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Da criação à recriação : o percurso intertextual e metalinguístico em O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago /Beijo, Marilda. January 2005 (has links)
Orientador: Odil José de Oliveira Filho / Banca: Sandra Aparecida Ferreira / Banca: Suely Fadul Villibor Flory / Resumo: O presente estudo propõe uma análise do processo criativo de construção literária desenvolvido na narrativa O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago, tendo como base a intertextualidade e a metalinguagem que sustentam a questão primordial da pesquisa: o fato de que parece haver no romance a existência de uma certa tensão entre a prosa e a poesia. Isso se dá, possivelmente, em decorrência da recuperação, por Saramago, das odes do poeta neoclássico Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, trazendo esses textos para o interior do universo ficcional e causando uma mescla entre os gêneros (prosa/poesia, poesia/prosa), de modo a ser possível questionar, inclusive, como se estabelecem os limites entre os gêneros literários, já que o texto vai se construindo de forma híbrida. Esse tipo de procedimento legitima-se pelo fato do escritor utilizar-se do espaço romanesco, que permite a junção dessas duas formas de manifestação artística e estética: o romance resgata, assimila, transforma, deforma, (des)constrói e reconstrói, por meio do processo intertextual, os diferentes discursos de que se apropria. Além disso, paralelamente, existe uma discussão metalingüística, ou seja, o tratamento das artimanhas da linguagem no momento do ato de escrever, que se instala na narrativa por meio dos diálogos entre Ricardo Reis e Fernando Pessoa. O resultado desse processo literário de recriação da poesia de Fernando Pessoa é, segundo a análise feita, uma revisitação, por parte de Saramago, de toda a tradição clássica, assim como de sua poesia e de sua própria postura frente a literatura. / Abstract: The current study proposes an analysis of the creative process of literary construction developed in the narrative The year of Ricardo Reis'death, by José Saramago, having as a base the intertextuality and the metalanguage that support the fundamental issue of the research: the fact that it seems to have the existence of a certain tension between prose and poetry in the novel. That occurs probably resulting from the recuperation, by Saramago, of the odes of the neoclassical poet Ricardo Reis, Fernando Pessoa's heteronymous, bringing these texts to the inside of the fiction universe and causing a mixture between the genres (prose/poetry, poetry/prose) so that it is possible to question, inclusive, if what happens is a poetry in form of prose or a sort of poetic prose, since the text is built itself with a hybrid form. This kind of procedure legitimates itself by the fact that the writer uses the romantic space, what allows the joint of these two ways of artistic and aesthetcs manifestation. The novel ransoms, assimilates, transforms, distorts, constructs, destroys and reconstructs the different speeches which it takes as its own, through the intertextual process. Besides, in a parallel way, there is a metalinguistic discussion, that is, the treatment of the language artifices at the moment of the writing act, that is settled in the narrative through the dialogues between Ricardo Reis and Fernando Pessoa. The outcome of this literary process of Fernando Pessoa's poetry re-creation is a revisit of all the classical tradition by Saramago's part, as well as of his poetry, and his own poetical making, according to the analysis performed. / Mestre
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Vilamaninhos ou a herança sem herdeiros: a questão do cronotopo em O dia dos prodígios, de Lídia Jorge / Vilamaninhos or the heritage without an heir: the issue of the chronotope in Lidia Jorges O dia dos prodígiosDunder, Mauro 06 August 2009 (has links)
A obra inicial de Lídia Jorge, O dia dos prodígios, por meio de um riquíssimo conjunto de imagens e metáforas, constrói ficcionalmente o que seria, na visão de sua autora, a realidade socioeconômica e política de uma parcela significativa da população portuguesa a do Portugal agrário, de pensamento medievalizado e medievalizante, absorto em seu próprio cotidiano e, também por isso, distante das transformações vividas pelo restante do país. Para isso, a escritora cria um ambiente tempo e espaço que carrega marcas ideológicas nas imagens que o constituem, o que caracteriza, assim, o procedimento a que Mikhail Bakhtin deu o nome de cronotopo. Dessa forma, o propósito central desse estudo é identificar, no romance, os elementos espaciais que representem ideologicamente Portugal através dos tempos, com ênfase no pensamento português no contexto da Revolução dos Cravos, e quais traços dessa ideologia são alegorizados por esses elementos cronotópicos, na crença de que, ao identificá-los e compreendê-los, será possível perceber a existência de diferentes graus de importância que teriam sido atribuídos à insurreição de abril de 1974, em diferentes contextos. É também objetivo dessa dissertação descrever os procedimentos narrativos empregados por Lídia Jorge a fim de representar cronotopicamente a sociedade rural portuguesa, uma vez que a geração de prosadores de ficção pós-1974 pautou seu trabalho não só pelo resgate da identidade nacional envolta em brumas ideológicas desde o século XVI , mas também pela ruptura com a estética literária herdada do salazarismo , estética essa tributária da tradição cultural portuguesa, cujos valores mantiveram-se quase intactos ao longo dos séculos. / Lidia Jorges first novel, O dia dos prodígios, brings out a rich set of imagery and metaphors which builds in fiction what would be the authors point of view on the socioeconomic and political reality of a very meaningful part of the Portuguese society the one that lives in and from the countryside, whose ideas are quite medieval, and who spends life locked into their own sight of view, far from all the changes faced by their country. In order to do so, the writer builds a setting time and space which carries ideological signals in the imagery that constitutes it, what leads to the concept of chronotope, as defined by Mikhail Bakhtin. Thus, the main purpose of this study is to identify the elements that represent Portugal ideologically throughout time, in the novel, with emphasis on the Portuguese thought in the context of the Revolução dos Cravos (the revolution that ended the dictatorship in which Portugal had been submerged until 1974), and which aspects of this ideology are metaphorically represented through chronotope procedures, once it is believed that it will be possible to notice the existence of different ways of perception of the Revolução, in different contexts, by identifying and comprehending those chronotopic constructions. It is also an aim of this paper to describe the narrative procedures used by Lidia Jorge in order to represent chronotopically the rural Portuguese society, once the post-1974 generation of writers made a point not only in recreating Portugals identity but also in breaking the ties with the literary procedures inherited from the cultural Portuguese tradition, kept alive by Salazars dictatorship.
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Da criação à recriação: o percurso intertextual e metalinguístico em O ano da morte de Ricardo Reis, de José SaramagoBeijo, Marilda [UNESP] 13 February 2006 (has links) (PDF)
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beijo_m_me_assis.pdf: 263818 bytes, checksum: dc94b4c0e977d68dbf2a3e0b82e29406 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / O presente estudo propõe uma análise do processo criativo de construção literária desenvolvido na narrativa O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saramago, tendo como base a intertextualidade e a metalinguagem que sustentam a questão primordial da pesquisa: o fato de que parece haver no romance a existência de uma certa tensão entre a prosa e a poesia. Isso se dá, possivelmente, em decorrência da recuperação, por Saramago, das odes do poeta neoclássico Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa, trazendo esses textos para o interior do universo ficcional e causando uma mescla entre os gêneros (prosa/poesia, poesia/prosa), de modo a ser possível questionar, inclusive, como se estabelecem os limites entre os gêneros literários, já que o texto vai se construindo de forma híbrida. Esse tipo de procedimento legitima-se pelo fato do escritor utilizar-se do espaço romanesco, que permite a junção dessas duas formas de manifestação artística e estética: o romance resgata, assimila, transforma, deforma, (des)constrói e reconstrói, por meio do processo intertextual, os diferentes discursos de que se apropria. Além disso, paralelamente, existe uma discussão metalingüística, ou seja, o tratamento das artimanhas da linguagem no momento do ato de escrever, que se instala na narrativa por meio dos diálogos entre Ricardo Reis e Fernando Pessoa. O resultado desse processo literário de recriação da poesia de Fernando Pessoa é, segundo a análise feita, uma revisitação, por parte de Saramago, de toda a tradição clássica, assim como de sua poesia e de sua própria postura frente a literatura. / The current study proposes an analysis of the creative process of literary construction developed in the narrative The year of Ricardo Reis'death, by José Saramago, having as a base the intertextuality and the metalanguage that support the fundamental issue of the research: the fact that it seems to have the existence of a certain tension between prose and poetry in the novel. That occurs probably resulting from the recuperation, by Saramago, of the odes of the neoclassical poet Ricardo Reis, Fernando Pessoa's heteronymous, bringing these texts to the inside of the fiction universe and causing a mixture between the genres (prose/poetry, poetry/prose) so that it is possible to question, inclusive, if what happens is a poetry in form of prose or a sort of poetic prose, since the text is built itself with a hybrid form. This kind of procedure legitimates itself by the fact that the writer uses the romantic space, what allows the joint of these two ways of artistic and aesthetcs manifestation. The novel ransoms, assimilates, transforms, distorts, constructs, destroys and reconstructs the different speeches which it takes as its own, through the intertextual process. Besides, in a parallel way, there is a metalinguistic discussion, that is, the treatment of the language artifices at the moment of the writing act, that is settled in the narrative through the dialogues between Ricardo Reis and Fernando Pessoa. The outcome of this literary process of Fernando Pessoa's poetry re-creation is a revisit of all the classical tradition by Saramago's part, as well as of his poetry, and his own poetical making, according to the analysis performed.
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Vilamaninhos ou a herança sem herdeiros: a questão do cronotopo em O dia dos prodígios, de Lídia Jorge / Vilamaninhos or the heritage without an heir: the issue of the chronotope in Lidia Jorges O dia dos prodígiosMauro Dunder 06 August 2009 (has links)
A obra inicial de Lídia Jorge, O dia dos prodígios, por meio de um riquíssimo conjunto de imagens e metáforas, constrói ficcionalmente o que seria, na visão de sua autora, a realidade socioeconômica e política de uma parcela significativa da população portuguesa a do Portugal agrário, de pensamento medievalizado e medievalizante, absorto em seu próprio cotidiano e, também por isso, distante das transformações vividas pelo restante do país. Para isso, a escritora cria um ambiente tempo e espaço que carrega marcas ideológicas nas imagens que o constituem, o que caracteriza, assim, o procedimento a que Mikhail Bakhtin deu o nome de cronotopo. Dessa forma, o propósito central desse estudo é identificar, no romance, os elementos espaciais que representem ideologicamente Portugal através dos tempos, com ênfase no pensamento português no contexto da Revolução dos Cravos, e quais traços dessa ideologia são alegorizados por esses elementos cronotópicos, na crença de que, ao identificá-los e compreendê-los, será possível perceber a existência de diferentes graus de importância que teriam sido atribuídos à insurreição de abril de 1974, em diferentes contextos. É também objetivo dessa dissertação descrever os procedimentos narrativos empregados por Lídia Jorge a fim de representar cronotopicamente a sociedade rural portuguesa, uma vez que a geração de prosadores de ficção pós-1974 pautou seu trabalho não só pelo resgate da identidade nacional envolta em brumas ideológicas desde o século XVI , mas também pela ruptura com a estética literária herdada do salazarismo , estética essa tributária da tradição cultural portuguesa, cujos valores mantiveram-se quase intactos ao longo dos séculos. / Lidia Jorges first novel, O dia dos prodígios, brings out a rich set of imagery and metaphors which builds in fiction what would be the authors point of view on the socioeconomic and political reality of a very meaningful part of the Portuguese society the one that lives in and from the countryside, whose ideas are quite medieval, and who spends life locked into their own sight of view, far from all the changes faced by their country. In order to do so, the writer builds a setting time and space which carries ideological signals in the imagery that constitutes it, what leads to the concept of chronotope, as defined by Mikhail Bakhtin. Thus, the main purpose of this study is to identify the elements that represent Portugal ideologically throughout time, in the novel, with emphasis on the Portuguese thought in the context of the Revolução dos Cravos (the revolution that ended the dictatorship in which Portugal had been submerged until 1974), and which aspects of this ideology are metaphorically represented through chronotope procedures, once it is believed that it will be possible to notice the existence of different ways of perception of the Revolução, in different contexts, by identifying and comprehending those chronotopic constructions. It is also an aim of this paper to describe the narrative procedures used by Lidia Jorge in order to represent chronotopically the rural Portuguese society, once the post-1974 generation of writers made a point not only in recreating Portugals identity but also in breaking the ties with the literary procedures inherited from the cultural Portuguese tradition, kept alive by Salazars dictatorship.
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Do canto das sereias à Rua dos Douradores: os espaços da escrita no Livro do desassossego e em Água vivaOliveira, Ângelo Bruno Lucas de January 2013 (has links)
OLIVEIRA, Ângelo Bruno Lucas de. Do canto das sereias à Rua dos Douradores: os espaços da escrita no Livro do desassossego e em Água viva. 2013. 101f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Letras, Fortaleza (CE), 2013. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-10-21T14:53:30Z
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Previous issue date: 2013 / Neste estudo nos detemos sobre dois representativos livros da literatura do século XX: o Livro do desassossego, de Fernando Pessoa, e Água viva, de Clarice Lispector. Apoiados, sobretudo, no pensamento de Maurice Blanchot, buscamos, através do método de pesquisa teórico-bibliográfico, compreender a natureza de ambas as obras, visto elas, marcadas pela incompletude e pelo fragmentário, muito se aproximarem do pensamento desse teórico sobre a literatura. Partindo da descrição blanchotiana do encontro de Ulisses com as sereias, buscamos delinear os principais conceitos do pensamento de Blanchot para, em seguida, aplicá-los na análise das obras. Tais conceitos manifestam-se na análise sobre o Livro do desassossego sob a imagem do quarto e do escritório, espaços que se opõem na construção da escrita. É o mesmo que ocorre em Água viva, sob a forma da alegria e do medo, que, do mesmo modo, premem a narradora e exigem dela uma escrita paradoxal. Essa escrita paradoxal é o foco da última parte do trabalho, que analisa suas características, advindas do jogo de opostos descrito nos capítulos anteriores. O fundamento teórico da pesquisa provém de teóricos como Blanchot (1997, 2005, 2007, 2010, 2011), Barthes (2004, 2007, 2010), Deleuze (2011) e Heidegger (2008), que contribuem com uma análise geral da literatura e da arte. A suas ideias unimos o estudo de pesquisadores que se detêm de maneira específica sobre a obra dos escritores analisados, como Cintra (2005), Gil (1996, 2009), Helena (2010) e Nunes (1995, 2009).
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