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Exposição a agrotóxicos e alterações auditivas em trabalhadores rurais

Mattiazzi, Ângela Leusin 11 December 2017 (has links)
Submitted by Rafael Pinheiro de Almeida (rafael.almeida@uffs.edu.br) on 2018-03-01T19:13:48Z No. of bitstreams: 1 MATTIAZZI.pdf: 6137035 bytes, checksum: 7101b6a3e18f2e23a9ccb8ea7350fe86 (MD5) / Approved for entry into archive by Diego dos Santos Borba (dborba@uffs.edu.br) on 2018-03-01T19:40:14Z (GMT) No. of bitstreams: 1 MATTIAZZI.pdf: 6137035 bytes, checksum: 7101b6a3e18f2e23a9ccb8ea7350fe86 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-03-01T19:40:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 MATTIAZZI.pdf: 6137035 bytes, checksum: 7101b6a3e18f2e23a9ccb8ea7350fe86 (MD5) Previous issue date: 2017-12-11 / O trabalho rural é uma das ocupações mais perigosas da atualidade devido ao uso intenso de agrotóxicos. A exposição frequente a estas substâncias pode causar danos à saúde do trabalhador rural. Estudos apontam que os agrotóxicos podem ser nocivos à audição, inclusive a perda auditiva pode ser um sinal precoce de intoxicação. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi analisar a relação entre exposição a agrotóxicos e ocorrência de alterações auditivas de trabalhadores rurais. A pesquisa caracterizou- se como quantitativa, com alcance descritivo e explicativo e delineamento transversal, realizada com 71 trabalhadores rurais, do sexo masculino, expostos a agrotóxicos, que residiam no município de Santa Rosa, região noroeste do RS, e que eram atendidos em uma Unidade Básica de Saúde localizada na zona rural. A seleção da amostra se deu através da amostragem aleatória estratificada proporcional ao tamanho da faixa etária. A coleta de dados foi realizada por três formas: (i) um instrumento para registro da caracterização do contato aos agrotóxicos, história pregressa dos trabalhadores rurais e história clínica atual; (ii) triagem auditiva para a pesquisa dos limiares aéreos das frequências de 250Hz a 8.000Hz; e (iii) a dosagem de colinesterase plasmática e eritrocitária. O projeto respeitou os procedimentos éticos e têm aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal da Fronteira Sul. A análise dos dados deu-se através de análise univariada, bivariada e por modelo de regressão multivariada. Os resultados revelaram que 78,9% dos trabalhadores possuía ensino fundamental incompleto e que 36,6% era da faixa etária de 50 a 59 anos. Quanto ao uso de agrotóxicos, a média do tempo de uso foi de 27,6 ± 13 anos e a maioria não fazia uso efetivo de Equipamentos de Proteção Individual. Os agrotóxicos mais utilizados foram os herbicidas, classe toxicológica III e grupo químico glicina. Na triagem auditiva, 31 (43,7%) trabalhadores rurais apresentaram perda auditiva em ambas as orelhas, 28 (39,4%) audição normal e 12 (16,9%) perda auditiva unilateral. Houve diferença estatisticamente significante entre a média das frequências graves e das frequências agudas em ambas as orelhas, o que demonstra maior comprometimento dos limiares agudos. Os limiares aéreos mostraram-se piores na medida do aumento dos anos de exposição aos agrotóxicos. Para os desfechos relativos à audição, o modelo de regressão multivariada apontou como melhor preditor a idade. Na dosagem da colinesterase eritrocitária, todos os trabalhadores rurais apresentaram valores dentro da normalidade. Na dosagem da colinesterase plasmática um participante apresentou valor inferior ao normal. Não houve correlação significativa entre a triagem auditiva e o valor das colinesterases. Portanto, constatou-se um grande número de trabalhadores com perda auditiva. Neste estudo, o que mais interferiu na triagem auditiva foi a idade. Mesmo assim, é preciso considerar que a perda auditiva pode decorrer de múltiplos fatores, como a ototoxidade dos agrotóxicos e o ruído. Inclusive, acredita-se que a interação entre agrotóxico e ruído potencializa o dano auditivo. Mas, de qualquer forma, a atividade profissional destes trabalhadores oferece risco à audição. / Rural work is one of the most dangerous occupations currently due to the intensive use of pesticides. Frequent exposure to these substances may harm rural workers’ health. Studies show that pesticide exposure can be harmful to hearing, and hearing loss might be an early sign of pesticide intoxication. Thus, the aim of this study was to analyze the relationship between exposure to pesticides and hearing changes among rural workers. The research was characterized as quantitative, with a descriptive and explicative scope and a cross-sectional design. It was carried out with 71 male rural workers exposed to pesticides residing in the municipality of Santa Rosa, in the northwest region of RS who were evaluated at a Basic Health Unit located in the rural area. The sample selection was based on a stratified random sample proportional to the age group size. Data collection was threefold: (i) a questionnaire to get information about pesticide exposure and previous and current clinical history of rural workers; (ii) hearing screening using an air-conduction test of frequencies from 250Hz to 8,000Hz; and (iii) measurement of cholinesterase levels in plasma and in erythrocyte. This study respected ethical procedures and was approved by the Human Research Ethics Committee of the Universidade Federal da Fronteira Sul. Data analysis was done through univariate and bivariate analysis and using a multivariate regression model. Results showed that 78.9% of the workers did not complete elementary school and 36.6% were from the age group of 50 to 59 years. Regarding the use of pesticides, the mean time use was 27.6 ± 13 years and most workers did not effectively wear Individual Protection Equipment. The most commonly used pesticides were herbicides, toxicological class III, and chemical group glycine. In the hearing screening, 31 (43.7%) rural workers had hearing loss in both ears, 28 (39.4%) had normal hearing, and 12 (16.9%) had unilateral hearing loss. There was a statistically significant difference between the mean of the high and low frequencies in both ears, showing a greater impairment of the high frequency thresholds. Auditory thresholds by air-conduction proved to be worse as the years of exposure to pesticides increased. The multivariate regression model showed hearing outcomes to be best predicted by age. Normal levels of erythrocyte cholinesterase were found in all rural workers. Regarding the plasma cholinesterase level, only one participant had below normal values. There was no significant correlation between hearing screening results and cholinesterase values. In this study, a large number of workers were found to have hearing loss and the largest contributing factor was age. However, it is necessary to consider that hearing loss can result from multiple factors, such as pesticide ototoxicity and noise. In fact, it is believed that the interaction between pesticides and noise enhances auditory damage. Ultimately, it is clear that the occupation of these workers is linked to a risk of hearing loss.

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