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Imigrantes bolivianos em São Paulo = a Praça Kantuta e o futebol / Bolivian immigrants in São Paulo : the square Kantuta and footballAlves, Ubiratan Silva 02 August 2011 (has links)
Orientador: Maria Beatriz Rocha Ferreira / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física / Made available in DSpace on 2018-08-17T12:26:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2011 / Resumo: A migração para o Brasil tem um marco nos anos 50 quando os bolivianos vieram para estudar através de um intercâmbio Brasil-Bolívia ou ainda por fuga política. Mas a relevância dos movimentos migratórios da América Latina se destaca a partir da década de 70 devido ao processo de industrialização de países como o Brasil, a Argentina e a Venezuela além da fuga de suas respectivas pátrias por divergências políticas. A partir da década de 1980, houve um grande aumento de bolivianos que vinham para o Brasil, mais especificamente para São Paulo, não mais perseguidos por governos autoritários ou com fins apenas acadêmicos, mas sim pessoas com nível escolar baixo em busca de trabalho. O ramo da costura é o de maior atração dos bolivianos, em nível de trabalho na cidade de São Paulo, pois não requer muito estudo, nem tampouco aprendizado. Neste tipo de atividade existe uma rede de contratação e aliciamento de mão-de-obra, e os já estabelecidos estimulam os compatriotas a imigrarem para o Brasil. A relação trabalhista existente entre o costureiro e o dono da oficina é extremamente informal; o costureiro ganha normalmente por peça produzida, não há nenhuma segurança nem direito nas leis do Trabalho tornando-os vulneráveis as altas e baixas do mercado bem como da ganância de seus empregadores. Os bolivianos moram e trabalham normalmente nas mesmas oficinas e precisam pagar para o patrão, a máquina de costura onde trabalham, a moradia, água, luz e comida. E acabam endividados e praticamente "presos" as confecções. Os objetivos desta pesquisa foram de estudar os significados da prática do futebol pelos bolivianos na cidade de São Paulo na Praça Kantuta, as figurações sociais, as relações de poder, a diferenciação e as redes de interdependência relacionadas a esta prática. O método etnográfico foi usado através de observações, entrevistas e conversas com 72 jogadores de futebol bolivianos da Praça Kantuta. Observamos que os jogadores, dirigentes e 'donos dos times' formam redes de poder e de interdependência muitas vezes iniciadas em solo boliviano gerando configurações sociais que se expandem além da quadra. Eles, predominantemente, trabalham no ramo da costura e não pretendem retornar a Bolívia enquanto as condições de vida naquele país não forem favoráveis. Muitos deles vivem em condições desumanas e muitas vezes são acometidos por doenças oriundas da costura principalmente relacionadas ao aparelho respiratório por conta da aspiração de pó dos tecidos. Outras enfermidades estão associadas ao sistema músculo-esquelético devido ao grande tempo que ficam sentados em posições de costura. Muitos vivem de forma ilegal, denominados de "indocumentados" correndo riscos de serem pegos e deportados. Muitas vezes são humilhados devido ao estereótipo relacionado ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas e tráfico de drogas, construído por outros bolivianos. Admiram muito o futebol brasileiro, têm ídolos brasileiros, torcem por times nacionais e alguns freqüentam estádios. Os que jogam futsal na Praça têm nesta modalidade, a única atividade física no Brasil. De maneira geral se submetem aos "donos" das equipes que normalmente também são os donos das oficinas que trabalham. A quadra, localizada no centro da Praça, é ocupada durante a semana por moradores de rua e cercada por alambrado para dar segurança aos jogadores e espectadores. Este foi retirado recentemente, o que impediu a prática do futsal. O quadro dos Bolivianos em São Paulo é preocupante, tornando-se imprescindível que políticas públicas se atentem a estes imigrantes para projetos de moradia, saúde, educação e esportes. A cultura boliviana deveria ser mais valorizada e lembrada que é oriunda de uma das sociedades mais avançadas para a época que existiu: os Incas / Abstract: Migration to Brazil reached a landmark in the 1950s, when Bolivians went to study in a Brazil through a Brazil-Bolivia exchange program. However, from the 1970s, migration in Latin America was related to the industrialization of countries like Brazil, Argentina and Venezuela and to national, political problems. From the 1980s there has been a large increase in Bolivians coming to Sao Paulo, no longer persecuted by authoritarian governments or for academic purposes. They have been people with low educational levels in search of work. The most attractive work activity for the Bolivians is the business of sewing. This activity does not require much study or learning. In this activity there is a network for the hiring and recruitment of manpower where the established Bolivians stimulate their compatriots to immigrate to Brazil. The employment relationship between the fashion designer and the owner of the workshop is very casual (the tailor normally receives payment by the produced piece), with no security or right in the laws governing the CLT (Consolidation of Labor Laws), making it vulnerable to the ups and downs of the market and the greed of the employers. Bolivians live and work normally on the same garments. They need to pay the boss for the sewing machine, housing, water, electricity and food. So, they end up in debt and are virtually 'stuck', which means that their employers lock the doors of factories and threaten to call the federal police to deport those who are illegal immigrants. The goals of this research were to study the meanings of soccer, the social figurations, the relations of power, the differentiation and the interdependence network related to this sport practice of the Bolivian immigrants in Sao Paulo at Square Kantuta. The ethnographic method was used through the observation, interview and conversations with 72 Bolivian soccer players. We observed that the players, coaches and owner of the team form a power network and social interdependence often started in Bolivia soil. So, the social figuration is beyond the sport court. The players work mainly in the field of sewing and do not intend to return to Bolivia while the living conditions in that country are not favorable. Many live in non-human conditions and are often affected by diseases originating from sewing mainly related to the respiratory system due to the dust extraction of tissues. Other diseases are associated with the musculoskeletal system due to the great time that they sit in positions of sewing. Many of them live illegally, being called "undocumented" at risk of being caught and deported. They are often humiliated because of the stereotype related to excessive consumption of alcoholic and drug trade, build up for other Bolivians. They are greatly admired of the Brazilian soccer and Brazilian idols, they are fan of different Brazilian teams and some of them go to the stadium. Those who played soccer in the square have, in this modality, their only physical activity practice in Brazil. Generally they are under the command the "owners" of teams that are often also the owners of workshops that deal. The sport court located in the center of the square is occupied during the week for the homeless. There was a fence surrounding the court to provide security for players and spectators. It was removed lately, which prevented the practice of soccer. The Bolivian immigrants social picture is worrying. It is essential that public policies should be developed regarding housing projects, health, education and sports for this population. Their culture should be more valued and remembered that came from one of the most advanced society in the past: the Incas / Doutorado / Atividade Fisica, Adaptação e Saude / Doutor em Educação Física
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