientific literature lacks simple models to study the molecules involved in cell migration induced by the salivary components of mosquitoes. In view of this facts, we first studied the cellular infiltrate in the skin of the ear following Aedes aegypti mosquito bites in animals sensitized or not with the salivary gland extract (SGE) of these mosquitoes, using the flow cytometry technique. We observed that, while the swelling reached a peak at 6 hours after exposure to mosquitoes in non-sensitized animals, the same occurred only after 24 hours in sensitized animals, and the edema still persisted at 72 hours. Immune cell phenotyping of the tissue by flow cytometry showed the complexity of cell populations present in the inflammatory reaction to mosquito bites, especially the infiltration of B lymphocytes, neutrophils and eosinophils that occurred in both groups, but more intensely after 24 hours in the sensitized group. Among these populations, eosinophils were the cells that most increased proportionally compared those found in the ear of naïve animals. In a second approach, we have developed a model of eosinophilic inflammation in the peritoneal cavity of mice inoculated with the A. aegypti SGE. Using this model, we were able to show that the migration of eosinophils was due to the activity of the mosquito salivary components and not to a possible endotoxin contamination of the preparation. Moreover, the denaturation of SGE proteins abolished its ability to induce eosinophil migration, underscoring the importance of the integrity of salivary molecules in this process. Finally, we showed that the eosinophil migration in this model is dependent on IL-5 and 5-lipoxygenase products. Together, these data contribute to the characterization of the host inflammatory response to salivary components of A. aegypti mosquitoes and to the understanding of the molecules involved in this eosinophilic reaction in sensitized individuals.

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